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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS / BACHARELADO METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO A ESSÊNCIA DA PESQUISA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO E SUA CONDUÇÃO AOS EXPERIMENTOS CONTROLADOS Ana Débora Aguiar Vieira Ana Tátila Lopes Ramos Débora Mesquita de Araújo Josilayne de Fátima Souza Mendes Luís Henrique Ximenes Portela SOBRAL - CE 2018 Prezados, este trabalho foi retirado de uma plataforma online denominada Khan Academy. A mesma funciona como uma organização educacional sem fins lucrativos. Criada por Salma Khan, um educador americano bengali, em 2007, possui como base materiais diversos para a elaboração de pesquisas nas mais variadas áreas de conhecimento. Tais materiais são obtidos através de parcerias com diversas instituições, de diferentes ramos de pesquisa, que também realizam doações monetárias que ajudam a manter a plataforma funcionando. Criada originalmente em língua inglesa, atinge hoje todos os continentes e possui fundações que realizam a tradução de todos os materiais disponíveis (artigos, vídeos, exercícios). Possui parcerias com órgãos como a NASA, o Museu de Arte Moderna, a Academia de Ciências da Califórnia e o MIT para oferecer conteúdo especializado. Vem ganhando, cada vez mais, reconhecimento. Em 2009, a plataforma recebeu o Prêmio Microsoft Tech para a educação e seu fundador e CEO, Salma Khan, tem sido destaque em diversos veículos de informação, como The Colbert Report, PBS NewsHour, CNN, e National Public Radio. Bill Gates falou sobre a Khan Academy no festival Aspen Ideas. O Departamento de Educação dos Estados Unidos da América doou 2,2 bilhões de dólares para expandir os serviços da plataforma. Além de desenvolver projetos junto a empresas como Pixar e Fundação Carlos Slim, com o objetivo e mostrar como os conceitos acadêmicos influenciam na produção de aprendizado. 1. INTRODUÇÃO Uma investigação científica geralmente começa com uma observação - isto é, algo que chama a atenção do cientista em questão. Por exemplo, no caso de um biólogo cancerologista que nota que um certo tipo de câncer não pode ser tratado com quimioterapia. Após essa observação, o mesmo irá investigar o porquê de a quimioterapia não surtir efeito neste tipo de câncer. Outro exemplo é o de um ecologista marinho, que ao perceber o branqueamento dos recifes de corais em seu local de pesquisa, irá desenvolver métodos para encontrar uma resposta sobre o acontecimento. Como os cientistas procedem suas investigações? Neste artigo, nós iremos falar do método científico, uma abordagem de resolução de problemas utilizada por todos os pesquisadores. 2. O MÉTODO CIENTÍFICO No cerne da biologia e de outras ciências há uma abordagem para soluções de problemas chamada de método científico. O método científico tem seis passos básicos, mais um passo de retroalimentação: I. Observação II. Pergunta III. Hipótese ou explicação testável IV. Previsão baseada na hipótese, a teoria V. Experimento VI. Resultados Após os resultados, é necessário de se refaça o experimento, para confirmar as hipóteses de forma mais concreta. Este método é utilizado em vários os ramos da ciência — química, física, geologia, psicologia, entre outros. Os cientistas nesses campos fazem outras perguntas e realizam outros testes. Entretanto, eles utilizam a mesma abordagem para encontrar as repostas que são lógicas e sustentadas por evidências. 2.1 HIPÓTESE No caso da hipótese, vale ressaltar que a mesma não é, necessariamente, uma explicação correta. Cientistas são constantes investigadores. Uma hipótese deve ser testável e falseável, para ser validada. Por exemplo, “o nascimento de Vénus, de Botticelli, é belo" não é uma boa hipótese, porque não há nenhuma experiência que possa testar esta afirmação que demonstre que ela é falsa. No entanto, "As pessoas acham o nascimento da Vênus de Boticelli bonito" é falseável, pois pode-se realizar um experimento onde questionários são aplicados à diferentes pessoas, de diferentes esferas sociais, onde a questão principal é a beleza relativa da pintura. Observa-se que a maneira como a hipótese é formulada pode ter um impacto enorme sobre em como ela será validada. Frisa-se também que uma teoria é diferente de uma hipótese, apesar de elas, com certeza, estarem relacionadas. Uma hipótese é uma resposta potencial a uma questão específica relativamente menor. Uma teoria, por outro lado, aborda uma questão mais ampla e é baseada em uma grande quantidade de dados provenientes de várias fontes. 