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O Medicamento Homeopático Profa. Dra. Fátima C. L. Goularte Farhat Definição “Medicamento homeopático é toda forma farmacêutica de dispensação ministrada segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa e/ou preventiva. É obtido pela técnica de dinamização e utilizado para uso interno ou externo” Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª edição FF + princípio da semelhança + finalidade + dinamização + uso interno/externo. Origem • Reinos vegetal, mineral e animal; • Produtos de origem química, farmacêutica e biológica; • Preparados especiais de Hahnemann; • Reinos fungi (fungos, cogumelos e leveduras), monera (bactérias e cianobactérias) e protista (protozoários e algas). Reino Vegetal • Plantas inteiras: Belladonna, Drosera, Pulsatilla. • Suas partes: Allium sativum, Berberis vulgaris, Digitalis purpurea, Ignatia amara, Ipecacuanha, Sambucus nigra. • Produtos extrativos ou de transformação: Terebinthina, Colchicinum, Opium. • Produtos patológicos: Ustilago maidis , Secale cornutum. Reino Animal • Animais inteiros: Apis mellifica, Formica rufa, Cantharis. • Suas partes: Thyreoidinum, Carbo animalis, Hypophysinum. • Produtos extrativos ou de transformação: Lachesis muta, Sepia, Calcarea carbonica. • Produtos patológicos: Medorrhinum, Psorinum, Luesinum. Reino Mineral • Naturais: Sulfur, Natrium chloratum, Graphites. • Sintéticos: Acidum phosphoricum, Kalium sulfuricum, Sulfanilamidum. • Especiais: Calcarea acetica, Hepar sulfur (cálcio de ostras e flor de enxofre) , Causticum (pó de cal calcinada, de sulfato monopotássico e de água a ferver), Mercurius solubilis (trituração de proto-azotato de mercúrio e de amoníaco) Outros Reinos • Fungi: Agaricus muscarius, Lycoperdon bovista, Amanita phalloides. • Protista: Giardinum, Fucus vesiculosos. • Monera: Streptococcinum, Colibacillinum, Tuberculinum. Veículos e Excipientes • Água purificada, álcool etílico, glicerina. • Lactose, sacarose. • Glóbulos, microglóbulos, comprimidos e tabletes inertes. • Algodão e gaze: apósitos medicinais. • Bases ou insumos: linimentos, pomadas, cremes, géis, géis-cremes e supositórios. • Amidos, carbonatos, estearatos, etc. Álcool Etílico • Etanol a 5%, 20%, 30%, 77% e 96% (v/v). • Etanol igual ou superior a 77% (v/v). • Outras diluições etanólicas (v/v). • Etanol 77% (v/v) = Etanol 70% (p/p) Ci X Vi = Cf X VfCi X Vi = Cf X VfCi X Vi = Cf X VfCi X Vi = Cf X Vf Recipientes • Frascos de vidro âmbar classe hidrolítica I, II, III e NP. • Frascos plásticos de cor branca leitosa, de polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato. • Frascos de boca larga: estocagem de triturações e dispensação de glóbulos, comprimidos e tabletes. • Papel impermeável tipo “pérola branca”: dispensação dos pós. Acessórios • Tampas, batoques e gotejadores (batoque conta-gotas): polietileno e polipropileno. • Cânulas: vidro ou polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato. Acessórios • Bulbos: látex, silicone atóxico, polietileno. • Ponteiras: polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato. Lavagem, Secagem e Esterilização • Para evitar as contaminações microbiológica, química e energética. • Vidros virgens e usados: 1) lavar com água corrente abundante; 2) enxaguar duas vezes com água purificada; 3) escorrer a água; 4) esterilizar em autoclave (120ºC, 1 atm, 30 minutos) ou em estufa de secagem (180ºC, 30 minutos). • Frascos plásticos e acessórios virgens: • água corrente • água purificada 2x • etanol a 70% (p/p - INPM) ou 77% (v/v - GL) durante 2 horas (exceto bulbos). •Materiais usados • de polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato: • água corrente + água purificada + autoclave. • de polietileno de baixa e média densidades e bulbos: • devem ser descartados. Medicamento Homeopático “Medicamento homeopático é toda forma farmacêutica de dispensação ministrada segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa e/ou preventiva. É obtido pela técnica de dinamização e utilizado para uso interno ou externo” Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª edição FF + princípio da semelhança + finalidade + dinamização + uso interno/externo. Regras de Nomenclatura Ajudam os prescritores a prescrever corretamente e os farmacêuticos a identificar na receita o medicamento homeopáticos a