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Transmissão das obrigações

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Transmissão das obrigações
A obrigação em geral, não é um vínculo pessoal imobilizado. Poderá, pois, transferir-se, ativa (crédito) ou passivamente (débito). 
Cessão de Crédito
A cessão de crédito consiste em um negócio jurídico por meio do qual o credor (cedente) transmite total ou parcialmente o seu crédito a um terceiro (cessionário), mantendo-se a relação obrigacional primitiva com o mesmo devedor (cedido).
É desnecessário o consentimento prévio do devedor para que ocorra a cessão, ou seja, o sujeito passivo não tem o direito de impedir a transmissão do crédito, muito embora a sua notificação seja exigida para que o negocio produza os efeitos desejados.
Exemplo de cessão de crédito, de natureza onerosa, é apresentada por ANTUNES VARELA:
“A emprestou 5000 contos a B, pelo prazo de três anos, tendo a dívida sido afiançada por C. passando um ano, o mutante tem inesperadamente necessidade de dinheiro. Como não pode ainda exigir a restituição da quantia mutuada, vende o credito por 4200 contos a D, que não hesita em o adquirir pela confiança que deposita na solvabilidade do fiador”.
Se A não tivesse “vendido” (leia-se: cedido onerosamente), mas apenas transmitido o crédito, sem exigir contraprestação alguma, a cessão seria considerada gratuita. 
Tendo em vista todos esses aspectos, o Código Civil de 2002, consagrando regra mais abrangente, disciplinou a cessão de crédito em seu art. 286:
“Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposto ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.”
Da análise dessa regra conclui-se, com facilidade, que a cessão de crédito não poderá ocorrer em três hipóteses:
Se a natureza da obrigação for incompatível com a cessão
Se houver vedação legal;
Se houver cláusula contratual proibitiva.
Para valer frente a terceiros, nos termos do art. 288 do CC/2002, a cessão de crédito deverá constar de instrumento público ou se for celebrada por instrumento particular, deverá revestir-se das solenidades previstas no §1° do art. 654 do CC/2002, quais sejam, a indicação do lugar em que foi passado, a qualificação das partes, da data, o seu objetivo e conteúdo, sendo indispensável, em ambos os casos, o registro do ato, para que gere efeitos erga omnes. A cessão de direitos hereditários e de créditos hipotecários, por sua vez, só admite a celebração por meio de instrumento público.
Transmitindo o crédito, os acessórios e garantias da dívida também serão cedidos, se não houver estipulação expressa em sentido contrário, em virtude do princípio de que o acessório segue o principal (art. 287 do CC/2002). Havendo garantia real imobiliária, é indispensável a anuência do conjugue do cedente, para que a cessão seja considerada válida.
Assunção de dívida
A cessão de débito ou assunção de dívida consiste em um negócio jurídico por meio do qual o devedor, com o expresso consentimento do credor transmite a um terceiro a sua obrigação. Cuida-se de uma transferência debitória, com mudança subjetiva na relação obrigacional. 
Art. 299 do CC/2002:
“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa”.
A importância do consentimento do credor é de tal forma, que o silêncio é qualificado como recusa, contrariando, portanto, até mesmo a máxima do cotidiano de que “quem cala consente”.
Nota-se que a lei não admite a exoneração do devedor se o terceiro, a quem se transmitiu a obrigação, era insolvente e o credor o ignorava.
Para que seja reputada valida, além dos pressupostos gerais do negócio jurídico, a cessão de débito deverá observar os seguintes requisitos:
A presença de uma relação jurídica obrigacional juridicamente valida (o que pressupõem a existência, nos planos do negócio jurídico);
A substituição do devedor, mantendo-se a relação jurídica originária;
A anuência expressa do credor.
Quantos aos meios de substituição, a assunção da dívida poderá se dar por duas formas:
Por delegação: decorre do negócio pactuado entre o devedor originário e o terceiro, com a devida anuência do credor.
