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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
UNIDADE 01
INTRODUÇÃO
CONSIDERANDO QUE O MEIO AMBIENTE É UM CONCEITO TRANSVERSAL A TODAS AS DISCIPLINAS E ANALISANDO OS CONCEITOS E HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA É POSSÍVEL IDENTIFICAR SUA NATUREZA TRANSVERSAL COM AS DEMAIS NORMAS E ÁREAS AFINS?
A PARTIR DA AVALIAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE É POSSÍVEL PERCEBER COMO OS SEUS INSTRUMENTOS PODEM CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL?
DE FATO A POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS CONSEGUE POSICIONAR A SOCIEDADE NO SENTIDO DE SUA RESPONSABILIDADE DA GESTÃO DAS ÁGUAS NO BRASIL?
Ao adentrar o universo das normas legais videntes no Brasil faz-se premente a necessidade de fundamentar conceitos e princípios normativos dentro do contexto histórico da sua produção. Por conseguinte apreender os princípio e diretrizes das Políticas de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos. Nesta etapa você deverá ser capaz de identificar as premissas fundamentais das normas identificando o papel da sociedade na implementação destas normas tendo como consequência os possíveis benefícios ambientais decorrentes da sua observação.
Rota de Aprendizagem
A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho nas avaliações.
“Quando não tem caranguejo, a gente cata pet”. (Marlúcia Santos - Catadora de caranguejo na Baía de Guanabara, referindo-se às garrafas de refrigerante que ela coleta e vende por alguns trocados o quilo). 
Lanço o seguinte desafio: construa a sua interpretação acerca da relação entre essas imagens e o processo de institucionalização do Serviço Social ao final desta unidade. Considere a conjuntura política para o surgimento da profissão, e reflita como seria possível descrever a função da igreja e o papel assumido pelo Estado nesse contexto.
AULA 01 - Direito Ambiental: Conceitos, Princípio e Histórico da Legislação Ambiental
Você certamente já compreende vários conceitos associados à questão ambiental. Ao observar os presentes discursos sobre as questões ambientais pode-se perceber que a evolução humana foi longa até o momento de despertar para uma consciência da necessidade de preservar o meio ambiente. A transformação do planeta em uma aldeia global acelerou ainda mais o processo de difusão da necessidade de garantir a preservação dos recursos naturais para as futuras gerações.
A partir do modelo de produção instituído pelo capitalismo o planeta transformou-se em uma unidade produtora sem fronteiras onde o capital determina o ritmo do consumo e da degradação ambiental. Os efeitos nocivos do processo produtivo já alcançaram a escala global. O problema de um, agora é problema de todos.
Você não precisa fazer muito esforço para enumerar quantos eventos danosos ao ambiente estão a sua volta. A escassez de água já é uma realidade para várias regiões do Planeta. A diminuição acelerada de áreas de florestas, a ocorrência de chuvas ácidas, deslizamento de morros, enchentes, contaminação alimentar, poluição do ar, mudanças climáticas e a destruição da camada de ozônio figuram dentre inúmeras consequências das agressões ambientais.
Luis Paulo Sirvinskas, citando James Lovelock (A Vingança de Gaia) observa que mesmo cessando todo este processo de degradação neste instante a “Terra levaria mais de mil anos para se recuperar do dano já infligido e talvez seja tarde demais até para essa medida drástica nos salvar”.
Saiba Mais
Meio ambiente: Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas suas formas. 
Degradação Ambiental: Alteração adversa das características do meio ambiente. (Conceito extraído da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
Há, porém, pessoas que não acreditam que a Terra esteja sofrendo agressão ambiental e que o chamado “aquecimento global” seja somente mais uma teoria sem comprovação. Há outros, que por razões religiosas ou pessoais, acreditam que a Terra existe para ser explorada a serviço da Humanidade. (Sirvinskas, 2008).
Saiba Mais
James Lovelock: O pesquisador independente James Ephraim Lovelock CH, CBE, FRS é um ambientalista que vive na Cornualha e ficou famoso pela hipótese de Gaia, sugerida com base nos estudos de Lynn Margulis, para explicar o comportamento sistêmico do planeta também conhecida como hipótese biogeoquímica, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada como um gigantesco superorganismo.
Pense que cada um de nós, habitantes deste espaço chamado Planeta Terra, tem suas convicções e por elas se guiam. Nossas ações interagindo com o ambiente natural podem e devem divergir em diversas dimensões de pensamento.
Para consensualizar tantos interesses diferentes é preciso seguir uma REGRA DE CONDUTA. É preciso minimamente de regras de convivência, na medida da garantia dos direitos individuais. Para conduzir os direitos e as ações de interação com o meio ambiente fez-se necessário estabelecer critérios, deveres e direitos na busca da convivência harmoniosa.
Quando falamos de eleição para Presidente da República no Brasil, certamente sabemos que nosso direito de voto é sagrado e com ele podemos manter as garantias de um país democrático.
Se vamos às compras temos regras que nos garantem a relação com o fornecedor: “Código do Consumidor”.
Para garantir uma relação harmônica do homem com o MEIO AMBIENTE estabeleceu-se uma LEGISLAÇÃO AMBIENTAL, que pode ser definida como o conjunto de normas jurídicas que tem por finalidade fundamental disciplinar a atividade humana, para torná-la compatível com a proteção ao meio ambiente.
Para atingir os objetivos de preservação do meio ambiente a Legislação Ambiental estabeleceu direitos e deveres para os cidadãos instituindo instrumentos de conservação do meio ambiente, normas de uso dos diversos ecossistemas, normas para disciplinar atividades relacionadas à ecologia e ainda diversos tipos de unidades de conservação (Sirvinskas, 2008).
Ao buscar o entendimento das regras legais pode-se pensar em algumas questões fundamentais:
Quem estabelece as regras legais? Por quê?
Quais as consequências de não observar as regras?
São inúmeras as perguntas possíveis de pensar. É ainda maior o número de “opiniões” para cada uma dessas perguntas. Para que se promova o mínimo de entendimento sobre o assunto Meio Ambiente foi preciso estabelecer condutas. Elas instituem competências, espaços de atuação, posturas permitidas e proibidas, dentre outros efeitos desejados.
Várias alterações biológicas e físicas determinaram o surgimento de milhares espécies de animais e vegetais. Neste processo também surgiu o ser humano evoluído, dotado de inteligência – o Homo Sapiens.
Neste momento “o homem deixou de ser parte do sistema evolutivo e passou a ser o agente modificador da história do nosso planeta” (Sirvinskas, 2008).
A evolução da Terra e da Humanidade passou por diversas transformações. Em determinado momento de sua evolução, com o registro na história antiga, o homem deixou sua forma nômade de viver, errando pelos campos em busca de alimento e água para sua sobrevivência e estabeleceu-se em áreas limítrofes aos corpos d’água.
Este fato se deu a partir da observação do comportamento dos rios em relação as suas “várzeas” ou áreas marginais (áreas de enchentes do rio quando na ocorrência de eventos de cheias). Após aprender a cultivar as áreas transbordáveis dos rios, onde estavam às terras mais férteis para a plantação, o homem passou a edificar as “cidades” em torno dos rios. Essa história certamente você já conhece.
