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PORTUGUÊS 1) Ortografia Oficial Ortografia oficial, ou simplesmente ortografia, é a parte da nossa gramática que se dedica a estudar a escrita correta das palavras. Y, K e W Na transição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses: Katy Perry, Nova York, Disney World, etc. Nas abreviaturas e símbolos de uso internacional: Kg (quilograma), W (watt), Km (quilômetros), etc. Obs¹: Se na parte de ortografia oficial do seu concurso for perguntado se qualquer substantivo comum (iorgute, ilha, vale, cabelo, cansaço) pode ser escrito com Y, K ou W não faça besteira de escrever que sim. Y, K e W só para abreviaturas e nomes próprios. Os acentos Acento Agudo: é representado por um traço voltado para a direita. É colocado sobre as vogais indicando que a sílaba onde ele está é tônica (tem o som mais forte). O acento agudo faz com que a vogal seja pronunciada de forma aberta. Exemplos: Maré, jacaré, tórax, célebre. Til: o til é representado por um traço sinuoso (um “S” deitado). Ele torna nasal o som das letras A e O. Exemplos: Canhão, interpõe, barão, constituição, leões. Acento circunflexo: é representado pelo famoso “chapéu” em cima das vogais A, O, E. O acento ciecunflexo indica que a vogal deve ser pronunciada de forma fechada. Exemplos: Judô, bônus, ângulo, acadêmico. Acento grave: o acento grave é semelhante ao agudo, só que virado para o lado esquerdo. Ele indica a ocorrência de crase. Recapitulando: o acento agudo deixa o som da vogal mais aberto. O til com que o som fique anasalado. O circunflexo faz com que o som fique fechado. Palavras homônimas e parônimas: Fique atento a estas pegadinhas! Parônimas: são palavras com pronúncia e grafia semelhantes, mas significado diferentes. Exemplos: deferir (acatar) e diferir (adiar), tráfico (comércio) e tráfego (trânsito), flagrante (evidente) e fragrante (aromático). Homônimas: são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significado diferente. Exemplos: conserto (correção) e concerto (apresentação), são (do verbo ser e sadio) e ser (verbo e substantivo). Como fera muita confusão, esse é um tema bastante cobrado em questões de concurso. Fique atento a ele. Mal X Mau “Mal” é o oposto de bem, e “mau” é o oposto de bom. “Mal” será substantivo, quando estiver acompanhado de artigo ou pronome. Exemplo: preciso me curar desse Mal. “Mal” será advérbio quando modificar um verbo ou adjetivo. Exemplo: Mal me olhou e foi embora. Já a palavra “Mau” exerce sempre a função de adjetivo. Exemplo: Você é um homem mau. Para não errar, basta substituir “mau” ou “mal” por “bom” ou “bem”, e assim confirmar o correto uso gramatical da palavra. Uso dos porquês Porque (junto e sem acento) o “porque” é uma conjunção explicativa. È um substituto da palavra “pois”. Então, quando couber essa substituição pode errar sem medo o “porque” junto e sem acento. Exemplo: Eu estou gripado porque tomei suco. Por que (separado e sem acento) o “por que” é utilizado no inicio de perguntas ou como substituto de “o motivo pelo qual”. Exemplo: Por que você foi para o bar? Porquê (junto e com acento) “porquê” nada mais é que um substantivo. Ele vem acompanhado de artigo, numeral, adjetivo ou pronome. Exemplo: ainda me pergunto o porquê desta multa. Por quê (separado e com acento) é usado no final de frases interrogativas. Exemplo: Você deixou o livro no armário por quê? Simplificando: Porque: substitui por pois. Por que: início de pergunta ou substitui por motivo pelo qual. Porquê: substantivo. Por quê: final de pergunta. Uso X e CH Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz respeito à quantidade de excessões existentes em relação a determinadas regras. O uso do “x” e do “ch”, por exemplo, traz essa dificuldade para os candidatos. Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias para o uso ou não uso dessas estruturas na ortografia oficial: Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: mexendo e mexicano. Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: enxergar e enxugar. Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, abaixar. Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana. Exemplo: orixá e abacaxi. Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do “ch”. Mas minha sugestão é que você leia muito e assimile a grafia das palavras independentemente das regras. Vai lhe ajudar muito mais na sua prova. Uso de crase Antes de qualquer coisa você precisa saber que crase é a junção da preposição “a” com o artigo “a”. Ela é marcada com o uso do acento grave (`) na letra “a”. Para saber se devemos ou não usar a crase devemos analisar a palavra que vem antes e a palavra que vem depois do “a”. Veja a frase: Eu fui à escola Nesse caso, o verbo “fui” exige uma preposição “a”. Já o substantivo “escola” exige um artigo “a”. Para tirar a prova, basta substituir por uma palavra masculina. Se a frase fosse “Eu fui ao teatro” teríamos a preposição “a” mais o artigo “o”. Como não existe a palavra “aa”, usa-se a crase para designar essa junção entre a preposição e o artigo. O professor Pasquale, um dos grandes mestres da Língua Portuguesa, deu uma entrevista interessante à BBC Brasil dizendo como identificarmos o correto uso da crase: Pasquale dá o exemplo da clássica canção “Você já foi à Bahia?”, de Dorival Caymmi. “Se você foi, você foi a algum lugar. O verbo ‘ir’ – ‘você foi’, verbo ‘ir’ -, no português tradicional, rege a preposição “a”. Ir a algum lugar”, explica. E que lugar é esse? No exemplo dado, é a Bahia. “Bahia é um substantivo que dá nome a lugar e pede artigo”, disse Pasquale. Ele mostra formas simples de perceber isso: “’Eu moro na Bahia’ – o que é ‘na’? Não é ‘em’ mais ‘a’? ‘Eu acabei de chegar da Bahia’. O que é ‘da’? ‘De’ mais ‘a’. É fácil perceber que Bahia pede artigo.” Neste caso, ocorre a crase – a fusão – entre duas vogais: a preposição “a”, que sucede o verbo ir, se junta com artigo “a”, que antecede o substantivo feminino Bahia, ocorrendo o acento grave. O resultado é: “Você já foi à Bahia?” – o significa a mesma coisa que “Você já foi para a Bahia?”. Mas se a pergunta fosse sobre Santa Catarina – “Você já foi a Santa Catarina?” -, não haveria fusão, já que Santa Catarina não pede artigo – diz-se “Eu moro em Santa Catarina” e não “Eu moro na Santa Catarina”. “Moral da história, esse ‘a’ de ‘Você já foi a Santa Catarina?’ não passa de uma preposição que não se fundiu com nada”, explica Pasquale. “Esse ‘a’ não receberá acento por uma razão muito simples: não houve fusão.” Uso S ou Z Aqui vão algumas regrinhas: Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam “s” no radical. Exemplo: análise/analisar, casa/casinha/casarão. Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. Exemplo: portuguesa, milanesa, burguesia. Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa”. Exemplo: gostoso, catarinense, populoso, amorosa. Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, glicose, poetisa. Uso de C, Ç, S ou SS Use "C" = Antes de "e" e "i" Exemplos: Cedo, aparecido, falecer. Use o "Ç" = Antes de "a", "o" e "u"Exemplos: Faço, cabeça, açúcar. Use "S" = Em palavras derivadas de verbos terminados em NDIR ou NDER Exemplos: Expansão de expandir Fusão de fundir Confusão de confundir De ascender escrevemos ascensão De pretender, pretensão e pretensioso De defender, defesa e defensivo De compreender, compreensão Repreensão de repreender Use "SS" = Em palavras derivadas de formas verbais com radical ced Exemplos: De ceder escrevemos cessão e concessão (atos de ceder). De interceder escrevemos intercessão. De exceder, excesso; E de aceder, acesso. 2) Acentuação gráfica Classificação das palavras ao número de sílabas. 1) Monossílabas (Mono= um) tem apenas uma sílaba Exemplo: pé, pó, sal, réu e pneu. 2) Dissílabas (di= duas) possui duas sílabas Exemplo: rua e casa 3) Trissílabas (tri= três) possui três sílabas Exemplo: ca vei ra e re ló gio 4) Polissílabas (poli= varias) Classificação das palavras quanto a sua tonicidade 1) Sílaba Tônica: é aquela que possui maior intensidade no momento da pronúncia Exemplo: Café 2) Sílaba Átona: é aquela que possui menor intensidade no momento da pronúncia. Exemplo: Lápis e boné 3) Subtônica: é aquela que possui intensidade intermediaria, não tão forte e nem tão fraca. Exemplo: sozinho: So (subtônica) Zi (tônica) nho (átoma) Obs: È importante saber que o acento prosódico, ou tônico, é o timbre mais forte na pronuncia, enquanto que o acento gráfico é utilizado na escrita. 