Por expromissão: hipótese em que o terceiro assume a obrigação, independentemente do consentimento do devedor primitivo. 
Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor, na forma do art. 300 do CC/2002:
“Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor”.
Cessão de Contrato
Diferentemente do que ocorre na cessão de crédito ou de débito, neste caso, o cedente transfere a sua própria posição contratual (compreende-se créditos e débitos) a um terceiro (cessionário), que passará a substituí-lo na relação jurídica originária.
Com absoluta propriedade, SÍLVIO VENOSA observa que:
“a cessão de crédito substitui uma das partes na obrigação apenas do lado ativo, e em um único aspecto da relação jurídica, o mesmo ocorrendo pelo lado passivo na assunção de dívida. Todavia, ao transferir uma posição contratual, há um complexo de relações que se transfere: débitos, créditos, acessórios, prestações em favor de terceiros, deveres de abstenção etc. na transferência de posição contratual, portanto, há cessões de crédito, (ou podem haver) e a assunção de dívida, não como parte fulcral no negócio, mas como elemento integrante do próprio negócio”. 
Aos adeptos da teoria unitária, segundo o qual a cessão de contrato opera a transferência da posição contratual como um todo, sem que se possa identificar a fragmentação dos elementos jurídicos componentes da posição contratual.
Para que seja considerada válida, a cessão de contrato deverá observar os seguintes requisitos:
A celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário;
Integralidade da cessão (cessão global);
A anuência expressa da outra parte (cedido).
	Cessão de crédito
	Cessão de débito
	Cessão de contrato
	O credor (cedente) transfere total ou parcialmente o seu crédito a um terceiro (cessionário) mantendo-se a relação obrigacional- primitiva – com o devedor (cedido).
	O devedor (cedido), com consentimento do credor (cedente), transfere o seu débito a terceiro (cessionário). 
	O cedente transfere ao cessionário, de forma global, a sua própria posição contratual, compreendendo créditos e débitos.
	A relação obrigacional é a mesma.
	A relação obrigacional é a mesma.
	Cessão global: integralidade da cessão.
	A cessão poderá ser gratuita ou onerosa.
	A anuência do credor é indispensável.
	Anuência expressa da outra parte (cedido).
 
Pagamento 
O termo pagamento pode ser compreendido como o cumprimento voluntário de qualquer espécie de obrigação. 
	Assim, nesse sentido, paga não apenas aquele que entrega a quantia (obrigação de dar), mas também o individuo que realiza uma atividade (obrigação de fazer) ou, simplesmente, se abstém de um determinado comportamento (obrigações de não fazer).
CLÓVIS BEVILÁQUA manifesta-se a respeito do tema nos seguintes termos: “no primeiro sentido, o pagamento é o modo de cumprir as obrigações de dar, ou mais particularmente, de dar somas de dinheiro. No segundo, a satisfação do prometido ou devido em qualquer variedade de obrigação.”
Compõem-se o pagamento de três elementos fundamentais:
Vinculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do pagamento; não havendo vinculo, não há que se pensar em pagamento, sob pena de caracterização de pagamento indevido;
O sujeito ativo do pagamento: o devedor, que é sujeito passivoda obrigação;
Sujeito passivo do pagamento: o credor, que é sujeito ativo da obrigação.
Condições subjetivas do pagamento
de quem deve pagar
“Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes a exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e a conta do devedor, salvo oposição destes”.
A norma legal indica-nos a existência de duas espécies de terceiros:
o terceiro interessado;
o terceiro não interessado.
Por terceiro interessado entenda-se a pessoa que, sem integrar o polo passivo da relação obrigacional-base, encontra-se juridicamente adstrita ao pagamento da dívida, a exemplo do fiador que se obriga ao cumprimento da obrigação caso o devedor direto (afiançado) não o faça.
