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Prova Introdução à Sociologia

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro			 Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Professora Flávia Braga						 Aluna Vanessa Barroso Barreto - 2016495314
Prova de Introdução à Sociologia
Questão 1: Analisar as especificidades da Sociologia, comparando-a com o senso comum e as demais ciências.
	A Sociologia é a busca sistematizada de explicações para mudanças e para os conflitos que surgiram com a consolidação do capitalismo junto com a modernidade, essas mudanças estão relacionadas com as novas relações econômicas, políticas e espaciais, é a questão social, o conhecimento científico da realidade. Na visão de autores como Peter Berger e C. Wright Mills, a ciência da sociologia, respectivamente, não tem compromisso com o debate público e ela serve para estudar as questões públicas, os seus pensamentos se diferenciam ao senso comum, que é o modo de pensar da maioria das pessoas. 									O primeiro autor afirma que a primeira verdade revelada pela sociologia é a de que as coisas não são o que parecem ser, dito isso, ele define o sociólogo como uma pessoa que procura compreender a sociedade de uma maneira disciplinada, sendo objetivo, controlando suas preferências pessoais e se ocupando de questões metodológicas. O interesse do sociólogo é teórico, ele pretende compreender os assuntos tratados, esses assuntos podem ser diversos, mas seu maior interesse é pelo mundo dos homens. A sociologia nos faz ver o mundo em que vivemos de outra forma, ela leva a uma transformação da consciência. Berger mostra também que a escassez de piadas sobre os sociólogos, deve-se a diferente importância dos sociólogos perante outras profissões, como a dos psicólogos, na imaginação popular. 					Berger diz que o sociólogo é visto como uma pessoa empenhada profissionalmente em atividades para benefícios de indivíduos e da comunidade em geral, não obstante, ele diz que essa imagem é imprecisa e ilusória, afirmando que o ponto de partida biográfico de estudos sociólogos é de interesse pela pessoa humana, que os conhecimentos sociólogos são essenciais para qualquer pessoa envolvida com ação na sociedade, porém, essa ação não precisa ser restritamente humanitária. Outra imagem seria a de que o sociólogo é uma espécie de teórico do serviço social, o autor compreende essa ideia em relação ao sentido da sociologia nos Estados Unidos, essa está ligada a psicologia, indicando que o serviço social constitui uma ação na sociedade. No entanto, a sociologia não é uma ação, e sim uma tentativa de compreensão, pontuando a função do sociólogo em tentar ver o que existe e buscar um ato de percepção pura, bem como consiste na função de prestar informações a respeito de um determinado terreno social. O sociólogo também tem a imagem do reformador social, a de coletor de estatística sobre comportamento humano, a de homem ocupado fundamentalmente em criar uma metodologia científica que ele possa depois aplicar aos fenômenos humanos, e a de observador impessoal e sardônico como um manipulador de homens. Contudo, todas essas imagens são consideradas falsas. Dados estatísticos não estabelecem sociologia, só quando sociologicamente interpretados dentro de um quadro teórico referente à sociologia, e nela muita coisa pode ser dita em linguagem inteligível.		O segundo autor tem um pensamento diferente, para ele a sociedade precisa de ajuda para usar a informação e desenvolver a razão, com a intenção de enxergar o que está acontecendo no mundo e dentro deles mesmos. Pare ele, a principal tarefa intelectual e política do cientista social é esclarecer os elementos da inquietação e da indiferença contemporâneas. Declara que jornalistas, cientistas, professores, entre outras carreiras estão indo em busca da imaginação sociológica, essa capacita a compreensão do cenário histórico de forma mais ampla, em termos de seu significado para a vida íntima e para a carreira exterior de vários indivíduos. Mills revela o primeiro resultado dessa imaginação no indivíduo só poder compreender sua própria experiência e avaliar seu destino localizando-se dentro de seu período. 						A imaginação socióloga proporciona a compreensão da história, da biografia e das relações das duas dentro da sociedade. Por meio dela, atualmente, os homens percebem o que está acontecendo no mundo e com eles, como pontos de cruzamento da biografia e da história dentro da sociedade. Inúmeros ambientes são afetados por questões políticas e econômicas, para compreender essas modificações se faz necessário olhar além desses ambientes, para assim enfrentá-los e solucioná-los, conseguir isto é sinônimo de possuir imagem sociológica.							Nas outras ciências, alguns indivíduos podem não ter uma opinião pronta, mas quando se trata da ciência da sociologia, as pessoas se acham capazes e exercem opiniões. Mills chama atenção exemplificando para que qual seja a verdade em disciplinas como história, ciência política, economia e antropologia, a sociologia tornou-se o centro de reflexão sobre a ciência social. Tem como característica a autoconsciência generalizada, uma condição preliminar para a objetividade no empreendimento dessa ciência. 
