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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

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Introdução:
A Lei 12.015 de sete de agosto de 2009 realizou uma significativa alteração na 
disciplina dos crimes sexuais. Ao mudar o título VI do Código Penal, dando-lhe o nome de “Crimes contra a Dignidade Sexual” e eliminando a antiga denominação de “Crimes contra os Costumes”, este diploma legislativo, na visão da doutrina, estabeleceu como objeto jurídico da proteção normativa a dignidade sexual. Também houve por bem o legislador reunir sob um mesmo artigo (213) as condutas de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal” – o antigo crime de estupro do art. 213 – e a “praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” – o antigo crime de atendo violento ao pudor do art. 214. Desta aparente alteração tópica na redação legislativa surgiu a dúvida de ter havido possível fusão das duas condutas numa única. O que antes significaria o cometimento de dois crimes, poderia, dependendo do ponto vista teórico adotado, implicar a existência de somente um crime. A indagação que se levanta é a de ter havido ou não a criação de um tipo misto alternativo ou um tipo cumulativo de condutas. De haver ou não concurso material e de crime continuado. As consequências práticas da definição adotada são inúmeras. A doutrina e a jurisprudência se debatem ainda quanto à definição deste aspecto e quanto à existência ou não da novatio legis in mellius. Para uns a questão se resolve com a mera aplicação do princípio da legalidade. Para outros continua havendo dois crimes porque há cumulatividade de condutas. Em meio à isso, a lei trouxe nova visão acerca do sujeito ativo do delito de estupro com a mudança da elementar “mulher”, na descrição típica, trasmudada para “alguém”, alterando profundamente a abrangência do crime.
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual:
Estupro artigo 213.
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.  
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:  
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.  
§ 2o  Se da conduta resulta morte:  
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Bem jurídico: é a liberdade sexual da pessoa em sentido amplo (inclusive sua integridade e autonomia sexual), que tem direito pleno à inviolabilidade carnal. Diz respeito ao livre consentimento ou formação de vontade em matéria sexual.
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa.
Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa.
Tipo objetivo: a conduta incriminada pelo legislador consiste em constranger (forçar, compelir, obrigar) alguém mediante violência u grave ameaça, a ter cojunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
Tipo subjetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consciente na presença de um ânimo lúbrico (sensual, lascivo, libidinoso), ou seja, de uma finalidade de excitar ou satisfazer o impulso sexual próprio ou alheio.
Consumação e tentativa: a consumação do estupro se perfaz com a consumação carnal, isto é, com a introdução do pênis na cavidade vaginal, ainda que de forma parcial, ou ainda com a pratica d ato libidinoso objetivado pelo agente. Admite-se a tentativa, quando o agente, apesar de desenvolver atos inequívocos direcionados ao estupro, não consegue atingir a meta optada, por circunstâncias alheias a sua vontade.
Classificação: delito comum, doloso, de resultado, comissivo e instantâneo. 
Formas qualificadas: é qualificado quando a conduta decorre de lesão corporal de natureza grave ou se a vitima é menor de 18 (dezoito/) ou maior de 14 (catorze) anos e, ainda, se resulta morte (art. 213, §§ 1º. e 2º CP). Nas hipóteses no artigo 213, §§1.º, primeira parte e 2.º, o agente atua com dolo de praticar a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, mas termina por causar lesão corporal de natureza grave ou mesmo a morte da vitima, a titulo de culpa. No que concerne a segunda parte do § 1.º do artigo 213, tem-se situação diversa, aqui a idade da vitima (menor de 18 ou maior de 14 anos) atua na medida do injusto em razão de um maior desvalor da ação, pois a qualidade da vitima propicia uma maior eficácia na concreção do resultado.
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.  
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
Bem jurídico: liberdade sexual da pessoa em sentido amplo, visto que tem sua vontade viciada, em face da fraude empregada pelo sujeito ativo.
Sujeito ativo: pode ser pessoa do sexo masculino ou feminino.
Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa.
Tipo objetivo: ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vitima. É o estelionato sexual, pois a vitima é induzida a erro a respeito da identidade do agente ou mesmo sobre a legitimidade da conjunção carnal ou ato libidinoso por ela concedida.
Tipo subjetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consubstanciado pelo fim de manter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso.
Consumação e tentativa: a consumação do estupro se perfaz com a consumação carnal, isto é, com a introdução do pênis na cavidade vaginal, ainda que de forma incompleta, ou ainda com a pratica de ato libidinoso. A tentativa é perfeitamente admissível e ocorre nas hipóteses em que, apesar da fraude empregada, a vitima se apercebe de engodo antes da cópula ou do ato libidinoso, ou o agente é surpreendido por terceira pessoa quando ainda não atingiu o seu escopo.