Pode, outrossim, o adimplemento da obrigação ser efetuado por terceiro não interessado. Trata-se de pessoa que não guarda vinculação jurídica com a relação obrigacional-base, por nutrir interesses meramente moral. É o caso do pai que paga a dívida do filho maior, ou do provecto amigo que honra o débito do seu compadre. Tais pessoas agem movidas por sentimento de solidariedade familiar ou social, não estando adstritas ao cumprimento da obrigação.
Em tais casos, duas situações podem ocorrer:
o terceiro não interessado paga a dívida em nome e a conta do devedor (art. 304 do CC/2002), o direito de cobrar o valor que se desembolsou para solver a dívida, uma vez que o fez, não por motivos patrimoniais, mas por sentimentos filantrópicos, pelo que pode, inclusive lançar mão dos meios conducentes a exoneração do devedor, a exemplo da consignação em pagamento. Registra-se, porém, que, processualmente, o terceiro não interessado, que paga a dívida em nome e a conta do devedor, deverá demonstrar sua legitimidade para fazê-lo, tendo em vista que ajuíza a postulação invocando o direito alheio de efetivar o pagamento e obter a quitação.
O terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome (art. 305 do CC/ 2002), neste caso, tem o direito de reaver o que pagou, embora não se sub-rogue nos direitos do credor. De tal forma, se o terceiro não interessado paga em seu próprio nome, poderá cobrar do devedor o que pagou, mas não substituirá o credor em todas as suas prerrogativas. Assim, se havia uma hipoteca garantindo a dívida primitiva, o terceiro não desfrutará da mesma garantia real, restando-lhe, apenas, cobrar o débito pelas vias ordinárias. Ex: fiança criminal.
“Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.”
Ou seja, havendo o desconhecimento ou a oposição do devedor, e o pagamento ainda assim se der, o terceiro não terá o direito de reembolsar-se, nos termos do art. 306 do CC/2002, desde que o devedor, obviamente, disponha de meios para solver a obrigação.
Daqueles a quem se deve pagar
Segundo a nossa legislação em vigor, o pagamento poderá ser feito as seguintes pessoas: 
O credor;
O representante do credor;
O terceiro.
Nesse sentido é a dicção da regra prevista no art. 308 do CC/2002:
“Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o representar, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito”.
O Direito das Obrigações, da mesma forma, deixa-se influenciar pela teoria da aparência, ao admitir que o pagamento seja feito de boa-fé ao credor putativo.
Trata-se da pessoas que se apresenta como sujeito ativo da relação obrigacional (sujeito passivo do pagamento), não havendo razão plausível para o devedor desconfiar da sua legitimidade. 
Requisitos indispensáveis para a validade do pagamento do credor putativo são:
A boa-fé do devedor;
A escusabilidade de seu erro.
Por óbvio, a lei exige, para que o pagamento seja admitido, que o devedor haja atuado de boa-fé, ou seja, não possa supor, antes das circunstâncias de fato, que a pessoas que exige o pagamento não tem poderes para tanto.
A boa-fé, no caso, é a subjetiva, um estado psicológico de firme crença na legitimidade daquele que se apresenta ao devedor. 
Condições subjetivas do pagamento
Do Objeto do pagamento e sua prova
Já se sabe que o credor não está obrigado a receber a prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa, e, também, não está adstrito a receber por partes- nem o devedor a pagar-lhe fracionadamente-, se assim não se convencionou (arts. 313 e 314 do CC/2002).
Tais dispositivos visam preservar a segurança jurídica dos negócios, uma vez que, se não forem respeitados, as partes nunca saberão como efetuar corretamente o pagamento: se sou credor de um relógio de cobre, não estou obrigado a aceitar um de ouro e vice-versa. Da mesma forma, se fora estipulada a entrega de uma saca de café, o devedor deverá prestá-la por inteiro, e não por partes.
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente nacional, pelo seu valor nominal (art. 315 do CC/2002). 
