Buscar

Movimento Arte GRAV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

G.R.A.V.
Grav – Grupe de Recherche d’Art Visuelle (Grupo de Pesquisa de Arte Visual)
A fundação, por Le Parc e outros artistas, do GRAV, ativo em Paris 
entre 1960 e 1968, foi um marco forte do cenário artístico da época. A própria 
denominação de todo um amplo setor das artes foi maioritariamente alterada a 
partir daquele período do século 20: até então, as artes eram chamadas de 
“plásticas”, designação genérica e imprecisa que incluía os vários modos da 
arte, a pintura tanto quanto a escultura, está “mais plástica” do que aquela (se 
alguma propriedade havia no termo); depois dos anos 60, tornou-se regra cada
vez mais difundida denominar de “visual” aquele mesmo grupo de artes. As 
artes eram definitivamente visuais, como propunha o GRAV de Le Parc, e 
envolviam muita coisa além do que até ali se admitia em arte; se o rótulo 
anterior era restrito, este era amplo demais (poderia incluir o cinema, de resto 
de fato não excluído), porém mesmo assim traduzia melhor o que queriam 
fazer aqueles artistas. No início do século 20 um movimento de vanguarda 
havia se erguido contra o que chamou de obsessão retínica da arte, ou 
excessiva atenção dada ao órgão visual do ser humano em detrimento da 
função cognitiva interior, do conceito, da ideia – do conhecimento ordenado, 
estruturado, ou assim apresentado.
Com Julio le Parc a arte voltava a ser visual, mas agora em sentido 
ampliado para envolver não apenas o olho do observador e, sim, o olho como 
extensão do corpo, um corpo que sente por meio do olho mesmo se a ele não 
se limita. A nova ideia de que um corpo estava envolvido na operação 
contemporânea da arte foi decisiva. O corpo do artista já entrara em cena com 
Yves Klein (neste caso, trata-se mais do corpo da modelo que Klein usava) e 
Jackson Pollock nas performances criativas em que havia se transformado o 
ato de fazer arte, o corpo do espectador seguia-o agora. O corpo do 
observador dentro de um corpo de espaço que se podia agora denominar de 
ambiente, a obra de arte não se limitava mais apenas a seu próprio território 
físico inicial restrito (aquele demarcado por uma moldura ou pela pequena área
ocupada limitadamente pela obra), ela passava a incorporar uma fatia ampla do
mundo do qual fazia parte e ao qual definia.
1968 – Julho, Le Parc é expulso da França, juntamente com outros 
artistas. E em Novembro, em uma reunião com quatro membros do 
grupo, decidem pela dissolução dele.
“A minha experiência dentro do grupo, durante os oito anos da sua existência, 
tem sido muito positiva. Apesar do meu acordo para sua dissolução, acredito 
mais do que nunca no trabalho coletivo como o único válido para tentar valores
instituídos falhos, que se estendem dentro do mundo da arte.
Este esforço sob a forma de trabalho coletivo, revela-se impossível dentro do 
grupo, devido à sua evolução, a sua composição e as exigências da situação 
externa.”
Le Parc, dezembro de 1968, Paris – França.
Cultura Moderna e Contemporânea. MAIO 2016. 1° Arquitetura e Urbanismo – FIMCA. ||
Acadêmicas: |

Outros materiais