3)Flexão Nominal e Verbal São morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. Podem ser: Nominais: indicam gênero e número de nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais). Ex.: casa - casas, gato – gata. Verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem dois tipos de desinências verbais: desinências modo-temporal (DMT) e desinências número-pessoal(DNP). Ex.: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se nós corrêssemos, tu correras(DMT) Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e particípio). Ex.:beber, correndo, partido Quadro das principais desinências DESINÊNCIAS NOMINAIS Gênero masculino (-o), feminino (-a) Número singular (não há) plural (-s) VERBAIS de tempo e modo -va,-ve: imperfeito do indicativo, 1ª conjugação- ia, -ie: imperfeito do indicativo, 2ª e 3ª conjugações -ra, -re: mais-que-perfeito do indicativo (átono)-sse: imperfeito do subjuntivo -ra, -re: futuro do presente do indicativo (tônico)-ria, -rie: futuro do pretérito do indicativo -r: futuro do subjuntivo-e: presente do subjuntivo, 1º conjugação -a: presente do subjuntivo, 2º e 3º conjugaçõesde pessoa e número -o: 1ª pessoa do singular, presente do indicativo-s: 2ª pessoa do singular -mos: 1ª pessoa do plural-is-, -des: 2ª pessoa do plural-m: 3ª pessoa do plural VERBO-NOMINAIS -r: infinitivo ndo: gerúndio-do: particípio regular. 4) Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o substantivo, indicando sua posição em relação ás pessoas do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. Quando ele representa o substantivo, dizemos que se trata do pronome substantivo. Ex.: Nós fomos aprovados no concurso. Quando ele vem acompanhado do substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos que se trata do pronome adjetivo. Ex.: Este apartamento é antigo. Há seis espécies de pronomes, a saber: 1. PESSOAIS - indicam as pessoas do discurso Pessoa: 1º, 2º e 3º = Singular Pronomes retos: Eu Tu Ele e Ela Pessoa: 1º, 2º e 3º = Plural Pronomes retos: nós vós eles, elas Pronomes Oblíquos Tônicos: {mim, comigo, Singular {Ti, contigo, Singular {Ele, ela, si, consigo, Nós, conosco, Vós, convosco, Eles, elas, si, consigo Átonos Me te se, o, a, lhe nos vos se, os, as lhes A) Os pronomes do caso reto não podem ser usados como complementos verbais. Ex.: Eu vi ele no prédio - forma errada; o correto é: Eu o vi no prédio. B) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de verbos que terminam em - R, -S, -Z, assumem a forma lo, la, los, las. Exs.: amar + a = amá-la; quis + o = qui-lo; fiz + o =fi-lo C) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de verbos que terminam em M, -ÃO, ÕE, assumem a forma no, na, nos, nas. Exs.: entregam + os = entregam-nos, dão-nos. D) Os pronomes oblíquos podem funcionar como sujeito no infinitivo, quando se usam os verbos: deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir e ver. Ex.: Mandaram-me sair (E não: Mandaram eu sair) Empregos das formas EU e TU x MIM e TI Quando precedidos de preposição, utilizam-se as formas mim e ti. Ex.: Nada mais há entre mim e ti. EXCEÇÃO - quando as formas retas funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo. Ex.: Deram a motocicleta para eu dirigir. Emprego de CONOSCO / CONVOSCO / COM NÓS / COM VÓS Utilizam-se as formas com nós / com vós antes de pronomes relativos (que), numerais, palavras de reforço: todos, ambos, mesmos, próprios. Ex: Marlene saiu com nós dois; fomos nós mesmos ao cinema. Nos demais casos, utilizam-se as formas conosco / convosco. Exs.: Marlene saiu conosco; Ela falou conosco. Emprego dos pronomes SE, SI e CONSIGO - utilizados somente quando reflexivos. Exs.: Rafael cortou-se; José é muito egoísta. Só pensa em si mesmo; O examinador trouxe as provas consigo. PRONOMES DE TRATAMENTO - Referem-se à segunda pessoa, mas exigem o verbo na terceira pessoa. Principais formas de tratamento: Vossa Alteza - V.A. (VV.AA.) - príncipes, duques, arquiduques Vossa Eminência - V. Em.ª (V. Emª.s) - cardeais Vossa Excelência - V. Ex.ª (V. Exªs) - altas autoridades e oficiais das Forças Armadas Vossa Magnificência - V. Mag.ª- (V. Magªs) - reitores de universidades Vossa Majestade - V.M. (VV. MM.) - reis, imperadores Vossa Meritíssima (não se abrevia) - juízes de direito Vossa Paternidade - V.P. (VV.PP.) - abades, superiores de conventos Vossa Santidade - V.S. - papa Vossa Reverendíssima - V. Revmª (V.Revmª.s) - sacerdotes e religiosos em geral Vossa Excelência Reverendíssima – V. Ex.a Revm.a (V. Ex.as Revmª.s) - bispos, arcebispos Vossa Senhoria - V.S.a (V. S.as) - tratamentoscerimoniosos Você - v. (vv.) - familiares, pessoas íntimas Senhor - Sr. (Srs.) - distanciamento respeitoso - Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de Vossa quando nos dirigimos á pessoa representada pelo pronome e por sua, quando falamos sobre essa pessoa. Ex.: Vossa Excelência permite uma sugestão: Sua Excelência, não comparecerá à sessão plenária. 2. POSSESSIVOS - referem-se às pessoas do discurso: meu, minha, teteumeus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. 3. DEMONSTRATIVOS - referem-se à posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço ou no próprio discurso. 1ª pessoa: este(s), esta(s), isto 2ª pessoa: esse(s), essa(s), isso 3ª pessoa: aquele(a), aqueles(as), aquilo EMPREGO 1ª pessoa – indica proximidade de quem fala ou escreve. Ex.: Esta caneta é minha. Referem-se ao que ainda vai ser dito ou escrito. Ex: Ainda relembro estas palavras:“é pentacampeão” 2ªpessoa - indica proximidade da pessoa a quem se fala ou se escreve. Ex.: Esse relógio que tens atrasa muito. Refere-se ao que já foi dito ou escrito. Ex.: O advérbio e a preposição são palavras invariáveis – essas duas classes gramaticais não têm flexão. 3ª pessoa – referência a seres que se encontram longe do falante e do ouvinte. Ex.: Aquele relógio que tem atrasa muito. DIREITO CIVIL 1) Das pessoas. Das pessoas naturais. Das pessoas jurídicas. Do domicilio. Basta que tenha nascido com vida para que se atribua personalidade, passando a ser sujeito do direito. Nascituro, mesmo sendo um feto, ou seja, que não tenha nascido já terá seus direito assegurados. A personalidade civil da pessoa começa a partir do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro. Dá-se o nascimento com a positiva separação da criança das vísceras da mãe, pouco importando que ocorra naturalmente ou artificialmente (cesárea ou parto normal). A prova inequívoca que o sujeito tenha respirado pertence à medicina, mas somente com o ato de respirar ele ganhará sua personalidade. A posição do nascituro é peculiar, pois o nascituro possui, entre nós, um regime que o protege tanto no Direito Civil, como no Direito Penal, mesmo não tendo todos os requisitos de personalidade. Embora o nascituro não seja considerado pessoa, tem a proteção de seus direito desde a concepção e os mesmo resguardados por lei. A personalidade nasce somente proveniente do nascimento com vida! O nascituro tem direito a alimentos por parte de quem o concebeu. A pessoa interditada legalmente, incapaz de realizar atos da vida civil, continua tendo personalidade, podendo então figurar como sujeito de direito, porém necessita que alguém, por ele, exercite a capacidade de fato. Sendo praticados os atos da vida civil por um curador. Pessoas tuteladas ou que possuem respectivos curadores serão assistidos em sua capacidade de gozo, mas não na sua capacidade de direito. Não existem relações jurídicas que não seja o ser humano o Titular. Toda pessoa é dotada de personalidade, sendo ela intransferível. Pessoa é o ser ao qual se atribuem direitos e Obrigações. Animais são seres inanimados não podem ser considerados sujeitos de diretos, quando muito, será considerado objeto de direito. A capacidade é a medida da personalidade. Todo ser humano é sujeito de direito, portanto, podendo agir pessoalmente ou por meio de representante legal. A capacidade