Biografia de David Ricardo

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Índice
Introdução.........................................................................................................................2
Biografia de David Ricardo..............................................................................................3
Contexto Histórico............................................................................................................6
Teorias de David Ricardo.................................................................................................7
Conclusão..........................................................................................................................9
Bibliografia......................................................................................................................10
Introdução
Considerado um dos maiores economistas de seu tempo, não só de seu tempo, mas ainda hoje, é considerado, ainda em vida, o legitimo sucessor de Adam Smith na divulgação da nascente Economia Política. Suas obras atingem vastas áreas da economia, tais como: política monetária, teoria dos lucros, teoria da renda fundiária e da distribuição, teoria do valor e do comércio internacional, sendo que muitos desses temas permanecem atuais até os dias de hoje.
Biografia de David Ricardo
David Ricardo nasceu dia 18 de abril de 1772, em Londres, Inglaterra. Era o terceiro de 17 filhos de uma família holandesa de classe média, descendentes de judeus expulsos de Portugal (sefarditas). 
Pouco tempo antes de David nascer, o seu pai migrou da Holanda para Inglaterra onde negociou na Bolsa de Valores e foi bem sucedido. David viveu durante alguns anos na Holanda com outros elementos da família, onde completou parte da sua instrução primária. 
Aos quatorze anos, seguindo os passos do pai, David Ricardo entrou para a bolsa inglesa, demonstrou grande aptidão, tornando-se mais tarde um corretor bem sucedido.
A Inglaterra acabava de completar a chamada, Primeira Revolução Industrial aonde não só muda o processo de produção com a introdução de máquinas, mas também modifica radicalmente a relação social, aonde os artesões foram transformados em proletários devido à concentração de fatores, provenientes do avanço técnico e causando uma radical mudança na relação entre meio urbano e meio rural inglês.
Este ciclo econômico tinha vindo para ficar e, de tempos em tempos as crises no comércio achatavam os lucros dos empresários que como consequência gerava desemprego piorando cada vez mais a situação das massas urbanas. Gerando, logicamente, revoltas e agitações entre os trabalhadores.
Aos 21 anos rompeu religiosamente com a família, convertendo-se ao cristianismo, mais precisamente ao protestantismo unitarista, e casando-se com uma quacre, originando desentendimentos familiares. Prosseguiu suas atividades na bolsa e em poucos anos ganhou prestígio profissional nas atividades de investimento e ficou rico o bastante para se dedicar à literatura e à ciência, especialmente a matemática, química e geologia e adquiriu uma propriedade rural.
Outro fato importante que influenciou a vida de Ricardo foi a Revolução Francesa de 1789, que tinha como sua bandeira a "igualdade, liberdade e fraternidade". Sendo que as elites ilustradas europeias viam com bons olhos o expansionismo napoleônico, já que enxergavam ali uma luta das novas ideias constitucionalistas contra a antiga ideia absolutista e aristocrática. A extensão e a igualdade dos direitos políticos e civis eram vistas agora por estas elites como condição essencial para organização de uma vida social. O liberalismo político, sob forma de democracias constitucionais e parlamentares, era a forma de organização social mais adequada ao regime de livre concorrência que se inaugurava sob a égide do capitalismo industrial.
Aos 27 anos, sob a influência da leitura casual, em 1799, das obras do compatriota Adam Smith, passou a interessar-se por questões de economia e a estudar detalhadamente as questões monetárias. 
Em seu primeiro trabalho The High Price of Bullion, a Proof of the Depreciation of Bank Notes (1810 - O alto preço do lingote de ouro, uma prova da depreciação das notas de banco), mostrou que a inflação que então ocorria se devia à política do Banco da Inglaterra, de não restringir a emissão de moeda e pregava a limitação na emissão de moeda como medida preventiva para o combate à inflação. Um comitê indicado pela Câmara dos Comuns concordou com os pontos de vista de Ricardo, o que lhe deu grande prestígio. 
Entre 1809 e 1815 publicou alguns panfletos sobre a questão do preço do ouro, protecionismo na agricultura e os seus efeitos sobre os preços agrícolas, os lucros do capital e o crescimento econômico. Em 1809, expressou em artigos de jornal sua teoria sobre questões monetárias que obteve grande repercussão, atraindo a atenção de grandes economistas como James Mill, Thomas Malthus, Jeremy Bentham e Jean-Baptiste Say. 
