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Prévia do material em texto

Direito 
Ambiental
NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA
AUTORIA
Nathalia Ellen Silva Bezerra
Sou formada em Direito, com uma experiência técnico-profissional 
na área de Direito do Trabalho e Previdenciário. Além disso, atuo como 
conciliadora e advogada, tendo em vista a colocação em prática e a 
valorização dos meios alternativos de solução de conflitos. Ao longo da 
minha vida acadêmica, sempre demonstrei um grande interesse pela 
escrita, dessa forma espero que, por meio desse material e da experiência 
vivenciada, você consiga adquirir e ampliar os seus conhecimentos para 
que possa exercer uma vida profissional plena. Por isso fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte conosco! 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Política Nacional do Meio Ambiente .......................................................10
Definição ................................................................................................................................................10
Objetivo....................................................................................................................................................11
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente ........................................ 14
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente .................................................16
Sistema Nacional do Meio Ambiente ............................................................................... 17
Instrumentos da Política Ambiental ........................................................ 21
Aspectos Gerais sobre os Principais Instrumentos da PNMA ........................ 21
Padrões de Qualidade Ambiental .......................................................................................23
Zoneamento Ambiental ..............................................................................................................24
Avaliação de Impacto Ambiental .........................................................................................26
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA) .......................................................................................................................................................27
Licenciamento Ambiental .........................................................................................................28
Outros Instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente .......................29
Política Nacional de Recursos Hídricos................................................. 31
Recursos Hídricos ........................................................................................................................... 31
A Relação Entre os Recursos Hídricos e a Constituição de 1988 ................33
Aspectos Gerais sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos ..............34
Objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos ...................... 36
Diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos ...........................................37
Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos ................................. 38
Área de Preservação Permanente ...........................................................40
Aspectos Gerais das Áreas de Preservação Permanente ................................ 40
Áreas de Preservação Permanente e Legislações Infraconstitucionais ....... 41
Conceito ..............................................................................................................................42
Natureza Jurídica ..........................................................................................................43
Delimitações das Áreas de Preservação Permanente ....................43
Proteção e Supressão das Áreas de Preservação Permanente ......47
7
UNIDADE
02
Direito Ambiental
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área relativa às legislações ambientais e as 
suas prerrogativas é dotada de grande importância no ordenamento 
jurídico brasileiro. Diante disso, seu cumprimento e a obediência aos 
dispositivos contidos nas leis em questão merecem destaque. Desta feita, 
as determinações legais em pauta também trazem frutos e resultados 
importantes para a qualidade da vida humana e para a saúde dos seres 
humanos, desde que sejam devidamente cumpridas. Dessa maneira, no 
decorrer desta unidade, aprenderemos os principais aspectos e pontos 
relativos à Política Nacional do Meio Ambiente, dando ainda ênfase aos 
instrumentos que devem ser utilizados perante a política nacional. Mais 
à frente poderemos compreender a importância exercida e o modo pelo 
qual funcionam as determinações relativas à Política Nacional de Recursos 
Hídricos, sem deixar de lado ainda o estudo destinado ao entendimento 
das áreas de preservação permanente, destacando aquelas existentes 
no território nacional brasileiro. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva 
você vai mergulhar neste universo! Vamos juntos!
Direito Ambiental
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Políticas ambientais. Nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender como funciona a Política Nacional do Meio Ambiente.
2. Analisar as técnicas relativas aos instrumentos da política 
ambiental.
3. Identificar as políticas nacionais de recursos humanos.
4. Investigar quais são as principais áreas de preservação ambiental.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Direito Ambiental
10
Política Nacional do Meio Ambiente
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
quais são os principais aspectos relativos à Política Nacional 
do Meio Ambiente, sendo realizada uma análise acerca das 
disposições legais e do seu impacto no cotidiano humano. 
Isso será fundamental para o exercício de sua profissão 
e para a sua vida em sociedade, já que o conhecimento 
acerca das leis e a proteção ao meio ambiente é aspecto 
fundamental para a vida humana. E então? Motivado para 
desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!.
Definição
Querido aluno, na primeira unidade do nosso e-book, pudemos 
ver que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 
norma suprema do nosso ordenamento jurídico, traz disposições de 
suma importância para o campo do Direito Ambiental, contudo grande 
parte dos direitos e das proteções fornecidas pela Lei Maior exigem o 
estabelecimento de normas no campo infraconstitucional para que 
possam efetivaraquilo que está sendo expresso em seu texto. 
Nesse sentido, todo um sistema de normas voltado para o meio 
ambiente passa a ser criado ou validado no Brasil e uma dessas normas, 
a Política Nacional do Meio Ambiente, é fonte de estudo deste capítulo. 
A Política Nacional do Meio Ambiente foi criada com fundamento nos 
incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 235 da Constituição da República 
Federativa de 1988.
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, é a responsável por dispor 
acerca da Política Nacional do Meio Ambiente, levando em consideração 
a sua finalidade e os mecanismos necessários para que seja empregada, 
dando destaque ainda a sua formulação e aplicação, entre outras 
temáticas consideradas importantes para discussão legal. Além disso, o 
mencionado instrumento legal ainda é incumbido de constituir o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente e de instituir o denominado Cadastro de 
Defesa Ambiental.
Direito Ambiental
11
Antes do estabelecimento da lei em destaque, os estados e os 
municípios possuíam uma maior autonomia acerca da criação das leis 
relativas à proteção ao meio ambiente. Sendo assim, os estados agiam 
de forma independente e os resultados nem sempre eram positivos, já 
que cada um dos entes federativos nacionais acabava se comportando 
de uma maneira distinta, sendo que havia aqueles que não davam a 
devida atenção ao estabelecimento das diretrizes e políticas destinadas 
ao meio ambiente, fato que tornou ainda mais importante a unificação, a 
integração e a harmonização do tema no âmbito nacional.
A Política Nacional do Meio Ambiente, também conhecida pela 
sigla PNMA, é a legislação mais importante no âmbito ambiental presente 
no ordenamento jurídico nacional, já que fornece efetividade prática 
para aquilo que o artigo 225 da CRFB/88 dispõe. Uma das maiores 
preocupações desta lei gira em torno da utilização adequada dos recursos 
naturais, para que assim o meio ambiente não seja colocado em risco e o 
equilíbrio ambiental seja atingido.
Como resultado da criação da Política Nacional do Meio Ambiente, 
uma ampliação dos direitos e dos assuntos referentes aos recursos naturais 
passou a ser aperfeiçoada. Nesse sentido, Luís Paulo Sirvinskas afirma que 
a PNMA foi a responsável por fixar conceitos importantes e básicos, como 
o que pode ser entendido como meio ambiente, degradação e poluição. 
Tendo sido ainda a incumbida de determinar quais são os objetivos, 
diretrizes e instrumentos de destaque no campo da Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Objetivo
A principal finalidade do Projeto Nacional do Meio Ambiente está 
voltada para a regulamentação das diversas atividades que envolvam o 
meio ambiente, de forma direta ou de maneira indireta, para que assim 
os espaços ambientais sejam preservados, recuperados, revitalizados e 
melhorados com base na qualidade ambiental, fazendo com que a vida 
humana torne-se melhor e mais favorável. Nesse contexto, as técnicas 
relativas à proteção ambiental aliam-se à busca pelo desenvolvimento 
social e econômico.
