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171 • Forma dos dentes Os dentes podem ser fresados (ou agudos), detalonados (ou de perfil constante) e postiços. Dentes fresados ou agudos: É a forma mais comum e mais simples de ser feita. Como exemplo, podemos citar o "dente de serra" que apresenta a desvantagem de ser pouco resistente. As afiações sucessivas conduzem a uma variação progressiva da forma dos dentes e a uma vida pequena para a ferramenta. De maneira geral, as fresas com dentes agudos prestam-se para serviços de desbaste e acabamento de superfícies planas. Dentes detalonados: É a forma empregada nas fresas de perfil. Os dentes são afiados apenas na superfície de saída, o que mantém sempre o perfil original. Dentes postiços: É a solução mais econômica para fresas de grande diâmetro. É o caso típico das fresas frontais para faceamento. As pastilhas são presas nos dentes por solda ou parafusos. • Forma de fresas Prof. Fernando Penteado 172 4. Furação A furação é um dos mais importantes processos de usinagem, visto que a grande maioria das peças são dotadas de furos. Para abertura destes furos são usadas, preferencialmente, as furadeiras, embora possam ser usadas outras máquinas, tais como os tornos. 4.1. Movimentos para furação de uma peça A ferramenta normalmente utilizada para a abertura de furos é a broca helicoidal com duas arestas de corte. Para que ela execute o corte, são necessários dois movimentos: a) Movimento principal de corte - que é a rotação da broca em torno de seu eixo. Este movimento é que determina a velocidade de corte em [m/min] b) Movimento de avanço - que é o movimento longitudinal da broca em direção à peça. Este movimento é medido em [MM/rot.] Mediante a combinação dos movimentos principal e de avanço, cada aresta de corte descreve um movimento helicoidal que dá origem à formação de um cavaco contínuo. 4.2. Furadeiras e mandriladoras Dependendo do tipo de furação exigida (dimensões, precisão, quantidade, acabamento), existe um determinado modelo de furadeira mais adequada: • Furadeira manual Pode ser elétrica ou pneumática; é ideal, pela sua versatilidade, para furação de pequenos diâmetros, que não exijam grande precisão, em produção não seriada. Prof. Fernando Penteado 173 • Furadeira de bancada Tem este nome por ser colocada sobre a bancada de trabalho. De pequena potência, também é usada para pequenos diâmetros em produção não seriada. • Furadeira de coluna É o tipo mais usado de furadeira. Ela é fixada através de uma base e possui uma mesa que pode deslocar- se em altura, onde é fixada a peça a ser furada. Possui várias velocidades e o avanço pode ser feito manual ou automaticamente. Caixa de velocidades e avanços: a) engrenagens da caixa de velocidade para o movimento principal b) alavanca de engate c) derivação para o movimento de avanço por meio de coroa e sem-fim d) engrenagens do sistema de avanço e) coroa, sem-fim e cremalheira para produzir o avanço • Furadeira de coluna, com carro móvel Trata-se de uma máquina mais pesada, com uma coluna em forma de caixa de alta rigidez. Pelas guias da coluna, podem movimentar-se a mesa e o carro porta-broca onde está alojado o mecanismo de avanço. O movimento de avanço é realizado pelo carro, evitando que, em furos profundos, a árvore principal fique com uma grande parte em balanço, como ocorre com a furadeira de coluna comum. Portanto, esta furadeira é ideal para grandes diâmetros e para furos profundos. • Furadeira de precisão Usada para furos com rigorosa distância entre centros (até 0,001 mm). Sua mesa permite movimentação longitudinal e transversal. Possui alta rigidez estrutural e sua árvore está perfeitamente apoiada, não havendo permissão para nenhuma folga. Usada em ferramentaria. • Furadeiras em série Montadas em série, com uma mesa comum, são usadas para a realização contínua de várias operações em uma peça, tais como: furar, escarear e alargar determinado furo. a b c e d Prof. Fernando Penteado 174 • Furadeira múltipla Possui várias árvores que são acionadas em conjunto podendo, portanto, executar vários furos ao mesmo tempo. Ideal para produção em série. • Furadeira radial A furadeira radial permite o deslocamento do carro porta-broca através de um braço, que, por sua vez, pode deslocar-se em torno da coluna, bem como se mover verticalmente. Graças a sua multiplicidade de movimentos, permite que uma determinada peça seja furada em vários pontos sem que tenha de ser deslocada. É ideal para furação de peças pesadas, de pequena mobilidade. • Mandriladora horizontal a) árvore porta-ferramenta b) carro ou cabeçote c) coluna com guias d) luneta e) mesa f) barra de mandrilar A operação de mandrilamento consiste em alargar furos através de uma ferramenta similar a usada no torno, que é fixada em uma barra porta ferramenta chamada barra de mandrilar. Se o furo for passante, a barra ficará fixada entre a placa do cabeçote da máquina e um suporte conhecido por luneta. Caso contrário, usa -se uma barra curta presa apenas no cabeçote. A mandriladora pode ser utilizada para trabalhos de furação, mandrilamento, fresagem e torneamento em peças complicadas e de difícil manuseio. A árvore porta-ferramentas está disposta horizontalmente e nela podem ser fixadas as ferramentas de furar, mandrilar ou fresar. A árvore pode avançar no sentido longitudinal, enquanto que o cabeçote onde está fixada, pode deslocar-se em altura. A mesa, onde é fixada a peça, é giratória e pode deslocar-se nos sentidos longitudinal e transversal. As mandriladoras são equipadas com caixas de velocidades que permitem várias velocidades de rotação e avanço da árvore porta-ferramentas. Prof. Fernando Penteado Prof. Fernando Penteado 175 Detalhe de uma barra de mandrilar não passante: a) barra de madrilar b) ferramenta c) parafuso de fixação d) parafuso de ajuste 4.3. Ferramentas de furar 4.3.1. A broca helicoidal A broca helicoidal tem três partes principais: ponta, corpo e haste. A ponta é a extremidade cortante. O corpo é a parte situada entre a ponta e a haste, e têm dois sulcos ou ranhuras que se denominam estrias. A haste (paralela ou cônica) é a extremidade, ou punho, da broca que encaixa no mandril ou suporte da máquina perfuratriz. A ponta da broca deve ser cuidadosamente formada em todas as características para que o corte seja eficiente, e o furo do tamanho certo. A aresta transversal situada no vértice da ponta se denomina centro morto. A ação cortante da broca fica a cargo das duas arestas cortantes, formadas pela interseção das estrias e a ponta cônica. A aresta transversal não corta, mas sim comprime o material para fora do centro do furo, à frente das arestas principais de corte, consumindo assim em torno de 40% do esforço de avanço da broca. A parte traseira de cada aresta cortante é rebaixada, para que a aresta possa penetrar o material, e para que ele não roce no mesmo. Ao fazer girar a broca sob pressão, as duas arestas cortam o metal, formando cavacos, permitindo que a broca vá se aprofundando cada vez mais. A parte rebaixada dá o formato de cunha e é uma das características mais importantes da ponta.
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