A partir de então dedicou-se a escrever um tratado teórico geral sobre a economia, os Princípios, tendo sido publicado em 1817, constituindo-se assim um marco teórico decisivo para o desenvolvimento da economia política clássica. Aposentado de suas atividades profossionais (1814), refugiou-se em suas propriedades rurais em Gloucestershire e, ali, escreveu e publicou sua obra capital, Principles of Political Economy and Taxation.
Em 1815, David Ricardo já era considerado o economista mais importante de toda a Grã-Bretanha, graças ao seu conhecimento prático sobre o funcionamento do sistema capitalista. Foi muito influente na polemica discussão sobre a questão das corn laws,isto é, da importação de trigo estrangeiro pela Inglaterra. David Ricardo, como eterno defensor do livre comércio internacional, era a favor da importação. Foram várias as divergências com economistas mais conservadores, como Malthus, os quais temiam ver o sustento dos trabalhadores britânicos sob o poder de países estrangeiros, potenciais inimigos. Neste mesmo ano, David Ricardo publicou toda a sua tese liberal em “Ensaio sobre a Influência do Baixo Preço do Cereal sobre o Lucro do Capital”.
Sua obra “Principles of Political Economy and Taxation” (Princípios de Economia Política e Tributação) foi publicada em 1817, e expõe suas principais ideias econômicas, até certo ponto polêmicas, pois politicamente, elas favoreceriam a burguesia industrial contra a classe ruralista. Este livro consagrou Ricardo como o grande nome da Economia Política Clássica, junto com Adam Smith, dominando a economia não apenas de Inglaterra, mas de todo o mundo ocidental por muitas décadas, até o aparecimento do marxismo e do marginalismo (os quais foram muito influenciados pela obra de David Ricardo). Teve forte influência no século XIX tanto entre os defensores do capitalismo e do liberalismo quanto aos seus opositores, como Karl Marx.
Em 1819 entrou para o Parlamento, tendo sido representante do distrito irlandês de Portalington na Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido. Ali defendeu um conjunto de posições liberais tanto em matérias políticas (o voto secreto, o sufrágio universal) como em temas econômicos (a liberdade de comércio), onde sua grande reputação como economista fez com que suas opiniões sobre o livre comércio fossem recebidas com respeito, embora não representassem ainda o pensamento dominante na Câmara. 
Morreu prematuramente em 11 de Setembro de 1823, Gatcomb Park, Gloucestershire, aos 51 anos de idade, tendo deixado incompleta uma obra em que trabalhava. 
As suas obras atingiram vastas áreas da economia, tais como: política monetária, teoria dos lucros, teoria da renda fundiária e da distribuição, teoria do valor e do comércio internacional, sendo que muitas destes temas permanecem atuais nos dias de hoje. Foi o pioneiro na exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisou os aspectos mais significativos do sistema capitalista de produção. Em oposiçãoao mercantilismo, formulou um sistema de livre comércio e produção de bens que permitiria a cada país especializar-se na fabricação dos produtos nos quais tivesse vantagem comparativa, também chamado de sistema de custos comparativos. Nas suas doutrinas de livre mercado opôs-se aos aumentos do ganho real dos trabalhadores porque isso se revelaria inútil, tendo em vista que os salários permaneceriam, forçosamente, próximos ao nível de subsistência.
Contexto Histórico
David Ricardo vivenciou duas das mais importantes revoluções da época moderna: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Estas revoluções transformaram simultaneamente o âmbito econômico, social, político e ideológico.
Um fato de extrema relevância e influência para Ricardo foi o fato de ter vivido na Inglaterra no período da Primeira Revolução Industrial, pois assim pode presenciar um grande avanço tecnológico e processos de transformações sociais que tornavam a produção industrial autônoma, ou seja, sem o controle de produtores diretos: o tear mecânico, a tecnologia a vapor, as estradas de ferro e o avanço da mineração e da siderurgia – as inovações mais importantes do período – permitiram centralizar a produção das manufaturas, reunindo nas primeiras fábricas modernas os produtores, mudando radicalmente o equilíbrio entre o campo e a cidade inglesa. O processo dos cercamentos estava sendo finalizado, com a expulsão dos camponeses das antigas terras comunais e sua migração em massa para os centros urbanos, à procura de trabalho, sob duras condições e ganhando o suficiente para a subsistência.