Direito Ambiental
12
Assim, a Política Nacional do Meio Ambiente apresenta um conjunto 
de objetivos, que se dividem em objetivos específicos e gerais. Nesse 
sentido, o objetivo geral encontra-se no caput do artigo 2º da Lei nº 
6.938/1981, sendo compreendido como
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por 
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, 
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes 
princípios. (BRASIL, 1981)
Diante disso, querido aluno, ao fazer a interpretação do conteúdo 
do dispositivo em questão, podemos entender que o objetivo geral da 
Política Nacional do Meio Ambiente apresenta como foco principal três 
divisões baseadas na preservação, no melhoramento e na recuperação 
do meio ambiente. 
Nesse sentido, segundo Nathalia Mendes (2016), o ato de preservar 
pode ser entendido como a busca em manter o estado natural do meio 
ambiente, ou seja, impedir a intervenção humana no estado natural das 
coisas, e mesmo quando isso ocorrer é necessário que seja feito com 
cautela para que os recursos naturais possam ser repostos, caso contrário 
deixarão de existir de forma permanente. 
Por sua vez, promover melhorias está relacionado com o fato 
de a qualidade ambiental tornar-se melhor em razão das intervenções 
humanas, sendo que isso será possível quando o uso e o manejo adequado 
forem utilizados. Um exemplo que podemos citar refere-se à retirada e ao 
resgate de certas espécies animais de seus lugares de origem para que 
sejam tratados de alguma doença ou aqueles que são encontrados nos 
grandes centros urbanos, para que posteriormente a sua recolocação em 
seus habitats de origem seja realizada com sucesso.
Direito Ambiental
13
SAIBA MAIS:
Levando em consideração o exemplo dado no parágrafo 
acima, leia a reportagem “Fora do habitat natural, animais 
são cuidados em clínicas em Porto Alegre”, para que você 
possa visualizar a situação narrada na prática e no contexto 
vivenciado em nosso país. Disponível aqui.
Por fim, o termo “recuperar”, ainda segundo Nathalia Mendes, 
está relacionado à busca por atingir o status quo ante, ou seja, a luta 
em fazer com que uma área anteriormente degradada volte a ter as 
suas características de origem. Assim, entre os três objetivos gerais 
apresentados pela Política Nacional do Meio Ambiente, o mais difícil de 
ser alcançado é o relativa à recuperação, levando em consideração a 
expansão dos danos promovidos ao meio ambiente, sendo alguns desses 
até mesmo irreversíveis.
Após termos aprendido quais são os objetivos gerais da política em 
estudo, é importante destacar que os objetivos específicos estão expostos 
nos incisos do artigo 4º da Lei nº 6.938/1981, que diz:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico 
social com a preservação da qualidade do meio ambiente 
e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental 
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo 
aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
do Territórios e dos Municípios; (Vide decreto nº 5.975, de 
2006).
III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade 
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de 
recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia 
s nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais;
Direito Ambiental
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/04/fora-do-habitat-natural-animais-sao-cuidados-em-clinica-em-porto-alegre.html
14
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, 
à divulgação de dados e informações ambientais e à 
formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio 
ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais 
com vistas á sua utilização racional e disponibilidade 
permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação 
de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao 
usuário, de contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. (BRASIL, 1981)
Assim, em conformidade com o objetivo geral e com os objetivos 
específicos, podemos entender com facilidade que a preservação do 
meio ambiente e o crescimento econômico não devem ser vistos como 
lados opostos da mesma moeda. Pelo contrário, devem ser considerados 
aliados em busca do desenvolvimento conjunto, já que só assim os 
produtos, bens e serviços poderão ser fornecidos com qualidade e 
baseados em preceitos sustentáveis. Além disso, os objetivos em pauta 
também visam à promoção e à efetivação dos princípios relacionadosà 
dignidade da pessoa humana.
Instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente
Em razão da importância dada ao assunto relativo aos instrumentos 
da Política Nacional do Meio Ambiente, bem como em reazão da riqueza 
de detalhes que permeia o assunto, a temática em questão será abordada 
em capítulo específico para sua melhor compreensão. 
Contudo, já podemos adiantar que os principais instrumentos da 
Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com o artigo 9º, e 
os seus incisos, da Lei 6.938 de 1981, são: 
I) o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II) o zoneamento ambiental; III) a avaliação de impactos 
ambientais; IV) o licenciamento e a revisão de atividades 
efetiva ou potencialmente poluidoras; V) os incentivos 
Direito Ambiental
15
à produção e instalação de equipamentos e a criação 
ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da 
qualidade ambiental; VI) a criação de espaços territoriais 
especialmente protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção 
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; VII) o sistema nacional de informações 
sobre o meio ambiente; VIII) o Cadastro Técnico Federal 
de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX) 
as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação 
ou correção da degradação ambiental; X) a instituição 
do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI) a 
garantia da prestação de informações relativas ao Meio 
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, 
quando inexistentes; XII) o Cadastro Técnico Federal de 
atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras 
dos recursos ambientais; XIII) instrumentos econômicos, 
como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. 
Figura 1 – Qualidade do meio ambiente
Fonte: Pixabay.
Direito Ambiental
16
Princípios da Política Nacional do Meio 
Ambiente
Aluno(a), espero que você esteja lembrado(a) de que, durante 
a unidade anterior, tivemos a oportunidade de estudar os princípios 
relativos ao Direito Ambiental, contudo a presente seção não deve 
ser confundida com os conhecimentos que foram destacados nesse 
momento anterior, já que, mesmo que exista coincidência entre alguns 
dos princípios, eles não podem ser enquadrados como idênticos, uma 
vez que os princípios presentes no campo do Direito Ambiental acabam 
sendo mais abrangentes do que aqueles contidos no texto legal relativo 
à Política Nacional do Meio Ambiente. Isso nos permite concluir que cada 
princípio possui seu espaço de aplicação e sua correspondência com o 
caso concreto em estudo.
Nesse sentido, os princípios relativos à Política Nacional do Meio 
Ambiente estão presentes nos incisos do artigo 2º da Lei nº 6.938/1981, 
sendo denominados como princípios norteadores das ações, como pode 
ser visto a seguir:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio 
ecológico, considerando o meio ambiente como um 
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e 
do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de 
áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias 
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos 
ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
Direito Ambiental
17
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, 
inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. (BRASIL, 1981)
Após fazer a leitura dos mencionados princípios, é fácil entender sua 
importância, tendo em vista a clareza dos dispositivos. Ao relembrarmos 
o aprendido acerca dos princípios do Direito Ambiental, também pode-se 
visualizar com facilidade a correspondência apresentada com alguns dos 
princípios apresentados na presente unidade, bem como o fato de que 
aqueles são bem mais abrangentes do que os presentes na PNMA.
Sistema Nacional do Meio Ambiente
Outra contribuição de suma importância trazida pela Política 
Nacional do Meio Ambiente foi a criação do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente, que pode ser compreendido como a junção de órgãos e 
entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e das 
fundações do Poder Público, dotados do objetivo de promover a proteção 
e melhorias referentes à qualidade ambiental. 
Nesse sentido, a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente 
é apresentada pelo artigo 6º da Lei nº 6.938/1981, com base nos seus 
incisos:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função 
de assessorar o Presidente da República na formulação 
da política nacional e nas diretrizes governamentais para 
o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada 
pela Lei nº 8.028, de 1990).
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, 
estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes 
de políticas governamentais para o meio ambiente 
e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à 
sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, 
de 1990).
Direito Ambiental
18
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da 
Presidência da República, com a finalidade de planejar, 
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, 
a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas 
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, 
de 1990).