de fato ou de exercício é a aptidão para pessoalmente o individuo adquirir direitos e contrair obrigações. O conjunto de poderes conferidos ao ser humano para figurar nas relações jurídicas dá-se o nome de personalidade. Absolutamente incapazes São absolutamente incapazes, os menores de 16 anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos, os que mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Relativamente Incapazes São relativamente incapazes, os maiores de 16 anos e menores de 18, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que por deficiência mental tenham discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; pródigos. Índios/ Silvícolas A incapacidade dos indígenas perdurará ate a adaptação na vida civilizada. Os índios enquanto não absorvidos pelos costumes da civilização, submetem-se ao regime tutelar da União (FUNAI). A capacidade dos Índios, ou seja, dos silvícolas serão regulamentadas por uma legislação especial. Ausentes Os ausentes devem ser entendidos, como aquela pessoa cuja habitação se ignora ou que sua existência se duvida, e cujos bens ficam ao desamparo. Ausente é a pessoa que deixa seu domicilio e não há mais noticias de seu paradeiro. Sendo que deve ser declarado assim por um juiz. Para que se consiga declarar a ausência, o ausente não pode ter deixado representante legal ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens. O juiz a requerimento de qualquer interessado ou do ministério publico, declarará ausência, e nomear-lhe-á curador. Sendo estabelecida a preferência pelo conjugue para o cargo de curador, desde que não esteja separado judicialmente ou de fato por mais de dois anos antes da declaração de ausência. A ausência não acaba com o vinculo do casamento, essa somente se anulara pelo divorcio ou com a certeza de reconhecimento de morte presumida. O ausente não é considerado incapaz em razão de seu desaparecimento. A curatela, portanto, é para os bens e não para o ausente. A curadoria dos bens, em regra dura um ano, porque nesse prazo o juiz manda publicar de dois em dois meses um edital chamando o ausente para vir tomar posse de seus bens. A curadoria dos bens do ausente pode durar 3 anos, se o ausente tiver deixado PROCURADOR. A sentença em que é declarada a ausência deve ser levada a cartório de registro, sendo que somente começa a produzir efeitos 180 dias após sua decretação, assim passando os 180 dias inicia-se a sucessão provisória. Os herdeiros que não forem herdeiros necessários devem prestar caução, isto é garantia para ser emitido na posse dos bens do ausente. Na sucessão definitiva os herdeiros passam a ser donos dos bens. Se o ausente voltar dentro de 10 anos, ele terá seus bens devolvidos. A ausência é declarada judicialmente. Curadoria do ausente Sucessão provisória Sucessão definitiva Emancipação A emancipação se da por meio de escritura pública e a mesma não pode ser revogada. Qualquer ato praticado por menor de 16 anos é considerado NULO. Pródigo Pródigo é, portanto, o individuo que gasta desmedidamente, dissipando seus bens, sua fortuna. A prodigalidade não deixa de ser uma espécie de desvio mental, geralmente ligado á pratica dos jogos e outros vícios. A interdição do pródigo só o privará de sem curador, emprestar, transigir, dar quitações, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral atos que não sejam de mera administração. O conceito será fornecido pela psiquiatria. O pródigo pode praticar qualquer outro ato da vida civil, não ficando privado do pátrio poder, do exercício de sua profissão ou atividades, etc. Sua curatela pode ser requerida pelos pais ou tutores; pelo conjugue, ou por qualquer parente; pelo ministério público. Alcoólatras, toxicômanos, ébrios e deficientes mentais leves. Os alcoólatras, toxicômanos, ébrios e deficientes mentais e excepcionais sem desenvolvimento mental completo, serão interrogados pelo juiz e terão uma pericia médica para avaliar o caso, e para Cesar o caso, também. Surdos e mudos Surdos e mudos, ainda que somente comunicando através da linguagem que lhes é própria, serão considerados capazes. OBS: Os negócios realizados com menores e demais incapazes, desde que representados ou assistidos, são plenamente válidos e eficazes. Curador Curador dativo é o curador escolhido pelo juiz na falta de parentes do ausente. Comoriência Dois ou mais indivíduos falecerem na mesma data, sem poder presumir-se quem morreu primeiro, serão considerados simultaneamente mortos, ou seja, um não recebe herança do outro. Não há necessidade de ser o mesmo evento para que ocorra a Comoriência. Capacidades Capacidade de Direito, basta o nascimento com vida para adquirir. Capacidade Plena ou capacidade de fato é a capacidade de exercer. Maioridade Aos 18 anos, se adquire a capacidade de fato, é quando a pessoa se torna apto a praticarpessoalmente todos os atos da vida civil. A maioridade somente é atingida ao completar 18 anos. Emancipação é irreversível Idade mínima para a emancipação é de 16 anos, sendo que o menor tem que ter capacidade de sobrevivência por si só (patrimônio + discernimento) Há varias espécies de emancipação Emancipação voluntaria: Concedida pelos pais, ocorre por meio de escritura pública, independe de homologação judicial. Tutor requer judicialmente a emancipação de seu tutelado (pupilo). Casamento OBS: O casamento putativo Poderá reverter a emancipação para aqueles que agirem de má-fé! EX: João casa com Maria que tem 14 anos, mas João falsifica sua certidão de nascimento para 18 anos, para não ter que pedir autorização de seus pais e nem do juiz. A Maria permanece emancipada e João continua sendo relativamente incapaz. Observações Importantes Capacidade Penal: 18 anos, sendo que os menores de 18 anos são regidos pelo ECA. Capacidade empresarial: 18 anos. Capacidade tributaria: 18 anos. Capacidade política: 16 anos voluntario. Direitos da personalidade São os direitos inerentes as pessoas que visam a garantia do principio da dignidade da pessoa humana. Requisitos São irrenunciáveis São intransmissíveis São vitalícios São fora de comercio Existem 3 dimensões para os direitos da personalidade Garantia da Intereza física Garantia da intereza mental Garantia da produção intelectual (direitos autorais) Pessoa Jurídica Conceito: É a soma de esforços humanos (corporação) ou a destinação de um patrimônio (fundação) constituída na forma da Lei e objetivando uma finalidade lícita e obediente a sua função social. O que é Função Social: O Enunciado 53 da Jornada de Direito Civil: Deve-se levar em consideração o princípio da função social na interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de referencia externa. Ex.: Curso preparatório, pessoas ganham dinheiro, se paga impostos em decorrência disso, há circulação de dinheiro e esse negócio gera riqueza ao País. Mas basta gerar riqueza para cumprir a função social? Não. Ex.:Tráfico de crianças, Tráfico de drogas. Pois a atividade deve ser lícita. Quando adquire personalidade jurídica? Art. 45 do CC Se inicia no registro. Ou seja, a PJ é vinculada a realidade técnica, o Registro, para adquirir personalidade Jurídica. É necessária alguma outra autorização? O Art. 45 prevê que será necessária uma autorização/aprovação do Poder Executivo, sob pena de inexistência. E quem precisa desse tipo de autorização? Seguradora, Banco. E o que é levado a registro? Atos constitutivos que podem ser: *Estatutos = Fundações – Associações e Sociedades Anônimas *Contratos Sociais = Em regra, as demais sociedades. Ainda no Art. 45, outra informação: Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contando o prazo da publicação de sua inscrição no registro. ATENÇÃO: Podem facilmente trocar em prova direito privado por direito público. Classificação da pessoa jurídica Quanto à nacionalidade: Nacional ou Estrangeira O que determina é o local em que foi constituída. Quanto à atividade executada a) Pessoa Jurídica de Direito Público * Interno (Art. 41 CC – LER) *Externo (Art. 42, CC – LER) – ONU – UNESCO etc. b) Pessoa Jurídica de Direito Privado (Art. 44 do CC – LER) Pergunta de Prova: Sociedade de economia mista e empresas públicas, são Públicas ou Privadas? Art. 41, §ú do CC. Essas pessoas