ser aviado. Regras de Nomenclatura (1) • A denominação dos medicamentos homeopáticos segue as regras internacionais de nomenclatura botânica, zoológica, biológica, química e farmacêutica. • Existem ainda os nomes homeopáticos tradicionais encontrados nas farmacopéias, matérias médicas e demais obras reconhecidas pela comunidade homeopática. • Para escrever o nome do medicamento não é necessário destacá-lo, bem como indicar o nome do autor da classificação do ser vivo. Exemplo: o medicamento homeopático preparado a partir das folhas de Digitalis purpurea L é denominado Digitalis purpurea. Regras de Nomenclatura (2) • Escreve-se o nome do primeiro componente com a primeira letra maiúscula e os demais componentes com a primeira letra minúscula. Ex.: – Ferrum phosphorum, Natrium muriaticum natronatum, Bryonia. • Quando se emprega apenas uma espécie de determinado gênero, é facultado omitir a espécie. Ex.: – Ruta (Ruta graveolens), Lycopodium (Lycopodium clavatum). Regras de Nomenclatura (3) • Quando se emprega nomes tradicionais: – mesmo que haja várias espécies, pode-se omitir a espécie, que não gere dúvidas. Ex.: Eupatorium = Eupatorium perfoliatum, pois as outras espécies são pouco utilizadas (purpureum, aromaticum, etc.). – faculta-se ainda adotar somente o nome da espécie, omitindo-se o gênero. Ex.: Chamomilla (Matricaria chamomilla), Belladonna (Atropa belladonna). • Espécies pouco usadas devem ter identificação completa, com gênero e espécie. Ex.: – Aconitum ferox, para distingui-lo de Aconitum napellus; – Rhus glabra, para distingui-lo de Rhus toxicondendron. Regras de Nomenclatura (4) • Na nomenclatura de substâncias químicas: – deve-se usar a nomenclatura oficial completa, sendo, entretanto, toleradas as grafias antigas. Ex.: Barium carbonicum (Baryta carbonica), Sulfur (Sulphur). – no caso de ácidos e sais, escreve-se, de preferência, o nome do elemento ou do íon de valência positiva em primeiro lugar e, em seguida, o de valência negativa, garantindo-se, porém, a utilização de nomes tradicionais, além da denominação oficial. Ex.: Acidum sulfuricum (Sulfuris acidum), Acidum nitricum (Nitric acidum), Acidum chloridricum (Muriatis acidum). • Existem nomes parecidos. Ex.: – Actaea é diferente de Althaea; Cina é diferente de China. Abreviaturas • Pode-se empregar o nome do medicamento homeopático abreviado, desde que não promova dúvida. • Exemplos: – Acon. ou Aconit., no lugar de Aconitum ou Aconitum nappelus. – Já Kalium chlor. dá confusão, pois não é possível identificar se é Kalium chloricum (clorato de potássio – KClO3) ou Kalium chloratum (cloreto de potássio - KCl). Sinonímias • É expressamente proibido por lei o uso de sinônimos arbitrários, como siglas, números, nomes aleatórios e códigos diversos. São permitidos apenas nomes científicos e homeopáticos. • Exemplos: – Apisinum = Apis virus; – Arsenicum album = Metallum album; – Bryonia alba = Vitis alba; – Thuya occidentalis = Arbor vitae; – Borax = Natrum boricum; – Pulsatilla = Anemone pratensis; – Lycopodium = Muscus clavatus. Categorias de Medicamentos • Mesmo sabendo que os medicamentos homeopáticos devem ser enquadrados em uma única categoria, do simillimum, destacam-se algumas classes de medicamentoshomeopáticos, já que nem sempre são prescritos de acordo com a escola unicista: – Medicamentos Policrestos; Semi-Policrestos; Menores – Medicamentos Agudos e de Fundo – Medicamentos Complementares e Antídotos – Placebo – Medicamentos Tóxicos em baixas potências Categorias de Medicamentos • Medicamentos policrestos: – polys = muitos, khréstos = benéfico. (+ 24) • Medicamentos semipolicrestos. (+ 76) • Medicamentos menores. • Medicamentos agudos (Belladonna, Aconitum, Cantharis, etc.) – provocam quadros agudos violentos durante o experimento patogenético; são usados para aliviar os sintomas agudos de determinadas doenças.; podem atrapalhar a identificação do simillimum. • Medicamentos de fundo (Phosphorus, Silicea, Calcarea carbonica, etc.) – relacionados a estados crônicos; de acordo com a constituição, o temperamento e o miasma. Categorias de Medicamentos • Medicamentos complementares (Pluralismo) – Suprem as deficiências patogenéticas de outro medicamento ; é frequente o uso em casos agudos. • Antídoto ou homeodoto (semelhante ao dado). – Medicamento u substância capaz de neutralizar os sintomas de