Classificação: delito comum, doloso, comissivo, instantâneo e de resultado.
Forma qualificada (art. 215, parágrafo único): a violação sexual mediante fraude é qualificada se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, hipótese em que também será aplicada multa. Essa qualificadora atua na medida de culpabilidade, em razão de maior censurabilidade pessoal do agente, o que justifica o cúmulo da pena pecuniária.
Pena: reclusão de 2 (dois) a 6 (seis)anos (art. 215, caput). A figura qualificada é punida também com multa.
Ação penal: pública condicionada à representação. É pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável (art. 225, CP).
ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função."
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO)
§ 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
Bem jurídico: a liberdade sexual, o direito à intimidade e à dignidade das pessoas no âmbito das atividades de trabalho ou nos ambientes em que determinadas pessoas tenham ascendência sobre outras, em razão de emprego, cargo ou função, inclusive na seara das relações docentes.
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, sexo feminino ou masculino. 
Sujeito passivo: é a pessoa que sofreu a conduta delitiva, podendo ser do sexo feminino ou masculino, desde que figure como inferior hierárquico e ou esteja submetido à ascendência do agente. 
Tipo objetivo: consiste em constranger alguém com propósito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função.
Tipo subjetivo: o dolo, acrescido do elemento subjetivo do injusto, especial fim de agir, consiste no intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual.Consumação e tentativa: a consumação do delito se dá no momento em que o assediador realiza o ato de assédio, a importunação deve ser séria, no sentido de deixar a vítima perturbada, desnorteada e constrangida. Não é necessário que o agente obtenha a vantagem ou o favor sexual objetivado, o que, no caso, pode representar a pratica de um delito mais grave ou o próprio exaurimento do crime de assédio sexual. Ainda há necessidade de certa persistência como também intensidade do assédio, não bastando uma simples conduta de pouca relevância para realização do tipo em análise. É possível a tentativa do assédio sexual quando, apesar de ter sido desencadeado o ato lesivo ao bem jurídico, a vitíma não chega a tomar conhecimento da pretensão do agente, como na hipótese de um bilhete emitido pelo superior hierárquico solicitando o favor sexual da vitima que é interceptado por terceiro, ao chegando a mão da destinatária.
Classificação: delito especial próprio, comissivo, doloso, de mera atividade e instantâneo. 
Pena: detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Ação penal: pública condicionada à representação. É publica incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável (art. 225, CP).
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:  Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.  
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.  
§ 2o  (VETADO)
 § 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:  
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o  Se da conduta resulta morte: 
 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Bem jurídico: liberdade sexual em sentido amplo, especialmente a indenidade ou intangibilidade sexual das pessoas vulneráveis. São os menores de 14 anos, bem como aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem necessário discernimento para a prática do ato, por qualquer outra causa, nãopodem oferecer resistência. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa do sexo masculino ou feminino desde que maior de 18 anos.
Sujeito passivo: pessoa de ambos os sexos, desde que esteja na faixa etária dos quatorze anos ou esteja em estado de vulnerabilidade.
Tipo objetivo: consiste em ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de 14 anos.
Tipo subjetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consubstanciado na especial finalidade constranger à conjunção carnal ou ao ato libidinoso.
Consumação e tentativa: a consumação se perfaz com a introdução do pênis na cavidade vaginal, ainda que de forma parcial ou ainda cm a concreção do ato libidinoso objetivado pelo agente. A tentativa é admissível, quando o agente, apesar de desenvolver atos inequívocos tendentes ao estupro não consegue atingir a meta optada, por circunstâncias alheias a sua vontade.
Classificação: delito comum, doloso comissivo, instantâneo e de resultado.
Formas qualificadas (art. 217-A, §§3.º e 4.º, CP): qualifica-se o delito de estupro de vulnerável se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se da conduta se resulta morte. O agente aqui atua com o dolo de praticar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso diverso desta última, mas acaba por causar lesa corporal de natureza grave ou até mesmo a morte da vítima, a titulo de culpa. Caso não haja culpa, no resultado qualificador, não se aplicará a norma em epígrafe (art. 19, CP).
CORRUPÇÃO DE MENORES
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.  
Parágrafo único.  (VETADO).
Bem jurídico: liberdade sexual em sentido amplo, inclusive a integridade e a autonomia sexual dos menores de 14 anos. Busca-se resguardar a formação da personalidade da criança e do adolescente – indenidade ou ntangibilidade sexual.
Sujeito ativo: qualquer pessoa do sexo masculino ou feminino desde que maior de dezoito anos.
Sujeito passivo: pessoa de ambos os sexos desde que menor de quatorze anos.