A partir de documentos históricos é possível perceber a interação do homem com o meio ambiente. É possível observar também o registro das tentativas de regular o comportamento humano em sociedade. O Código deHammurabi (2050 a.C.) é um dos modelos mais antigos citados na bibliografia de estabelecimento de uma legislação para pautar o comportamento do homem em sociedade. Há registros históricos relevantes que sinalizam a aproximação do homem contemporâneo com as questões ambientais.
Como sugestão de conhecimento você pode ler a carta da tribo indígena Seattle (1854) em resposta a proposta de compra de suas terras que foi sugerida pelo então Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce.
No processo de evolução e produção de bens para satisfação de suas necessidades a espécie humana manteve um comportamento exploratório dos recursos naturais que se asseverou a partir da Revolução Industrial. Até então o ambiente era fonte de recursos inesgotáveis, não havendo, portanto uma consciência ecológica instituída.
Com a aceleração dos processos produtivos, proporcionados pela evolução tecnológica, aumentou ainda mais a agressão ao meio ambiente. O desenvolvimento econômico entrou na pauta das discussões internacionais com uma preocupação com o aspecto ambiental, haja vista o acelerado processo de degradação observado.
A Organização das Nações Unidas (ONU), em resposta a comunidade internacional que estava preocupada com o desenvolvimento econômico e um olhar já direcionado para as consequências desta acentuada degradação ambiental, realizou em 1972 a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente em Estocolmo conhecida como Conferência de Estocolmo (1972).
Houve neste momento a introdução na agenda política internacional da dimensão ambiental como condicionante e fator de limitação do modelo tradicional de crescimento econômico e do uso dos recursos naturais. Liberato (2009) considera que a preocupação não era com o meio ambiente, mas com a manutenção do desenvolvimento econômico dos principais países que fizeram parte da Conferência.
Você deve estar se perguntando como se deu o despertar do Brasil para a questão ambiental. A proteção jurídica do meio ambiente no Brasil remota dos tempos do descobrimento. É bem verdade que de forma incipiente com um olhar mais voltado para alguns recursos naturais especificamente.
É relevante citar que tivemos três períodos distintos. São eles:
Observando períodos mais recentes é possível perceber uma mudança de posicionamento quanto às questões ambientais que estão sempre pautando as agendas em todas as partes do mundo. É fato que inúmeros instrumentos legais estão sendo desenvolvidos a cada dia para melhorar o aspecto da defesa do meio ambiente.
Saiba Mais
Sirvinskas (2008) faz referência aos estudos da pesquisadora Ann Helen Wainer (1999) que observa que “foi com as Ordenações Afonsinas seguidas pelas Ordenações Manuelinas, de 1521, que surgiu a preocupação com a proteção à caça e às riquezas minerais, mantendo-se como o crime o corte de árvores frutíferas.”
A citada autora faz referência a “Carta de Regimento”, documento que contêm “um verdadeiro zoneamento ambiental que delimita áreas de mata que devem ser preservadas.”
O grande momento registrado no Brasil é certamente a realização da CONFERÊNCIA RIO-92, ocorrida no Rio de Janeiro onde se reafirmou a Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo, 20 anos antes. Teve-se, por conseguinte a realização do 2º Congresso Internacional de Direito Ambiental (1997).
Saiba Mais
Há outros registros históricos, a saber:
Código de Caça;
Código Florestal;
Código das Águas;
Código Civil (1916);
Constituição de 1824;
Código Criminal (1830): Previa o corte ilegal de árvores e a proteção cultural;
Regimento sobre o Pau-Brasil (1605): Protegia a exploração do Pau-Brasil na vigência das Ordenações Filipinas;
Lei no 601 de 1850: Estabelecia sanções administrativas e penais para a derrubada de matas e queimadas.
Na sequência veio a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como RIO+20, realizada em Johannesburgo, 20 anos depois da CONFERÊNCIA RIO-92, tinha por objetivo dar sequência às discussões iniciadas na Conferência de Estocolmo (1972). As pretensões deste evento mundial estavam focadas na busca por medidas para ajudar a África do Sul a erradicar a pobreza e desenvolver-se de forma sustentável, bem como encontrar medidas para proteção da biodiversidade, diminuição das consequências do efeito estufa com a substituição da energia fóssil por energia limpa.
Com o presente desenvolvimento dos estudos sobre legislação ambiental você perceberá que houve inúmeros avanços na produção das normas de preservação ambiental. Mas também perceberá que há muito a ser feito no sentido de garantir a efetividade destas normas de forma que elas possam alcançar seus objetivos na totalidade atingindo o desejado DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
Leia as normas citadas nesta aula e os instrumentos desenvolvidos nas conferências mundiais. Certamente esta leitura lhe assegurará melhor juízo para compreender os avanços e limitações das normas já estabelecidas. A leitura lhe servirá para compreender a evolução histórica no processo de desenvolvimento de políticas de preservação do Meio Ambiente.
Atividade
A tribo indígena Seattle (1854) escreveu uma carta em resposta a proposta de compra de suas terras sugerida pelo então Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce. Leia e reflita para responder a seguinte questão:
Apesar de tratar-se de uma tribo indígena e dos tempos idos é possível perceber na leitura da citada carta alguns aspectos relevantes que hoje se configuram em reais problemas ambientais? Há registros da premissa de sustentabilidade ambiental nesta resposta?
Resposta:
No texto citado observa-se que os exemplos dados pelo Chefe da tribo indígena Seattle referindo-se as intervenções do homem branco denotam diversos problemas atuais como a extinção de várias espécies de animais, os problemas urbanos, a ocorrência de escassez de água, a poluição do ar, do solo e da água, dentre outros problemas que podem ser facilmente ilustrados na realidade atual. Quanto a evidência da premissa de sustentabilidade é possível identificar na leitura diversas citações em ralação aos ancestrais indígenas e a necessidade de manutenção do meio ambiente aos seus descendentes. Esta visão do passado e o cuidado com as gerações futuras permeiam as citações do texto refletindo o cuidado com a sustentabilidade ambiental.
AULA 02 –Política e Sistema Nacional de Meio Ambiente
Bom, agora é a hora da Política Nacional de Meio Ambiente. Essa política serve para apresentar as regras do jogo e estabelecer responsabilidades dos atores do Sistema Nacional. Além disso, ter por finalidade regulamentar o Art. 225 da Constituição Federal de 1988, fundamentado no direito de todos ao meio ambiente equilibrado ecologicamente.
O instrumento jurídico ou norma que institui esses documentos com suas finalidades e mecanismos de formação e aplicação é a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, configurando-se na lei ambiental mais importante no Brasil.
A referida lei apresenta a estratégia necessária para a aplicação da política ambiental com seus conceitos básicos, objeto definido, princípios fundamentais, objetivos, diretrizes, instrumentos, órgãos, e definição de responsabilidades objetivas.
Com o advento da Lei nº 6.938/81 o Brasil formalizou seu marco legal para todas as políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas pelos entes federativos. A partir disso, iniciou-se a integração e harmonização das políticas ambientais tendo como norteador os objetivos e diretrizes referenciados na lei estabelecida pela União.
Reveja a Política Nacional de Meio Ambiente proposta na Lei n. 6.938/81.
O objeto da Política Nacional de Meio Ambiente é a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e futuras gerações (SIRVINSKAS, 2008).
O Art. 2º da Lei nº 6.938/81 estabelece como objetivo da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA):
"A preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, visando assegurar condições de desenvolvimento socioecômico, aosinteresses de segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana.”
