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I SEMESTRE 2018 INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS CAPÍTULO – 2 Aula nº 8 e 9 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA DET- Departamento de Engenharia e Tecnologia Fenómenos de Transporte III Luanda, 04 e 08 de Maio de 2018 I SEMESTRE 2018 INTRODUÇÃO • Até agora, as situações analisadas apresentam problemas de difusão resolvidas sem aplicação de balanços de massa na envoltura ou globalidade do sistema, mas sobre uma ou mais espécies em difusão. Fig1- EVAPORAÇÃO DA ACETONA • Neste capítulo realizaremos o balanço de massa sobre um elemento diferencial arbitrário do fluido com objectivo de estabelecer a equação de continuidade para as diversas espécies numa mistura de vários componentes. • Para ajudar, vamos introduzir expressões de densidade de fluxo de massa o que proporcionará equações de difusão numa variedade de formas, que poderão ser utilizadas para a resolução de problemas nos capítulos posteriores. E como faremos isso?? • As equações da continuidade permitem analisar pontualmente o fenómeno de transferência de massa por intermédio do conhecimento da distribuição de concentração de um determinado soluto no tempo e no espaço, sujeito ou não as transformações. • A equação da continuidade mássica de um certo soluto A, nasce do balanço de taxa de matéria, a qual flui através das fronteiras de um elemento de volume eleito no meio contínuo e daquela taxa que varia no interior do elemento de volume. Exemplo: suponha que o elemento de volume foi seleccionado dentro de uma chávena de chá, através do qual o açúcar se encontra difundindo. • Deste modo se considerar-mos um elemento de volume de controle �( ΔxΔyΔz) através do qual uma mistura, incluindo o componente A, está escoando. Fig. 2 – Elemento de volume de Controle Diferencial Na figura, estão indicados fluxos molares, mas as deduções aqui apresentadas serão inicialmente com fluxos mássicos. Efectuando um balanço de massa a espécie A para este elemento de volume, a expressão do volume de controle para conservação da massa de uma dada espécie A, considerando a produção ou o desaparecimento de A por reacção química dentro do volume de controle pode ser dado por: Sabendo que o fluxo mássico absoluto de A é dado pela equação: A massa de A transferida através da superfície de controle (área) ∆y∆z em relação a x é dada por: ou em termos do vector fluxo da equação acima, esta será: Deste modo, a taxa líquida mássica do componente A será: Estas taxas líquidas mássicas do componente A representam os fluxos mássicos de entrada e saída do elemento de volume seleccionado nas 3 direcções do espaço. Taxa de acúmulo ou variação de massa de A no interior do elemento de volume por unidade de tempo: Se A é produzido dentro do volume de controlo por uma reacção química para uma taxa rA, a taxa de produção de A é: rA é a taxa de produção de massa de A por unidade de tempo e de volume devido à reacção química no interior do elemento de volume, sendo que ela ocorre em todos os pontos no interior do volume de controle. Substituindo cada termo na equação (1), tem-se: Dividindo pelo volume ∆x∆y∆z e cancelando termos, tem- se: Aplicando o conceito de limites a equação (3) para Δx, Δy e Δz tendendo a zero, obtém-se: Equação de continuidade para o componente A Desde que nA,x, nA,y e nA,z sejam componentes regulares do vector fluxo mássico, a equação (4) pode ser escrita : Uma equação similar da continuidade pode ser desenvolvida para um desejado componente B da mesma forma. As equações diferenciais são: Vectorialmente teremos: rA - Taxa para o qual B será produzido dentro do V.C. por reacção química As equações (5) e (7) representam a variação de concentração mássica de A e B, fruto do movimento deles e de sua produção ou consumo. Para uma mistura binária (A + B), somamos as equações (5) e (7), resultando na equação abaixo: Para uma mistura de A e B, cumpre-se: Pela lei da conservação da massa, temos rA + rB = 0, pois para cada massa de A produzido, desaparece o mesmo de B, isto é, uma reacção estequiométrica. Substituindo as equações (8.1), (8.2) e (8.3) na equação (8), tem-se: (9) É a equação da continuidade para misturas, sendo idêntica a equação da continuidade para fluido homogéneo. Pode-se seguir o mesmo desenvolvimento em termos de unidades molares. Deste modo, se RA representa a taxa de produção molar de A e RB representa a taxa da produção molar de B, ambas por unidade de volume, as equações na unidade equivalente-molar são : Portanto… Ou em base mássica Em base Molar Falta o sinal negativo Substituindo a equação (1.21) na equação de continuidade do soluto A (11), tem-se a equação (15): E substituindo a equação (1.22) na equação (5), obtém-se a equação (16), onde: As Equações (15) e (16), que são também equações de continuidade para os perfis de concentração da espécie A dentro de um sistema de difusão, aplicam-se com hipóteses restritas. As formas importantes incluem 4 considerações, relatadas à seguir : 1 - Se a densidade, ρ, e o coeficiente de difusão, DAB, são constantes, a equação (16) torna-se: Restrições…. Dividindo cada termo pela massa molecular de A e rearranjando, tem-se: 2 - Se o termo de produção, RA=0, e