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Prof. Dr. Marcos Aurelio Fitoterapia / Fitoterapico “Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3*. fase 3: objetivo confirmar eficácia e monitorar reações adversas; entre 1.000 a 5.000 voluntários em estudo randomizado. Fitoterapia / Fitoterapico Fitoterapia: Fitoterapia: Indicações para o uso de Fitomedicamentos. Tinturas Xaropes Óleos Extratos Capsulas Comprimidos Pastilhas Fonte : André TINTURA: •É a preparação alcoólica ou hidroalcoólica resultante da extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição dos respectivos extratos. É classificada em simples e composta, conforme preparada com uma ou mais matérias-primas. •A menos que indicado de maneira diferente na monografia individual, 10 mL de tintura simples correspondem a 1 g de droga seca. XAROPE: •É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta, no mínimo, 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados. EXTRATO: • É a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir de material animal ou vegetal. • O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar, tais como, inativação de enzimas, moagem ou desengorduramento. • Abreviatura: ext • O extrato é preparado por percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado. EXTRATO: •É a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir de material animal ou vegetal. O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer tratamento preliminar, tais como, inativação de enzimas, moagem ou desengorduramento. •Abreviatura: ext. OLEOS •Medicinais: Preparados pela dissolução de princípios ativos de drogas vegetais em óleo fixo •Essenciais: Mistura de compostos químicos de origem vegetal sendo voláteis e aromáticos: Compostos por terpenos e fenilpropanóides. Obtidos por hidrodestilação. MÉTODOS DE EXTRAÇÃO Métodos de extração Gabriela Maia Em que me basear pra escolher o método de extração mais adequado a minha droga?? Podemos dividir os métodos de extração de princípios ativos em extrações caseiras e extrações em laboratórios, antes porém, vejamos alguns fatores que influenciam a extração dos princípios ativos: a) Estado de divisão da droga b) Agitação c) Temperatura d) Tipo de substância que se quer extrair para se adequar ao processo e) Natureza do solvente f) Influência do pH g) Tempo de extração h) Custo do processo MÉTODOS DE EXTRAÇÃO EXTRAÇÕES CASEIRA Aquelas que se prestam para se fazer em casa pela simplicidade do método (formas mais simples de fitoterápicos). Infusão Método que consiste em lançar sobre a droga, água fervente e deixá-las em recipiente fechado por um certo tempo. O produto final é conhecido como INFUSO. EXTRAÇÕES CASEIRA (Cont.) Decocção Consiste em por o líquido em contato com a droga e levá-los a ebulição por um período aproximado de 15 minutos. O produto final da decocção é o COZIMENTO ou DECOCTO. EXTRAÇÕES CASEIRA (Cont.) Sucos Consiste em liquefazer uma erva ou fruto seguida de filtração. É uma preparação extemporânea. • Preparações extemporâneas É uma preparação medicamentosa cuja utilização (prescrição, dispensa e/ou administração) envolve algum elemento de receita ou fórmula EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO Os procedimentos clássicos para extração de princípios ativos em laboratórios de pesquisa são os seguintes: Maceração Consiste em deixar a droga (normalmente seca e pulverizada) em contato com o solvente, em frasco bem fechado, na proporção da formulação e ao abrigo da luz, a temperatura ambiente, por um período relativamente longo (7 dias com agitação diária). O fenômeno da extração se dá por osmose. Trata-se de um processo extrativo relativamente demorado. A vantagem é que é uma extração a frio, portanto, não altera a estrutura molecular do princípio ativo. O produto final da maceração é o MACERATO. Imagens: www.andrezzabotelho.com.br http://raizdoliva.weebly.com/ http://www.especiariasecia.com.br/ EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO A percolação é um processo dinâmico que consiste em fazer atravessar o líquido extrator, de maneira sucessiva (continuadamente) através da droga pulverizada, a temperatura ambiente, e assim esgotar os seus princípios ativos. Percolador é um aparelho de formato cilíndrico ou cônico com um filtro e uma torneira onde se processa a percolação. A torneira serve para regular a velocidade de escoamento do líquido extrator. O produto final da percolação é o PERCOLATO. A figura ao lado representa o aparelho Percolador. Percolação ou lixiviação Esquema de percolador (reproduzido de Prista et al., 1975) EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO É uma operação extrativa efetuada em um aparelho especial denominado SOXHLET. Este processo é superdinâmico: o solvente está em movimento cíclico contínuo, essa renovação possibilita uma extração total dos princípios ativos em poucas horas. A característica mais saliente deste processo é que apenas exige um volume relativamente reduzido de líquido para se extrair por completo um determinado princípio ativo. O produto obtido da extração em soxhlet chama-se EXTRATO. Extração em SOXHLET Extração com solventes orgânicos Soxhlet (Cont.) EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO Tanto