Tipo objetivo: consiste em induzir menor de quatorze anos e satisfazer a lascívia de outrem. Para isso podem ser usados vários meios: palavras, fotografias, publicações, coisas obscenas desde que idôneos à persuasão. A satisfação da lascívia pode se dar por intermédio da prática de qualquer ação que objetive o prazer sexual, abrangendo a própria conjunção carnal ou ato libidinoso.
Tipo objetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consciente no especial fim de satisfazer a lascívia de outrem.
Consumação e tentativa: a consumação do delito se perfaz com o induzimento da vítima, nos moldes já citados. A tentativa é admissível, mas de difícil configuração.
Classificação: delito comum, doloso, comissivo e de resultado.
SATISFAÇÃO DE LASCIVÍA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE 
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” 
Bem jurídico: liberdade sexual em sentido amplo, inclusive a integridade e a autonomia sexual dos menores de 14 anos. Busca-se resguardar a formação da personalidade da criança e do adolescente – indenidade ou intangibilidade sexual.
Sujeito ativo: qualquer pessoa do sexo masculino ou feminino desde que maior de dezoito anos.
Sujeito passivo: pessoa de ambos os sexos desde que menor de quatorze anos.
Tipo objetivo: consiste em praticar na presença de alguém menos de quatorze anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Para isso podem ser usados vários meios: palavras, fotografias, publicações, coisas obscenas desde que idôneos à persuasão. Busca o agente despertar na vítima o desejo sexual ou libido.
Tipo subjetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consistente no especial fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem.
Consumação e tentativa: a consumação se perfaz com a pratica ou induzimento do menor a presenciar, conjunção carnal, ou outro ato libidinoso. A tentativa é admissível. 
Classificação: delito comum, doloso, comissivo e de resultado.
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE VULNERÁVEL
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.  
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
§ 2o  Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
Bem jurídico: liberdade sexual em sentido amplo, inclusive a integridade e autonomia sexual do vulnerável, em especial a indenidade e intangibilidade sexual da pessoa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa de ambos os sexos, desde que nas condições previstas no tipo injusto.
Tipo objetivo: consiste em submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de dezoito anos ou que, por enfermidade ou doença mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilita-la, impedir ou dificultarque a abandone.
Tipo objetivo: o dolo, além do elemento subjetivo do injusto consistente no especial fim de satisfazer a lascívia alheia.
Consumação e tentativa: consuma-se nas modalidades de atrair, induzir e facilitar, quando a vítima se insere no estado de prostituição, não sendo necessário o efetivo comércio do corpo, bastando praticar atos inequívocos nesse sentido, como por exemplo estabelecer-se em prostíbulos ou em vias públicas frequentadas por prostitutas.
Classificação: delito comum, doloso, comissivo e de resultado.
Forma qualificada: se o crime é com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa (art. 218-B, §1.º). essa qualificadora atua na medida da culpabilidade, revelando maior censurabilidade pessoal do agente, e sua maior perigosidade, o que justifica o cúmulo da pena pecuniária.
 AÇÃO PENAL
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
      
Conclusão
O estudo realizado assume grande importância diante do valor que a proteção à liberdade sexual desfruta na sociedade. Trata-se da tutela ao núcleo da intimidade do indivíduo. No entanto ainda não há unanimidade doutrinária acerca da definição do novo crime de estupro como tipo misto cumulativo ou alternativo e da possibilidade de ocorrência de concurso material e crime continuado, embora a parte mais considerável de juristas se incline à posição mais favorável ao réu. 
Com a nova denominação do crime de estupro, que agora é verificado como toda forma de violência sexual para qualquer fim libidinoso, incluindo, por óbvio, a conjunção carnal, não só tornou-se possível, legalmente, da mulher figurar o pólo ativo do delito como também o homem passa a ser possível vítima do crime. 
 Verifica-se, então, que o estudo realizado teve extrema importância no que diz respeito à formulação ou a reformulação de idéias dos doutrinadores pátrios. A recente reforma feita em nosso ordenamento modernizou-se, de modo incontestável, o cenário dos delitos sexuais, apesar de não terem sanados todos os problemas ainda existentes. 
Foi um excelente começo no tocante a temática abordada visto que o delito de estupro previsto no Código Penal de 1940 encontrava-se ultrapassado, principalmente em face da Constituição Federal de 1988. 
 No âmbito da relação sexual não se pode “exigir do sátiro comedimentos, e sim descomedimentos” como afirma Tourinho Filho. O sexo compreende um conjunto amplo de situações, por isso não figura proporcional punir o agente por cada uma delas visto que estão inter-relacionadas.

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