A quitação, é, primordialmente, o meio de prova do pagamento.
Trata-se de ato devido, imposto ao credor que recebeu o pagamento, no qual serão especificados o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor ou de quem este pagou, o tempo e o lugar do pagamento.
Caracteriza-se em instrumento público ou particular, datado e assinado pelo próprio credor ou por representante seu. 
O devedor tem direito subjetivo a quitação, e, caso lhe seja negada, poderá reter a coisa, facultando-se-lhe depositá-la em juízo, via ação consignatória de pagamento, para prevenir responsabilidade (art. 319 do CC/2002).
São requisitos legais da quitação (art. 320 do CC/2002):
O valor e a espécie da dívida quitada;
O nome do devedor ou de quem por este pagou (representante, sucessor ou terceiro);
O tempo do pagamento (dia, mês, e, se quiserem na hora);
O lugar do pagamento;
A assinatura do credor ou de representante seu.
Do lugar do pagamento
Essa regra permanece em nosso direito positivo, uma vez que. Por princípio, as obrigações deverão ser cumpridas no domicilio do sujeito passível da obrigação. 
Trata-se das chamadas dívidas quesíveis, definida por ÁLVARO VILLAÇA:
“...em principio o pagamento deve ser feito no domicílio do devedor. A dívida, neste caso, será quesível, ou seja, deve ser cobrada, buscada, pelo credor, no domicílio do devedor.”
Nesse sentido, dispõe o art. 327 do CC/2002.
“Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrario resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”. 
Por outro lado, se for estipulado que o pagamento será efetuado no domicílio do credor, estaremos diante de uma dívida portável. Nesse caso, ao devedor incumbe buscar o credor para efetuar o pagamento.
Observe-se, entretanto, que, se não houver estipulação contratual nesse sentido, será aplicada a regra geral.
Do tempo do pagamento
Em princípio, todo o pagamento deve ser efetuado no dia do vencimento da dívida.
Na falta de ajuste, e não dispondo a lei em sentido contrário, poderá o credor exigir o pagamento imediatamente (art. 331 do CC/2002). Tal regra, de compreensão fácil, somente se aplica às obrigações puras, pois, se forem condicionais, ficarão na dependência do implemento da condição estipulada (art. 332 do CC/2002).
É possível o credor exigir antecipadamente o pagamento, nas estritas hipóteses previstas em lei (art. 333 do CC/2002):
No caso de falência do devedor ou de concurso de credores
Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução de outro credor;
Se cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias do débito, fidejussórias (fianças, por exemplo) ou reais (hipoteca, penhor), e o devedor, intimado, se negar a reforça-las.
Registra-se que, em todas essas situações, havendo solidariedade passiva, a antecipação da exigibilidade da dívida não prejudicará os demais devedores solventes.Pagamento Indireto
 Consignação em pagamento
Embora o vínculo jurídico que envolve os sujeitos da relação obrigacional leve à visão de que o devedor somente tenha a obrigação de satisfazer o crédito, não há como se negar a ele o direito de cumprir a prestação que foi pactuada.
Assim, o credor se nega a recebê-la ou surge outro fato qualquer obstativo desse pagamento direto, pode o devedor se valer da consignação para se ver livre da obrigação assumida.
Exemplificando-se: se a deve B a importância de R$1.000,00 e B se recusa a receber o valor ofertado, por qualquer motivo que seja, poderá A depositar judicialmente ou em estabelecimento bancário o valor devido, à disposição do credor, extinguindo-se a obrigação e evitando, ainda, a caracterização da mora.
Trata-se a consignação em pagamento, portanto, do instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo devedor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional. 
Duas observações devem ser feitas sobre a natureza jurídica do pagamento em consignação: 
Sem qualquer dúvida, se trata de uma forma de extinção das obrigações, constituindo-se em pagamento indireto da prestação avençada.
A consignação em pagamento não é, em verdade, um dever, mas sim mera faculdade do devedor, que não pode adimplir, por culpa do credor.