se a densidade e o coeficiente de difusão são assumidos constantes, a equação (17) reduz-se a: 3-Numa situação de inexistência de movimento do fluido, , e não há o termo de produção (RA=0) e nenhuma variação na difusividade ou densidade, a equação (18) reduz-se para: 2ª Lei de Fick da Difusão, que será vista no capítulo 4 Atenção a aquilo que se entende como no mar… Atenção a aquilo que se entende como movimento do fluido…ex. situação da difusão de perfume na sala…ou de contaminantes no mar… 4 - Nas equações (17), (18) e (19) considerando a densidade e coeficiente de difusão constantes, podem ser simplificadas quando o processo está em estado estacionário, ou seja, Além disso, considerando a situação de não produção química, ou seja, RA=0: Visto que… De forma simplificada as equações da Difusão de Massa e suas respectivas hipóteses podem ser resumidas abaixo: As equações da continuidade do soluto “A” em termos da lei ordinária da difusão ou 1ª lei de Fick, podem ser obtida das relações a seguir: Seja a equação da continuidade mássica de um soluto A: Seja o fluxo global ou fluxo total da espécie A como sendo: Sendo: Portanto, obtém-se a seguinte equação de continuidade: E dividindo pela massa molecular de A, resulta em: É de notar que cada uma das equações aqui desenvolvidas foram escritas na forma vectorial, e são aplicadas à sistemas de coordenadas ortogonais. Porém, as suas aplicações serão modificadas em função dos sistemas de coordenados a usar após a selecção do elemento de volume. De forma resumida, temos: COORDENADAS RECTANGULARES COORDENADAS CILÍNDRICAS COORDENADAS ESFÉRICAS Equações gerais para a T.M. ou Equação da continuidade do componente A em diferentes sistemas de coordenadas Se ρ e DAB forem constantes, a equação da continuidade do componente A será: CONDIÇÕES LIMITES COMUMMENTE ENCONTRADAS O processo de T.M. pode ser descrito resolvendo uma ou mais equações diferenciais resultantes do balanço, usando as condições limites ou iniciais apropriadas ou ambas para determinação das constantes de integração. (Condições limites e iniciais usadas na T.M. são similares as da T.C.) 1-Condição inicial: Implica o conhecimento da propriedade concentração ou fracção (mássica ou molar) do soluto no inicio do processo de transferência de massa num determinado espaço.…ou mais complexa se a distribuição da concentração é função da variável espaço no início da medida de tempo. A concentração pode ser simplesmente uma constante.. 2-Condições de contorno: Refere-se ao valor ou informação da concentração ou fracção (mássica ou molar) do soluto em posições específicas no volume de controle ou nas fronteiras desse volume. Algumas condições limites típicas, para a especificação da concentração sobre uma superfície, podem ser expressa em termos da: Para sistema gasoso a concentração pode ser dada em termos da pressão parcial (Lei de Dalton), quer dizer, a fracção molar de A para fase gasosa ideal está relacionada com a sua pressão parcial: No caso dessa fase ser líquida, a condição numa dada fronteira, para uma solução líquida ideal, advém da lei de Raoult: onde PA é a pressão de vapor Sendo a pressão de vapor obtida pela equação de Antoine: A tabela a seguir mostra alguns valores para as constantes E, F e G para algumas espécies químicas. Na equação de Antoine utiliza-se a temperatura em Kelvin. O resultado oriundo da pressão de vapor é expresso em mmHg. Tabela das Constantes da equação de Antoine Na hipótese de equilíbrio termodinâmico na fronteira “S” ou interface entre as fases líquida e gasosa, considerando-as ideais, são igualadas as equações de Raoult e de Dalton, resultando na equação Raoult- Dalton: Supondo a fase líquida constituída somente da espécie química A (XA,S = 1), a equação anterior fica como: No caso de solução diluída (XA,S = 0), a lei de Raoult é retornada na forma na fronteira da lei de Henry de acordo com: As constantes de Henry para alguns gases dissolvidos em água estão presentes na tabela a seguir: Tabela dos Valores de H para gases em água: (Hx10-4), (pressão em atm) A especificação do fluxo também pode ser feita sobre uma superfície, isto é: Desta especificação, surgem alguns casos de interesse: Informação válida no estudo da catálise heterogênea Se esta ocorrendo difusão num sólido imerso num fluido em movimento, pode acontecer que, na superfície do sólido, a substancia A esteja sendo transferida para o fluido, isto é, se ocorre difusão através de um sólido, a massa pode ser perdida da superfície do corpo para o fluido circundante de acordo com a relação: e NAS corresponde ao fluxo molar na superfície do sólido. A especificação da velocidade de reacção química também faz parte das condições de contorno geralmente encontradas nos processos de transferência de massa. Sabendo-se que uma espécie A pode aparecer (ou desaparecer) numa superfície de acordo com uma reacção química de primeira ordem, o fluxo molar na superfície do sólido será: Quando a espécie difundida desaparece no limite de uma reacção instantânea, a concentração dessa espécie é normalmente assumido ser a zero. Sendo K1 a constante da taxa da reacção de 1º ordem Agradeço a atenção dispensada.
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