Esse objetivo está fundamentado nos seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Entenda a diferença entre Princípios e Regras: 
Princípios podem ser definidos “como normas que estabelecem fundamentos gerais para que determinado mandamento seja encontrado”. É diferente de regras, pois, estas determinam a própria decisão.
Os princípios do Direito Ambiental estão voltados para a finalidade básica de proteger a vida em quaisquer das formas em que esta se apresente e, para garantir um padrão de existência digno para os seres humanos, desta e das futuras gerações (sustentabilidade).
O conceito de sustentabilidade ambiental está fundado no termo usado para definir ações e atividades que objetivam atender as necessidades humanas atuais sem comprometer o futuro das próximas gerações. Está relacionada com o desenvolvimento econômico de forma parcimoniosa com o meio ambiente, usando seus recursos naturais de forma racional para garantir o desenvolvimento sustentável.
O Art. 4º da PNMA estabelece explicitamente os seguintes objetivos:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Servinskas (2008) estabelece que a Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, princípio contido no caput do art. 225 da Constituição Federal. 
E por meio ambiente ecologicamente equilibrado se entende a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e das futuras gerações.
As diretrizes da Política Nacional estão expostas em normas e planos destinados a orientar a ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e a manutenção do equilíbrio ecológico, observando-se os princípios estabelecidos no Art. 2º da Lei no 6.938/81 (SIRVINSKAS, 2008).
Instrumentos da Política de Meio Ambiente - PNMA
Os instrumentos da PNMA, de acordo com Paulo de Bessa Antunes (2013), encontram fundamento constitucional no art. 225 da Constituição Federal, especialmente no § 1º e seus incisos. Eles estabelecem como fazer, ou seja, são os caminhos para que ocorra a execução da política ambiental. De acordo com Art. 9º da Lei nº 6.938/81 são instrumentos dessa política:
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II – o zoneamento ambiental; 
III – a avaliação de impactos ambientais; 
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; 
IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
X – a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; 
XI – a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
Esses instrumentos estão alocados em três grupos distintos de acordo com José Afonso da Silva (2003).
O primeiro grupo é formado pelos instrumentos de intervenção ambiental, que são os mecanismos condicionadores das condutas e atividades relacionadas ao meio ambiente apresentado nos incisos I, II, III, IV e VI do art. 9º da citada Lei.
O segundo grupo é formado pelos instrumentos de controle ambiental, que constam nos incisos VII, VIII, X e IV do art. 9º.
E o terceiro grupo é formado pelos instrumentos de controle repressivo, que são as medidas sancionatórias aplicáveis à pessoa física ou jurídica constante no inciso IX da Lei citada.
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA
De acordo com o caput do art. 6º da Lei nº 6.938/81, o Sistema Nacional do Meio Ambiente é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
Esse sistema identificada cada um dos “atores” que participam ou podem participar da implementação da Política ambiental, estabelecendo as competências para cada um.
O SISNAMA é constituído por uma rede de agências ambientais com a finalidade de cumprir o princípio matriz previsto na Constituição Federal e as normas infraconstitucionais nas diversas esferas Federal.
O SISNAMA é integrado por um órgão superior, um consultivo e deliberativo, uma central, um executor, diversos órgãos setoriais, órgãos seccionais e órgãos locais, onde cada um possui atribuições definidas, e compete a todos o exercício do poder de polícia em matéria ambiental.
Órgãos do SISNAMA
Órgãos Setoriais
Órgãos da administração federal, direta, indireta ou fundacional, voltados para a proteção ambiental ou disciplinamento de atividades que utilizam recursos ambientais.
Órgãos Seccionais
Órgãos ou entidades estaduais responsáveis por programas ambientais ou pela fiscalização de atividades que utilizam recursos ambientais.
Órgãos locais
Entidades municipais responsáveis por programas ambientais ou pela fiscalização de atividades que utilizam recursos ambientais.
Todos os entes participantes desse sistema podem e devem atuar de forma colaborativa. O que certamente, diante da complexidade de atores e competências esbarra emevidentes dificuldades de articulação. A Lei Complementar nº 140 de 8 de dezembro de 2011 tem por objetivo disciplinar esta articulação entre os órgãos do Sisnama.
Atividade
No município de Caetité, no interior da Bahia, há uma atividade de mineração de Urânio, devidamente licenciada pelo IBAMA, pois, em matéria de componente radioativo tem competência para atuar. Em determinada época um veículo transportando urânio, vindo de São Paulo, foi proibido de seguir viagem pelo interior baiano até a unidade de produção de Caetité, sob alegação de alguns municípios existente no trajeto que não concordavam com a passagem deste produto no entorno de suas vizinhanças. O material ficou retido no pátio do Porto de Salvador sendo retido pela Polícia Federal.
Ainda que se trate de uma situação hipotética é possível identificar alguns atores do SISNAMA com competência para agir nesse embaraço. Você é capaz de identificar algum destes participantes do sistema nesta cena? Cite pelo menos dois deles com as suas devidas competências.
Resposta:
O principal ator desta cena seria o próprio IBAMA, pois, como diz o enunciado é a instituição que tem competência legal quando se trata de produção, manipulação, transporte, carga ou ações correlatas que envolvam componente radioativo. A recusa de permissão de passagem do material radioativo em solos de diversos municípios, certamente estará conflitando com a competência institucional do IBAMA sendo possível recorrer ao Conselho Nacional de Meio Ambiente para manifestação em caráter deliberativo.
AULA 03 – Política Nacional de Recursos Hídricos: importância das águas
Certamente você já falou ou ouviu alguém falar que “água é vida”. Correto?! A água é indispensável à vida em todas as suas formas dentro dos nossos conceitos de vida na terra. 
Para você refletir inicialmente sobre este assunto pense e responda: Se água é vida, por que desperdiçamos ou degradamos tanta água?
Você também reconhece que o nosso Planeta é formado por uma imensa massa de água que cobre a maior parte da sua superfície. Então, por que chamamos Planeta Terra e não Planeta Água?
Bom, vamos deixar essas reflexões para o momento certo e vamos adentrar ao universo da gestão das águas.
Uma questão particular deve lhe inquietar ao pensar que habitando um planeta cuja maior parcela é de água, por que então tanta preocupação com a água?
Pense que no começo dos tempos de vida na terra havia uma população diminuta e o consumo de água era inexpressível. Comparativamente você pode imaginar uma caixa d’água de 10.000 litros onde só você faria o consumo dessa água para beber.
Ora, se você consumir 2 litros de água por dia terá reserva para 5.000 dias, o que daria para manter seu consumo por aproximadamente 13,7 anos.
Pense agora que você se casou e sua família cresceu com a chegada de dois filhos. Mantendo o mesmo consumo individual a sua reserva de água só daria para manter sua família por aproximadamente 3,4 anos. Isso lhe obrigaria a manter um consumo menor individualmente ou buscar novas fontes para garantir a vida em seu lar.
No Planeta, apesar da abundância de água, os volumes disponíveis para consumo humano, segundo estudiosos, aproximam-se de 3%, sendo que destes, apenas 0,8% estão disponíveis nos rios e lagos. Os demais volumes estão em reservatórios subterrâneos e geleiras.
Sabendo que a população mundial continua crescendo e os hábitos de consumo humano pressionam e degradam cada vez mais as reservas de água doce, como promover o equilíbrio entre a disponibilidade, que é a mesma desde a formação da terra, e o consumo desta água que cresce desordenadamente?