O art. 335 do CC/2002 apresenta um relação de hipóteses em que a consignação pode ter lugar:
Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Na forma do art. 336 do CC/2002, “para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo. Todos os requisitos sem os quais não é valido, salvo se ratificado por este ou se reverter em seu proveito, na forma dos arts. 304 e 308 do CC/2002. 
Levantamento de depósito- arts. 338, 339 e 340 do CC/2002.
Levantamento antes do credor aceitar: OK. Paga despesas e permanece a obrigação.
Depois de julgado, mesmo com consentimento do credor, só pode se houver concordância dos outros devedores e fiadores.
Credor, depois de contatar ou aceitar, concorda com o levantamento do devedor: perde a preferência e as garantias.
3.Pagameto com sub-rogação
Segundo CALDAS AULETE, sub-rogação é o ato de sub-rogar. Ato pelo qual se substitui uma pessoa ou coisa em lugar de outra. Ato pelo qual o indivíduo que paga pelo devedor com o consentimento deste, expressamente ou por fatos donde claramente se deduza, fica investido nos direitos do credor.
Para a ciência jurídica, da mesma forma, sub-rogação traduz a ideia de substituição de sujeitos ou de objeto, em uma determinada relação jurídica. 
Assim, se um indivíduo gravou determinado bem de sua herança com cláusula de inalienabilidade, o sucessor não poderá, sem devida autorização, aliená-lo, e, caso o faça, justificará o gasto, aplicando o valor remanescente na aquisição de outro bem, que substituirá o primeiro, o qual passará a suportar a cláusula restritiva. 
Ao lado da sub-rogação objetiva ou real, temos, ainda, a sub-rogação subjetiva ou pessoal.
Como o próprio nome sugere, neste caso, a substituição que se opera é de sujeitos, e não do objeto, na relação jurídica.
Tal ocorre, por exemplo, quando o fiador paga a dívida do afiançado, passando, a partir daí, a ocupar a posição do credor, substituindo-o. assim, se Caio (fiador) paga a dívida de Tício (devedor principal/afiançado), junto a Mévio (credor), poderá, então, exigir o reembolso do que pagou, sub-rogando-se nos direitos do credor.
O pagamento com sub-rogação, modo especial de extinção das obrigações disciplinado pelos arts. 346 e 351 do CC/2002, traduz a ideia de cumprimento da dívida por terceiro, com a consequente substituição de sujeitos na relação jurídica obrigacional originaria: sai o credor e entra terceiro que pagou a dívida ou emprestou o necessário para que o devedor solvesse a obrigação.
Quando um terceiro paga ou empresta o necessário para que o devedor solva a sua obrigação, operar-se-á, por convenção ou em virtude da própria lei, a transferência dos direitos e, eventualmente, das garantias do credor originário para terceiro (sub-rogado).
Diz-se nesse caso, ter havido pagamento com sub-rogação pessoal, ou seja, pagamento com substituição de sujeitos no polo ativo da relação obrigacional.
A dívida será considerada extinta em face do antigo credor, remanescendo, todavia, o direito transferido ao novo titular do crédito.
Imputação do pagamento
Ninguém está impedido de contrair mais de uma dívida com a mesma pessoa.
Supondo serem todas líquidas e vencidas, oferecendo o devedor capital insuficiente para a quitação de todas, tem ele o direito de escolher qual das dívidas pretende extinguir em primeiro lugar. É o caso de o sujeito dever R$ 5.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 15.000,00 ao mesmo credor, sendo todas as dívidas líquidas e vencidas. Não discordando o credor em receber parcialmente o pagamento, cabe ao devedor imputar o valor pago em qualquer das dívidas. Da mesma forma, tendo todas as dívidas o mesmo valor, urge especificar qual dos débitos deverá ser solvido em primeiro lugar. 
Isso se dá através do institutos da imputação do pagamento.
