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inicial reclamatoria trabalhista leo

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Leonardo Xavier- Antonio Carlos Garcia Junior
16/03/2018 – Aula 04	
Estágio Supervisionado V – Trabalho
Leonardo Xavier – Antônio Carlos Garcia Junior 
16/03/2018 – Aula 04
Estágio Supervisionado V – Trabalho
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE NATAL-RN.
 
Susana (..), brasileira, empregada doméstica, estado civil (...), inscrita no CPF (...), residente e domiciliada na rua (...), número (...), bairro (...), situado na cidade (...), vem através de seu advogado (...), ajuizar RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face de seu ex-empregador (...) Moraes, nacionalidade, estado civil (...), inscrito no CPF (...), residente e domiciliado na rua (...), número (...), bairro (...) na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, pelo fatos e fundamentos que seguem: 
I – DOS FATOS
		Contratada pela Família Moraes, em um contrato de experiência de 45 dias, a reclamante iniciou seus trabalhos no dia 15/06/2015, e a partir desta data realizava todas as atividades domesticas, com o início da sua jornada as 7:00 hrs, encerrando as 16:00, de segunda a sexta-feira, com um período intrajornada de 30 minutos. 	Susana realizava a limpeza dos três banheiros da residência sem nenhum acréscimo salarial, além de ter descontado de seu salário 10 % para o vale-transporte, cota –parte do INSS, 	e 25% do valor da alimentação consumida durante o serviço. 
	Passados os 45 dias, nada foi tratado entre empregado e empregador, e sendo assim, a reclamante manteve-se trabalhando normalmente. Em uma certa ocasião, ela viajou juntamente com a família durante quatro (4) dias uteis para a cidade de Gramado-RS, e nesse período trabalhou das 8hrs até as 17:00, desfrutando de uma hora para o almoço. 
	Em 15/09/2016, a reclamante teve baixa em sua CTPS, e recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais a 3/12 avos acrescidas de 1/3, 13º salário igualmente proporcional ao valor trabalhado. 	
II – DO DIREITO
Conforme o relatado acima, nota-se que não se trata de um simples contrato de experiência pelo fato de não ter havido a prorrogação expressa do mesmo, se transmutando assim, em um contrato por prazo indeterminado conforme consta no art 5º, § 2º, da LC 150/15, e referente a isso deve-se pagar a indenização do aviso prévio de 30 dias, e reflexo gradativamente nas férias, e no 13º salario, conforme o art. 23, § 1º da mesmo legislação. 
Além disso, é vedado pelo art. 18, da LC 150/15, a cobrança pela alimentação, e isto requer a devolução dos 25 % para a reclamante. E a taxa máxima para desconto referente a vale-transporte é de 6% do salário, art. 4º § Único da lei 7.418/85. 
Também deverá ser pretendida uma hora extra diária, em razão da supressão do intervalo de uma hora, o qual era de 30 minutos, nos termos do art. 13 da LC 150/15, e sumula 437 do TST, a qual de acordo com a jurisprudência:
INTERVALOS INTRAJORNADA. NÃO FRUIÇÃO OU FRUIÇÃO PARCIAL. SÚMULA 437 DO TST. A não fruição ou a fruição parcial do intervalo previsto no art. 71 da CLT impõe o pagamento do período total, acrescido de 50%, nos termos do art. 71, §4º, da CLT e do entendimento da Súmula 437, I, do TST. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO PROCESSO nº 0020902-32.2015.5.04.0027, RELATOR: ROBERTO ANTONIO CARVALHO ZONTA, 11/09/2017) 
 Conforme o relatado pela reclamante, sua jornada era de oito horas e meia por dia, sem nenhuma referência à acordo escrito para compensação, devendo assim, o reclamado pagar 30 minutos de hora extra por dia, conforme é exigido pelo art 2º, § 4º da LC 150/15.
Durante a viagem, a parte deverá receber 25% por hora trabalhada, incidido sobre 32 horas, conforme o art. 11, § 2º, da LC 150/15. 
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1- Desconsideração do contrato de experiência transmutado para o contrato por prazo indeterminado;
2- Indenização do aviso prévio conforme o art. 23, § 1º LC 150/15
3- Devolução dos 25% referentes a alimentação vedado pelo art. 18, da LC 150/15;
4- Devolução de 4% da taxa referente ao vale transporte, a qual era de 10% e e a previsão da lei permite o máximo 6% art. 4º § Único da lei 7.418/85.
5- O pagamento de uma hora extra diária devido o intervalo suprimido de 30 minutos, o qual deveria ser de uma hora, conforme art. 13 da LC 150/15, e sumula 437 do TST.
6- O pagamento de 30 minutos de horas extras por dia, devido a sua jornada ser de 8 horas e 30min por dia, conforme o art 2º, § 4º da LC 150/15.
7- O pagamento de 25% sob a hora trabalhada, incidida sobre 32 horas, durante o período de viagem, art. 11, § 2º, da LC 150/15.
Pretende provar por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente, pelo depoimento pessoal da reclamante, documentos ora anexados, juntada de novos documentos, que ficam desde já requeridas.
Natal-RN/, DD, cidade e ano.
Advogado_, OAB_.
Art. 5o O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias.
§ 2o O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado.
Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.
Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem
 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vales-Transporte necessários aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência-trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. (Renumerado do art . 5º,  pela Lei 7.619, de 30.9.1987)    (Vide Medida Provisória nº 2.189-49, de 2001)   (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico.
Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.
§ 4o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia.
Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o.
§ 2o A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal.

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