Questão 2: Discutir a estrutura e funcionamento da sociedade moderna, segundo o pensamento de Marx e Durkheim.
Marx analisa o surgimento do capitalismo, atribuindo-o como agente que modela a modernidade, na obra “Manifesto Comunista” critica a produção capitalista e as consequências de organização social que esse tipo de produção causou. A sociedade capitalista era marcada pela exploração do trabalho do homem, o que provocava a degradação da condição humana. Naquela época, a sociedade estava dividida em duas classes em confronto direto, sendo elas a burguesia e o proletariado, o autor considera a ação humana como responsável pelas transformações através delas. Com a abertura de novos mercados, a procura por mercadorias aumentava, assim, foram aumentando as necessidades e a organização feudal da indústria já não satisfazia mais, até a própria manufatura estava insuficiente. Desta forma, a grande indústria moderna venceu a manufatura, a média burguesia manufatureira cede seu lugar para os milionários da indústria, para os chefes de exércitos industriais e para os burgueses modernos.			Ocorreu o aceleramento do desenvolvimento do comércio, da navegação, da comunicação, e quanto mais se desenvolviam, a burguesia crescia pela multiplicação de seu capital. A industrialização também vem a privilegiar o burguês, pois a burguesia só pode existir com a condição de revolucionar sempre os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. Um dos fatores para o acúmulo de capital da burguesia são os baixos preços de seus produtos. Com o estabelecimento da indústria moderna e do mercado mundial, a burguesia conquistou autoridade política exclusiva no Estado representativo moderno. Ela destruiu as relações feudais e patriarcais, acabou com o sentimentalismo das relações familiares e reduziu-as a meras relações monetárias, arrastou para a civilização todas as nações, até as bárbaras, e submeteu o campo à cidade, com a criação de grandes centros urbanos. 		Com o avanço da burguesia, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos operários modernos, que só podem viver se encontrarem trabalho e que só o encontram na medida em que este aumenta o capital. O crescente emprego de máquinas e a divisão do trabalho tiram o trabalho do operário de seu caráter autônomo, os fazendo perder todo atrativo. O produtor passa a ser um simples complemento da máquina e só se requer dele a operação mais simples, se tornando comum empregar nas fábricas mulheres e crianças, que poderiam executar o mesmo trabalho, recebendo um salário inferior, o salário dos homens também é reduzido a um nível baixo e acabam possuindo uma vida mais precária. A organização do proletariado em classe e, portanto, em partido político, é incessantemente destruída pela concorrência que fazem entre si os própriosoperários. A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado, este se baseia exclusivamente na concorrência dos operários entre si. Com o apoio dos comunistas, obteve a supremacia do proletariado, com o objetivo de arrancar aos poucos todo capital da burguesia, e fazer com que os antagonismos sociais desapareçam rapidamente.		Durkheim, sobre a relação homem e sociedade, considerava a compreensão dos aspectos sociais algo fundamental para se explicar a realidade em que vive o indivíduo, para ele, os valores sociais se impunham ao indivíduo ou pelo direito ou pelo costume. Contrariando as visões da modernidade como uma época de incertezas quanto às possibilidades de vigência da solidariedade entre os homens, o livro “Da divisão do trabalho social” apresenta a relação entre o homem individual e a coletividade, e o problema da ordem social. Uma das preocupações da obra é a de compreender os aspectos sociais da divisão do trabalho, e como essa divisão vai interferir na sociedade.		Para entender a organização social, o autor fala do conceito de solidariedade social, a responsável pela coesão entre os indivíduos, isto é, o que gera união, a qual se modifica de acordo com o modelo de sociedade presente, existindo a solidariedade mecânica (sociedades simples) e orgânica (sociedades complexas), que associou a dois tipos de lei, consequentemente, denominados de direito repressivo e direito restitutivo. Ele retrata dois tipos de consciência, uma comum, correspondente aos sentimentos e crenças comuns aos membros de um espaço social, e outra trazendo os aspectos mais pessoais, que permite a existência de uma personalidade e nos torna indivíduos. 			