Segundo Antunes (2013), a quantidade de água consumida por um cidadão europeu é, em média, 70 vezes maior do que a de um habitante de Gana.
Para resolver essa complexa equação entre demanda crescente e disponibilidade finita é preciso fazer a gestão das águas. Para tornar possível essa gestão precisou-se estabelecer alguns critérios que diferem de um país para o outro, mas que se mantém essencialmente no sentido de garantir a vida na terra.
Para saber como fazer essa gestão precisa-se decidir de quem é a água. Quem tem direito a água? Quais os deveres na conservação hídrica? Como se faz para garantir o melhor uso dessa água?
As respostas a essas e outras perguntas sugerem que há de se reproduzir uma norma para nortear a gestão dessas águas. Por conta disso, as regras desse jogo foram então objeto de esforço de um corpo legislativo, durante várias gestões governamentais no Brasil, que definiu a Política Nacional de Recursos Hídricos.
Antes dessa política, algumas Constituições do Brasil já tratavam sobre as questões relativas as águas definindo a sua dominialidade, ou seja, de quem era o domínio das água, a quem pertencia ou quem tinha competência pra legislar sobre esse assunto.
A Água no Brasil e a Constituição Federal de 1998
Para identificar de quem são as águas no Brasil você precisa entender que um bem pode ser de domínio público (bem jurídicos de propriedade do Estado) ou de domínio privado (bem submetido ao regime de Direito Privado).
A nossa Carta Magna de 1988 no TÍTULO III que versa sobre a Organização do Estado estabelece no CAPÍTULO II, Art. 21 que compete à União “instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso” (Inciso XIX).
No Art. 20 e 26 da Carta determina-se que “as águas são bens públicos, de domínio da União ou dos Estados” o que determina que não existe água de propriedade dos Municípios e nem de particulares.
"No Brasil a Constituição Federal de 1988 determina que Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a territórios estrangeiros ou deles provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais são bens da União.”
Em outras palavras as águas dos rios, riachos, lagos e reservas hídricas subterrâneas são de domínio público, o que significa que a água é um bem de todos os cidadaõs brasileiros e deevm ser geridos de forma democrática e participativa.
Antunes (2013) observa que a Constituição de 1988 apresenta-se com uma concepção moderna no que tange a gestão das águas no Brasil, caracterizando a água como um recurso econômico, e apresentando os rios a partir do conceito de bacia hidrográfica, o que permitiu o desenvolvimento de uma política que observe a gestão de recursos hídricos de forma integrada, assegurando a sua proteção e gestão racional.
Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH
A política de gestão da água no Brasil foi instituída pela Lei nº 9433 de 8 de janeiro de 1997 que além da política, criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos –SINGREH.
Os princípios fundamentais da Política Nacional de Recursos Hídricos estão definidos no Art. 1º e são de necessária compreensão para o entendimento das regras determinantes deste processo de gestão. São eles:
A Água é um bem de domínio público;
A Água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
Em situação de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e dessedentação de animais;
A Gestão dos recursos hídricos deve proporcionar o uso múltiplo das águas;
Bacia hidrográfica é a unidade territorial de implementação da PNRH e de atuação do SINGREH;
Gestão de Recursos Hídricos deve ser descentralizada, com a participação do poder publico, usuários e das comunidades.
Os princípios sugerem a forma como se deve fazer a gestão das águas no Brasil. A adoção da bacia hidrográfica como unidade de gestão e planejamento definiu onde se deve fazer a gestão hídrica. A forma dessa gestão sugere a democratização da gestão e a garantia dos direitos de acesso a água. Como é determinado a participação de todos na defesa deste bem comum observa que só as ações conjuntas serão capaz de produzir resultados favoráveis a gestão da água.
Por conseguinte a Política Nacional deRecuros Hídricos tem como objetivos:
Garantir água em qualidade e quantidade adequada aos respectivos usos para a atual e para as futuras gerações.
Proporcionar e incentivar o uso racional e integrado dos recursos hídricos com vistas ao desenvolvimento sustentável.
Promover a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
A PNRH apresenta também resposta de como fazer a gestão de recursos hídricos. Esta forma reflete-se nos Instrumentos da Política. A saber:
I - Planos de Bacia de Recursos Hídricos: têm como principal objetivo a fundamentação da PNRH com seu devido gerenciamento. Este documento norteia as ações de planejamento dentro da bacia hidrográfica e determina de forma participativa as intervenções necessárias dentro do âmbito de cada bacia hidrográfica. No seu escopo deve conter o diagnóstico dos recuros hídricos atualizado, a projeção de crescimento para a bacia hidrográfica, tanto do ponto de vista populacional como econômico, o balanço de responsabilidade e de demanda hídrica, programas, projetos e ações a serem desenvolvidos na bacia e as prioridades de uso. Deve observar ainda critérios para a cobrança pelo direito de uso da água e porposta de mapemanto de áreas sujeitas a restrição de uso. 
II - Enquadramento dos corpos de água: objetivam assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que estiverem destinados e diminuir os custos do combate a poluição das águas. 
III - Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos: é a garantia do direito ao aceso às águas, conferindo critérios de prioridade deste acesso. A outorga é um instrumento de gerenciamento que garante ao poder público controle quali-quantitativo sobre as águas de seu domínio. 
IV - Cobrança pelo uso dos recursos hídricos: fundamenta-se no reconhecimento da água como bem de valor econômico indicando ao ususário seu valor, bem como permite a obtenção de recuros financeiros para financiamento dos programas e ações dos Planos de Bacias. 
V - Compensação a municípios; 
VI - Sistema de informações sobre recursos hídricos. 
Já que você compreendeu e assimilou as questões fundamentais da gestão, agora saberá quem deve fazer a gestão deste recurso que pertence a todos os cidadãos brasileiros: O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SNGERH, que é composto por:
Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH;
Conselhos de Recursos Hídricos Estaduais e do Distrito Federal;
Órgãos Gestores de Recursos Hídricos;
Comitês de Bacia Hidrográficas;
Agencias de Água.
Todo esse amparato legal instituido pela Lei 9.433/97 deve ser perseguido por todos os cidadãos brasileiros que detém papel importantes nesta gestão. 
O Sistema Nacional de Recursos Hídricos tem por objetivos:
Coordenar a gestão integrada das águas;
Implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
Planejar, regular e controlar o uso, a preservção e a recuperação dos recursos hídricos;
Promover a cobrança pela utilização dos recuros hídricos.
Então, chegamos ao final de mais uma aula, na qual você conheceu sobre os documentos legais para a gestão das águas no Brasil. Continue buscando novas informações e não deixe de ler as leis citadas para acrescentar ainda mais conhecimento.
Atividade
Onde você identifica na Política Nacional de Recursos Hídricos as preocupaçãoes com a sustentabilidade hídrica nacional para o enfrentamento das questões relacionadas ao controle do consumo?
Resposta:
De acordo com o CAPÍTULO II - DOS OBJETIVOS, Art. 2º da Lei 9.433/97 (Lei das Águas) um dos principais objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos é “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. Este objetivo traduz a preocupação de acesso ao uso da água para as gerações futuras o que se sustenta em práticas sustentáveis.