jurídicas de direito público, organizadas e estruturadas, atuando no Direito Privado submetem-se as regras deste código civil. Ou seja, são Pessoas Jurídicas de Direito Privado. Pessoas Jurídicas de Direito Privado a)Corporações *Sociedades: – Simples – Empresárias *Associações b) Fundações Corporações (universitas personarum) Conceito: É a soma de esforços humanos. Podem ser: Sociedades ou associações – Sociedades União de sócios organizados, em regra (Exceção S/A), através por contrato social e objetivando a partilha de lucros. > Simples – São as antigas civis. > Empresárias – são as antigas comerciais (ou mercantis). # Segundo o Código Civil, a sociedade empresária há de observar dois requisitos: 1) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 966 caput e parágrafo único – LER); E se eu ficar na dúvida entre simples e empresária? Se questione se o sócio necessariamente participa da atividade final da empresa, põe a mão na massa? Se sim, é simples. (Ex. Advogado, Clinica Médica, Prestação de Serviços Educacionais). – Associações Conceito: É a união de associados, organizados através de um estatuto, objetivando uma finalidade ideal, não econômica ou não lucrativa. (Art. 53 do CC) Diferenças: 1 – Sociedade tem sócios e Associação tem associados. 2 – Sociedade tem contrato social e Associação tem estatuto; 3 – Na Sociedade os sócios tem direitos e deveres entre si. Na Associação não há direitos e deveres entre si, mas a sim perante a Associação. (Parágrafo único do Art. 53 do CC). 4 – Associação não tem finalidade lucrativa. *Isso quer dizer que não pode dar lucro? Não. Ela deve dar lucro, afinal, tem contas à pagar. Mas o dinheiro que sobra deve ser reaplicada nela mesma. A qualidade de associado transmite-se? Não. É intransmissível. Fundações (universitas bonorum) – (universalidade de bens) Conceito: Universalidades de bens E para criar uma fundação? * Por escritura pública – Para produzir feitos inter vivos (Ato irretratável art. 64 CC) * Por testamento (qualquer tipo) – Para produzir efeitos causa mortis. Art. 62 do CC Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Esse rol de finalidades previstos no art. 62 e taxativo ou exemplificativo? Posicionamento para Prova: Taxativo. Exemplo de fundação: Fundação Roberto Marinho, Fundação Ayrton Senna. Exemplo de fundação criada em vida: Fundação R10. Extinção da Pessoa Jurídica Pode ser: Convencional – Acordo entre os sócios. Resolvem não mais continuar. Judicial – Aquela que advêm de sentença. Art. 45, §único – LER. Legal – Expressa em Lei. Ex. Morte de todos os sócios. Por isso tem empresas que não permitem que todos os sócios viagem eu um mesmo avião. Administrativa – Art, 45 mais uma vez. (Autorização do chefe do Executivo, que deve ser renovada no tempo, concessão, alvará, renovação. Então quando ele não consegue, se extingue de forma Administrativa). Do domicilio DOMICÍLIO - PESSOAS NATURAIS O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. DOMICÍLIO NECESSÁRIO Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público,o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. DOMICÍLIO CONTRATUAL Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. MUDANÇA Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. DOMICÍLIO PROFISSIONAL É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. DOMICÍLIO - PESSOAS JURÍDICAS Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Dos bens e suas diferentes classes. Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica suscetíveis de apropriação bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis. “O ser humano possui necessidade de acordo com a realidade vivida por cada ser. São elas satisfeitas com utensílios que podem decorrer da racionalidade e criação humana, ou da própria natureza. Podem ainda ser perceptíveis ou não aos órgãos do sentido. Mas o que importa para o mundo jurídico é que tal utensílio tenha uma raridade e uma utilidade que a torne objeto de apreciação econômica. Ao preencher tais requisitos, a lei lhes atribui a qualidade de bens e passa a classificá-los.” Sentido Filosófico: Tudo que satisfaz uma necessidade humana. Sentido Jurídico: Utilidade física material ou imaterial apta a servir como objeto numa relação jurídica. Sentido Econômico: é a utilidade dotada de valor pecuniário. Bens considerados em si mesmos Corpóreos – São os que têm existência física, material, e podem ser tangidos pelo homem. Incorpóreos – São os que têm existência abstrata, mas com valoração econômica – como, por exemplo, o direito autoral, crédito, sucessão aberta. Imóveis – As coisas que não podem ser removidas de um lugar para outro sem destruição. Podem ser por sua natureza (o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente, compreendendo as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo), por acessão física, industrial ou artificial (inclui tudo o que o homem incorpora definitivamente ao solo, como a semente, os edifícios, construções, de modo que não possam ser retirados sem destruição ou modificação em sua estrutura) e por acessão intelectual ou por destinação (são as coisas móveis que o titular mantêm no imóvel para a exploração de atividade econômica ou industrial ou para sua comodidade – tratores oi máquinas agrícolas, equipamentos e ornamentos) e por disposição legal. Móveis – Podem ser transportados, suscetíveis de movimentação própria ou de locomoção por força alheia. Podem ser: por natureza (são os removíveis sem danos), por determinação legal ( as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações) e por antecipação (são os incorporados ao solo mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móvel). Bens Fungíveis – São aqueles que podem ser substituídos por outro de mesmo gênero-espécie, quantidade e qualidade, sendo certo que tal classificação é típica de bens moveis como, por exemplo, o café, a soja, o dinheiro. Bens infungíveis – São aqueles não passíveis de substituição, encarados segundo suas qualidades individuais, vistos como de natureza insubstituíveis, v. g. , uma obra de arte, o manuscrito original de um consagrado autor. Bens Consumíveis – Sãos os bens cujo uso importa a destruição instantânea da própria substância. De modo geral, são os que se destroem tão logo usados, bem como aqueles destinados à alienação. Subdividem-se em consumíveis de fato, como os alimentos, e consumíveis de direito, como o dinheiro. Bens Inconsumíveis – São os que permitem uso contínuo, sem prejuízo do seu perecimento ou destruição progressiva e natural de modo a permitir o aproveitamento de suas utilidades sem violação à sua integridade como um carro, por exemplo. A diferenciação entre bens consumíveis e inconsumíveis tem como norte a sua durabilidade. Bens Divisíveis – São os passiveis de divisão em frações homogêneas e distintas que guardam a qualidade de não se alterarem nem desvalorizarem a essência do todo. Segundo Maria Helena Diniz, “Deve cada parte ser autônoma, tendo a mesma qualidade e prestando as mesmas utilidades e serviços do todo. Por exemplo, se repartir um pacote de açúcar, cada metade conservará as qualidades do produto”. Bens Indivisíveis – São os desprovidos de caráter fracionário. A. Da própria natureza do bem, v. g., animal vivo; B. De determinação legal, v. g., a hipoteca, como direito real sobre coisa alheia; C. Convencional ou voluntário, devido à manifestação da vontade das partes interessadas –art. 259 e parágrafo único. D. Econômica, posto que um eventual fracionamento do bem, muito embora mantenha a sua substancia, acarretará em considerável diminuição do valor da coisa, por exemplo, uma pedra preciosa. Orlando Gomes assevera: “A distinção entre bens divisíveis e indivisíveis aplica-se às obrigações e aos direitos. A regra dominante para as obrigações é que mesmo quando a prestação é divisível o credor não pode ser compelido a receber por partes se assim não se convencional. Se a prestação for indivisível e houver pluralidade de devedores cada qual será obrigado pela divida total”. Bens singulares são aqueles avaliados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e por isso distinta de quaisquer outras (um lápis, um livro, uma árvore). Os bens singulares podem ser