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Professora: Viviane TavaresProfessora: Viviane Tavares EE--mailmail: viviane.tavares@ifrj.edu.br: viviane.tavares@ifrj.edu.br Conceitos Fundamentais de Operações Unitárias Disciplina: Operações Unitárias I Curso: Tecnólogo de Processos Químicos Carga horária: 54 horas-aula • Objetivos: • Proporcionar aos estudantes conhecimentos relacionados às operações unitárias da indústria química. Estrutura da disciplina: Fundamentos Básicos de Operações Unitárias 1.1 - Conceitos de Equilíbrio e gradientes; 1.2 - Operações Contínuas e descontínuas; 1.3 - Conceito de Operações Unitárias. 2 Mecanismo de Transporte Turbulento 2.1 - Fenômenos de Transporte de fluidos: 2.1.1 - Transferência de massa, de energia e de momento. 2.2 - Transporte de momento e Lei da Viscosidade de Newton; 2.3 - Regimes de Escoamento de Fluidos: 2.3.1 - Molecular/Laminar e Turbulento. 2.4 - Número de Reynolds e fator de atrito; 2.5 - Mecanismo do escoamento turbulento de fluidos. Operações com Transferência de Calor 3.1 - Mecanismo geral de transferência de calor: 3.1.1 – Convecção; 3.1.2 – Condução; 3.1.3 – Radiação. 3.2 - Transferência de calor por condução: 3.2.1 - Lei de Fourrier e Resistência 3.3 - Convecção: 3.3.1 - Natural e forçada; 3.3.2 - Lei de resfriamento de Newton, coeficientes de película e Números de Nusselt e Prandtl. 3.4 - Cálculos de taxas de transferência de calor por convecção e condução em escoamento de fluidos em placas planas e tubos. Trocadores de Calor e Caldeiras 4.1 - Tipos de Trocadores de Calor: 4.1.1 - Bitular e casco-tubo. 4.2 - Coeficiente global de transferência de calor; 4.3 - Resistência de depósitos no trocador de calor; 4.4 - Diferença média logarítmica de temperatura; 4.5 - Correção da temperatura média logarítmica para geometrias especiais de trocadores de calor, o fator F; 4.6 - Nomenclatura dos componentes de trocadores de calor; 4.7 - Caldeiras: 4.7.1 - Visão geral do processo e Tipos de Equipamentos. Bibliografia: • Cremasco, Marco Aurélio. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos. São Paulo: Blucher, 2012. • Foust. Princípios das Operações unitárias; LTC. 2ª Edição, 1982. • Gauto, Marcelo Antunes. Rosa, Gilber Ricardo. Processos e Operações Unitárias da Indústria Química. Rio de Janeiro. Editora Ciência Moderna Ltda. 2011. • Gomide, Reynaldo. Operações unitárias. Separações mecânicas. São Paulo. 3º volume. Edição do autor. 1980. • Terron, Luiz Roberto. Operações unitárias para químicos, farmacêuticos e engenheiros: fundamentos e operações unitárias do escoamento de fluidos. Rio de janeiro: LTC, 2012. Capítulos: 1, 4, 5 e 6. • Complementar: • Celso P. Livi. Fundamentos de fenômenos de Transporte; LTC, Edição 2004. • Himmelblau, David Mautner. Engenharia Química: princípios e cálculos. Rio de Janeiro: LTC, 2012. • Yunus Cengel. Termodinâmica; Mcgraw-hill, 4ª edição. Tópicos a serem abordados • Indústria de Processos Químicos; • Operações Unitárias; • Operações contínuas e descontínuas; • Terminologias; • Equação de fluxo; • Gradientes; • Equilíbrio. • Meio contínuo; • Modelagem matemática; Indústria de processo químico • É o nome genérico para designar as indústrias em que materiais (sólidos, líquidos e gasosos) sofrem transformações físicas e/ou químicas, ou as que se dedicam à armazenagem, ao manuseio ou à distribuição desses materiais. Indústria de processo químico Processo Conjunto de etapas necessárias para a realização de um determinado fim. Conjunto de operações unitárias e conversões químicas. Controle de processos Os processos são controlados para realizarem sua finalidade: originar os produtos a partir de matérias–primas. Operações unitárias São as etapas envolvendo reações químicas do processo. São modificações e/ou separações físicas que são feitas dentro do processo químico. Conversões unitárias O que são operações unitárias? As operações unitárias, ou “ações unitárias”, englobam qualquer processo químico independente da sua escala, particularidade química e condições operacionais (temperatura, pressão e etc). Todas as operações unitárias são baseadas em princípios da ciência que são traduzidas nas aplicações industriais da engenharia. Modela-se o fenômeno físico, projeta-se os equipamentos e define-se as condições operacionais para a realização de determinada tarefa no processo químico. Fundamentos • Operações contínuas – A alimentação e os produtos fluem continuamente enquanto dura o processo. As variáveis do processo não se alteram com o tempo (só pequenas flutuações). É mais econômico por não haver muitas perturbações e paradas. Opera em regime permanente. Ex: Refino de petróleo. Fundamentos • Operações semi-contínuas – Há