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GNE270 – Fenômenos de Transporte I Profa. Isabele Cristina BicalhoProfa. Isabele Cristina Bicalho DEG/UFLA 2018/1 GNE270 – Fenômenos de Transporte I • Conteúdo 5. Escoamento de Fluidos Não Viscosos 5.1 A Equação de Euler5.1 A Equação de Euler 5.2 A Equação de Bernoulli – Integração da Equação de Euler ao Longo de uma Linha de Corrente 5.3 Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica 5.3.1 Tubo de Pitot 5.4 A Equação de Bernoulli Interpretada como uma Equação de5.4 A Equação de Bernoulli Interpretada como uma Equação de Energia 5.5 Linha de Energia e Linha Piezométrica 5.6 Medidores de Vazão 5 – Escoamento de Fluidos Não Viscosos • Escoamento de fluidos não viscosos No capítulo anterior trabalhamos com as equações diferenciais na forma particular das equações de Navier-Stokes para um fluidoforma particular das equações de Navier-Stokes para um fluido com ρρρρ e µµµµ cte. Neste capítulo, iremos aprender uma outra forma simplificada das equações diferenciais do movimento, que se aplica a um fluido sem viscosidade, que é a Equação de Euler. Não possuem solução analítica! Muitos problemas podem ser analisados com sucesso pela aproximação de µ = 0! 3 Escoamento não-viscoso ou sem atrito Existem regiões do escoamento onde as forças viscosas ou resultantes do atrito são desprezíveis. 5.1 – A Equação de Euler • A equação de Euler A equação de Euler pode ser obtida a partir da equação da quantidade de movimento após desconsiderar os termos viscosos 2DV g p V Dt ρ ρ µ= −∇ + ∇ � � � quantidade de movimento após desconsiderar os termos viscosos (τij = 0 ou µ = 0): ij DV g p Dt ρ ρ τ= −∇ +∇⋅ � � DV � � ou 4 DV g p Dt ρ ρ= −∇ � � Equação de Euler ( )DV V V V Dt t ∂ → = + ⋅∇ ∂ � � � � Aceleração da partícula (1) 5.1 – A Equação de Euler A Eq. de Euler, escrita em coordenadas retangulares, é: x u u u u p u v w g t x y z x ρ ρ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂+ + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ x y u v w g t x y z x v v v v p u v w g t x y z y ρ ρ ρ ρ + + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ + + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (2) 5 z w w w w p u v w g t x y z z ρ ρ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂+ + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ 5.1 – A Equação de Euler A Eq. de Euler, escrita em coordenadas cilíndricas, é: 2 r r r r r r z r v vv v v v p a v v g t r r z r r θ θρ ρ ρ θ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = + + + − = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ 1 r r z r r r z a v v g t r r z r r v v v v v v v p a v v g t r r z r r vv v v v p θ θ θ θ θ θ θ θ ρ ρ ρ θ ρ ρ ρ θ θ = + + + − = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = + + + − = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ 6 z z z z z r z z vv v v v p a v v g t r r z z θρ ρ ρ θ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = + + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (3) 5.1 – A Equação de Euler • As eqs. de Euler em coord. de linhas de correntes Considere o escoamento no plano yz. coordenada s: distância ao longo de uma linha de correnteEq. do coordenada s: distância ao longo de uma linha de corrente coordenada n: distância normal à linha de corrente Eq. do