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
- Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e 
fazer executar a política e as diretrizes governamentais 
fixadas para o meio ambiente, de acordo com as 
respectivas competências; (Redação dada pela Lei nº 
12.856, de 2013)
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais 
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo 
controle e fiscalização de atividades capazes de provocar 
a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, 
de 1989).
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, 
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas 
atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela 
Lei nº 7.804, de 1989). (BRASIL, 1981)
Nesse sentido, a Figura 1 apresenta a mencionada estrutura de 
forma resumida para que o assunto seja melhor fixado.
Figura 2 - Estrutura do Sisnama 
Fonte: Elaborado pela autora (2020) em conformidade com a Lei nº 6.938/1981.
Assim, esse sistema apresenta como principal foco a formação 
de uma aliança entre os três níveis da federação para que a PNMA seja 
implantada de maneira correta, podendo obter resultados no campo 
prático, ultrapassando aquilo que é estabelecido apenas no papel.
Direito Ambiental
19
A sigla correspondente ao Sistema Nacional de Meio Ambiente é o 
Sisnama, sendo de sua responsabilidade o estabelecimento de normas 
e de fiscalização das leis e diretrizes de cunho ambiental, tendo como 
foco aquelas ações e condições que possam danificar mais do que dois 
estados presentes no território nacional. 
Além disso, é importante destacar que, por meio do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente, uma maior autonomia passa a ser concedida 
aos estados, já que eles poderão criar normas ambientais quese adequem 
a sua realidade, mas não poderão deixar de lado os estabelecimentos 
gerais fixados pela Política Nacional do Meio Ambiente. Desta feita, o 
Sisnama também atribui aos Estados a função relativa à divulgação de 
informações acerca da preservação ambiental, levando em consideração 
os posicionamentos de pessoas dessa área, as normas de fiscalização 
e a concessão de licenciamento para aquelas obras que estão sendo 
efetuadas em seu território, sejam essas em um município específico, ou 
aquelas que possam gerar impactos para mais de uma cidade.
É importante salientar que os municípios também não ficam de 
fora da participação e da preservação destinada ao meio ambiente, já 
que o Sisnama também atribui a esses entes federativos as mesmas 
responsabilidades que destina aos órgãos federais e aos estados, sendo 
que de forma ainda mais centrada nas necessidades da cidade em pauta, 
tornando possível debates referentes às responsabilidades ambientais, 
que poderão abarcar a população local e ter como foco a promoção, o 
incentivo e o cuidado com o meio ambiente como um todo.
Direito Ambiental
20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que a Política Nacional do Meio Ambiente foi 
estabelecida pela Lei nº 6.938/1981, que desde então vem 
proporcionando mudanças e avanços significativos para o 
meio ambiente no cenário nacional, dando ênfase à busca 
pelo desenvolvimento sustentável aliada ao crescimento 
econômico. Também pudemos aprender quais são os 
principais objetivos apresentados pela mencionada 
política, dando destaque ainda aos seus princípios. Além 
disso, outra determinação importante trazida pela lei em 
estudo durante esta unidade possui como foco a criação 
do Sistema Nacional do Meio Ambiente, que tem como 
principal finalidade melhorar, proteger e recuperar o meio 
ambiente presente no território nacional, sendo que essa 
função é dividida entre União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios.
Direito Ambiental
21
Instrumentos da Política Ambiental
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
quais são os principais aspectos relativos aos instrumentos 
da Política Nacional do Meio Ambiental, sendo realizada 
uma análise acerca das disposições legais e de seu 
impacto no cotidiano humano. Isso será fundamental para o 
exercício de sua profissão e para a sua vida em sociedade, 
já que o conhecimento acerca das leis e da proteção ao 
meio ambiente é aspecto fundamental para a vida humana. 
E então? Motivado para desenvolver essa competência? 
Então vamos lá. Avante!
Aspectos Gerais sobre os Principais 
Instrumentos da PNMA
Querido aluno, aprendemos no capítulo anterior os principais 
aspectos da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo que seu maior 
objetivo está voltado para a preservação, para as melhorias e para a 
recuperação relativa ao meio ambiente, quando ele tiver sido danificado. 
Diante disso, o meio ambiente deve ser encarado como um aliado na 
busca do desenvolvimento socioeconômico, levando em consideração 
ainda fatores como a segurança nacional e a garantia de uma vida digna 
para os seres humanos.
Nesse sentido, o artigo 9º prevê quais são os instrumentos da 
política nacional do meio ambiente:
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
Direito Ambiental
22
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos 
e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a 
melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente 
protegidos pelo Poder Público federal, estadual e 
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio 
ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e 
Instrumento de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio 
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao 
Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-
las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 
1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades 
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos 
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, 
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (BRASIL, 
1981)
Assim, os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são 
as ferramentas utilizadas para colocar em prática aquilo que é elencado 
pela Administração Pública, ou seja, por meio dos instrumentos é que 
serão alcançados os objetivos da política nacional. Salienta-se, ainda, 
que os instrumentos da PNMA foram criados por meio de Resoluções do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Direito Ambiental
23
Desta feita, aluno, levando em consideração a importância 
desse tema para a proteção do meio ambiente, assim como para 
o desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade e na 
manutenção dos interesses sociais, é imprescindível que você amplie os 
seus conhecimentos acerca dos detalhes que cercam cada um desses 
instrumentos. Por isso, ao longo deste capítulo e nos tópicos a seguir, 
aprenderemos detalhes acerca dos principais instrumentos da política 
ambiental presentes no Brasil.
Padrões de Qualidade Ambiental
Já no inciso I do artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, é mencionada a 
existência e a necessidade do “estabelecimento de padrões de qualidade 
ambiental”. Esse padrão envolve critérios relativos à qualidade do ar, das 
águas e dos sons, já que todos estão englobados como meio ambiente.
Desta feita, a Política Nacional do Meio Ambiente fixa como uma das 
competências do Conama estabelecer normas referentes ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente, tendo em vista o consumo 
e a utilização consciente dos recursos naturais existentes no planeta Terra 
(artigo 8º da Lei nº 6.938/1981). 
Nesse sentido, ainda em conformidade com a mencionada política, 
a qualidade ambiental pode ser entendida como a atribuição de um juízo 
de valor relativo às condições do meio ambiente, sendo considerados 
assim os danos e os perigos que possam comprometer o meio ambiente, 
e consequentemente, atingir a saúde da população e, de forma mais 
abrangente, da sociedade como um todo.
O Conama é o responsável por estabelecer aquilo que será 
compreendido como padrão de qualidade ambiental, sendo ainda o órgão 
incumbido de apresentar e exigir o cumprimento das normas e resoluções 
que regulam os padrões. Dessa maneira, uma das primeiras resoluções a 
serem efetuadas com esse objetivo foi a Resolução do Conama nº 5º de 
1989, por meio da qual foi criado o Programa Nacional de Controle de 
Qualidade do Ar, também conhecido por sua sigla: PRONAR.
Direito Ambiental
24
Por sua vez, a Resolução nº 3 de 1990 do Conama faz referência às 
poluições advindas de matéria ou energia que possam promover danos 
à saúde e à vida humana. Já a Resolução nº 357 de 2005 demonstra 
uma preocupação voltada para a proteção das águas, realizando sua 
classificação e definindo a destinação e os critérios de uso de cada um 
dos tipos de água, sendo tais detalhes abordados pelo Conselho Nacional 
de Recursos Hídricos.É importante destacar que o assunto referente 
aos recursos hídricos será estudado ainda durante esta unidade e já no 
próximo capítulo do presente e-book.