ENCERRAMENTO
Resumo da Unidade
Bom, chegamos ao final dessa unidade. A compreensão do processo de institucionalização das questões ambientais, com o advento da vigência da Política Nacional de Meio Ambiente juntamente com a Política Nacional de Gestão de Recursos Hídricos proporciona a você um marco legal para posicionar-se diante dos desafios de preservar o meio ambiente. Para outras feições do meio ambiente citar-se-á normas específicas que guardaram os princípios das normas anunciadas acima.
Atividade Global
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Lendo o texto da carta hoje se pode perceber que o desabafo do cacique é bastante atual cabendo aos tempos modernos. Tomando como referência a Carta da Tribo Seattle avalie este cenário no Brasil atual fundamentando-se na Política Nacional de Meio Ambiente e da Política de Gestão de Recursos Hídricos e descreva qual a sua percepção sobre as possibilidades de “vendas das terras indígenas” inclusive com os rios e lagos, inseridos na área em questão.
Resposta:
Fazendo a leitura da referida Carta com a referência do solo brasileiro certamente seria uma decisão que não caberia ao cacique, pois, as terras indígenas são áreas protegidas por lei sendo consideradas patrimônio cultural. São áreas que estão sob domínio da União a quem cabe garantir as condições de sobrevivência dos índios desta região. 
A política nacional de meio ambiente do Brasil fundamentaria a necessidade de preservação das áreas indígenas com vistas a garantir as melhores condições de sobrevivência para os seus habitantes. No que tange aos recursos hídricos em hipótese alguma seria admitida a possibilidade de vendas de corpos hídricos, tendo em vista que na Lei das Águas assim comona nossa Constituição Federal não há como alienar a água por tratar-se de bem público, portanto de todos os cidadãos.
UNIDADE 02
INTRODUÇÃO
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE BIODIVERSIDADE (PNB)?
COM A PUBLICAÇÃO DO NOVO “CÓDIGO FLORESTAL“ EVIDENCIOU-SE A DISCUSSÃO SOBRE OS POSSÍVEIS AVANÇOS DA POLÍTICA FLORESTAL NA DEFINIÇÃO DAS ÁREAS PROTEGIDAS. VENCEU A POLÍTICA DESENVOLVIMENTISTA OU PRESERVACIONISTA (AMBIENTALISTA)?
O QUE SÃO ÁREAS PROTEGIDAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO?
Áreas Protegidas são assim classificadas por decreto com objetivo de proteger ecossistemas, populações animais e vegetais que nelas abrigam, a sua diversidade ecológica – biodiversidade - com a devida promoção da sua utilização social e econômica sustentavelmente. Ao decretar uma Unidade de Conservação – UC entende-se que haja também a intenção de garantir a biodiversidade dentro da unidade e em seu entorno. As políticas econômicas de desenvolvimento têm pressionado fortemente essas áreas, reduzindo-as e comprometendo a preservação de diversas espécies. A produção do saber nesta área irá lhe auxiliar para formação de melhor juízo de valor no que tange aos custos e benefícios da decisão estratégica de implantar Unidades de Conservação.
Rota de Aprendizagem
A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho nas avaliações. 
O objeto desta unidade fundamenta-se na expectativa de implantação de áreas protegidas em situações diversas incapazes de garantir o mínimo de diversidade de vidas. Se uma determinada área é indicada para preservação, presupõe-se seu valor ecológico e sua natureza estratégica para preservação de ecossistemas ameaçados. Como promover a proteção de habitat naturais em áreas fortemente antropizadas? Venha fazer essa viagem e encontre suas respostas.AULA 01 – Política Nacional da Biodiversidade: Proteção Jurídica e Biossegurança
Certamente você já ouviu falar de Biodiversidade, mas você sabe o que significa? O homem compõe a biodiversidade?
Você pode afirmar fazendo análise da palavra:
Você é capaz de imaginar quantas espécies existem no mundo?
Não há registros exatos da quantidade de espécies vegetais e animais existentes no mundo, porém há estimativas que variam entre 10 e 50 milhões. Deste universo incontável, até agora, os cientistas classificaram e deram nome a somente 1,5 milhões de espécies. Anualmente, as descobertas feitas pelos taxonomistas adicionam cerca de 15.000 novas espécies ao total das cerca de 1.5 milhões de espécies já descritas.
E no Brasil? Há um número que você arriscaria de espécies identificadas?
O Brasil é considerado o país da "megadiversidade" entre diversos especialistas, que estimam haver aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo, com grandes referências para o potencial terapêutico das plantas da Amazônia. O Brasil disputa com a Indonésia o posto de país com maior diversidade biológica do planeta. 
O Ministério do Meio Ambiente do Brasil – MMA considera que esta abundante variedade de vida, que se traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra, eleva o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos (ou de maior biodiversidade). Isso se deve a variedade de biomas com reflexos na enorme riqueza de flora e de fauna. 
O MMA afirma ainda que o Brasil abriga também uma “rica sociobiodiversidade, representada por mais de 200 povos indígenas e por diversas comunidades – como quilombolas, caiçaras e seringueiros, que reúnem um inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a conservação da biodiversidade”.
Acesse o site do Ministério do Meio Ambiente e aprofunde mais os estudos sobre esse tema.
Apesar da grande diversidade biológica que possui, o Brasil é bastante criticado pelo nível de desmatamento que produz anualmente, substituindo áreas de florestas, de plantação de soja, e pastagens por locais para produção de madeira ou expansão industrial e urbana. Essa forte ação desenvolvida no Brasil não é fato recente e a sua prática continuada oferece maior ameaça à vida.
Um dos biomas mais afetados por prática de destruição de florestas (exploração ou substituição vegetal) no Brasil foi a Mata Atlântica e por consequência a sua vida silvestre também foi afetada. Este processo de destruição teve início no começo do século XVI (MITTERMEIER at al, 2005 apud Dean, 1995; Coimbra-Filho & Câmara, 1996). Não diferente aconteceu na floresta amazônica que sofreu dura devastação, principalmente no período do milagre econômico.
Apesar disso, nos últimos tempos tem-se avançado muito na conservação da biodiversidade no Brasil, tornando-o um dos líderes mundiais nessas iniciativas. Mittermeier et al (2005) comenta que a maior evidência tangível do rápido crescimento da consciência de conservação e da ciência da conservação no Brasil desde o início da década de 70, pode ser vista na proliferação do número de parques e reservas, onde desde 1976 até a década de 1990, o Brasil fez um grande investimento. Bem maior que qualquer outro país tropical e comparável ao de países em desenvolvimento.
A extinção de espécies da diversidade biológica não ocorre meramente pela ação humana, mas também é parte de um processo de evolução de espécies. Antunes 2013 (pg. 704) citando Mayr (1998) assinala que “os organismos são condenados à extinção, a menos que se alterem continuamente”. Porém, é fato perceptível e de fácil constatação que a presença humana implica em fator de extinção e em ritmo diferenciado.
De acordo com demanda da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), instrumento legal derivado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (CNUMAD) no Rio de Janeiro no ano de 1992, todos os países deveriam definir uma política nacional de biodiversidade, sendo essa uma das ações globais desenvolvidas na tentativa de frear a ritmo da perda de espécies por consequência do processo de desenvolvimento econômico mundial.
O Brasil tem uma Política Nacional de Biodiversidade - PNB?
O Decreto nº 4.339 de 22 de agosto de 2002, institui objetivos, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Biodiversidade.
O objetivo da Política Nacional de Biodiversidade é estabelecer ação integrada para a conservação da biodiversidade e para a utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos biológicos e genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados a esse recurso.