o aparelho como o método são bastantes simples: coloca-se a droga seca e pulverizada em um balão. Adiciona o solvente sobre a droga até embebe-la totalmente. Adapta-se um condensador e aquece o sistema. O solvente estando em contato direto com a droga, passa a extrair o princípio ativo. É um método de extração a quente, daí o inconveniente de se trabalhar com substâncias que se alteram pelo calor. O produto final da extração por refluxo chama-se EXTRATO. Extração por REFLUXO EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO Técnica recente na extração de produtos naturais, ocorre liquefação do CO2 por compressão, em seguida é submetido a temperatura de 31-32 oC. Onde fica viscoso igual a um gás e a dissolução igual a um líquido. Após a extração, o CO2 é evaporado por exposição a atmosfera ambiente, resultando em total eliminação. Vantagem: método limpo e eficiente, evita contaminação e formação de artefatos Fluido supercrítico (CO2) EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO Fluido supercrítico (CO2) EXTRAÇÕES EM LABORATÓRIO Extração em aparelho de CLEVENGER Também conhecido por arraste com vapor d’água. Específico para substâncias voláteis, imissíveis com a água, por exemplo, óleos essenciais. Arraste por vapor de água FB 5ª Ed. EVAPORAÇÃO DO SOLVENTE ➢ Qualquer que seja o método de extração, o produto final deve ser concentrado ou evaporado. ➢ Precisão de dosagem e facilidade de manuseio ➢ Transporte e armazenagem ➢ Estabilidade química e farmacológica ➢ Padronização EVAPORAÇÃO DO SOLVENTE Evaporação sob pressão reduzida Evaporador rotatório nada mais é que um sistema de destilação simples otimizado para retirada de solventes, sob pressão reduzida Quando se reduz a pressão, é reduzida também a temperatura de ebulição, o que permitea evaporação a temperaturas mais baixas. EVAPORAÇÃO DO SOLVENTE Liofilização A liofilização ou secagem a frio (freeze dry) é o mais nobre processo de conservação de produtos biológico conhecido porque envolve os dois métodos mais confiáveis de conservação, o congelamento e a desidratação. Para ser liofilizado, o produto deve estar congelado a uma temperatura bem baixa, geralmente abaixo de -20ºC, e depois ser submetido a uma pressão negativa (vácuo), fazendo com que a água dos produtos seja retirada por sublimação, ou seja, passe diretamente do estado sólido para o estado gasoso. O resultado final é um produto com uma estrutura porosa livre de umidade e capaz de ser reconstituída pela simples adição de água. Desta forma, os produtos liofilizados não sofrem alterações de tamanho, textura, cor, sabor, aroma, teor de vitaminas, sais minerais, proteínas, etc. e, quando conservados adequadamente, mesmo em temperatura ambiente, resistem intactos por muitos anos. MÉTODOS DE SEPARAÇÃO Métodos de extração Gabriela Maia Quais os métodos de separação mais apropriados a minha droga?? MÉTODOS DE SEPARAÇÃO O processo de separação já depende mais do tipo de produto natural desejado e pode utilizar um, ou combinação de mais de um, dos processos abaixo: Precipitação/Filtração (para sólidos insolúveis) Precipitado – é aquilo que ficou retido no papel de filtro Filtrado – é aquela parte que passou pelo filtro. A filtração pode ser simples ou por sucção (vácuo) Filtração simples MÉTODOS DE SEPARAÇÃO Para grandes quantidades de substâncias, usa-se o funil de BUCHNER em conjunto com um frasco de sucção ou KITAZATO, fazendo-se ligação a bomba de vácuo. Para filtração com sucção de pequenas quantidades (menos que 5 g) emprega-se um funil cônico, conhecido como funil de HIRSCH. MÉTODOS DE SEPARAÇÃO Centrifugação É um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada pela rotação da amostra é usada para sedimentar sólidos em líquidos, ou líquidos imiscíveis de diferentes densidades, separando-os. Maior relevância em nível industrial É um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada pela rotação da amostra é usada para sedimentar sólidos em líquidos, ou líquidos imiscíveis de diferentes densidades, separando-os. 2. MÉTODOS DE SEPARAÇÃO (Cont.) Destilação simples e fracionada A destilação é um dos processo de separação mais importante quando se trabalha com substâncias líquidas. A destilação simples é empregada quando a amostra é constituída principalmente de um só componente volátil. Destilação simples Destilação fracionada MÉTODOS DE SEPARAÇÃO Destilação fracionada (Cont.) Se a amostra for uma mistura binária, terciária, etc., este processo não permite uma separação completa dos componentes da mistura, a não ser que estes tenham pontos de ebulição muito afastados e não formem misturas azeotrópicas. O exemplo mais conhecido de destilação fracionada são os produtos do petróleo. Separam-se os seus diferentes produtos por ordem crescente de seus pontos de ebulição: os gases (metano, etano, propano, butano), a gasolina, o querozene, o óleo Diesel, óleos lubrificantes, deixando por fim, um resíduo, o asfalto.quando se trabalha com substâncias líquidas. A destilação simples é empregada quando a amostra é constituída principalmente de um só componente volátil. MÉTODOS DE SEPARAÇÃO Partição líquido/líquido (polaridade/coeficiente de partição) O método mais clássico é a separação através de uma “Funil de separação” onde se verifica a transferência de uma substância da fase da qual está dissolvida ou suspensa, para outra fase líquida. A transferência de substâncias de uma fase para outra só é possível, na superfície de contato das fases. Para se conseguir uma boa extração é necessário aumentar a superfície de contato e isto é feito, agitando a mistura heterogênea com certa firmeza. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO Métodos de extração Gabriela Maia Quais os métodos mais modernos de purificação que posso utilizar?? MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO A purificação de princípios ativos pode ser melhor realizada por qualquer um dos métodos abaixo: ➢ Cromatografia em Camada Delgada (CCD ou TLC); ➢ Cromatografia em Coluna (CC); ➢ Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC). ➢ Processos físicos como recristalização, sublimação, etc., também podem ser utilizados. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO Cromatografia em camada delgada (CCD) ➢ Ou TLC, do inglês thin-layer chromatography. É uma técnica de adsorção, utiliza um líquido e um sólido. Ocorre a retenção das substâncias devido a absorção sofrida na superfície da fase estacionária. Utiliza-se uma placa de vidro ou metal como suporte e geralmente sílica gel, alumina, terra diatomácea ou celulose como fase estacionária. Absorção x adsorção Usos da CCD: Reações orgânicas Pureza Acompanham. reaç. quím. Fitoterapia Controle de qualidade MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Farmacognosia Pureza e identificação Cromatografia em Camada Delgada Analítica (CCDA) Preparativa (CCDP) Identificação e análises de misturas Separação e isolamento Métodos MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Fase estacionária: Camada fina do suporte ▪ Sílica ▪ Alumina ▪ Celulose ▪Outros. Fase móvel: Solventes ou misturas de solventes Princípio básico: Separação por diferença de polaridade (Sílica). MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Material utilizado: •Placas adquiridas comercialmente – alta resolução; •Placas preparadas no laboratório; MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Material utilizado: •Capilar de vidro •Câmara cromatográfica •Amostra •Reveladores MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. 3. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO 3.1. C.C.D. Aplicação numa placa REVELADORES UNIVERSAIS Lâmpada de Ultra-violeta – Todos compostos que apresentam cromôforos, absorvem luz ultra violeta. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Ácido sulfúrico/metanol- oxida todos os compostos orgânicos, produzindo manchas coloridas após aquecimento(~100 0C) Vapores de iodo- formam complexos com os compostos orgânicos, geralmente de cor marrom. REVELADORES UNIVERSAIS (Cont.) MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. REVELADORES Reativos específicos Anisaldeído sulfúrico- usado na detecção de esteróides e terpenóides. Apresentam manchas rosadas após aquecimento (~100 oC). Cloreto férrico (FeCl3)- detecção de grupo hidroxila (OH) aromático, como compostos fenólicos em geral ( flavonóides, taninos, fenóis, etc.). Produz manchas coloridas (azul, verde,marrom,etc). MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. REVELADORES Reativos específicos Reativo de Dragendorff- usado para detecção de alcalóides. Produz manchas alaranjadas intensas. MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO C.C.D. Linha do solvente (Front) Origem a Rf= distância percorrida pela mancha desde a origem (b) distância percorrida pelo solvente desde a origem (a) b1 b3 b2 R f ad eq u ad o ~ 0 ,4 -0 ,6 DETERMEINAÇÃO DO FATOR DE RETENÇÃO (Rf) MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO Cromatografia em coluna (CC) É a técnica de separação cuja fase estacionária acontece dentro de um tubo. Utiliza-se uma coluna de vidro aberta na parte superior e munida de uma torneira na extremidade inferior, por onde sai o líquido (eluído). Dentro da coluna encontra-se a fase estacionária constituída por um enchimento sólido e por uma fase líquida no caso, o eluente. A ordem de eluição das substân- cias dependerá da sua polaridade. Os adsorventessão os mesmos da cromatografia plana: A diferença está no tamanho das partículas (63 a 200 μm) enquanto que na cromatografia planar ( 5 a 40 μm) Processo de separação cromatográfico auto ilustrativo. A escolha do eluente pode ser baseada em CCD Eluentes : ordem crescente de polaridade Hexano Éter de petróleo Cicloexano Tolueno Diclorometano Clorofórmio Éter etílico Acetato de etila Piridina Acetona Etanol Metanol Ácido acético 1) Um acadêmico realizou uma reação entre os compostos A e B, procurando obter C. Verificou experimentalmente os seguintes perfis de CCD, visualizados por lâmpada de UV. Discuta os resultados. 10 min. 30 min. 1 hora 2 horas Exercício 2) Foram realizados estudos visando o controle de qualidade de fitoterápicos disponíveis no mercado. A equipe adquiriu 4 amostras de tintura de camomila produzidas por distintas indústrias. Após o tratamento adequado das amostras, a equipe obteve os perfis cromatográficos mostrados abaixo. Discuta os resultados. UV FeCl3 Dragendorff Anisaldeído sulf. Exercício
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