Zoneamento Ambiental
O zoneamento ambiental, que também pode ser denominado como 
zoneamento econômico-ecológico (ZEE), surge como uma forma de frear 
os danos causados pela ocupação desordenada que ocorreu no Brasil, 
responsável por provocar diversos prejuízos ao meio ambiente e aos 
fatores sociais. Essa medida visa restringir o direito de uso da propriedade 
privada, que deve estar de acordo com e atender os princípios relativos ao 
meio ambiente. Isso ocorre pois, por mais que o direito à propriedade seja 
considerado um direito fundamental, sua existência e seu gozo não podem 
ser usados como argumento para a promoção de danos ambientais, que 
muitas vezes são irreversíveis e responsáveis por prejudicar não apenas a 
geração atual, como também as futuras.
Ao longo dos tempos, podemos verificar que a mudança de foco 
do meio rural para o meio urbano implementou a mudança de várias 
características no campo econômico e no meio social, sendo que, como 
muitas das preocupações ambientais são recentes esse era, e em muitos 
casos, ainda é um aspecto que não recebe a devida atenção. Por isso é 
preciso que sejam criadas ferramentas que estimulem, sim, o crescimento 
das cidades e metrópoles, desde que isso seja feito em conformidade com 
as normas ambientais e que sejam efetuadas as devidas fiscalizações.
Direito Ambiental
25
Nesse sentido, é interessante destacar a definição dada por José 
Afonso da Silva acerca daquilo que pode ser entendido como zoneamento:
Instrumento jurídico de ordenação do uso e ocupação 
do solo. Em um primeiro sentido o zoneamento consiste 
na repartição do território municipal à vista da destinação 
da terra e do uso do solo, definindo, no primeiro caso, a 
qualificação do solo em urbano, de expansão urbana, 
urbanizável e rural; e no segundo dividindo o território do 
Município em zonas de uso. Foi sempre considerado, nesta 
segunda acepção, como um dos principais instrumentos 
do planejamento urbanístico municipal, configurando um 
Plano Urbanístico Especial. Foi neste último sentido, mais 
tipicamente de Zoneamento Urbano, que o definimos, de 
outra feita, como um procedimento urbanístico destinado 
a fixar os usos adequados para as diversas áreas do solo 
municipal. (SILVA, 2002)
Outras normas presentes no ordenamento jurídico também 
apresentam dispositivos acerca do zoneamento ambiental. Podemos 
citar, entre as mais importantes, o Estatuto das Cidades, determinado pela 
Lei nº 10.257/2001, artigo 4º, III, c, a qual estabelece a necessidade da 
presença de preceitos relativos à sustentabilidade dos municípios, para 
que assim o solo não seja usado de forma inadequada, com o intuito de 
diminuir os níveis de poluição e a incentivar a proteção do meio ambiente 
como um todo. 
Por sua vez, o artigo 30 da Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988 determina que cada município será o responsável por 
promover a devida regulação acerca do uso e da ocupação do solo 
presente em seu território. Além disso, o plano diretor, também regido 
em conformidade com os termos da Lei Maior, destina preocupação à 
maneira em que se dá a ocupação das cidades.
Direito Ambiental
26
SAIBA MAIS:
As discussões relativas ao zoneamento ambiental não são 
um assunto que está longe da sua realidade, pelo contrário, 
é uma temática que pode ser facilmente visualizada no seu 
cotidiano, tendo em vista que faz menção a preocupações e 
assuntos de âmbito mundial. Temáticas como alagamentos, 
desabamentos e problemas causados pela chuva estão 
relacionadas ao zoneamento urbano. Assim, para que esse 
assunto fique ainda mais claro e prático para você, leia a 
notícia presente neste link, que poderá ser compreendida 
como um exemplo de zoneamento ambiental na prática.
Avaliação de Impacto Ambiental
A avaliação de impacto ambiental (AIA) é incumbida de identificar 
e prever os impactos que podem ser ocasionados por empreendimentos 
e construções que possam danificar ou gerar riscos para a qualidade do 
meio ambiente. Funciona como um método preventivo, a fim de assegurar 
que os projetos só sejam aprovados quando estiverem em conformidade 
com a segurança ambiental, por isso precisam ser consideradas todas as 
probabilidades e chances de cada um dos impactos e consequências que 
sejam gerados ao meio ambiente para que só posteriormente a licença 
ambiental seja concedida.
Os processos relativos aos empreendimentos devem buscar aderir 
a medidas protetivas, pois, mesmo nos casos em que houver a concessão 
da licença, todos os cuidados e esforços deverão ser tomados em favor 
do meio ambiente. Assim, mais uma vez é importante destacar que o 
direito ambiental e a proteção destinada ao meio ambiente não devem 
ser encarados como empecilhos ao crescimento econômico, mas, sim, 
como um aliado na busca do desenvolvimento socioeconômico de uma 
região. Contudo, para que isso ocorra, toda cautela e atenção deverão 
ser tomadas, tendo em vista a necessidade de avaliação, planejamento e 
manutenção do meio ambiente para que tudo ocorra em conformidade 
com a lei e sem prejuízos futuros para a população como um todo.
Direito Ambiental
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/zoneamento-possibilita-organizar-politicas-sustentaveis-na-capital-1.2219367
27
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
O estudo de impacto ambiental surgiu por meio da Resolução 
nº001/1986 do Conama, sendo compreendido como um documento 
técnico responsável por avaliar as consequências que podem ser trazidas 
para o meio ambiente em razão de um dado projeto. Apresenta, também, 
medidas responsáveis por dirimir os impactos que podem ser causados 
por esses projetos.
O principal objetivo do estudo em questão consiste em entender 
quais são as consequências que podem ser geradas pelos projetos, para 
que assim se possa evitar e prevenir que os dados apontados como 
resultado do EIA aconteçam. Nesse sentido, o artigo 5º da Resolução 
Conama nº 001/1986 dispõe:
Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de 
atender a legislação, em especial os princípios e objetivos 
expressos da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, 
obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de 
localização de projeto, confrontando-as com a hipótese 
de não execução do projeto;
II – Identificar e avaliar sistematicamente os impactos 
ambientais gerados nas fases de implantação e operação 
da atividade;
III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou 
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área 
de influência do projeto, considerando, em todos os casos, 
a bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV – Considerar os planos e programas governamentais, 
propostos e em implantação na área de influência do 
projeto, e sua compatibilidade. (BRASIL, 1986)
Por sua vez, o relatório de impacto ambiental consiste na reunião 
dos dados obtidos por meio do EIA, e que deve ser divulgado, tendo em 
vista que a apresentação das suas conclusões deverão ser discutidas 
em conjunto com a população durante uma audiência pública, sendo 
possível, assim, que todas as dúvidas e esclarecimentos sejam prestados, 
Direito Ambiental
28
bem como que a sociedade seja escutada, principalmente a população 
local que será a maior atingida caso o projeto em análise seja aprovado e 
colocado em prática.