Na sociedade tradicional, a consciência coletiva, que são as crenças e sentimentos compartilhados por todos os membros da coletividade, é forte, unitária e homogeneizadora. Nesse tipo de sociedade, os homens pouco se diferenciam, e a coesão social é fundada na solidariedade mecânica, nesse caso a divisão do trabalho tem uma forma rudimentar, habitualmente não passando de divisão sexual. Na moderna, uma potência determinada de produção estende e aprofunda a divisão do trabalho, a diversificação, as especializações e a diferenciação entre as pessoas são intensas. A consciência coletiva se debilita, abrindo espaço para a consciência individual, a própria consciência coletiva muda de caráter, passando mesmo a sustentar o culto do indivíduo. 		O autor pontua o resultado da crescente divisão do trabalho, o de ocasionar uma crescente interdependência entre os membros da sociedade, desenvolve-se uma coesão social baseada não mais na igualdade das pessoas e no total envolvimento da consciência social na consciência coletiva, mas, sim, na diferenciação e integração entre os membros da sociedade. A base moral de cada homem não é feita de generalidades, e o homem está destinado a executar uma posição especial no organismo social, o autor acredita que ele deve, antecipadamente, aprender o seu papel de homem. Com isto, Durkheim não está defendendo uma especialização prematura da criança, todavia, ele lembra que a educação na sociedade moderna desenvolve um trabalho de orientação vocacional e que este trabalho está inevitavelmente direcionado no sentido de potencializar a solidariedade orgânica. A educação participa, então, do desenvolvimento de formas de coesão social que seriam superiores, se integrando em um projeto de conservação da sociedade. O desenvolvimento das sociedades modernas é caracterizado pela diferenciação social, a complexidade das funções exercidas por um corpo social, e está ligada a isso, a predominância da consciência individual com relação à coletiva.
Questão 3: Debater as características da modernidade, segundo o pensamento de Weber e Simmel.
	Weber em suas obras “Ação social e relação social” e “Os três tipos puros de dominação legítima” atribui a racionalidade e a burocracia como principais características da modernidade, ressalta a existência de um capitalismo moderno, que direciona o mercado a ter uma nova organização, e a cidadania. Segundo ele, a mentalidade racional é o que caracteriza a sociedade moderna, na forma como agimos e o que fazemos. Isso, consequentemente, ocasiona o desencantamento do mundo, a perda de valores e tradições, bem como fazer escolhas previsíveis para ter uma boa qualidade de vida, desta forma, o mundo vai ficando mais triste. A teoria weberiana privilegia a ação social do indivíduo dotada de sentido e a toma como base para a compreensão da vida social.  											O autor destaca o homem moderno como homem racional, e a razão sendo uma força histórica. Ele aponta a ação social, que é a conduta humana dotada de significado dado por quem a executa e que orienta a ação, tem três tipos: racional (com relação a fins e com relação a valores), afetiva e tradicional. Bem como a dominação social, que são as relações nas quais a ação dos indivíduos é orientada pela obediência, são três tipos: dominação racional-legal, tradicional e carismática.						Na dominação racional-legal, pode-se criar e modificar qualquer direito através de um estatuto sancionado corretamente, tendo a burocracia como tipo mais puro desta dominação. Na dominação tradicional, a autoridade é suportada pela existência de uma fidelidade tradicional, o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. Na dominação carismática, a autoridade é suportada, devido à devoção afetiva por parte dos dominados, fundamentando as crenças transmitidas por profetas, sobre o reconhecimento que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções.						Ele relaciona o desenvolvimento do Estado moderno com a moderna burocracia e a empresa burocrática, e a evolução do capitalismo moderno que se identifica com a burocratização crescente das empresas econômicas, pois constituem as formas por excelência de institucionalização do pensamento racional, respectivamente em relação ao agir econômico e à administração pública, e seu funcionamento está centralizado em ações racionais determinadas para alcançar objetivos. Ademais, Weber indica o emprego de plebeus a serviço do senhor como elemento iniciador do Estado moderno na Europa. Afirma também que as associações políticas modernas constituem os representantes mais ilustres, mostrando que a dominação da empresa capitalista moderna é em parte heterônoma, mas quando referente ao quadro coercitivo é heterocéfala, e quanto à organização administrativa é autocéfala.				Para Weber, a divisão do trabalho é um dos traços distintos da modernidade capitalista, não apenas no nível econômico, mas também na política, na administração pública e na ciência. Ele afirma que a característica primária do Estado moderno é a concentração da organização política da sociedade nas mãos do governante.