Segundo Antunes (2013), este objetivo busca tão somente a conservação da diversidade biológica, ou seja, o manejo e utilização das espécies existentes sob jurisdição nacional, desprezando então a necessidade de preservação da variabilidade de espécies. Observa ainda o autor que há evidentes contradições com os princípios da mesma norma.
A Política Nacional de Biodiversidade apresenta diversos princípios e sua leitura é bastante extensa. Desta forma, apresentarei os princípios mais relevantes para essa discussão:
Há muitas controvérsias e discussões sobre os princípios apresentados na Política Nacional de Biodiversidade no Brasil. Leia cada um desses princípios e faça seu próprio juízo.
A Política Nacional da Biodiversidade reger-se-á pelas seguintes diretrizes:
I - estabelecer-se-á cooperação com outras nações, diretamente ou, quando necessário, mediante acordos e organizações internacionais competentes, no que respeita a áreas além da jurisdição nacional, em particular nas áreas de fronteira, na Antártida, no alto-mar e nos grandes fundos marinhos e em relação a espécies migratórias, e em outros assuntos de mútuo interesse, para a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica; 
II - o esforço nacional de conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica devem ser integrados em planos, programas e políticas setoriais ou intersetoriais pertinentes de forma complementar e harmônica; 
III - investimentos substanciais são necessários para conservar a diversidade biológica, dos quais resultarão, consequentemente, benefícios ambientais, econômicos e sociais; 
IV - é vital prever, prevenir e combater na origem as causas da sensível redução ou perda da diversidade biológica; 
V - a sustentabilidade da utilização de componentes da biodiversidade deve ser determinada do ponto de vista econômico, social e ambiental, especialmente quanto à manutenção da biodiversidade; 
VI - a gestão dos ecossistemas deve ser descentralizada ao nível apropriado e os gestores de ecossistemas devem considerar os efeitos atuais e potenciais de suas atividades sobre os ecossistemas vizinhos e outros; 
VII - a gestão dos ecossistemas deve ser implementada nas escalas espaciais e temporais apropriadas e os objetivos para o gerenciamento de ecossistemas devem ser estabelecidos a longo prazo, reconhecendo que mudanças são inevitáveis. 
VIII - a gestão dos ecossistemas deve se concentrar nas estruturas, nos processos e nos relacionamentos funcionais dentro dos ecossistemas, usar práticas gerenciais adaptativas e assegurar a cooperação intersetorial; 
IX - criar-se-ão condições para permitir o acesso aos recursos genéticos e para a utilização ambientalmente saudável destes por outros países que sejam Partes Contratantes da Convenção sobre Diversidade Biológica, evitando-se a imposição de restrições contrárias aos objetivos da Convenção. 
Diferente de outras normas a Política Nacional de Biodiversidade é constituída por 07 (sete) “componentes” que se traduzem em objetivos específicos. São eles:
Estes são os elementos fundamentais da Política Nacional de Biodiversidade. Com a relevância que o tema merece certamente deveria ser instituído por Lei, porém o que rege é o Decreto com sua controvérsia e inovações enquanto instrumento legal de implementação de política nacional.Atividade
Não se pode negar que a pressão econômica determina o ritmo de vida da humanidade, reservando ao espaço de convivência (diga-se meio ambiente) impactos severos, sob a lógica do bem-estar social com a geração de emprego e renda. Esses impactos são contabilizados como indissociáves da própria condição de existência do homem. Analisando este contexto do ponto de vista meramente legal qual a sua percepção sobre a norma que institui a Política Nacional de Biodiversidade no Brasil?
Resposta:
No que tange a norma o princípio poluidor-pagador acaba validando a ideia de poder degradar na medida em que se pode pagar pela degradação. Toda a justificativa de impacto no ambiente com perda de biodiversidade inclusive, fica mantida na medida em que o empreendimento tem capacidade de pagamento e não de mitigação ou de total anulação dos impactos negativos associados. A biodiversidade por sua vez apresenta-se como matriz de um possível arranjo econômico a ser explorado pelo capital dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
AULA 02 – Código Florestal: Florestas e sua proteção legal.
Há algumas questões postas na mídia que certamente você já ouviu, sendo algumas delas mito, a exemplo da frase “A Amazônia é o pulmão do mundo”. Estampada por diversas vezes em capa de revistas ou manchetes de jornais e sites, a Amazônia ainda é encarada como o grande “pulmão do mundo”. A ideia de que a floresta seria uma grande purificadora do ar, transformando gás carbônico em oxigênio, já foi desmentida por muitos cientistas, mas é fato que as florestas têm seu papel fundamental no equilíbrio do clima do planeta, retendo partículas sólidas e carbono.
Ainda que de forma muito incipiente, o Brasil tem políticas voltadas para a conservação das suas florestas iniciadas em tempos remotos. Já em 1934 o então Presidente Getúlio Vargas regulamentou o decreto 23.793 que em seu art. 23, determinava que o proprietário não poderia “abater” mais de ¾ da vegetação existente em seu imóvel. Era uma tentativa de não permitir a supressão de toda a vegetação nas propriedades, entendendo que as árvores tinham papel fundamental mesmo sendo um conhecimento muito preliminar.
Você lembrou bem!
A preocupação com as florestas começou mais por uma questão mercadológica, do que ambientalista. O Pau Brasil foi um dos primeiros insumos explorados no período do Brasil-Colônia durante aproximadamente três séculos e quase foi extinto.
O Alvará de Regimento das Minas e Estabelecimentos Metálicos, baixado em 30 de janeiro de 1802, exigia ordem escrita da Administração de Matas e Bosques para a venda de madeira e lenha. Já em 1835 uma nova Lei passou a exigir licenças para o corte de Pau Brasil e outras espécies a exemplo da peroba e tapinhoãs.
O termo “madeira de lei” decorre das normas legais estabelecidas pela Coroa Real Brasileira, entre os anos de 1843 a 1858, que relacionou as espécies de árvores que não poderiam ser exploradas sem o consentimento do estado, no caso a própria Coroa Brasileira. Todas as espécies florestais relacionadas e consideradas mais nobres entraram para o rol das madeiras de lei.
Vários documentos vieram depois como, por exemplo:
Código Florestal de 1965 sancionado pelo então Presidente Castelo Branco;
Lei Federal 4.771 que determinou limites mínimos de Área de Preservação Permanente (APP) (mata ciliar) com 5 metros de largura apenas e percentuais mínimos de Reserva Legal (ARL) com 50% na Amazônia e 20% nas demais regiões do País.
Por conseguinte veio a Constituição Federal que não definiu o que é uma floresta ainda que estabeleça uma gama de classificações de florestas e declare que algumas delas estão submetidas a regimes especiais de proteção. (Antunes, 2013).
Então, qual a definição jurídica de floresta no direito brasileiro? Segundo Antunes (2013), embora o Direito brasileiro não reconheça as florestas como definidas em documentos internacionais, escabele no Art. 2º da Lei 12.651 - Novo Código Florestal Brasileiro – o seguinte:
"As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente estabelece.”
Pela etimologia da palavra floresta e de acordo com o Dicionário de Aurélio Eletrônico, floresta pode ser definida como: 
“Verbete: floresta [Do fr. Ant. Forest, hoje forêt, com infl. De flor.] S.f.”.
Formação arbórea densa, na qual as copas se tocam; mata.