Salienta-se, ainda, que, a depender dos resultados do EIA e do 
RIMA, a Administração Pública concederá ou não a licença ambiental, 
deixando bem claro que, mesmo nos casos em que a resposta for positiva, 
o empreendimento e a relação firmada com o setor público precisará atuar 
com base nos princípios da prevenção, da precaução, da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade,da publicidade e da eficiência, segundo o 
artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Licenciamento Ambiental
O Licenciamento ambiental está previsto no artigo 9º, IV da Lei nº 
6.938/1981, sendo o instrumento mais importante da Política Nacional 
do Meio Ambiente, já que é por meio dele que serão fornecidas as 
autorizações necessárias para a efetivação de atividades que farão uso do 
meio ambiente, seja esse uso de forma direta ou indireta. Nesse sentido,
o principal objetivo do licenciamento ambiental é promover 
uma análise sobre a viabilidade ambiental das atividades 
econômicas, assegurando que os empreendimentos 
sejam instalados em locais ambientalmente adequados 
e seus responsáveis adotem tecnologias que minimizem 
os possíveis impactos negativos sobre o ambiente, isto 
é, tornando-os viáveis do ponto de vista ambiental. 
(MONTAÑO et al., 2007 apud BARROS et al., p. 166, 2012).
Assim, o licenciamento ambiental pode ser compreendido como 
um ato complexo, já que engloba diversos agentes e procedimentos, 
tendo, inclusive, que ser precedido pelo EIA e pelo RIMA, já que, com 
base nos resultados obtidos por meio desses procedimentos é que será 
tomada a decisão acerca da concessão ou não.
Direito Ambiental
29
SAIBA MAIS:
As licenças ambientais, segundo o Conama, ainda se 
dividem em licença prévia (LP), licença de instalação (LI) 
e licença de operação (LO). Para compreender melhor o 
assunto em questão, faça a leitura completa do “Manual de 
Licenciamento Ambiental: guia de procedimento passo a 
passo”, presente neste link. 
Outros Instrumentos de Política Nacional 
do Meio Ambiente
Como dito inicialmente, todos os instrumentos do PNMA estão 
listados no artigo 9º da Lei nº 6.938/1981 e, com uma leitura detalhada, 
você poderá perceber que, durante o presente capítulo, foram abordados 
apenas os principais instrumentos, aqueles que são mais debatidos e 
imprescindíveis para o campo do meio ambiente. Contudo os demais 
instrumentos possuem seu papel e não podem ser deixados de lado.
Nesse sentido, é relevante acrescentar que é fundamental a 
existência e a criação de espaços territoriais protegidos pelo poder 
público, assim como a aplicação de penas e fiscalizações para que 
danos não ocorram ou para que os responsáveis sejam devidamente 
punidos, e, por fim, a garantia da prestação de informações relativas ao 
meio ambiente, tendo em vista que o poder público é obrigado a prestar 
informações sobre a situação da qualidade ambiental ou promovê-la em 
caso de sua ausência.
Direito Ambiental
http://pnla.mma.gov.br/images/2018/08/VERS%C3%83O-FINAL-E-BOOK-Procedimentos-do-Lincenciamento-Ambiental-WEB.pdf
30
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a Política Nacional do Meio Ambiente é imprescindível 
para que a proteção ambiental e a sua qualidade sejam 
auferidas, contudo, para que isso ocorra, é necessário 
que os instrumentos atrelados a essa política existam e 
sejam efetivos, tendo em vista que os objetivos do PNMA 
serão alcançados em razão do exercício dos mencionados 
instrumentos. Ao longo do presente capítulo, estudamos em 
detalhes os principais instrumentos da PNMA e pudemos 
entender o funcionamento das licenças ambientais, dos 
padrões de qualidade ambiental, do zoneamento ambiental, 
da avaliação de impacto ambientais, e vimos que todos 
esses estão presentes no artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, 
sendo de responsabilidade do Conama abordar alguns dos 
assuntos relativos ao funcionamento dos instrumentos em 
pauta.
Direito Ambiental
31
Política Nacional de Recursos Hídricos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
quais são os principais aspectos relativos à Política Nacional 
de Recursos Hídricos, sendo realizada uma análise acerca 
das disposições legais e de seu impacto no cotidiano 
humano, levando ainda em consideração a quantidade e 
a riqueza hídrica presente no território brasileiro. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão e para a sua 
vida em sociedade, já que o conhecimento acerca das leis 
e da proteção ao meio ambiente é aspecto fundamental 
para a vida humana. E então? Motivado para desenvolver 
essa competência? Então vamos lá. Avante!.
Recursos Hídricos
Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de ampliar os 
nossos conhecimentos acerca da Política Nacional do Meio Ambiente, 
sendo esse o instrumento infraconstitucional mais importante quando o 
assunto refere-se ao meio ambiente e aos recursos naturais presentes 
nele. Contudo o meio ambiente é composto por uma gama de recursos, 
que se subdividem em tipos, sendo cada um desses imprescindível da 
sua própria maneira. 
Assim, existem os recursos do solo, da água, a vegetação, os animais 
e tantos outros. Com base nisso, no presente capítulo estudaremos as 
normais mais importantes acerca da água, tendo em vista que sem ela 
a vida humana não é possível, seja em sua forma potável e, portanto, 
considerada ideal para nossa ingestão, seja nos outros processos naturais 
de que a vida precisa para existir, como a chuva, a umidade, entre outros. 
Além disso, esse recurso é ainda habitat de inúmeras espécies de plantas 
e animais. Apenas com essa breve reflexão, já podemos entender o quão 
básica e necessária é a água.
Direito Ambiental
32
Diante disso, é de conhecimento comum que a Terra é popularmente 
denominada como “planeta água”, contudo atribuir esse aspecto azul do 
nosso planeta à ideia de que a água nunca acabará é um pensamento 
inocente e retrógrado. Precisamos levar em conta que nem toda a água 
presente no mundo pode ser aproveitada pelo ser humano, já que existe 
uma vasta quantidade em geleiras, em evaporação, absorvida pelo solo 
ou ainda a água que é inapropriada para o consumo humano.
Além disso, um dos grandes problemas relativos aos recursos 
hídricos não se relaciona à quantidade existente no mundo, já que essa 
é estável, não havendo um aumento significativo ou uma redução a nível 
alarmante, contudo o que faz com que certas regiões enfrentam escassez 
de água, como as vivenciadas no sertão nordestino, por exemplo, são 
as questões climáticas e a distribuição desigual das precipitações 
atmosféricas sobre os diversos espaços geográficos.
Nesse sentido, essa desigualdade tem como resultado períodos 
em que há uma abundância de água e outros em que há escassez, o que 
pode gerar inundações e secas alternadamente. Trata-se de fenômenos 
naturais com que os seres humanos lidam desde o início dos tempos, 
mas que, atualmente, podem ser mitigados com a presença de políticas 
públicas e de ações emergenciais.
Em razão dos desses fatores e das descobertas feitas acerca da água 
ao longo do tempo, chegou-se à conclusão de que os recursos hídricos 
precisam ser organizados e geridos, tanto para que sejam protegidos, 
como para que tenham o maior desempenho possível, a fim de que, 
assim, o uso da água seja assegurado com qualidade e quantidade para 
as atuais e futuras gerações.
Outro fator que destaca ainda mais a necessidade dessa proteção 
está relacionado à escassez de recursos hídricos, pois mesmo que o 
volume de água presente no mundo continue estável, alguns recursos 
hídricos já foram esgotados ou foi instaurada a impossibilidade de sua 
regeneração natural, em virtude do mau uso por parte dos seres humanos. 
Assim, são fatores como o aumento da industrialização, a intensificação 
da poluição e a falta de cuidados com o saneamento básico que 
prejudicam mananciais inteiros, tornando-os contaminados. A limpeza e a 
recuperação desses recursos hídricos, por outro lado, são caras, difíceis e 
até mesmo impossíveis. 
