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Doenças pericárdicas Gabriela Ramos

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Gabriela Ramos - M23 
CECIL+AULA 
Doenças pericárdicas 
Pericardite aguda: 
● Etiologias mais comuns: ​infecções (ex.: tuberculose) ou idiopática 
● Descrição clássica: dor torácica, atrito pericárdico, alterações difusas no ECG 
e derrame pericárdico, a síndrome clínica geralmente é breve (dias a semanas) 
e sem muitas complicações, deve-se estar atento, apenas ao risco de 
tamponamento. 
A Pericardite aguda pode ser classicamente descrita por uma ​dor torácica ​em 
região retroesternal ou em precórdio que pode irradiar para as costas e borda do 
trapézio, descrita como ​pleurítica, pode irradiar para os braços como na dor 
isquêmica mas é uma situação mais rara, sendo tipicamente encontrada em 
adultos jovens (18-30 anos) ​após um quadro de infecção vira​l, os sintomas 
são súbitos e graves, apesar do paciente apresentar um bom estado geral. A dor 
pode ser precedida por um quadro de febre baixa. A dor se agrava na posição 
supina e com o decúbito lateral esquerdo, melhorando em posição ortostática e 
principalmente com inclinação para frente (posição de prece maometana). 
Ao exame clínico o achado mais característico é a ausculta do ​atrito 
pericárdico​, que pode depender da posição sendo melhor auscultado na 
posição supina e no decúbito lateral esquerdo. Febre, taquicardia em repouso e 
ectopia atrial são comuns, mas a fibrilação atrial é rara. 
● Exames complementares: ​para um pct com queixa de dor torácica deve-se ser 
feito imediatamente um ​ECG ​para fazer um diagnóstico diferencial com dor de 
origem isquêmica, no caso da Pericardite ocorre ​supra de ST difuso (tanto nas 
derivações periféricas como nas precordiais), mas sua morfologia é mantida, 
pode ter ​depressão do segmento PR indicando o envolvimento atrial e após 
alguns dias, mesmos depois da normalização do segmento ST pode se 
encontrar uma ​inversão de onda T​. Em caso de grande derrame pericárdico, 
pode-se também observar taquicardia, perda da voltagem da onda R e 
alternância elétrica. 
Os ​testes sanguíneos refletem o estágio inflamatório, com velocidade de 
sedimentação, níveis de proteína C reativa e geralmente contagem de leucócitos 
elevada. Marcadores de necrose miocárdica como as enzimas CK-MB e 
troponina podem estar alterados, mas nesses casos é resultado da inflamação, 
 
 
sendo a troponina mais sensível para avaliar uma inflamação, ocorrendo em até 
metade dos paciente, isso ocorre se a inflamação contagiar o miocárdio, na 
pericardite clássica (sem infecção miocárdica) não há elevação dos níveis 
séricos de troponina. Além disso, não curva de troponina como ocorre no IAM. 
Deve-se fazer a dosagem de forma seriada para avaliar se a inflamação foi 
resolvida. 
O ECO ​não é rotineiramente usado, apenas para fazer diagnóstico diferencial, 
nesse exame se observa um espessamento do pericárdio. 
Na radiografia de tórax​: ​se o ​derrame pericárdico for mínim​o, a radiografía de 
tórax frequentemente pouco revela, embora seja possível observar um pequeno 
derrame pleural. ​Com derrames maiores pode haver perda dos contornos 
cardíacos distintos e uma aparência em moringa da silhueta cardíaca. 
TRATAMENTO!!!​ (olhar se alguma fonte mais recente alterou) 
● Anti-inflamatório não esteroidais (AINES) 
→ indometacina (25 a 50 mg 3x/dia) - comumente usado 
→ ibuprofeno (300 a 800 mg 3 ou 4x/dia) 
→ aspirina (326 a 650 mg 3x/dia) 
* Devem ser usados em uma dose constante até que o pct esteja sem 
febre e assintomático por 1 semana, dps disso faz-se uma redução 
gradual. 
● Glicocorticoides (prednisona 20 a 60 mg/dia) → pode ser úteis em 
situações resistentes. DIFICILMENTE SÃO USADOS 
● Varfarina e/ou heparina (anticoagulantes) só devem ser usados nos casos 
com fibrilação atrial ou que o pct tem prótese valvar, excetuando-se esses 
casos não deve ser feita anticoagulação devido ao risco de 
hemopericardio 
● Para um paciente cm um primeiro episódio pode ser feita colchicina (0,6 
a 1,2 mg/dia por 3 a 12 meses) que diminui as chances de recorrência 
● Para pct intolerante a colchicina e com episódios recorrentes devem ser 
feitos AINES em doses altas, mais glicocorticoides orais e 
pericardiectomia. 
 