divididos em simples e compostos, estes são os que têm suas partes ligadas artificialmente pelo homem, enquanto que aqueles são os que compõem um todo homogêneo, cujas partes unidas pela natureza ou pelo engenho humano, nenhuma determinação especial reclamam da lei pois podem ser materiais (um cavalo, uma planta) ou imateriais (como um crédito). Os bens coletivos ou universalidades são aqueles que, sendo compostos de vários bens singulares, acabam por formar um todo homogêneo como, por exemplo, o rebanho ou uma biblioteca. Ademais, podem ser divididos em bens coletivos de fato e coletivos de direito. Os de fato são o conjunto de bens singulares (simples oucompostos) AGRUPADOS PELA VONTADE DA PESSOA, tendo destinação comum e permitindo a sua desconstituição pela mesma manifestação de vontade. Os coletivos de direito, entendidos como um complexo de direitos e obrigações, são dotados de valor econômico e reconhecidos pela lei como bens que têm caráter UNITÁRIO. Bens reciprocamente considerados Principal – é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente (A árvore em relação ao fruto). Acessório – é bem cuja existência depende da principal (fruto em relação à árvore). Frutos – São as utilidades que uma coisa periodicamente produz, ou seja, nascem e renascem da coisa sem acarretar-lhe destruição no todo ou em parte. Frutos Quanto à sua natureza Naturais – São oriundos do bem principal de modo que essa geração não resulta de intervenção humana. São os que se desenvolvem e se renovam periodicamente pela própria força orgânica da coisa¹. Industriais – Advém da atividade industrial humana. São os decorrentes do engenho humano, como, por exemplo, a produção de uma fábrica². Civis – Rendimentos periódicos oriundos da utilização de coisa frutífera por outrem que não o proprietário, como as rendas, aluguéis, juros, dividendos e foros ³. Quanto à ligação com a coisa principal Colhidos ou percebidos – São os frutos já separados da coisa que o produziu. Pendentes – Aqueles ligados à coisa que o produziu. Percipiendos - Os que deviam ser, mas não foram, percebidos, apesar de terem todas as condições para sua separação da coisa frugífera. Estantes – São os armazenados em depósito para expedição ou venda. Consumidos – Os que não mais existem, porque foram utilizados, perdidos, transformados, gastos ou vendidos. Produtos Utilidades não sujeita à renovação posto que a percepção diminui a substância da coisa principal, como, por exemplo, o metal precioso de uma mina. Rendimentos Fruto civil como aluguel, renda percebida pela aplicação do capital, juro, foro etc. Pertenças Coisa acessória destinada a conservar ou facilitar o uso do bem principal sem ser parte integrante. É o bem que se destina de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Apesar de acessório, mantém sua individualidade e autonomia, tendo apenas com o principal uma subordinação econômico-jurídica, pois, sem haver qualquer incorporação, vincula-se à principal para que esta atinja suas finalidades. São pertenças todos os bens móveis ajudantes que o proprietário, intencionalmente, empregar na exploração industrial de um imóvel, no seu aformoseamento ou na sua comodidade. Por serem acessórios, acompanham a sorte do principal. Excepcionalmente nada obsta a que se ligue, pertinencialmente, um imóvel a outro, para servi-lo na consecução de seus fins. Benfeitorias Obras ou despesas feitas em bem móvel ou imóvel para conservá-lo (necessária), melhorá-lo (útil) ou embelezá-lo (voluptuária). São qualidades que se acrescentam à coisa em virtude de obra humana. Benfeitorias necessárias – Obras ou despesas feitas na coisa para conservá-la ou evitar que se deteriore, por exemplo, reforço das fundações de um prédio, desinfecção de um pomar atacado de praga etc. Benfeitorias úteis – Obras ou despesas que visam aumentar ou facilitar o uso da coisa, por exemplo, instalação de aparelhos hidráulicos modernos, construção de uma garagem. Benfeitorias voluptuárias – Obras ou despesas de mero deleite ou recreio, não tendo por fim aumentar o uso habitual do bem ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor, por exemplo, revestimento em mármore de piso de cerâmica em bom estado, construção de piscina numa residência etc. Partes Integrantes Bem que, ligado à coisa principal, passa a integrá-la de modo que sua separação prejudicará a fruição do todo, ou seja, a utilização do bem jurídico principal. Bem acessório que, unido ao principal, forma com ele um todo, sendo desprovido de existência material própria, embora mantenha sua identidade. Por exemplo, a lâmpada de um lustre. Bem público – É o que tem por titular do seu domínio uma pessoa jurídica de direito público interno, podendo ser federal, se pertencente à União, estadual, se do Estado, ou municipal, se do Município. Bem público “de uso comum do povo” – Aquele que, embora pertencente a pessoa de direito público interno, pode ser utilizado, sem restrição, gratuita ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão legal. Por exemplo, rua, praça, estrada, jardim, praia, golfo, enseada, mar etc. ² O uso de tais bens podem estar condicionadas às condições impostas por regulamentos. Nada impede que o poder público suspenda seu uso por razões de segurança nacional ou do próprio usuário. (CC, Art. 99, I) Bem público “de uso especial” – É o utilizado pelo próprio Poder Público, constituindo imóvel aplicado a serviço ou estabelecimento federais, estaduais ou municipais, como, por exemplo, prédio onde funciona tribunal, escola pública, secretaria, ministério, quartel etc. É o que tem, portanto, uma destinação especial. ³ (CC, Art. 99, II) Bem dominical – É o que compõe não só o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, bem como das pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado a estrutura de direito privado, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas de direito público interno. Pode abranger coisas móveis ou imóveis, como: título de divida pública, estrada de ferro, terra devoluta, terreno de marinha, mar territorial, oficina e fazenda do Estado, queda d´água, jazida e minério, arsenal das Forças Armadas etc. 4 São bens passiveis de alienação, desde que por determinação legal, de conversão em bens de uso comum ou especial. (CC, 99, III – CF, Art. 20, I a IV, 176, 26, I a IV – CC, 99, parágrafo único) Inalienabilidade dos bens públicos – Ensina-nos Maria Helena Diniz: “Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis. Tal inalienabilidade poderá ser revogada desde que: a) o seja mediante lei especial; b) tenham tais bens perdidos sua utilidade ou necessidade, não mais conservando sua qualificação; c) a entidade pública os aliene em hasta pública ou por meio de concorrência administrativa5”. Alienabilidade dos bens públicos dominicais – Os bens públicos dominicais são passiveis de alienação desde que sejam observadas as exigências legais. Inalienabilidade dos bens públicos e a questão do usucapião – De caráter inalienável, os bens públicos não podem ser usucapidos. Imprescritibilidade e Impenhorabilidade dos bens públicos como características decorrentes da sua inalienabilidade – De caráter imprescritível, os bens públicos não são passíveis de aquisição mediante usucapião; são impenhoráveis porque inalienáveis. Dos fatos jurídicos e Negócio jurídico Dos Fatos jurídicos "stricto sensu" São fatos jurídicos que não decorrem de uma ação volitiva humana, ou seja, sua realização não exige como pressuposto a manifestação da vontade do homem. Contudo, apesar da vontade humana não ser necessária à sua formação, pode haver a participação do homem em seu desenvolvimento. Porém, a intervenção humana em tais casos não exerce papel essencial, figurando apenas como elemento secundário. Os fatos jurídicos no sentido estrito são subdivididos em: Fatos ordinários São aqueles que ocorrem freqüentemente na vida real, ou seja, são comuns à própria realidade fática, acontecendo de forma continuada ou sucessiva. São fatos naturais,provenientes da própria natureza, apesar do homem participar na formação de alguns deles. Há três tipos de fatos ordinários: nascimento, morte e decurso de tempo. O nascimento é o fato jurídico que