passagem do material continuamente através de uma fronteira. Opera em regime transiente. As condições operacionais são variáveis com o tempo. Ex: Adição contínua de líquidos em um tanque misturador. Fundamentos • Operações em batelada (descontínuas) – O equipamento é carregado com toda a carga (matéria-prima), é realizado o processamento e depois é retirado o produto. São operações em regime transiente, há alteração das variáveis com o tempo. Ex: Produção em pequena escala (pães) OP1 OP2 OP2 Fonte: Terron, 2012. • Volume de Controle • Sistema Na Mecânica dos Fluidos são utilizados os termos: Volume de controle: �Um volume de controle é um volume arbitrário no espaço, através do qual o fluido escoa. Superfície de controle: �É a superfície que envolve o volume de controle. A superfície de controle pode ser real ou imaginária e pode estar parada ou em movimento. Volume de controle Sistema Sistema – É definido como uma quantidade de matéria ou região no espaço selecionada para estudo. Ex: Dedução da lei da estática – balanço de forças em um sistema. Vizinhança – tudo o que está do lado de fora da fronteira do sistema. Fronteira – A superfície que separa o sistema das vizinhanças.São chamadas de superfície de controle e podem ser reais ou imaginárias. Um sistema aberto, ou um volume de controle, é uma região criteriosamente selecionada no espaço. Tanto massa como energia podem cruzar a fronteira de um volume de controle. No sistema fechado, apenas energia pode cruzar a fronteira. No sistema isolado, nem energia e massa atravessam a fronteira. Sistema Vizinhança Fronteira Métodos de Descrição • Análise de Lagrange – análise para sistema que efetivamente segue o movimento das partículas. Assim, o método consiste em isolar um sistema e estudar o comportamento individual de cada molécula ou partícula desse sistema e a partir das informações obtidas, para cada uma dessas partículas, inferir o comportamento do todo. • Análise de Euler – observa o escoamento a partir de um sistema de referência, fixo em relação a um volume de controle (VC). Assim, o método consiste na escolha de um volume fixo do espaço, atravessado pelo escoamento em estudo. O volume de controle (VC) apresenta uma fronteira com o meio denominada superfície de controle (SC). Desta maneira, se procede a determinação das grandezas características do campo de escoamento, em função do tempo, na superfície de controle e no volume de controle. Fundamentos Estado – Condições do sistema (especificadas temperatura, pressão, composição, etc.) Equilíbrio - (estado) – As propriedades do sistema são invariantes; implica um estado sem forças motrizes internas. Os tipos de equilíbrios são térmico, mecânico, de fase e equilíbrio químico. Fase – Uma parte (ou todo) do sistema que é fisicamente distinta e macroscopicamente homogênea, de composição fixa ou variável, comogás, líquido ou sólido. Fundamentos As operações unitárias são descritas por três leis básicas: • Equação de fluxo; • Balanço de massa; • Balanço de energia. Fundamentos Equação de fluxo – é uma lei da natureza e caracteriza o fato de uma determinada propriedade fluir de um ponto onde está em excesso para outro onde existe “carência” dela. O fluxo da propriedade acontece devido a uma força chamada de força motriz ou força termodinâmica. Onde: Ji - fluxo da propriedade; X – força termodinâmica; Li - coeficiente cinético (dependerá do fenômeno estudado); XLJ ii ρρ = Fundamentos • Taxa de transferência (equação de fluxo) – Imaginamos os portadores de propriedade, estimamos os respectivos números e as taxas de migração entre as duas correntes mantidas em contato contínuo e chega-se a quantidade de transferência conseguida. •Transferência de momento – diferença de velocidade de um fluido entre dois pontos do sistema. •Transferência de calor – diferença de temperatura entre dois pontos do sistema. •Transferência de massa – diferença de concentração entre dois pontos do sistema. Fundamentos A diferença entre a condição inicial e a condição de final é a força motriz que provoca esta modificação. Fase1 Fase2 Início Fase única Equilíbrio Equilíbrio Considere dois sistemas que não estejam passando por nenhuma mudança (desequilíbrio). Pode-se medir algumas propriedades e descrever a condição ou estado de cada sistema nesse momento. Junta-se os dois sistemas e após certo tempo, observa-se o estado final. Equilíbrio • Estágio de equilíbrio – Duas fases são reunidas, entram em equilíbrio e depois são separadas e retiradas. Admite-se que as correntes de saída estão em equilíbrio. Ex: Extração líquido-líquido Em um estado de equilíbrio não existem potenciais desbalanceamentos (ou forças motrizes) dentro do sistema. Um sistema