Grande Quantidade de coisas muito juntas; aglomerado, conglomerado; mata.
Fig. Confusão, labirinto, Dédalo.
O Direito, segundo Antunes (2013) deverá se socorrer dos conceitos originários da biologia, da ecologia, da agronomia e de outras que sejam consequências da produção científica voltadas para o estudo das florestas. Entende-se que as ciências voltadas para o estudo das florestas não se fundamentam em uma definição genérica de florestas. Existem conceitos jurídicos para cada tipo de floresta e devem ser observado pelo aplicador da Lei.
O Código Florestal é a legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais, ou seja, regulamenta a forma com que a terra pode ser explorada, estabelecendo onde a vegetação nativa tem de ser mantida e onde pode haver diferentes tipos de produção rural. (Luiz Fernando Wisniewski, 2013).
O principal diploma legal voltado para a proteção das florestas era o Código Florestal instituído pela Lei no 4.771 de 15 de setembro de 1965, estabelecida com base na Constituição Brasileira de 1946. Em 25 de maio de 2012 instituiu-se o Novo Código Florestal Brasileiro, através da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. O Art. 1o presente na referida lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente (APP) e as Áreas de Reserva Legal (ARL); a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
O Brasil possui grandes áreas com cobertura florestal que se constituem em muitos ecossistemas entre si e com grande riqueza genética. Os principais ecossistemas florestais brasileiros são a Floresta Amazônica, o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga.
A instituição deste Novo Código Florestal Brasileiro não foi tarefa fácil e ainda hoje gera polêmica entre as partes envolvidas nesta discussão. Os representantes dos ruralistas sentem-se prejudicados por restrições a exploração das áreas rurais que permaneceram na norma. Os ambientalistas, por sua vez, entendem que houve prejuízo aos interesses nacionais em razão da anistia em áreas degradadas e a permissividade de exploração econômica em áreas restritas no Código Florestal anterior. Este embate, certamente, só é possível em um ambiente democrático.
O Novo Código Florestal estabelece em Parágrafo Único do Art. 1º que tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012):
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia; 
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
IV - responsabilidadecomum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
O Art. 2ºapresenta o seguinte: 
§ 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias às disposições desta Lei são consideradas uso irregular da propriedade, aplicando-se o procedimento sumário previsto no inciso II do art. 275 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos do § 1o do art. 14 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das sanções administrativas, civis e penais.
Fica ressalvada a transferência de domínio ou posse do imóvel rural, ao sucessor, de qualquer natureza, de obrigações previstas na Lei como descrito abaixo:
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. 
O Art. 3º estabelece algumas definições fundamentais para a compreensão do Código que você deve ler. Alguns são tão usuais e relevantes que apresentarei aqui. A saber:
Inciso I - Amazônia Legal: composta pelos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão.
Por conseguinte apresenta a definição de Área de Preservação Permanente e Reserva Legal conforme seguem:
Inciso II - Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade; facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
No Capítulo II - Das Áreas de Preservação Permanente (APP) apresenta-se a delimitação dessas áreas conforme estabelece o Art. 4º da Lei. As matas ciliares estão nessas primeiras áreas contempladas para preservação.
O Art. 4º traz a seguinte informação: considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
a) 30 metros, para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; 
b) 50 metros, para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 
c) 100 metros, para os cursos d’água que tenham de 50 a 200metros de largura; 
d) 200 metros, para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 
e) 500 metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros.
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
a) 100 metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 metros; 
b) 30 metros, em zonas urbanas.
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros; 
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado;
O parágrafo 5º deste artigo faz ressalva a possibilidade de usar as áreas de vazante (APP) para plantio de ciclo curto com condições especiais. Observe:
“É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3º desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre”.
Com a mesma lógica de produção admite-se a exploração das margens de corpos d’água para propriedades rurais consideradas de pequeno porte, conforme descrito abaixo.
§ 6º Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da agricultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; 
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos; 
III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente; 
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.
O Parágrafo único do Art. 3º prevê que:  Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos imóveis a que se refere o inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com até 4 módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território. 
O módulo fiscal serve de parâmetro para classificação do imóvel rural quanto ao tamanho, na forma da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.
Pequena Propriedade - área compreendida entre 1 e 4 módulos fiscais; 
Média Propriedade - área superior a 4 e até 15 módulos fiscais.
Outra área de preservação importante que trata o Art. 4º é a Reserva Legal que é uma parcela de cada propriedade que deve ser preservada com a vegetação nativa. Atualmente, é de 20%, exceto na Amazônia Legal, onde chega a 80% em áreas de floresta, e 3% nas zonas de cerrado.
Assista ao vídeo Novo Código Florestal e conheça mais um pouco sobre esse assunto!
De acordo com o Inciso III do Art. 4º do Código Florestal a “Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
De acordo com o Novo Código, o proprietário de até 4 módulos fiscais não precisa recompor a mata nativa já degradada. Porém, ambientalistas acreditam que os grandes proprietários podem dividir suas terras e colocar em nome de familiares e assim não precisarão cumprir essa determinação.
A norma cita ainda outras APP, a exemplo de manguezais, restingas e topo de morro. Leia o artigo 4º e destaque todas as áreas citadas para seu conhecimento e identificação.
O novo Código Florestal estabelece no seu Art. 7º que “a vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado”.
No Parágrafo 1º deste artigo estabelece necessidade de recuperação da cobertura vegetal, como está posto:
§ 1º  Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
A norma admite, nasAPP, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, conforme alteração da Lei promovida pela Medida Provisória no 571/2012.
§ 3º  No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de novas autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas no § 1º.
Para efeito de supressão de vegetação para uso alternativo do solo o Código Florestal define, no Art. 26 que “a supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama”. 
Todas as propriedades rurais devem ter o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, conforme Art. 29: registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
As alterações ocorridas na legislação florestal nas últimas décadas foram o principal fundamento as críticas feitas pelos representantes do agronegócio em relação ao Código, evidenciando as tensões entre ruralistas e ambientalistas a favor ou contra mudanças. Esse debate se acirrou a partir de 2009, quando o projeto chegou a Câmara Federal.
Um dos grandes embates foi a definição dos limites para a preservação de matas ciliares às margens de rios, lagos e outros cursos d’água que inicialmente propunha-se a redução de 30 metros de largura para 10 metros ou menos, fato que não ocorreu.
Há vários conceitos e informações fundamentais para conhecimento pleno do Código Florestal. Esta política encontra-se intimamente ligada a Política Nacional de Biodiversidade, fazendo restrições de uso em áreas de valor ecológicos e significativo para a preservação das espécies nativas.
Atividade
Identifique algumas das principais alterações legais produzidas no Novo Código Florestal comparando-o com o antigo Código, e apresente seu olhar sobre os possíveis avanços ou retrocessos.
Resposta:
No que tange a proteção do meio ambiente natural continua sendo obrigação do proprietário a manutenção das áreas protegidas de sua propriedade: Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). A diferença está na implementação e na fiscalização desses espaços, sujeitos ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
As áreas de preservação permanente devem ser protegidas e conservadas em virtude da sua “função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (Art. 3º, II, da Lei 12.561/12). Neste caso não houve grandes alterações. Em algumas situações tentou-se clarear o texto como, por exemplo, na parte em que aborda a previsão de que devem ser protegidas como APPs as faixas marginais dos cursos d’água naturais, passando a medição dessas faixas a partir das bordas da calha do leito regular dos cursos d’água. Quanto aos reservatórios artificiais continua obrigatório para qualquer intervenção em curso d’água. Manteve-se a proteção das encostas, dos topos de morros, restingas, manguezais, bordas de tabuleiros e chapadas e de altitude superior a 1800 metros.