Entende-se a imputação do pagamento como a “determinação feita pelo devedor, dentre dois ou mais débitos da mesma natureza, positivos e vencidos, devido a um só credor, indicativa de qual dessas dívidas deve solver”.
Desse lapidar conceito doutrinário, calcado na previsão legal correspondente extraem-se os dois requisitos legais indispensáveis: (Art. 352 do CC/2002).
Igualdade de sujeitos (credor e devedor)
Liquidez e vencimento de dívidas da mesma natureza. 
“Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.”
 Esses requisitos são imprescindíveis, simultaneamente, para que o devedor possa ter o direito subjetivo de fazer a imputação do pagamento, independentemente da manifestação do credor. 
Fazendo a interpretação conjunta dos arts. 354 e 355 do CC/2002, podem estabelecer a seguinte ordem preferencial:
Prioridade para os juros vencidos, em detrimento do capital;
Prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais recentes;
Prioridade para as mais onerosas em detrimento das menos vultosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo.
Requisitos:
Duas ou mais dívidas;
Identidades de partes (credor e devedor);
Todas as dívidas precisam ser: líquidas, certas e exigíveis;
Dívidas de mesma natureza (fungibilidade);
Deve haver o suficiente para cumprir com pelo menos uma delas.
Regra 1: imputação será feita pelo devedor.
Regra 2: se o devedor não indicar em qual das dívidas será feito o pagamento, a imputação será feita pelo credor.
Regra 3: se o credor também não fizer a indicação, a imputação será feita pela lei: a preferência deverá ser a imputação na dívida mais antiga, mas, se todas tiverem o mesmo vencimento, imputar-se-á a dívida mais onerosa. 
Compensação
Nada impede, que seja firmada uma ou mais obrigações entre dois sujeitos que adrede já mantinham relação jurídica, porém em polos inversos da recém- constituída.
Nessa situação de relação creditícia e debitória simultânea é eu pode ser invocado o instituto da compensação. 
A compensação é uma forma de extinção de obrigações, em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores. 
Tal extinção se dará até o limite da existência do crédito recíproco, remanescendo, sehouver, o saldo em favor do maior credor, conforme se depreende do art. 368 do CC/ 2002:
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Dessa forma, se A tem uma dívida de R$ 1.000,00 com B e B também tem uma dívida de R$ 1.000,00 com A, tais obrigações, no plano ideal, seriam extintas, sem qualquer problema. No mesmo raciocínio, se A tem dívida de R$ 1.000,00 com B e B tem uma dívida de R$ 1.500,00 com A, haveria a extinção até o limite de R$ 1.000,00, remanescendo saldo de R$ 500em favor de A.
Duas são as espécies de compensação encontradas no sistema brasileiro, a saber:
Legal;
Convencional.
A compensação legal é a regra geral, exigindo, para sua configuração, o atendimento de diversos requisitos legais. Nela, satisfeitos os requisitos da lei, o juiz apenas a reconhece, declarando a sua realização, desde que provocado.
Já a compensação convencional é a decorrência direta da autonomia da vontade, não exigindo os mesmos requisitos para a compensação legal.
Requisitos:
Dívidas líquidas: valor determinado.
Dívidas vencidas: exigibilidade.
Dívidas de coisas fungíveis: que pode ser substituída. 
Embora a causa das dívidas não influa, em regra, a validade do negócio jurídico e, consequentemente, na utilização do instituto da compensação, estabelece o art. 373 do CC/2002, algumas situações em que não é admissível sua aplicação:
Dívidas provenientes de esbulho, furto ou roubo;
Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos;
Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora.
Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, ao compensá-las, as regras estabelecidas quanto a imputação de pagamento, na forma do art. 379 do CC/2002, pela evidente semelhança entre as situações fáticas.