Direito Ambiental
33
Por isso, mais uma vez destaca-se a necessidade do atendimento 
das políticas voltadas para os recursos hídricos, pois amaioria delas 
é focada em sua preservação e proteção, considerando ainda a 
recuperação quando possível. Porém é importante destacar que é mais 
fácil estabelecer uma medida preventiva do que uma medida restaurativa 
ou de combate, de forma que a participação da sociedade é fundamental, 
afinal os recursos hídricos pertencem e são imprescindíveis a todos.
A Relação Entre os Recursos Hídricos e a 
Constituição de 1988
Com base apenas nos conhecimentos que já adquirimos até aqui, 
você diria que a Constituição de 1988 abordou os recursos hídricos em 
seus dispositivos?
Tenho certeza de que a resposta para essa pergunta foi “sim”, pois, 
como já estudamos até o presente momento, a CRFB/1988 foi responsável 
por destinar um espaço especial para o meio ambiente, sendo também 
conhecida pela grande quantidade de dispositivos em seu interior. Assim, 
a Lei Maior do nosso país destina várias disposições aos cuidados e às 
observações que devem ser efetuadas quanto aos recursos hídricos.
Nesse sentido, são merecedores de maior destaque os assuntos 
contidos nos capítulos II e III do título III, que determinam que a União e os 
estados deverão cuidar dos recursos hídricos, sendo ainda apresentada 
uma relação entre os recursos hídricos e os princípios gerais da atividade 
econômica no capítulo I do título VII.
Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
estabelece que as águas presentes em seu território são consideradas 
como domínio público, destacando ainda que não existem no Brasil águas 
de patrimônio particular ou privado, assim como não existem recursos 
hídricos pertencentes a municípios.
Direito Ambiental
34
Aspectos Gerais sobre a Política Nacional 
de Recursos Hídricos
A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, é a responsável por instituir 
a Política Nacional de Recursos Hídricos, também sendo incumbida da 
criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
A Política Nacional de Recursos Hídricos também é conhecida como 
a Lei de Águas e aborda, em seu texto, as determinações acerca dos 
instrumentos necessários para a gestão dos recursos em questão, 
principalmente os que estejam sob domínio federal, ou seja, os que se 
encontram localizados em fronteiras ou que as atravessam.
A legislação em análise apresenta uma divisão para melhor 
abranger o conteúdo relativo aos recursos hídricos: I) a Política Nacional 
de Recursos Hídricos; II) Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos; III) Infrações e Penalidades e IV) Disposições Gerais e Transitórias, 
conforme representado pela figura 2.
Figura 3 - Estrutura da Lei nº 9.433/97 
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Essa legislação não é a primeira nem a única existente no 
ordenamento jurídico brasileiro responsável por demonstrar uma 
preocupação com as águas presentes no território nacional, tendo em 
vista que antes da sua criação já existia o Código de Águas, instituído em 
1934 e que tinha como foco dispor sobre os recursos hídricos utilizados 
pelo setor elétrico. 
Direito Ambiental
35
Então, querido aluno, se o mencionado código já existia, para quê 
criar uma nova política responsável por abordar os recursos hídricos?
Simples! A lei que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos 
foi a responsável por ampliar aquilo que estava contido no Código de 
Águas, dessa maneira passou a destinar preocupação também para a 
necessidade de se estabelecer os diversos usos da água, desde que 
todos esses sejam efetuados com o devido respeito e com obediência 
às legislações sobre recursos hídricos. A nova lei também se voltou às 
necessidades que se refiram ao meio ambiente como um todo, assim 
como também passou a destacar que o abastecimento humano deve ser 
visto como prioridade. Desta feita, e de maneira resumida, a Lei das Águas 
tornou os recursos hídricos brasileiros um assunto democrático.
Assim, o artigo 1º da Lei nº 9433/97 estabelece aqueles que devem 
ser entendidos como os fundamentos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos, a saber:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor 
econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos 
recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação 
de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre 
proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para 
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos 
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada 
e contar com a participação do Poder Público, dos usuários 
e das comunidades. (BRASIL, 1997)
A água é, portanto, um direito de todos, contudo a sua proteção 
é, na mesma medida, um dever de todos. Por isso é preciso que a 
população esteja atenta às condições e à evolução dos recursos hídricos 
a nível nacional, sendo esses dados publicados por meio do Relatório de 
Conjuntura dos Recursos Hídricos, que presta informações de quatro em 
quatro anos acerca dos instrumentos de gestão e dos recursos hídricos 
presentes no Brasil.
Direito Ambiental
36
Objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos
Assim como a Política Nacional do Meio Ambiente apresenta os seus 
objetivos gerais e específicos, a Política Nacional de Recursos Hídricos 
estabelece também as finalidades que visa alcançar, sendo essas listadas 
no artigo 2º da Lei nº 9.433/97, que afirma:
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária 
disponibilidade de água, em padrões de qualidade 
adequados aos respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos 
hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao 
desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos 
críticos de origem natural ou decorrentes do uso 
inadequado dos recursos naturais.
IV - incentivar e promover a captação, a preservação e 
o aproveitamento de águas pluviais. (Incluído pela Lei nº 
13.501, de 2017). (BRASIL, 1997)
Nesse sentido, a Política Nacional do Meio Ambiente possui como 
objetivo geral apresentar uma definição acerca da maneira por meio da 
qual Estado brasileira deverá apropriar-se dos e gerenciar os recursos 
hídricos nacionais, levando em conta o fator da escassez e os objetivos 
apresentados pelo artigo supracitado.
É importante que os projetos e os planejamentos a serem 
implementados a partir da Política Nacional de Recursos Hídricos levem 
em conta as características específicas de cada região, tendo em vista 
as desigualdades naturais advindas da distribuição de água. Assim, 
em parceria com o plano nacional, devem ser estabelecidos planos 
estaduais alinhados ao anterior para que assim se cumpram os objetivos 
estabelecidos para todo o território nacional.
Direito Ambiental
37
Diretrizes da Política Nacional de 
Recursos Hídricos
Um outro aspecto fundamental e que merece destaque está listado 
no artigo 3º da Lei nº 9.433/97, que diz:
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para 
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem 
dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às 
diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, 
sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a 
gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos 
com o dos setores usuários e com os planejamentos 
regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do 
uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a 
dos sistemas estuarinos e zonas costeiras. (BRASIL, 1997)
Nesse sentido, é importante destacar que as diretrizes consideradas 
como fundamentaise gerais entre os presentes nos incisos acima 
apresentados fazem menção à necessidade da implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos, levando em conta o estabelecimento de 
uma gestão sistemática e bem ordenada. Assim, deve-se buscar uma 
maneira de adequar a água e o seu consumo para as diversas regiões 
do país e como exemplo podemos citar ações que visam levar água para 
comunidades ou regiões que sofrem com a falta desse recurso, como 
visto na notícia apresentada no iconográfico abaixo.
EXEMPLO:
A transposição do Rio São Francisco durou vários anos para ser 
efetivada, contudo a sua realização promoveu a chegada de água 
em cidades que sofriam com a seca durante um logo período, tendo 
Direito Ambiental
38
sido responsável pelo abastecimento de vários açudes considerados 
fundamentais para a vida de diversos municípios paraibanos, entre esses o 
açude localizado na cidade de Boqueirão, que, entre outras, é responsável 
pelo fornecimento de água da cidade de Campina Grande, uma das 
mais importantes do estado. Para compreender melhor o assunto, leia a 
notícia intitulada “Águas da transposição do Rio São Francisco chegam em 
Monteiro, no Cariri da Paraíba”. Disponível aqui.