A Revolução industrial ocorreu no início do século XVIII com a mecanização dos modos de produção, produções em larga escala e surgimento das fábricas que reuniam diversas formas de trabalho num mesmo local. Esta revolução mais voltada ao campo econômico deu um grande salto tecnológico nos transportes e máquinas, substituiu o homem pela máquina, baixou o preço de mercadorias e aumentou consideravelmente a produtividade.
Ocorreu um grande crescimento nos centros urbanos, em decorrência do aumento no número de empregos, que eram fornecidos pelas indústrias. Os trabalhadores da época passaram a vender unicamente sua força de trabalho em troca de salários.
Ricardo também foi fortemente influenciado por outra grande revolução, a Revolução Francesa de 1789, a qual tinha como lema “igualdade, liberdade e fraternidade”. Esse lema foi abraçado pela elite europeia, a qual via com bons olhos as conquistas das tropas napoleônicas, pois ali enxergavam uma luta de novas ideias contra o passado absolutista e aristocrático.
As conquistas do exército montado por Napoleão em toda a Europa eram vistas com simpatia pelas elites liberais. Ali enxergavam uma luta das novas ideias constitucionalistas contra o passado absolutista e aristocrático.
A Revolução Francesa foi de caráter ideológico político, onde estabelece inicialmente o Estado laico. A insatisfação popular estava numa situação tão grave que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder para derrubar os privilégios da nobreza e o absolutismo monárquico de Luís XVI. Burgueses conduziram este processo para garantirem seu domínio social. Este processo revolucionário causou a queda da bastilha, fez com que a maior parte da nobreza fugisse do país e causou a morte de Luís XVI.
Em meio a estes amplos acontecimentos, David Ricardo expressava em suas teorias baseadas na lógica e na capacidade analítica o interesse da classe dos capitalistas industriais que se beneficiaram de forma política e econômica com estas revoluções.
Teorias de David Ricardo
Segundo Ricardo, a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto, este divide-se pelas três classes da sociedade: propriedades de terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros de capital). O papel da ciência econômica seria determinar as leis naturais que orientassem essa distribuição. E, para David Ricardo, o equilíbrio poderia ser alcançado com a aplicação das suas teorias.
Ricardo despertou a atenção dos economistas com a controvérsia do bulionismo. Em 1809, ele escreveu que a inflação na Inglaterra era resultado da propensão do Banco da Inglaterra a emitir excesso de papel-moeda. Em resumo, Ricardo esteve entre os primeiros adeptos da teoria quantitativa do dinheiro, ou do que é hoje conhecido como monetarismo.
Em seu Essay on the Influence of a Low Price of Corn on the Profits of Stock [Ensaio sobre a influência de um preço baixo do milho sobre os lucros com ações] (1815), Ricardo articulou o que veio a ser conhecido como a lei da produtividade marginal decrescente. Uma das leis mais famosas da economia, afirma que conforme mais e mais recursos são combinados na produção com um recurso fixo — por exemplo, conforme mais mão de obra e maquinário são usados em uma quantidade fixa de terras — os acréscimos ao resultado vão diminuir.
Ricardo também se opõe ao protecionismo das Leis do Milho, que restringiam a importação de trigo. Na sua defesa do livre comércio, Ricardo formulou a ideia do custo comparativo, hoje conhecida como vantagem comparativa — uma ideia muito sutil que é o principal fundamento da crença no livre mercado pela maior parte dos economistas hoje. A ideia é a seguinte: um país que compra os produtos que pode obter a um custo mais baixo se beneficia mais do que se os produzisse ele próprio.
A teoria de David Ricardo é válida para bens reproduzíveis (Por exemplo, um objeto de arte tem valor pela sua escassez e não pela quantidade de trabalho que lhe está inerente).
Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho contribuía para o valor de um bem.
Teoria da renda
É na elaboração da teoria da renda que se nota a forte influência de Malthus sobre o pensamento ricardiano, uma vez que suas conclusões refletem claramente a preocupação de Malthus decorrente da desproporção entre o crescimento da população e o da produção de alimentos. 
Em sua análise dos problemas econômicos, construiu um modelo teórico fundamentado numa economia predominantemente agrícola, procurando determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre as diferentes classes da sociedade e localizando no trabalho o valor de troca das mercadorias. 
Para ele, quanto maior a exploração da terra, menor o rendimento dessa terra. Com o aumento de um número de trabalhadores em certa produção de bem, mas, mantendo a mesma área de produção, a produção vai continuar crescente, porém, a cada trabalhador novo empregado, o aumento da produção diminui em relação à contratação do empregado anterior.