Ou seja, havendo várias dívidas a compensar, deve ser estabelecida a seguinte ordem:
Tem o devedor o direito subjetivo de apontar a dívida que pretende compensar (art. 352 do CC/2002);
No silêncio do devedor, pode o credor fazer a imputação, quitando uma delas (art. 353 do CC/2002);
No silêncio de ambas as partes, procede-se a seguinte imputação legal (arts. 354 e 355 do CC/2002).
c.1) prioridade para os juros vencidos, em detrimento do capital;
c.2) prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais recentes;
c.3) prioridade para a mais onerosas, em detrimento das menos vultuosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo;
c.4) por construção doutrinária, proporcionalmente a casa dívida, se de mesmo valor, vencidas e líquidas ao mesmo tempo.
Confusão	
Opera-se a confusão quando as qualidades de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa, extinguindo-se, consequentemente, a relação jurídica obrigacional.
É o que ocorre, por exemplo, quando um sujeito é devedor de seu tio, e, por força do falecimento deste, adquiri por sucessão, a sua herança. Em tal hipótese, passará a ser credor de si mesmo, de forma que o débito desaparecerá por meio da confusão.
Dispõe o art. 381 do CC/2002:
“Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.”
A confusão poderá determinar a extinção total ou parcial da dívida, nos termos do arts. 381 e 384 do CC/2002.
Por isso, subtipifica-se em:
Confusão total (de toda a dívida);
Confusão parcial (de parte da dívida).
O principal efeito da confusão é a extinção da obrigação.
Se a confusão se der na pessoa do credor ou devedor solidário, a obrigação só será extinta até a concorrência da respectiva parte no crédito (se solidariamente for ativa) ou na dívida (se a solidariedade for passiva), subsistindo-se quanto mais a solidariedade (art. 383 do CC/2002).
Remissão 
O estabelecimento de uma obrigação tem por destino natural o seu cumprimento, tendo em vista o interesse dos sujeitos a prestação pactuada. 
Remissão, portanto. É o perdão da dívida, em que A, credor de B, declara que não pretende mais exigi-la (por meio de um documento particular, por exemplo) ou pratica ato incompatível com tal possibilidade (devolvendo o título objeto da obrigação). Juridicamente, porém, é preciso que seja aceita, tácita ou expressamente, para produzir efeitos, uma vez que ainda restará a obrigação moral do cumprimento da dívida.
Conceito:
Perdão da dívida:
Expresso ou tácito;
Total ou parcial
Requisitos:
Ânimo de perdoar;
Aceitação do perdão.
O perdão não pode prejudicar eventuais direitos de terceiros.
A remissão pode ser total ou parcial.
Se o credor não é obrigado a receber parcialmente a dívida, pode, perdoá-la parcialmente, persistindo no montante não remitido. Exemplificando: A deve a B a quantia de R$ 1.000,00, mas B, declara, sem oposição de A, que somente irá executar a quantia de R$ 500,00 (perdoando o restante do débito) ou, em outro exemplo mais factível, somente a dívida nominal, sem a correção monetária ou acessórios com jutos moratórios.
A remissão poderá ainda ser expressa ou tácita.
A remissão expressa pode ocorrer tanto de forma escrita quanto verbal, embora a comprovação da última seja de grande dificuldade no caso concreto. Seria o caso, por exemplo, de alguém que, diante de uma plateia, declara publicamente que perdoa a dívida de alguém, comportamento que não pode ser desprezado juridicamente como se fosse mera bravata.
Na remissão expressa, recomenda-se, em verdade, a estipulação por escrito, público ou particular, declarando o credor que não deseja mais receber a dívida.
Hipóteses de remissão tácitas são previstas, porém, nos arts. 386 e 387 do CC/2002, nos seguintes termos: 
“Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.”
“Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.”
A remissão ainda pode ser:
Sob-condiçao: depende de um evento futuro e incerto para o seu implemento.
 A temo: fica vinculada a um evento futuro e certo para o perdão.
 	 Presumida: art. 386.

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