Instrumentos da Política Nacional de 
Recursos Hídricos
Por sua vez, o artigo 5º da Lei de Política Nacional de Recursos 
Hídricos estabelece, em seus textos, os instrumentos dessa política, 
sendo que esses serão usados como ferramenta para que os objetivos da 
PNRH e as diretrizes sejam cumpridas. O artigo diz:
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos:
I - os Planos de Recursos Hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, 
segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. 
(BRASIL, 1997)
Direito Ambiental
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/11/20/aguas-da-transposicao-do-rio-sao-francisco-chegam-em-monteiro-no-cariri-da-paraiba.ghtml
39
SAIBA MAIS:
Estudamos os pontos mais importantes presentes na 
legislação que fixa a Política Nacional de Recursos 
Hídricos no Brasil, contudo, em razão da extensão da lei 
e da quantidade de dispositivos, não há como discutir ou 
apresentá-la em sua integralidade, porém o entendimento 
e a leitura da Lei nº 9.433/1997 é de conhecimento 
imprescindível. Por isso acesse o link e faça a leitura da 
legislação em sua completude.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os 
recursos hídricos são fundamentais para a vida humana, 
por isso mesmo devem ser protegidos e assegurados, 
afinal não são inesgotáveis e a parcela destinada ao uso 
dos seres humanos é pequena em comparação com o 
manancial aquático presente no mundo. Além disso, os 
recursos hídricos não são divididos de maneira igual em 
razão das condições climáticas presentes em cada região. 
Diante disso, é imprescindível que sejam estabelecidas 
políticas voltadas para esse assunto, sendo essa uma das 
preocupações enfrentadas pela Lei das Águas. Assim, 
durante este capítulo, pudemos compreender os aspectos 
gerais acerca dessa legislação, destacando ainda os seus 
objetivos, diretrizes e instrumentos.
Direito Ambiental
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm
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Área de Preservação Permanente
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
quais são os principais aspectos relativos às áreas de 
preservação permanente, sendo realizada uma análise 
acerca das disposições legais e de seu impacto no 
cotidiano humano. Isso será fundamental para o exercício 
de sua profissão e para a sua vida em sociedade, já que 
o conhecimento das leis e da proteção ao meio ambiente 
é aspecto fundamental para a vida humana. E então? 
Motivado para desenvolver essa competência? Então 
vamos lá. Avante!.
Aspectos Gerais das Áreas de Preservação 
Permanente
Querido aluno, chegamos ao último capítulo da presente unidade, 
na qual pudemos aprender mais detalhes acerca de aspectos legais e 
infraconstitucionais responsáveis por dispor sobre o meio ambiente em 
vários sentidos, relacionando ainda as leis em questão às disposições 
presentes na Lei Maior brasileira.
Diante disso, aprendemos que o artigo 225 da Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988 é o responsável por determinar 
que todos possuem direito ao meio ambiente, destacando que não é 
qualquer meio ambiente, mas, sim, aquele ecologicamente equilibrado, 
tendo em vista a sua imprescindibilidade para uma boa qualidade de 
vida. Assim, preservar, manter e restaurar os recursos naturais está sob a 
responsabilidade do Poder Público, que deve contar com a coletividade 
no que se refere ao dever de preservar e defender o meio ambiente, 
levando em consideração não só a geração atual, como também as 
futuras gerações.
Direito Ambiental
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Nesse sentido, o parágrafo primeiro do artigo 225 da Constituição 
de 1988 apresenta as competências pertencentes ao Poder Público 
responsáveis por assegurar a efetividade do que está expresso no caput. 
Entre os seus incisos, o III estabelece a necessidade de que todas as 
unidades da Federação delimitem espaços territoriais a serem protegidos, 
sendo que esses ambientes serão regidos por lei, a qual irá vedar, com 
base no texto constitucional, qualquer uso ou manipulação que possa 
comprometer a sua integridade de alguma forma.
É com base no inciso em destaque que surgem as áreas de 
preservação permanente, também conhecidas por sua sigla APP.
Áreas de Preservação Permanente e 
Legislações Infraconstitucionais
Além das disposições presentes em âmbito constitucional acerca 
da regulamentação das áreas de preservação permanente, é importante 
destacar que o Código Florestal apresenta disposição acerca da sua 
existência, destacando ainda que as áreas de preservação permanente 
poderão estar presentes tanto em áreas rurais quanto urbanas, ainda 
que a Reserva Legal seja aplicável apenas às áreas rurais. Além disso, o 
mencionado código apresenta limitações para outros espaços, tendo em 
vista a proteção do meio ambiente.
Dessa maneira, a Lei nº 12.651, de 25 de Maio de 2012, também 
conhecida como o Novo Código Florestal, já em seu primeiro artigo 
determina quem será o responsável por dispor acerca das normas de 
proteção de vegetação, áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, 
tratando ainda de assuntos como a exploração florestal e dos suprimentos 
contidos nesses espaços, demonstrando preocupação com a produção 
de produtos e serviços que tenham origem florestal, assim como com o 
estabelecimento de medidas protetivas destinadas a incêndios florestais. 
O texto apresenta, ainda, instrumentos econômicos que ajudem a atingir 
os objetivos estabelecidos por essa legislação.
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Conceito
Torna-se mais fácil, desse modo, entender como o Código 
Florestal brasileiro é completo e importante para a preservação do meio 
ambiente como um todo, mas, principalmente, daqueles espaços em 
que há reservas ou áreas restritas para esse fim. Desta feita, segundo a 
mencionada lei, as áreas de preservação permanente, segundo o seu 
artigo 3º, II, podem ser entendidas como:
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, 
coberta ou não por vegetação nativa, com a função 
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, 
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o 
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o 
bem-estar das populações humanas. (BRASIL, 2012)
Desta feita, o estabelecimento das áreas de preservação ambiental 
visa assegurar à população que áreas originais e naturais das vegetações 
nativas serão mantidas, afinal,um parque construído pelo homem não 
se compara a uma floresta preservada em sua integralidade, em razão 
de fenômenos como biomas, habitats e até mesmo alterações climáticas. 
Sem falar que determinadas espécies existem de forma prevalente 
apenas no espaço brasileiro, deixando ainda mais clara a necessidade 
que gira em torno de sua preservação.
Na medida em que, como foi dito no parágrafo anterior, as áreas de 
preservação permanente não podem ser confundidas com as Reservas 
Legais, tendo em vista que, também em conformidade com o Código 
Florestal, artigo 3º, inciso III, essas podem ser entendidas como:
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma 
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 
12, com a função de assegurar o uso econômico de modo 
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar 
a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos 
e promover a conservação da biodiversidade, bem como 
o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. 
(BRASIL, 2012)
Direito Ambiental
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Assim, com base nas disposições apresentadas, podemos averiguar 
que o conceito destinado para as áreas de preservação permanente 
envolve muito mais do que apenas proteger e preservar vegetações e 
biodiversidades em suas especificidades, pois engloba, também, aspectos 
mais gerais e direcionados para a função ambiental como um todo, tendo 
como finalidade proteger localidades consideradas importantes para a 
conservação do meio ambiente e levando em conta aspectos como a 
geografia e a geologia, bem como os impactos gerados à vida humana e 
ao bem estar das comunidades.
Natureza Jurídica
No campo do saber jurídico, muitas vezes quando um conceito é 
apresentado, a pergunta que surge em seguida faz menção à natureza 
jurídica. Diante disso, com base nos seus conhecimentos gerais e no que 
aprendemos até aqui, você entende qual é a natureza jurídica das áreas 
de preservação permanente?