Independentemente do uso consolidado das áreas para cultivo ou criação de animais todos os imóveis rurais estão sujeitos à obrigação de manter a sua reserva legal. A Reserva Legal continuou passível de exploração limitada, mediante manejo sustentável, sendo que sua averbação no Cartório de Registro de Imóveis não será obrigatório a partir da sua declaração e inclusão no CAR – Cadastro Ambiental Rural. Essa inscrição será obrigatória para todos os proprietários rurais, onde deverão ser inscritas as propriedades, com seu perímetro identificado e delimitado com coordenadas geográficas, assim como todos os espaços protegidos no interior do imóvel, especialmente APPs e Reserva Legal.
A Reserva Legal passou a ser computada juntamente com as áreas de APP, fato que é defendido pelos ruralistas como benefício que poderá ser muito útil à regularização de imóveis rurais, limitado pelas hipóteses de o cômputo sem implicar na conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo, que a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação e que o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Aula 03 - Áreas Protegidas e Unidades de Conservação: Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC
Para adentrar o universo das Áreas Protegidas precisa-se primeiramente identificar qual o conceito básico que orienta a sua instituição. Pode-se definir Área Protegida como um espaço geográfico identificado, reconhecido, dedicado e gerido através de meios legais com a finalidade de promover a sua conservação, preservação e proteção da sua diversidade biológica ao longo do tempo com toda a natureza e serviços associados ao ecossistema e os valores culturais. Esta definição foi expressa no 4º Congresso Mundial sobre Parques Nacionais e Áreas Protegidas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) em 1994.
O texto constitucional brasileiro preceitua que o poder público deve definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos.
De acordo com o inciso III do Art. 225 da Constituição determina-se que seja atribuição do estado:
“Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.”
A Constituição Federal determina que a demarcação destas áreas protegidas seja feita com base no poder de polícia e de delimitação legal do exercício de direitos individuais, em benefício da coletividade que é dotada a Administração Pública (Antunes, 2013).
O grau de preservação de uma área protegida é variável considerando tipo de proteção legal de cada uma delas consideradas individualmente e a classificação jurídica que tenha sido estabelecida (Antunes, 2013). Uma área protegida não deve ser assim considerada com a concepção de intocabilidade.
A Constituição Brasileira não proíbe que todas as áreas merecedoras de especial proteção legal – áreas protegidas – possam ser utilizadas e exploradas economicamente. Contudo, proíbe a utilização que altere as características e os atributos que deram fundamento à especial proteção (Antunes, 2013).
Observando ainda o inciso III, no § 4o do Art. 225 da Constituição Federal tem-se que “a Floresta Amazônica brasileira, a mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional e sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.
O Brasil vem aumentando significativamente o número de áreas protegidas, sendo que se deve observar a necessidade de que recursos para sua manutenção estejam devidamente alocados. Por outro lado, alguns ambientalistas acreditam que mesmo sem esses recursos, o simples fato de instituir a unidade de conservação já se cria complicações para aqueles que desejam degradá-la. 
Breve histórico:
O primeiro Parque Nacional Brasileiro foi do ano de 1937, no antigo estado do Rio de Janeiro.
Em 1948 foi aprovada a Convenção para a proteção da flora, da fauna e das belezas cênicas naturais dos países da América, que introduziu outras categorias de unidades de conservação no sistema jurídico brasileiro – Lei no 3, de 13 de fevereiro de 1948.O antigo Código Florestal – Lei no 4.771 estabeleceu novos critérios para o estabelecimento de áreas protegidas, com a definição de áreas passíveis de utilização ou não.
O acirramento das discussões sobre a possibilidade de desenvolvimento de atividades produtivas em áreas protegidas ocorreu no 4º Congresso Mundial de Parques Nacionais e Áreas Protegidas, em Caracas no ano de 1992. Como consequência, no Brasil, estabeleceu-se as chamadas Reservas Extrativistas e outras unidades de conservação e uso sustentável (Antunes, 2013).
Ela é considerada uma área protegida destinada a preservação da diversidade biológica daquele espaço. Unidade de Conservação são espaços territoriais que, por força de ato do Poder Público, estão destinados ao estudo e preservação de exemplares da flora e da fauna, podendo ser públicas ou privadas.
Para garantir a legalidade das áreas definidas como protegidas foi instituída a Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000 que regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal e institui ainda o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e outras providências.
A Lei de SNUC inovou quando estabeleceu o conceito normativo de “preservação” no inciso V do Art 2º da referida lei. A saber: Preservação é o conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção em longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais.
Observe abaixo os objetivos fundamentais da Lei, apresentados no Art. 4º:
I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; 
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; 
III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; 
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; 
V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; 
VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; 
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; 
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; 
XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; 
XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
Não conte para ninguém, mas acho que vou propor uma Unidade de Conservação na minha terrinha lá no interior. Lá tem muita vegetação e o povo está desmatando. Os passarinhos estão sumindo. Será que eu posso?
Não é tão simples assim. Para criação de Unidades de Conservação deve-se observar o regulamento da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, instituído pelo Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002 que dispõe no seu Art. 2º que o ato de criação de uma unidade de conservação deve indicar:
I - a denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão responsável por sua administração;
II - a população tradicional beneficiária, no caso das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável;
III - a população tradicional residente, quando couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais;
IV - as atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas.
Para tanto a UC deverá possuir algumas características fundamentais, quais sejam:
De acordo com o Art. 5o da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000 o SNUC será regido por diversas diretrizes. Veja algumas delas:
I - Assegurar que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente;
II - Assegurar os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de unidades de conservação;
III - Assegurar a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação;
Essas e outras diretrizes devem ser observadas sempre que se deseje propor determinada Unidade de Conservação.
De acordo com o Art. 6o  o SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
Ressalva-se no Parágrafo único do artigo que “podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção”.
As Unidades de Conservação, de acordo com o Art. 7º do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas. São eles:
Unidades de Proteção Integral:
De acordo com o § 1º do Art. 7º o “objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei”. Observe exemplos dessas unidades:
Unidades de uso Sustentável:
O § 2º do Art. 7º apresenta como objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável a compatibilização da conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. São exemplos dessas unidades:
Para fins de funcionamento das UC faz-se premente a necessidade de instituir o Zoneamento e Plano de Manejo e eleger um Conselho Gestor. De acordo com o Art. 22 “as unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público”.
A Gestão de UC deve ser colegiada (Conselho Consultivo e Deliberativo), com a adoção de critério de participação organizada da sociedade, Administração Pública e populações das áreas diretamente vinculadas à unidade de conservação (Antunes, 2013).
Tem-se ainda de relevante sobre o tema de UC a Reserva da Biosfera que é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações.
De acordo com o Art. 41 essa Reserva da Biosfera é constituída por:
Uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza;
Uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo;
Uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis;
Áreas de domínio público ou privado.
Segundo o § 3º deste mesmo artigo, a Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas legais que disciplinam o manejo de cada categoria específica.
A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato de constituição da unidade.
Essa Reserva é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro.

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