Simmel tem questões em comum com Weber, como na relação da racionalização com a modernidade, ele acredita que a racionalização produz certa impessoalidade na sociedade moderna. Mas, ele também pontua que há uma individualização, uma dependência mútua e uma intelectualização. Para o autor, a modernidade pode ser entendida através de seus dois principais símbolos, são eles: o dinheiro e a metrópole; que acarretam um aumento da individualização conjuntamente com um aumento da impessoalidade. 										A psicologia do dinheiro mostra que uma coisa é aquilo que ela custa, de certa forma, o dinheiro permite que as relações sociais estejam livres da dependência de pessoas específicas, isso ocorre devido ao fato de ser um meio de troca universal, reconhecido por todos os indivíduos, o que torna possível a troca comercial independente. Só que olhando de outra maneira, essa independência de relações sociais específicas torna o contato humano apenas um contato comercial, a impessoalidade do dinheiro é a fonte da impessoalidade dasrelações humanas.					A metrópole é importante na sociedade moderna complexa. Na cidade grande tem a intensificação da vida nervosa, nela foi alcançada a precisão, a determinação de igualdades e desigualdades, a univocidade nos acordos e combinações, isto é, um único significado para os tratados feitos. Os indivíduos desta sociedade têm variadas relações e oportunidades complicadas, podendo ser ligadas as grandes distâncias em que eles se encontram. A grande cidade se sustenta, praticamente, pela produção para o mercado, para desconhecidos fregueses, que nunca se encontrarão diante dos verdadeiros produtores. Simmel afirma que o espírito moderno se torna cada vez mais um espírito contábil, a concentração de dinheiro é muito abundante na metrópole, assim, requer do indivíduo o máximo de seus nervos, resultando no caráter blasé, a indiferença diante de tudo e todos revertem em uma desvalorização deles, e, por fim, no sentimento de depreciação da própria individualidade. A vida na metrópole com o uso do dinheiro faz da cidade um lugar de “liberdade”, seus habitantes são “livres”, mas não necessariamente significa que se sintam bem, e também é lugar de diferenciação, bem como torna as relações sociais mais objetivas e impessoais, um tanto quanto superficiais.											Existe, nas cidades, uma grande divisão econômica do trabalho. A luta pelo cliente mostra a necessidade de especializar as realizações, para que o trabalhador não possa ser tão facilmente abandonado e substituído por outro. Essa necessidade tem a intenção de encontrar uma função que não seja facilmente substituível, estimulando a diferenciação, o refinamento, o enriquecimento das necessidades do público, que acabam por conduzir a variedades pessoais crescentes no interior desse público.
As sociedades quanto mais modernas, mais elas são abstratas, se importando com a imagem (a produção de imagem do próprio indivíduo, de objetos, etc.), que depois se materializa. A sociedade busca saber mais, fortalecer o intelecto, para ter uma maior racionalização e mais produções de imagem, obtendo uma maior capacidade de abstrair. Simmel mostra que na modernidade há uma divergência enorme no ritmo de crescimento da cultura objetiva, isto é, ligada aos objetos, e da cultura subjetiva, que diz respeito à cultura dos sujeitos. Enquanto a objetiva cresceu com muita rapidez, a subjetiva foi mais lenta e pode ter regredido em alguns aspectos.

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