A resposta correta para a pergunta seria afirmar que as áreas de 
preservação permanente apresentam natureza jurídica de limitação 
administrativa, ou seja, se os espaços a serem protegidos forem 
considerados como propriedade privada, então o Poder Público poderá 
interferir com base na promoção do bem comum, afinal, como estudamos 
até aqui o meio ambiente pertence a todos. Dessa forma, o proprietário do 
espaço não possuirá direito a indenização.
Delimitações das Áreas de Preservação Permanente 
É importante salientar, ainda, que os limites estabelecidos para 
as áreas de proteção permanente não são os mesmos para todas as 
localidades. As faixas de terra a serem preservadas mudam a depender 
da sua localização, em outras palavras, as áreas que precisam ser 
preservadas nas margens dos cursos d’água são um fator, à medida que 
o espaço a ser preservado em nascentes é outro.
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Nesse sentido, o Código Florestal, em seu capítulo II, destina um 
espaço específico para apresentar as disposições relativas às áreas de 
preservação permanente, sendo que, já na primeira seção, esclarece as 
delimitações legais dos espaços em questão.
Desta feita, o artigo 4º da legislação em análise considera áreas 
de preservação, em zonas urbanas ou rurais, segundo o seu inciso I e 
respectivas alíneas, nos seguintes termos:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural 
perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a 
borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN nº 4.903)
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 
(dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que 
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 
50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que 
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de 
largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que 
tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. 
(BRASIL, 2012)
Além disso, o Código Florestal também considera como área de 
preservação permanente as florestas, assim como outras formas de 
vegetação natural, como pode ser visto nos demais incisos e alíneas 
presentes no supramencionado artigo 4º:
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em 
faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo 
d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa 
marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, 
decorrentes de barramento ou represamento de cursos 
d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do 
empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN nº 4.903).
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IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água 
perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no 
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela 
Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN nº 4.903).
V - as encostas ou partes destas com declividade superior 
a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior 
declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou 
estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha 
de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) 
metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com 
altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média 
maior que 25º , as áreas delimitadas a partir da curva de 
nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima 
da elevação sempre em relação à base, sendo esta 
definida pelo plano horizontal determinado por planície ou 
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela 
cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) 
metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, 
com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir 
do espaço permanentemente brejoso e encharcado. 
(Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012) (BRASIL, 2012)
É importante, ainda, salientar que não poderá ser compreendida 
como área de preservação permanente aqueles espaços que se localizam 
próximo de reservatórios artificiais de água, quando esses não resultarem 
de barramento ou represamento de águas naturais. 
Diante disso, destaca-se a necessidade e a preocupação que o 
Código Florestal apresenta quanto à proteção daquilo que é natural e 
não entendido como meio ambiente em razão da criação ou intervenção 
humana. Em outras palavras, as áreas só serão protegidas quando em 
espaços virgens, em que não se verifique a presença de áreas desmatadas 
ou com algum tipo de construção promovida pelo homem.
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Ressalta-se, também, que a Lei nº 12.651/2012 foi responsável por 
trazer diversas inovações e ampliações, tanto para o Código Florestal 
como também para as áreas de preservação permanente, tendo em 
vista que foi a partir dessa lei que as demarcações transcritas acimas 
começaram a ser medidas desde a borda da calha do leito regular, já 
que anteriormente essa medição acontecia com base no período da cheia 
sazonal, de forma que a extensão da área a ser protegida acabava sendo 
menor.
Uma outra modificação importante faz referência à classificação 
dos manguezais, pois, com base no antigo Código Florestal, apenas as 
restingas incumbidas de estabilizar os mangues eram consideradas dignas 
de proteção. Com a entrada em vigor da lei que estamos estudando, o 
cenário foi modificado e os manguezais passaram a ser considerados 
como APP.
Além disso, outra implementação digna de destaque faz menção 
à inserção de proteções destinadas a campose espaços específicos 
das vegetações existentes no território brasileiro. Com base nisso, as 
veredas que se fazem presentes no Cerrado, em meio às florestas-
galerias, passaram a ser entendidas também como área de preservação 
permanente.
Existem ainda outros tipos de espaço que podem ser considerados 
como áreas de preservação permanente, sendo que essas serão criadas 
por meio de determinação por parte da Administração Pública, por 
meio de decisão que pode ser tomada em âmbito federal, estadual ou 
municipal. Precisa-se levar em consideração, também, os aspectos 
específicos relativos a cada caso concreto. Nesse sentido, o artigo 6º do 
Novo Código Florestal determina que:
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, 
quando declaradas de interesse social por ato do Chefe 
do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou 
outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das 
seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e 
deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
Direito Ambiental
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III - proteger várzeas;
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados 
de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor 
científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e 
ferrovias;
VII - assegurar condições de bem-estar público;
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das 
autoridades militares.
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de 
importância internacional. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 
2012) (BRASIL, 2012)
Proteção e Supressão das Áreas de Preservação 
Permanente
Querido aluno, até aqui aprendemos aquilo que pode ser entendido 
como área de preservação permanente e as suas delimitações. Com esse 
conhecimento, podemos afirmar o caráter altamente protetivo que o 
Código Florestal possui acerca desses espaços. Em razão disso, a seção 
II, capítulo I da Lei nº 12.651 de 2012 apresenta como foco o regime de 
proteção destinado às áreas de preservação permanente.
A supressão, seja ela parcial ou total, das áreas de preservação 
permanente será permitida nos casos em que houver consonância com 
a lei e/ou com o Código Florestal, devendo também existir autorização 
prévia por parte do Poder Executivo Federal nas situações em que 
houver necessidade de execução de obras, planos, atividades ou projetos 
que atendam o bem comum e o interesse social. Em outras palavras, a 
supressão das áreas de preservação permanente só será permitida quando 
motivada pela utilidade pública, já que o meio ambiente é de todos.
Nesse sentido, a intervenção e a supressão, em conformidade 
com o artigo 8º da Lei nº 12.651 de 2012, a intervenção e/ou a supressão 
da vegetação só poderão ocorrer em favor da utilidade pública e do 
interesse social, levando em consideração o impacto ambiental que 
será promovido, pois, nos casos em que esse for considerado elevado, a 
permissão para intervenção e a supressão não será concedida.
Direito Ambiental
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SAIBA MAIS:
Para compreender melhor e até mesmo revisar o conteúdo 
relativo às áreas de preservação ambiental, assim como 
o conteúdo relativo à proteção fornecida pelo Código 
Florestal é preciso que você leia a Lei nº 12.651/2012 em 
sua íntegra. O referido documento pode acessado aqui.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que as áreas de preservação ambiental apresentam como 
objetivo resguardar a natureza em seus aspectos originais, 
ou seja, são voltadas para aqueles espaços em que o ser 
humano não interferiu ou alterou de alguma forma. Assim, 
é importante essa preservação, pois algumas vegetações e 
biomas existem apenas em regiões específicas do mundo, 
e sua modificação pode promover danos irreversíveis. Além 
disso, as mudanças em questão alteram a natureza em 
vários aspectos que podem impactar não só as gerações 
atuais, como também as futuras. Também pudemos 
aprender que o Novo Código Florestal entrou em vigor a 
partir da Lei nº 12.651/2012, que é uma das leis consideradas 
mais importantes quando o assunto em pauta é a proteção, 
a preservação, a manutenção e a restauração do meio 
ambiente.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm
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modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília, DF: 
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de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro 
de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 
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