2.2 PREVISÕES As previsões funcionam como resultados esperados que podem ser testados e acabar por apoiar ou contradizer uma hipótese. Quando apoiada, a hipótese ainda não está conclusivamente correta, mas as chances de que esteja são maiores. Por outro lado, quando os resultados contradizem a hipótese, mesmo após a mesma ter sido reexperimentada e falhas no teste tenham sido descartadas, é necessário que a mesma seja descartada. Uma distinção fundamental que deve ser feita é entre o que é logicamente possível e o que é praticamente possível. Logicamente falando, é impossível provar uma hipótese, mas é possível refutar uma. Praticamente falando, é desafiador provar ou refutar uma hipótese acima de qualquer dúvida. I. POSSIBILIDADE LÓGICA: têm-se o exemplo de uma hipótese formulada de que todas as maçãs são vermelhas. Ela é testada através da observação de dez maçãs. Se as dez maçãs possuídas forem vermelhas, a hipótese tem sustentação, mas não pode ser provada, visto que, caso se olhe para outros grupos de maçãs, pode encontrar-se uma verde. Por outro lado, se nas dez maçãs observadas inicialmente, uma é verde, num mundo alternativo e sem erros, a hipótese já deve ser refutada. II. POSSIBILIDADE PRÁTICA: ainda levando em consideração as dez maçãs mencionadas acima, se há uma maçã verde de fato, a hipótese não pode estar correta, mas é possível que a maçã não seja verdadeiramente verde, no sentido que a mesma é classificada dessa cor por um erro ou pressuposto errado. Um exemplo é que a maçã pode ser verde porque foi pintada por alguém, ou pode estar coberta com mofo de coloração verde. 3. EXPERIMENTOS CONTROLADOS Quando possível, os cientistas testam suas hipóteses utilizando experimentos controlados. Um experimento controlado é um teste científico feito sob condições controladas, o que significa que apenas um (ou poucos) fatores são alterados a cada vez, enquanto todos os outros são mantidos constantes. Em alguns casos, não há uma boa forma de se testar uma hipótese usando um experimento controlado (por razões práticas ou éticas). Neste caso, um cientista pode testar a hipótese fazendo predições sobre padrões que podem ser observados na natureza se a hipótese está correta. Então, ela ou ele pode coletar dados para verificar se o padrão realmente existe. Num experimento controlado, há, basicamente, dois grupos: um experimental e outro controle. 3.1 GRUPOS CONTROLE E EXPERIMENTAL Tais grupos são idênticos entre si, com a diferença onde um recebe um tratamento diferenciado do outro. O grupo que recebe o tratamento é denominado experimental, enquanto o grupo que não recebe é chamado de controle. O grupo controle fornece um padrão, ou referência, que permite avaliar se o tratamento tem um efeito.Não necessariamente serão aplicados apenas dois grupos. O controle é sempre necessário, mas podem haver vários grupos experimentais, cada um com um tratamento um pouco diferente aplicado a ele. 3.2 VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES O fator que é diferente entre os grupos de controle e experimental (neste caso a quantidade de água) é conhecido como a variável independente. Esta variável é independente porque ela não depende do que acontece no experimento. Ao invés, ela é algo que o pesquisador aplica ou escolhe ele mesmo. Resultados experimentais são muito mais simples de interpretar e analisar quando há apenas uma variável independente (um fator alterado de cada vez), quando se está em início de pesquisa. Uma vez que se tem muito mais