agravação provocados por outro medicamento • Mercurius solibilis inativa os efeitos do Antimonium crudum • Cânfora, menta, perfumes fortes inativam a maioria dos medicamentos homeopáticos. Categorias de Medicamentos – Placebos/Preparações Inertes • Latim: palcere = agradar • Justifica-se o uso de placebo em homeopatia: – para interromper dependência medicamentosa antes do uso do simillimum; – para satisfazer os impulsos dos hipocondríacos, que se encontram sob tratamento homeopático; – nas provas duplo cego durante o experimento patogenético; – nas agravações iniciais enquanto se aguarda o desenvolvimento de sintomas secundários. Identificação dos Placebos (1) • Os placebos são identificados por meio do nome do medicamento, potência, escala e método, acrescido do número zero, de uma barra e do volume ou peso a ser dispensado. – Arsenicum album 6CH 0/20 mL (líquidos) – Argentum nitricum 12CH 0/15 g (sólidos) – Bryonia 6CH 0/1 papel ou cápsula (pós) Identificação dos Placebos (2) • Quando a prescrição for de medicamento e preparação inerte, seguir os seguintes exemplos: – Medorrhinum 30CH 1/30 papéis ou cápsulas – Aconitum 6CH 1, 5, 9, 13/30 papéis ou cápsulas Obs.: o número antes da barra indica o papel ou papéis, cápsula ou cápsulas com medicamento. Medicamentos Tóxicos em Baixa Potência • É preciso ter cuidado com baixas potências obtidas a partir de drogas heroicas. • Devem ser receitadas a partir de determinada potência, numa concentração de ingredientes ativos que não ofereça riscos→ Ver tabelas de toxidade. • Produtos proscritos como Cannabis sativa, Cannabis indica, Cocainum, por imposição legal não podem ser aviados • Codeinum, Morphinum e Opium fazem parte da lista de medicamentos de controle especial (P.344/98) Tabela de Toxicidade ANEXO I (31 páginas) Substância Sem prescrição Arsenicum album D6 – D20 Belladonna D2 – D20 Chelidonium majus TM – D20 Mercurius solubilis D6 – D20 Thuya occidentalis TM – D20 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 11 DE MAIO DE 2007 - ANVISA – Dispõe sobre os limites de potência para registro e notificação de medicamentos dinamizados. Tabela de Equivalência ANEXO II (para fins exclusivos de aplicação da Tabela do Anexo I) D1 a D3 1CH D4 a D5 2CH D6 a D7 3CH D8 a D9 4CH D10 a D11 5CH D12 a D20 6CH INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 11 DE MAIO DE 2007 - ANVISA – Dispõe sobre os limites de potência para registro e notificação de medicamentos dinamizados. Conteúdo dos Rótulos (1) Conteúdo dos Rótulos (1) • Já impresso: – Nome do estabelecimento, endereço completo, telefone, CNPJ; – Nome do farmacêutico responsável e CRF; – Farmacopeia utilizada. Conteúdo dos Rótulos (2) • Para ser digitado: – Tinturas-mãe: • nome científico da droga + Tintura-mãe ou TM ou Ø • data de fabricação + lote + prazo de validade + grau etanólico + volume. – Medicamentos homeopáticos e bioterápicos: • nome do medicamento + potência + escala + método, • forma farmacêutica, peso/volume, uso interno ou externo, lote, data de fabricação e prazo de validade, insumo inerte ou grau alcoólico. • Conservação, quando necessário. • Nome do paciente e do prescritor para as preparações magistrais + posologia. Cuidados Farmacêuticos em Homeopatia • Inicialmente, obter informações gerais sobre o paciente e sobre sua compreensão da homeopatia e do tratamento homeopático. • Em seguida, orientá-lo quanto aos cuidados com a armazenagem e administração do medicamento e quanto às demais situações que possam contribuir para a melhoria e manutenção de sua saúde. Orientações (1) • Tomar o medicamento na hora certa. • Qualquer mudança no estado do paciente precisa ser comunicada. • Em caso de dúvidas, o paciente não deve esperar o dia marcado para a nova consulta (consultar o médico ou o farmacêutico). • O medicamento deve ser deixado na boca. • Deve ser tomado longe das refeições e das escovações dentárias (meia hora). Se for dose única, tomar em jejum ou ao deitar, conforme orientação do prescritor. Orientações (2) • Guardar o medicamento longe de cheiros fortes, excesso de luz, calor, umidade e de equipamentos que emitam radiações. • Evitar o contato com as mãos ao tomar medicamentos na forma sólida. • Manter os medicamentos longe de crianças. • Os medicamentos homeopáticos não devem ser recomendados a outras pessoas, pois são individualizados.