em equilíbrio não passa por mudanças quando é isolado de sua vizinhança. Equilíbrio do sistema - A taxa de troca de certas grandezas do sistema (usualmente massa ou a energia, num processamento químico) é igual a zero. A termodinâmica trata de estados de equilíbrio. Fundamentos Grandezas extensivas – são propriedades do sistema como um todo, ou seja são aquelas que dependem do volume ou da massa. Ex: massa, momento linear e energia. Grandezas intensivas – são aquelas definidas em um ponto e que não dependem do volume ou da massa do sistema. Ex: massa específica, concentração, velocidade e temperatura. Fundamentos • Gradiente de uma grandeza intensiva (ex: temperatura) fornece a taxa de variação máxima dessa grandeza em relação à distância. k z Tj y Ti x TT ρρρρ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ A diferença dessa grandeza (propriedade) está sendo observada em relação ao três eixos x, y e z. Em muitos processos a análise é feita de forma unidimensional com o objetivo de simplificar a equação. Em muitas situações, essa simplificação consegue fornecer resultados coerentes com os dados reais. Fundamentos Quando o gradiente é nulo na vizinhança de um ponto, existe equilíbrio local na distribuição da grandeza intensiva, isto é, o campo é uniforme em torno do ponto considerado. Quando há a existência de desequilíbrio local na distribuição de uma grandeza intensiva, ocorre um fluxo de grandeza extensiva correspondente. A tendência será restabelecer o equilíbrio nas distribuições das grandezas intensivas correspondentes. • O termo campo refere-se a uma quantidade qualquer definida como uma função de posição e tempo através de uma dada região. Operações unitárias e modelos matemáticos • A descrição dos fenômenos físicos, é feita, em geral, usando os princípios de idealização e aproximação (modelagem), sendo esquematizada da seguinte forma: Fenômeno físico (problema) Formulação e modelagem (idealização e aproximação) Solução do problema Interpretação física do resultado Operações unitárias • Cada operação unitária conta com os mesmos procedimentos, sendo explicada por uma mesma lei física. Existem várias operações, únicas entre si, independentes e básicas. Exemplo: Filtração. • Objetivo: Separar um sólido que está suspendo em um líquido. • Em casa: Por meio de um filtro de papel • Em laboratório: Usa-se papel de filtro disposto em um funil. • Industrialmente: Utiliza-se filtros industriais. O processo para fazer o cafezinho (Esquema de filtro de papel) Fonte: Terron, 2012. A operação é a filtração por diferença de pressão, e essa operação é unitária, pois é descrita por um só modelo. Duas operações unitárias: extração e a filtração Modelo matemático para a filtração: 3 22 3 )()1( ε εµ p p V S U k dL dP − = Onde: P – Pressão; L – espessura da torta; K3 – parâmetro empírico, para um determinado sistema e obtido experimentalmente. U – velocidade linear do filtrado; ε – porosidade da torta; Sp – superfície de uma partícula da suspensão; Vp – volume de uma partícula da suspensão;( ) A dt dV U = V – volume de filtrado coletado desde o início do processo de filtração até um tempo t; A – área do meio filtrante, medida perpendicularmente à direção do escoamento do filtrado. Principais variáveis: •Porosidade do papel – a porosidade inicial; •Porosidade da borra de café; •Altura inicial da suspensão; •Velocidade de crescimento da espessura da borra; •Velocidade de diminuição da altura da suspensão •Valores das propriedades dos materiais envolvidos; Hipótese do contínuo O conceito do CONTINUUM é a base da Mecânica dos Fluidos clássica e consiste fundamentalmente na aplicação das leis da Mecânica ao movimento de fluidos. Assim, os valores médios (relativos ao espaço e tempo) das grandezas que caracterizam o comportamento de porções de fluidos, de dimensões mínimas arbitrárias, sejam possíveis a aplicação daquelas leis, mediante hipóteses restritivas e extrapolação adequadas. Ou seja, em um contínuo, a molécula não tem significado, a menor divisão permissível da substância é um volume contendo um número considerável de moléculas. Hipótese do contínuo A força exercida pelo gás (teoria cinética dos gases) decorre da freqüência de choques de suas moléculas contra a parede. Gás Gás Diminuindo o número de partículas dentro de recipiente P gás P gás O conceito de meio contínuo é um modelo para o estudo de seu comportamento macroscópico em que se considera uma distribuição contínua de massa, ou seja, é uma idealização da matéria. Somente tem validade para um volume macroscópico no qual exista um número muito grande de partículas para manter uma média estatística definida.
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