movimento 7 mg 5.1 – A Equação de Euler • Equação de Euler na direção s A eq. de Euler na direção da linha de corrente, com o eixo z dirigido verticalmente para cima, é então Para escoamento em verticalmente para cima, é então 1 p z V Vg V s s t sρ ∂ ∂ ∂ ∂ − − = + ∂ ∂ ∂ ∂ 1 p z Vg V s s sρ ∂ ∂ ∂ − − = ∂ ∂ ∂ (4) Para escoamento em regime permanente, (5) Desprezando forças de campo, 8 1 p VV s sρ ∂ ∂ = − ∂ ∂ indica que uma diminuição na velocidade é acompanhada de um aumento na pressão, e vice-versa. (6) 5.1 – A Equação de Euler Isso faz sentido: A única força experimentada pela partícula é a força líquida de pressão, de forma que a partícula é acelerada em direção das regiões de baixa pressão e desacelerada quando se aproxima das regiões de alta pressão.quando se aproxima das regiões de alta pressão. 9 p s∂ ∂ V s∂ ∂ 5.1 – A Equação de Euler • Equação de Euler na direção n A eq. de Euler normal à linha de corrente é escrita para escoamento permanente como Para escoamento em um plano permanente como 21 p z Vg n n Rρ ∂ ∂ + = ∂ ∂ 21 p V n Rρ ∂ = ∂ Para escoamento em um plano horizontal, gn = 0, (7) (8) p∂ A eq. (8) indica que a pressão aumenta para fora na direção 10 p n ∂ ∂ aumenta para fora na direção normal às linhas de corrente a partir do centro de curvatura dessas linhas. ac 5.1 – A Equação de Euler Isso também faz sentido: Posto que a única força que age sobre a partícula é a força líquida de pressão, é o campo de pressão que cria a aceleração centrípeta. Observe que 2 p/p V pR n R n ρ∂ ∂ = ↑ → ↓ ∂ ∂ No limite, 0 pR n ∂ →∞ = ∂(linha reta) 11 não há variação de pressão em uma direção normal às linhas de corrente Plano horizontal: Linhas de corrente retas R (raio de curvatura) = ∞ (linha reta) 5.1 – A Equação de Euler OBS: No caso de linhas de corrente retilíneas em que há o efeito da gravidade (Ex: plano vertical), a eq. de Euler normal à linha de corrente será: 21 p z V∂ ∂ 1 p z∂ ∂21 p z Vg n n Rρ ∂ ∂ + = ∂ ∂ (7) 1 0p zg n nρ ∂ ∂ + = ∂ ∂ (9) p g z cρ= − + Expressão da variação da pressão hidrostática com a altura para um (10) 12 hidrostática com a altura para um fluido em repouso! Neste caso haverá variação de pressão na direção normal às LC retilíneas. 5.2 – A Equação de Bernoulli • A Equação de Bernoulli Pode ser deduzida integrando a eq. de Euler ao longo de uma linha de corrente. coord. de linha de correntelinha de corrente. Ela também pode ser deduzida a partir da eq. da energia (1ª Lei da Termodinâmica). • Dedução da eq. de Bernoulli usando coordenadas de linha de corrente coord. de linha de corrente coord. retangulares corrente A eq. de Euler para escoamento em regime permanente ao longo de uma linha de corrente, é dada pela Eq. (5): 13 1 p z Vg V s s sρ ∂ ∂ ∂ − − = ∂ ∂ ∂ (5) 5.2 – A Equação de Bernoulli Notando que , podemos escrever: 21 2 V VV s s ∂ ∂ = ∂ ∂ 21 1 0p V zg∂ ∂ ∂+ + = Se assumirmos escoamento incompressível, ρ = cte, e podemos escrever: 1 1 0 2 p V zg s s sρ ∂ ∂ ∂ + + = ∂ ∂ ∂ 2 0p V gz ∂ + + = Isso é satisfeito se, ao longo da linha de corrente, Em geral, a constante na Eq. (11) tem valores diferentes ao longo de linhas de corrente diferentes. 14 0 2 gz s ρ + + = ∂ 2 2 p V gz cte ρ + + = da linha de corrente, (11) 5.2 – A Equação de Bernoulli Pode-se aplicar a Eq. (11) entre dois pontos quaisquer na mesma linha de corrente, nos quais são conhecidos as pressões, as velocidades e as alturas. 