confere a personalidade jurídica ao Ser humano (art. 4º, CCB), possibilitando a sua participação como sujeito de direitos e obrigações na esfera jurídica. Tal fato confere ao homem, desde os primeiros momentos de vida, os chamados direitos personalíssimos, como o direito à honra e boa fama, à imagem, à vida, etc. Já a morte, se por um lado extingue a personalidade jurídica do homem (art. 10, CCB), por outro cria direitos e obrigações para aqueles sujeitos devidamente constituídos como sucessores do falecido. O decurso de tempo, fato ordinário por excelência, também é capaz de criar, modificar e extinguir direitos e obrigações. Seus principais exemplos são a prescrição ou decadência. A doutrina distingue tais situações, afirmando que a prescrição se dá quando há a perda do direito de ação, ou seja, a impossibilidade do exercício de determinado direito subjetivo, enquanto que a decadência é caracterizada pela perda do próprio direito subjetivo. Tais fatos são decorrentes da ação do tempo aliada à inércia do titular do direito ("Dormientibus non sucurrit jus"). Os fatos jurídicos extraordinários caracterizam-se pela sua eventualidade, não acontecendo necessariamente no dia-a-dia. Também não são provenientes da volição humana, podendo, porém, apresentar a intervenção do homem em sua formação. São eles: caso fortuito ou força maior e "factum principis". Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de modificar os efeitos de relações jurídicas já existentes, como também de criar novas relações de direito. São eventualidades que, quando ocorrem, podem escusar o sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não cumprimento da obrigação estipulada. É o caso, por ex., de uma tempestade que provoque o desabamento de uma ponte por onde deveria passar um carregamento confiado a uma transportadora. Diante de tal situação e da impossibilidade da continuação do itinerário, a transportadora livra-se da responsabilidade pela entrega atrasada do material. Porém, para que determinado caso fortuito ou força maior possa excluir a obrigação estipulada em um contrato, é necessária a observação de certas circunstâncias, tais como a inevitabilidade do acontecimento e a ausência de culpa das partes envolvidas na relação afetada. Caso não haja a presença de qualquer destes requisitos, não pode haver caso fortuito ou força maior que justifiquem o descumprimento contratual. Já o "factum principis" é aquele fato também capaz de alterar relações jurídicas já constituídas, porém, através da presença da intervenção do Estado e não da ação da natureza ou de qualquer eventualidade. Tal situação se configura quando o Estado, por motivos diversos e de interesse público, interfere numa relação jurídica privada, alterando seus efeitos e, por vezes, até assumindo obrigações que antes competiam a um ou mais particulares. Por ex., o Estado pretende construir uma estrada que cortará o espaço físico de determinada indústria, provocando sua desapropriação e a conseqüente extinção do estabelecimento industrial, mediante, obviamente, indenização. Porém, não só a indústria será extinta como também os demais contratos de trabalho dos empregados do local. Diante de tal situação, a autoridade pública obriga-se a assumir as devidas indenizações trabalhistas, conforme disposto no art. 486 da CLT. Dos negócios jurídicos Dentre os demais, o negócio jurídico figura como o mais importante dos fatos jurídicos, devido ao papel que desempenha no modelo econômico capitalista, onde o liberalismo negocial é desenvolvido como ponto de partida de qualquer atividade comercial ou profissional. O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regulada, onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada prestação jurídica colimando a consecução de determinado objetivo. Há a presença incontestável da autonomia privada como pressuposto de todo ato negocial, autonomia esta mais ou menos acentuada, a depender do tipo de negócio realizado. Como em todo ato jurídico, os efeitos do negócio jurídico são previamente instituídos pelas normas de direito, porém, os meios para a realização destes efeitos estão sujeitos à livre negociação das partes interessadas, que estabelecem as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem ultrajar os limites legais. O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem outros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo. A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte: Negócios receptícios e não receptícios: O negócio jurídico receptício é aquele em que a manifestação da vontade de uma parte deve estar em consonância com a outra parte para que o negócio se constitua e produza efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em sentidos opostos, ou seja, a vontade de uma parte deve ser direcionada à outra parte, que, por sua vez, deve recebê-la e manifestar suas intenções ao outro interessado, produzindo então o acordo de vontades. Por ex., um contrato de compra e venda, contrato de trabalho, etc. Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma simples manifestação unilateral de vontade, não havendo a necessidade de seu direcionamento a uma pessoa específica para que se plenifique e produza efeitos. Por ex., promessa de recompensa (art. 1512, CCB). Negócios "inter vivos" e "mortis causa": Os negócios "inter vivos" são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto as partes estão vivas. Por ex., contratos de compra e venda, locação, de trabalho, etc. "Mortis causa" são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o advento da morte de uma das partes. É o caso dos testamentos ou dos contratos de seguro de vida. Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele em que as partes acordam uma prestação e uma contra prestação pecuniária, produzindo, para ambas, vantagens e encargos. São negócios sinalagmáticos, ou seja, há a estipulação de obrigações mútuas que devem ser observadas reciprocamente para que o negócio se plenifique. O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de vantagens para somente uma das partes, enquanto que para a outra há somente encargos. É o caso da doação, onde uma das partes sofre, por sua própria deliberação livre e consciente, diminuição do seu patrimônio, enquanto que a outra recebe gratuitamente um ou mais bens patrimoniais. Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua própria natureza ou por disposição legal, exigem o cumprimento de determinadas formalidades para que se configurem perfeitos. É o caso, por ex., do casamento, que exige as formalidades dispostas nos artigos 193, 194 e 195 do Código Civil para que se realize. Caso contrário, sofrerá pena de nulidade pela falta de requisitos formais impostos pela lei. Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se constituírem, apesar de, geralmente, apresentarem forma apenas a título de prova de sua existência. Estrutura dos negócios jurídicos Elementos essenciais: São aqueles elementos que necessariamente fazem parte da estrutura dos negócios jurídicos, cuja existência é requisito imprescindível para a validade e eficácia do ato negocial, formando sua própria substância. Dizem respeito ao consentimento manifestado, capacidade das partes, liceidade e idoneidade do objeto e, quandoo negócio por sua natureza ou disposição legal requisitar, à forma. Consentimento: Sabemos que a presença da vontade é característica básica na formação de qualquer ato jurídico. Porém, mister se faz a manifestação livre e consciente desta vontade, para que esta possa funcionar de maneira a expressar a verdadeira intenção do agente a respeito do negócio que está realizando. Caso isto não ocorra, caracterizam-se os chamados vícios do consentimento, situações que apreciaremos adiante. O nosso direito admite diversas formas de manifestação do consentimento, podendo ser ele expresso ou tácito. O consentimento expresso diz respeito à vontade declarada de forma escrita ou verbal, sendo a maneira mais comum de realização de atos negociais. Segundo Maria Helena Diniz, o consentimento "será tácito se resultar de um comportamento do agente, que demonstre, implicitamente, sua anuência." (Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol., pg. 287). Capacidade das partes: Se a vontade é pressuposto essencial para a existência dos atos jurídicos, consequentemente, a possibilidade jurídica ou capacidade para manifestá-la também o será. Dessa maneira, a vontade declarada por incapaz torna o negócio jurídico, a depender do grau da incapacidade (absoluta ou relativa), nulo ou anulável. Sendo assim, o Código Civil assim determina em seu art. 145: "É nulo o ato jurídico: I. quando praticado por pessoa absolutamente incapaz;..." . E na mesma linha de raciocínio, o art. 147 assim reza: "É anulável o ato jurídico: I. por incapacidade relativa do agente;...". Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos de uma relação jurídica negocial. Participam indiretamente de tais relações através de seus representantes legais, no caso dos absolutamente incapazes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente incapazes. Dessa forma, a representação é a forma de suprimento da incapacidade absoluta, sendo a assistência a maneira adotada pelo direito para a proteção dos relativamente incapazes. Forma: A vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado pelas partes, deve ser manifestada através de um meio determinado pela norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades ou ritos que devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito subjetivo e passe a existir no mundo exterior ao indivíduo, gerando então efeitos jurídicos. O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das emissões volitivas na seara negocial, conforme podemos apreender do art. 129 do Código Civil. Elementos acidentais ou modalidades São fatores acessórios que, a depender da vontade das partes, podem ou não figurar como elemento constitutivo de determinado negócio jurídico. Dessa forma, não podem ser considerados como circunstâncias determinantes da existência do ato negocial, uma vez que este pode existir perfeitamente sem a presença de tais elementos. Segundo Silvio Rodrigues, "para que um elemento acidental se caracterize, é mister que se possa conceber a eficácia do ato jurídico independente dele, pois, caso contrário, tratar-se-ia de um elemento essencial." (Direito Civil, Parte Geral, vol. 1, pg. 239). São elementos que incidem não sobre o negócio em si, e sim sobre seus efeitos, modificando-os de acordo com a conveniência das partes, claro que dentro dos limites legais. São três os elementos acidentais admitidos pelo nosso direito, a saber: Condição Art.114. 118 e 119 CC Termo Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os efeitos decorrentes do negócio jurídico. Aliás, a diferença básica entre termo e condição é justamente a certeza do acontecimento futuro que, no caso do termo, deve existir necessariamente. Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial, que corresponde ao dia em que o negócio começará a produzir seus efeitos ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois deixa os efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes. Contudo, o termo inicial não corresponde ao dia em que os direitos das partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a possibilidade do exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. É o que encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil. Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é do que o dia marcado pelas partes para o rompimento dos efeitos jurídicos do negócio, possuindo, com efeito, características resolutivas. Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. Assim, quando alguém compra um automóvel e divide o pagamento em prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o pagamento da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação da última parcela, sendo o prazo o tempo que decorrer entre a primeira prestação e a última. Modo e encargo Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio, restringe o direito ou as vantagens auferidas por uma das partes, na medida que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito, em favor da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. Geralmente aparece nos chamados negócios graciosos como a doação e o testamento ou legado. Apresenta-se sob a forma de um compromisso ou uma prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e que deve ser observada, sob pena do desfazimento do ato. Portanto, um dos efeitos do aparecimento de uma cláusula modal num negócio gracioso é justamente a sua compulsoriedade. Sendo assim, quando se trata de doações, o art. 1180 do Código Civil institui que "o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral." Por ex., um empresário pode doar uma quantia em dinheiro para um hospital, porém, instituindo que 80% deste valor seja empregado no tratamento do câncer. Dessa forma, o hospital terá que satisfazer o desejo do doador, podendo aplicar os 20% restantes onde lhe convier. O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento (condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. Ao passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada obrigação que deve ser observada pelo adquirente. Defeitos dos atos jurídicos Vícios do consentimento Erro: Podemos considerar o erro como um falso conhecimento ou noção equivocada sobre um fato ou características referentes ao objeto, pessoa, cláusula ou sobre o próprio ato negocial como um todo. É capaz de viciar o consentimento na medida em que incide diretamente na vontade do sujeito que, tendo um conhecimento inexato sobre o ato que está realizando, declara sua anuência, de maneira que não a declararia se estivesse totalmente ciente do negócio e suas características essenciais. O erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do negócio se for essencial, escusável e prejudicar real e efetivamente o declarante da vontade. A doutrina divide o erro em dois grandes segmentos: Erro de fato e Erro de direito. O erro de fato, aquele que recai sobre uma situação fática referente ao negócio realizado, subdivide-se em erro essencial e erro acidental. Erro essencial ou substancial: É aquele que, de acordo com o direito positivo (CC, art. 86), é capaz de viciar o consentimento do agente, tornando o negócio por ele praticadoanulável. São quatro as modalidades de erro substancial, a saber: Error in negotio: Este tipo de erro diz respeito à natureza própria do ato, ou seja, incide sobre a própria essência ou substância do negócio. Por ex., alguém que pensa estar vendendo um objeto quando na verdade estar realizando uma doação. Error in corpore: É aquele que recai sobre a identidade do objeto principal da relação jurídica negocial. Por ex., um indivíduo que acredita estar comprando uma motocicleta mas na realidade adquire um bicicleta. Error in substantia: Incide sobre as características essenciais do objeto da declaração da vontade. Por ex., alguém que, sem saber, adquire uma casa de dois pavimentos mas acreditava estar comprando uma de três. Error in persona: Induz a uma falsa idéia sobre a própria pessoa que figura como a outra parte da relação negocial. É o caso, por ex., do marido que, sem ter o conhecimento do fato, contrai matrimônio com mulher já deflorada.(Código Civil, art. 219, IV). Erro acidental: Em tese, não é capaz de viciar o consentimento do sujeito, pois recai apenas sobre qualidades acessórias do objeto da relação (error in qualitate), bem como sobre sua medida, peso ou quantidade (error in quantitate), desde que não importe em prejuízo real ao indivíduo. Por ex., uma pessoa que compra um automóvel e posteriormente descobre que o porta-malas é 5 cm² menor do que pensava. Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com a ignorantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento completo da existência da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, apesar do Código Civil equiparar essas duas noções. Em regra, o error juris não é causa de anulabilidade do negócio, porém, a doutrina e jurisprudência abrem precedentes quanto a esta máxima. "De qualquer maneira, para anular o negócio, é necessário que esse erro tenha sido o motivo único e principal a determinar a vontade, não podendo, contudo, recair sobre a norma cogente, mas tão-somente sobre normas dispositivas, sujeitas ao livre acordo das partes." (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol., pg. 292). Dolo: A noção que teremos de dolo é diversa daquela empregada pelo direito penal, pois este o restringe apenas à vontade livre e consciente de praticar um crime. O dolo civil é todo ato malicioso ou fraudulento empregado por uma das partes ou por terceiro com o objetivo de ludibriar o outro contratante para que este manifeste seu consentimento de maneira prejudicial a sua vontade livre ou ao seu patrimônio, pois este consentimento seria declarado de forma diferente ou sequer teria existido caso não fosse utilizado tal artifício astucioso. Existem diversos tipos de dolo, sendo o dolus bonus e o dolus malus os que mais nos interessam. Dolus bonus: É aquele freqüentemente empregado no comércio informal e até mesmo no formal. Consiste em exageros nas vantagens e boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante, como, por ex., o camelô que vende relógios afirmando que são todos provenientes da Suíça. É um tipo de dolo que não é capaz de viciar a vontade, por não prejudicar a segurança das relações comerciais, pois não é justificável que uma pessoa de sã consciência seja enganada por tal manobra. Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de viciar sua vontade, tornando o negócio anulável. Coação: A coação é um vício do negócio jurídico que funciona como uma forte violência (física ou moral) aplicada para que alguém seja forçado a realizar determinado ato contrário a sua vontade. O código Civil Brasileiro de 2.002 define tal vício como: “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”. "Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Não é coação, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. (GONÇALVEZ, 2006, p. 383)." Da prescrição e decadência A prescrição está ligada ao decurso do lapso temporal, tanto é que sua natureza jurídica é de fato jurídico em sentido estrito, ou seja, acontecimentos que advém de fenômenos naturais. Prescrição é a perda da pretensão do titular de um direito que não o exerceu em determinado lapso temporal. Perda do quê?? Pretensão?? Ué, mas a prescrição não faz perder o “direito de ação”? Calma aí que explico. Direito de ação é o direito de pedir ao Estado um provimento jurisdicional. Pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um dever jurídico. Ocorrendo a prescrição o titular do direito não poderá exigir de outrem o cumprimento de um dever jurídico. Os prazos prescricionais são taxativos e estão elencados nos artigos 205 e 206 do Código Civil. Esses prazos não podem ser modificados, nem em caso de disposição em contrário, por acordo entre as partes, devendo ser alegada por qualquer parte que tiver interesse a qualquer tempo. Os prazos prescricionais podem sofrer impedimento, suspensão ou interrupção. No impedimento, o prazo prescricional não chega a se iniciar. Já na suspensão, o prazo prescricional em curso sofre uma parada temporária, continuando, de onde havia parado, após a cessação do obstáculo. Por fim, na interrupção, o prazo prescricional em curso reinicia-se por inteiro, desconsiderando-se o período anteriormente transcorrido. As causas de impedimento e de suspensão são as mesmas e estão descritas nos arts. 197 a 201 do Código Civil. As causas que interrompem estão dispostas nos arts. 202 a 204 do CC. Decadência Não diferentemente da prescrição, a decadência também está intrinsicamente ligada ao decurso do tempo. Então, qual a diferença dela para com a prescrição?? O prazo decadencial (a decadência) nada tem a ver com pretensão nem com violação de direito de conteúdo prestacional. Decadência nada mais é do que perda do direito material, em razão da inércia de seu titular. Os prazos decadenciais podem ter origem legal e também na autonomia privada (convenção entre as partes envolvidas). Eles estão dispostos aleatoriamente no Código Civil, principalmente na Parte Especial do diploma legal. Atenção! Em regra, aos prazos decadências não se aplicam às normas de impedimento, suspensão e interrupção da prescrição. Exceção, artigos 207 e 208 do CC. Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. Feito esses apontamentos vamos ao quadro comparativo. Tabela comparativa PROCESSO CIVIL Competência Conceito: No âmbito jurídico, a competência expressa a responsabilidade e legitimidade de um órgão judicial (como um juiz, por exemplo) de exercer a sua jurisdição. Assim, a competência fixa os limites dentro dos quais esse órgão judicial pode atuar. Para diferentes áreas, existem elementos com a competência jurisdicional ou jurídica que são capazes de atuar. Só pode exigir uma determinada ação quem temcompetência jurídica para isso. Por exemplo: só um órgão com competência pode exigir que um vídeo seja retirado do Youtube. Competência Funcional e Territorial Hierarquia e atribuições dos órgãos jurisdicionais (critério funcional). Refere-se à competência funcional, modalidade de competência absoluta, á repartição das atividades jurisdicionais entre os diversos órgãos que devam atuar dentro de um mesmo processo. Classificação Classifica-se a) Pelas fases do procedimento b) Pelo grau de jurisdição c) Pelo objeto do juízo Limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional (critério territorial). Denomina-se competência territorial a que é atribuída aos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias. Competência Internacional -Arts. 21 a 24, NCPC Essa limitação decorre do entendimento de que só deve haver jurisdição até onde o Estado efetivamente consiga executar soberanamente suas sentenças. Não interessa a nenhum Estado avançar indefinidamente sua área de jurisdição sem que possa tornar efetivo o julgamento de seus tribunais. Limita-se, assim, especialmente a jurisdição pelo principio da efetividade. -Espécies A. Cumulativa B. Exclusiva Prazos Todo prazo é delimitado por dois termos: o inicial (dies a quo) e o final (dies ad quem). Pelo primeiro, nasce a faculdade de a parte promover o ato, pelo segundo, extingue-se a faculdade, tenha ou não sido levado a efeito o ato. Em processo, o termo inicial é, ordinariamente, a intimação da parte, e o final, o momento em que se encerra o lapso previsto em lei. Ambos costumam ser documentados nos autos por certidões do escrivão. A maioria dos prazos acha-se prevista no Código. Se, porém, houver omissão da lei, caberá o juiz determinar o prazo em que o ato do processo pode ser praticado levando em consideração a sua complexidade (art.218, §1°). No sistema legal e vigente, há prazos não apenas para as partes, mas também para os juízes e seus auxiliares. Classificação De forma geral, os prazos podem ser: a) Legais b) Judiciais c) Convencionais Legais são os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu e o dos diversos recursos. Judiciais, os marcados pelo juiz, em casos como o da designação de data de audiência (NCPC, art.334), o de fixação do prazo do edital (art.257, III), o de cumprimento da carta precatória (art.261), o de conclusão da prova pericial (art.465), etc. Os convencionais finalmente são os ajustados de comum acordo entre as partes, como o de suspensão do processo (art.31II, e §4°), ou o de concessão pelo credor ao devedor, na execução, para que a obrigação seja voluntariamente cumprida (art.922). Natureza dos prazos: arts. 182 a 222, §1°. Contagem dos prazos: termo inicial Em regra, os prazos são contados com exclusão do dia de começo e com inclusão do de vencimento (NCPC, art. 224, caput). Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil que seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica (art.224, §2°). Determina, ainda, o Código que a contagem do prazo deverá ter inicio no primeiro dia útil que seguir que seguir ao da publicação (art.224,§3°). Se a publicação ocorrer por meio eletrônico (Diário da justiça eletrônico), deve-se considerar como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da justiça eletrônico (art.224, §2°). Só depois disso é que se aplicará a regra do §3° art.224, iniciando-se a contagem a partir do primeiro dia útil posterior á disponibilização da informação eletrônica.
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