* PCT com pericardite recorrente tem maior risco de progressão para 
pericardite constritiva. 
* A pericardite idiopática é autolimitada 
Tamponamento Cardíaco 
Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco: 
O ​derrame pericárdico trata-se de um excesso de líquidos no espaço pericardico, em 
geral é um exsudato e reflete lesão miocárdica e/ou inflamação. Os derrames 
serosanguinolentos são típicos de tuberculose e neoplasias. Hemopericárdio pode 
ocorrer em traumas, consequência de IM, iatrogenia, pct que faz uso de 
anticoagulantes etc. 
A importância clínica do derrame está associada com a velocidade de coleção do 
líquido, a pressão intrapericárdica e o desenvolvimento de tamponamento. Quando um 
derrame se forma rapidamente como em situações de trauma pode ocorrer 
tamponamento com uma coleção de 100 a 200 ml, em contrapartida se o derrame se 
desenvolve lentamente como pode ocorrer no hipotireoidismo ou na insuf. Renal 
crônica, o pericárdio se estira gradualmente com derrames que excedem 1500 ml sem 
prejuízos hemodinâmicos. 
A presença do derrame em geral é suspeita quando o pct apresenta sinais e sintomas 
de tamponamento. No entanto pode ser suspeitado a partir de uma radiografia de tórax 
com cardiomegalia com uma configuração em moringa. A ecocardiografia transtorácica 
bidimensional é o procedimento diagnóstico de escolha, permite avaliar o tamanho e a 
localização do derrame. 
Acúmulo de líquido → aumento da pressão pericárdica → prejuízo do enchimento 
ventricular = ​TAMPONAMENTO CARDÍACO​: 
No tamponamento cardíaco devido ao prejuízo do enchimento ventricular ocorre uma 
diminuição no débito cardíaco. 
● Manifestações clínicas: dispneia aos esforços, ortopneia e insuficiência hepática 
(simulando uma insuf. cardíaca). 
O exame clínico típico mostra uma distensão venosa jugular com descenso X 
proeminente, taquicardia sinusal com hipotensão, pressão de pulso estreitada, 
pulso paradoxal (não é patognomônico) e bulhas abafadas. 
 
 
 
● Exames complementares: 
A ​ecocardiografia transtorácica permanece como melhor exame diagnóstico, e deve ser 
feita em caráter emergencial. Para um pct com tamponamento nesse exame será 
observada uma câmara ventricular direita comprimida/pequena com uma invaginação 
diastólicas tardia da parede livre do átrio direito e da parede livre do ventrículo direito. 
O ​ECG​ não apresenta nenhuma alteração característica. 
TRATAMENTO ​!!! 
● Pericardiocentese para drenar o líquido (idealmente deve ser feita com auxílio 
de uma ECO) 
Pericardite constritiva 
 
Cicatrizes fibrosas e as adesões de ambas as camadas pericárdicas levam à 
obliteração da cavidade pericárdica. 
Dessa maneira, ocorre a pericardite constritiva uma condição atípica, com prejuízo do 
enchimento ventricular na fase medial e terminal a partir de um pericárdio espessado/ 
não complacente. 
Nessa situação o enchimento ventricular precoce é normal , mas
os enchimento 
diastólico subsequente é reduzido abruptamente como resultado da inabilidade dos 
ventrículos em se encherem devido às limitações físicas impostas por um pericárdio 
rígido, espessado, algumas vezes, calcificado. Isso se reflete na presença de um 
descenso Y proeminente ​(corresponde ao rápido esvaziamento diastólico inicial do 
átrio direito)​ ​conhecido como sinal do dip ou platô ou ​sinal da raiz quadrada​. 
 
OBS.: Como existe uma dificuldade dos átrios em se esvaziarem, essas câmaras 
acabam se dilatando, o que faz com que se tenha átrios grandes e ventrículos 
pequenos em comparação. 
Comparando com o tamponamento cardíaco em que o enchimento ventricular está 
prejudicado durante toda a diástole e não há descenso Y. 
Voltando para a pericardite constritiva o volume de ejeção e o débito cardíaco estão 
reduzidos, enquanto as função sistólica dos ventrículos está normal ou minimamente 
reduzida, isso ocorre pq devido a ausência de complacência os ventrículos só 
consegue receber uma quantidade fixa de sangue. 
A diminuição da capacidade diastólica e a diminuição do DC promovem um aumento 
da atividade simpática, como um mecanismo compensatório 
Etiologias: tuberculose, neoplasias (pulmão, mama, linfoma etc), hemopericárdio, 
pericardite atínia por radiação, idiopática e outras. 
● Manifestações clínicas​: Além do pulso venoso jugular anormal com descenso Y 
proeminente a pericardite constritiva pode se manifestar de modo muito 
semelhante a uma insuf. Cardíaca: ​dispneia, fraqueza, anorexia, edema 
periférico, hepatomegalia, esplenomegalia e ascite. ​Presença de derrame 
pleural associado é comum. A pressão venosa jugular, com frequência deixa de 
cair com a inspiração (sinal de Kussmaul) a pressão arterial é normal ou 
reduzida. Ictus mal definido e as bulhas podem estar abafadas. 
● Exames complementares: 
O ​ECG ​apresenta baixa voltagem do QRS, especialmente nas derivações periféricas; P 
mitral; e alterações inespecíficas nos segmentos ST e nas ondas T. 
A ​radiografia de tórax pode ser observada uma calcificação pericárdica; o tamanho do 
coração pode estar pequeno, normal ou aumentado. 
A ​ecocardiografia pode evidenciar calcificação/espessamento, deflexão posterior 
abrupta do septo interventricular ao final da diástole. No doppler, frequentemente, se 
observa VCI e veias heáticas dilatadas. 
TRATAMENTO !!! 
● Pericardiectomia​: descascamento/ remoção cirúrgica de amabas as camada do 
pericardio aderente.

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