2 22 2 1 1 2 2 1 22 2 p V p Vgz gz ρ ρ + + = + + Equação de Bernoulli Restrições: 1. Escoamento sem atrito (12) 15 matemático suíço Daniel Bernoulli 1700-1782 2. Escoamento em regime permanente 3. Escoamento incompressível 4. Escoamento ao longo de uma linha de corrente 5.2 – A Equação de Bernoulli • Comentários gerais: A Eq. de Bernoulli é provavelmente a equação mais famosa e usada em toda a MecFlu.usada em toda a MecFlu. Ela é sempre atraente de ser usada, pois é uma simples equação algébrica que relaciona as variações de pressão com aquelas de velocidade e de elevação em um fluido. A equação indica que, de modo geral, se uma partícula aumenta sua elevação (z ↑) ou se move para uma região de maior pressãosua elevação (z ↑) ou se move para uma região de maior pressão (p ↑), ela tende a desacelerar (V ↓). Ela é muitas vezes usada erroneamente. É importante,portanto, manter firmemente as suas restrições sempre que usar a equação! 16 5.2 – A Equação de Bernoulli A eq. de Bernoulli é bastante usada em aerodinâmica, onde pode ser aplicada para explicar, por ex., a sustentação gerada por uma asa. 17 5.2 – A Equação de Bernoulli • Dedução da Eq. de Bernoulli usando coordenadas retangulares A forma vetorial da equação de Euler, Eq. (1), também pode ser integrada ao longo de uma linha de corrente.integrada ao longo de uma linha de corrente. ( ) ( ) pV V g p V V gρ ρ ρ ∇ ⋅∇ = −∇ → ⋅∇ = − � � � � � � ( )DV V V V Dt t ∂ = + ⋅∇ ∂ � � � � onde DV g p Dt ρ ρ= −∇ � � (1) Para regime permanente, (13) Se nós tomarmos o produto escalar dos termos da Eq. (13) pela distância, , ao longo da linha de corrente, teremos: 18 ( ) ( )V V g p V V gρ ρ ρ ⋅∇ = −∇ → ⋅∇ = − d s� ( ) d s d s d spV V g ρ ∇ ⋅∇ = ⋅ ⋅−⋅ � � �� � � (14) (13) 5.2 – A Equação de Bernoulli Em que Agora, vamos avaliar cada um dos três termos na Eq. (14): ˆˆ ˆd s dxi dy j dzk= + +� (ao longo de s) ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ0 0g d s i j g k dx i dy j dz k g dz ⋅ = + − ⋅ + + = − � � 1 ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ p p p pd s i j k dx i dy j dz k ∇ ∂ ∂ ∂ − ⋅ = − + + ⋅ + + � (ao longo de s) 19 1 ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ 1 1 p p p pd s i j k dx i dy j dz k x y z p p pdx dy dz dp x y z ρ ρ ρ ρ ∇ ∂ ∂ ∂ − ⋅ = − + + ⋅ + + ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = − + + = − ∂ ∂ ∂ � (ao longo de s) 5.2 – A Equação de Bernoulli O terceiro termo pode ser escrito usando a identidade vetorial : 21 1( ) ( ) 2 2 V V V V V⋅∇ = ∇ ⋅ = ∇ � � � � 2 2 2 2 1 ( ) 2 1 ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ 2 V V d s V d s V V Vi j k dx i dy j dz k x y z ⋅∇ ⋅ = ∇ ⋅ ∂ ∂ ∂ = + + ⋅ + + ∂ ∂ ∂ � � � � 20 (ao longo de s) 2 2 2 21 1 ( ) 2 2 V V Vdx dy dz d V x y z ∂ ∂ ∂ = + + = ∂ ∂ ∂ 5.2 – A Equação de Bernoulli Substituindo esses três termos na Eq. (14), obtemos: ( ) pV V d s g d s d s ρ ∇ ⋅∇ ⋅ = ⋅ − ⋅ � � � � � � Integrando essa equação, obtemos (ao longo de s) 2 cte dp V g z+ + = 2 21 1 1( ) ( ) 0 2 2 dpd V gdz dp d V g dz ρ ρ = − − → + + = (ao longo de s) Para o caso de massa específica constante, obtemos a eq. Bernoulli: 21 (ao longo de s)cte 2 g z ρ + + = 2 cte 2 p V gz ρ + + = (11) (ao longo de s)
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