Sendo assim, para evitar um estado estacionário do crescimento, Ricardo combate esta ideia dos empresários de aumentar apenas seu lucro, sem se importar com o rendimento decrescente, usando seu pensamento de liberdade de comércio, onde o empresário abdica um pouco de seu lucro, pra fazer investimentos e melhorar cada vez mais a produção.
Teoria do Comércio Internacional (ou Teoria Das Vantagens Comparativas)
Ricardo apresenta as vantagens de um comércio entre nações, ou seja, com liberdade trocas internacionais, um dos precursores de um termo atual e muito usado hoje em dia, a Globalização. Para essa análise ele criou o ‘principio da análise comparativa’. Por esse princípio, Ricardo analisa dois bens em dois países diferentes, e, compara os fatores de produção desses bens em cada país, assim, chegando a uma conclusão se é mais vantajoso para um país produzir ou importar esse determinado bem.
Para ele, cada país seria beneficiado se produzisse os bens em que possuem maior vantagem comparativa, melhorando as condições de todos os países com comércio internacional, pois diminuiriam os custos de produção, os salários e o lucro aumentariam, mas, para isso teriam que ocorrer uma completa reformulação tributária.
Teoria Do Valor-Trabalho
Natradição de Smith, Ricardo defendia a teoria do valor-trabalho, segundo a qual o valor de todas as mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho incorporada nelas. É o trabalho e não a utilidade ou escassez, segundo a outra vertente de teoria do valor existente na época, que pode aquilatar o quanto uma mercadoria vale em comparação com as demais. Não é a utilidade, segundo Ricardo, porque este atributo deve existir em toda mercadoria, e a escassez também não pode ser o fator explicativo, pelo fato de que só é importante para definir o preço de alguns bens raros (no caso das mercadorias produzidas industrialmente, não existirá a escassez, desde que se arque com os custos de produzi-las). O trabalho é a contribuição efetivamente social do homem sobre as dádivas da natureza e, portanto, a única fonte real de todo o valor.
Conclusão
David Ricardo, legítimo sucessor de Adam Smith, em seu livro, Princípios de Economia Política e Tributação, contribui fortemente para a teoria do valor e da distribuição. Em sua análise dos problemas econômicos construiu um modelo teórico fundamentado numa economia predominantemente agrícola. Procurou determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre as diferentes classes da sociedade. Foi o primeiro economista a definir que o valor de uma mercadoria depende da qualidade relativa do trabalho realizado para a sua produção. Embora supondo que os salários são relativamente constantes e uniformes, acreditava que os custos do capital poderiam influenciar fortemente os preços.
Para ele, a renda se é influenciada pelo o aumento da população. Esse aumento exige o contínuo cultivo de novas terras, nas quais o custo de produção tem um preço crescente. Os proprietários rurais tenderiam a se apossar da maior parte do excedente econômico em detrimento dos capitalistas. Ricardo prevê como resultado a ocorrência de um “estado estacionário”, causado pelo crescimento populacional e responsável pelo cultivo de terras cada vez mais férteis. Ao chegar a determinado limite, o lucro seria tão baixo que a acumulação de capital simplesmente cessaria, prejudicando o próprio desenvolvimento econômico e, para tentar adiar esse “estado de crise” seria necessário aplicar um amplo programa econômico de caráter liberal.
Bibliografia
Livro: David Ricardo – Princípios de Economia Política E Tributação – Tradução de Paulo Henrique Ribeiro Sandroni
http://www.brasilescola.com/biografia/david-ricardo.htm
http://prof.santana-e-silva.pt/economia_e_gestao/trabalhos_06_07/word/David%20Ricardo.pdf
http://www.economiabr.net/economia/1_hpe5.html
http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/economia/Grandes%20Ecomimistas/David%20Ricardo.htm
http://www.cofecon.org.br/noticias/colunistas/luiz-machado/893-grandes-economistas-x-a-extraordinaria-contribuicao-de-david-ricardo
http://pt.scribd.com/doc/7004034/David-Ricardo-Principios-de-Economia-Politica-e-Tributacao
http://pt.slideshare.net/petecoslides/aula-38-david-ricardo-principais-pontos-tericos
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Biografia-De-David-Ricardo/45374674.html
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/David-Ricardo/73567.html
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Biografia-De-David-Ricardo/30622211.html
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Biografia-De-David-Ricardo/44941594.html