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A Era do Vazio - Lipovetsky | Resumo - PPT DIGITADO

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A ERA DO VAZIO – GILLES LIPOVETSKY 
 
 Lipovetsky desenvolveu uma extensa reflexão acerca da sociedade contemporânea a qual classifica de 
sociedade hipermoderna baseada no excesso. A sociedade hipermoderna foi antecedida pela sociedade pós-
moderna, conceituada por ele no livro A Era do Vazio. Lipovetsky entende o conceito de sociedade pós-moderna 
como sendo um conceito válido, mas insuficiente para explicar as práticas culturais da atualidade. 
 
 O conceito de pós-modernidade é fundamentado na mudança das relações do indivíduo com ele mesmo 
e com os outros. As novas práticas e o novo olhar para si são fundados numa percepção excessivamente 
individualizada de si mesmo, uma personalização extrema. 
 
 Em oposição à ideia de influência há o conceito de sedução. Nesse caso, a sedução está relacionada ao 
consumo. O mundo do consumo é ampliado pela diversidade de opções de produtos em todos os campos. A 
sedução sobre o indivíduo não é exercida pelos produtos, mas pela repetição contínua das suas escolhas. Escolher 
mercadorias é a prática que liberta. É exatamente a repetição da escolha que confere ao indivíduo a sensação de 
liberdade. O ato do consumo, seja lá do que for, reconstrói simbolicamente o valor existencial da liberdade. Essa 
dinâmica funciona num processo associativo entre escolha e liberdade, na qual o valor da liberdade está no ato 
da escolha dos objetos, que é uma escolha individualizada. Funciona como uma espécie de distorção do 
pensamento. O resultado ou consequência é a formação de um padrão e, por consequência, sua frequente 
repetição. Toda vez que o indivíduo escolhe um objeto, ele se sente livre não por adquirir o objeto, mas por ter 
exercido sua escolha, que está associada à liberdade. 
 
 Portanto, a interpretação da liberdade como escolha individualizada de consumo (essa é a sedução) tem 
por objetivo criar a personalização que dá origem a uma nova forma social na qual os indivíduos se guiam apenas 
pelos seus desejos. Essa nova forma social recebeu o nome de Pós-Modernidade. 
 
 Nesse contexto, cada indivíduo é estimulado a se voltar para suas próprias emoções o tempo inteiro, a 
se voltar integralmente para si mesmo, num processo de interiorização constante que se torna uma prática e, por 
consequência, o faz perder o interesse por aquilo que está ao seu redor. Na verdade, não é uma interiorização 
genuína, mas um processo de isolamento contínuo que promove uma desintegração do interesse pelo espaço 
público. 
 
 O indivíduo se observa e se avalia e, com isso, volta-se ainda mais para si mesmo na busca de seu bem 
estar e para melhor administrar seu capital estético, afetivo, psíquico e erótico. 
 Lipovetsky chama de self-service libidinal, banalização da pornografia, culto à experimentação do corpo, 
exibição do corpo. O corpo é dissociado da máquina, pois é o corpo que precisa ser cuidado, amado e exibido. 
Na verdade, o corpo permanece isolado das interações sociais. Ninguém tira mais ninguém para dançar, não há 
mais o jogo da conquista, todos dançam sozinhos.

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