experiência laboratorial e algum conhecimento em estatística, pode-se considerar a realização de experimentos com duas variáveis independentes ao mesmo tempo. Um exemplo de ocorrência é visto quando se quer entender como níveis de água e luz juntos afetam a brotação das sementes de feijão. Um experimento bem projetado com duas variáveis independentes é capaz de informar se essas variáveis interagem (modificam os efeitos uma da outra). Contudo, experimentos com mais de uma variável independente têm que seguir regras especificas de planejamento e os resultados devem ser analisados usando uma classe especial de testes estatísticos para separar os efeitos das duas variáveis. Em contraste, a variável dependente num experimento é a resposta que é medida para ver se o tratamento tem um efeito. Neste caso, ainda utilizando o exemplo do feijão citado acima, a fração de sementes de feijão que germinou é a variável dependente. A variável dependente (fração de sementes germinando) depende da variável independente (a quantidade de água), e não vice-versa. 3.3 VARIABILIDADE E REPETIÇÃO Num experimento controlado, principalmente as ocorridas em biologia, há a variação de algum material utilizado que não se pode ver. Devido a esse potencial de variação, experimentos biológicos precisam ter uma amostra de tamanho grande e, de preferência, ser repetidos várias vezes. O tamanho da amostra refere-se ao número de itens individuais testados num experimento. Com mais amostras e repetindo-se o experimento mais vezes, diminui- se a probabilidade de chegar-se a uma conclusão errada, devida à variação aleatória. 3.4 TESTES NÃO-EXPERIMENTAIS DE HIPÓTESES Alguns tipos de hipóteses não podem ser testados em experimentos controlados por razões éticas ou práticas. Por exemplo, uma hipótese sobre infecção viral não pode ser testada dividindo as pessoas saudáveis em dois grupos e infectando um grupo. Da mesma forma, um ecologista que estuda os efeitos das chuvas não conseguiria fazer chover em uma parte de um continente, mantendo outra parte seca para controle. Em situações como estas, os biólogos podem utilizar modelos não- experimentais para teste de hipótese. Em um teste não-experimental de hipótese, o pesquisador prevê observações ou padrões que devem ser vistos na natureza se a hipótese estiver correta. O pesquisador então coleta e analisa dados para verificar se os padrões estão, de fato, presentes. 4. CONCLUSÃO O método científico traz consigo a essência de toda pesquisa: o questionamento através da observação de um evento. No percurso de um cientista, a investigação é sempre constante, visto que as hipóteses geradas através dos questionamentos, quando obtêm respostas positivas ou negativas através de um experimento, não possuem certezas definitivas. A realização dos experimentos controlados mostra-se um método bastante eficiente no aumento da probabilidade de confirmação de uma hipótese, já que são pegos dois corpos para teste e os mesmos, através da adição de substâncias em um, para que se possa obter um efeito comparativo. Um cientista deve possuir uma visão bastante viva em relação aos fenômenos que ocorrem no ambiente. Os biólogos, principalmente, ao trabalharem com as diversas relações entre os mais diversos seres vivos, micro e macroscópicos, devem aplicar os métodos de forma correta, para que se consiga respostas que, apesar de defasáveis, são de grande importância para o entendimento geral. 5. REFERÊNCIAS EXPERIMENTOS CONTROLADOS. Khan Academy. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/intro-to-biology/science-of-biology/a/the- science-of-biology. Acessado em: 11 de abril de 2018. MÉTODO CIENTÍFICO. Khan Academy. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/intro-to-biology/science-of-biology/a/the- science-of-biology. Acessado em: 11 de abril de 2018. MISCONCEPTIONS ABOUT SCIENCE IN UNDERSTANDING SCIENCE. University of California Museum of Paleontology. Disponível em http://undsci.berkeley.edu/teaching/misconceptions.php.
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