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Ortografia e Gramática em Português

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PORTUGUÊS 
1) Ortografia Oficial 
Ortografia oficial, ou simplesmente ortografia, é a parte da nossa 
gramática que se dedica a estudar a escrita correta das palavras. 
 
Y, K e W 
Na transição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados 
portugueses: Katy Perry, Nova York, Disney World, etc. 
 
Nas abreviaturas e símbolos de uso internacional: Kg (quilograma), 
W (watt), Km (quilômetros), etc. 
 
Obs¹: Se na parte de ortografia oficial do seu concurso for 
perguntado se qualquer substantivo comum (iorgute, ilha, vale, 
cabelo, cansaço) pode ser escrito com Y, K ou W não faça besteira 
de escrever que sim. 
 
Y, K e W só para abreviaturas e nomes próprios. 
 
 Os acentos 
Acento Agudo: é representado por um traço voltado para a direita. É 
colocado sobre as vogais indicando que a sílaba onde ele está é 
tônica (tem o som mais forte). O acento agudo faz com que a vogal 
seja pronunciada de forma aberta. 
Exemplos: Maré, jacaré, tórax, célebre. 
 
Til: o til é representado por um traço sinuoso (um “S” deitado). Ele 
torna nasal o som das letras A e O. 
Exemplos: Canhão, interpõe, barão, constituição, leões. 
 
Acento circunflexo: é representado pelo famoso “chapéu” em cima 
das vogais A, O, E. O acento ciecunflexo indica que a vogal deve ser 
pronunciada de forma fechada. 
Exemplos: Judô, bônus, ângulo, acadêmico. 
 
Acento grave: o acento grave é semelhante ao agudo, só que virado 
para o lado esquerdo. Ele indica a ocorrência de crase. 
 
Recapitulando: o acento agudo deixa o som da vogal mais aberto. 
O til com que o som fique anasalado. O circunflexo faz com que o 
som fique fechado. 
 
Palavras homônimas e parônimas: Fique atento a estas 
pegadinhas! 
 
Parônimas: são palavras com pronúncia e grafia semelhantes, mas 
significado diferentes. Exemplos: deferir (acatar) e diferir (adiar), 
tráfico (comércio) e tráfego (trânsito), flagrante (evidente) e 
fragrante (aromático). 
 
Homônimas: são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas 
significado diferente. Exemplos: conserto (correção) e concerto 
(apresentação), são (do verbo ser e sadio) e ser (verbo e 
substantivo). 
Como fera muita confusão, esse é um tema bastante cobrado em 
questões de concurso. Fique atento a ele. 
 
 Mal X Mau 
“Mal” é o oposto de bem, e “mau” é o oposto de bom. 
 
“Mal” será substantivo, quando estiver acompanhado de artigo ou 
pronome. Exemplo: preciso me curar desse Mal. 
 
“Mal” será advérbio quando modificar um verbo ou adjetivo. 
Exemplo: Mal me olhou e foi embora. 
 
Já a palavra “Mau” exerce sempre a função de adjetivo. Exemplo: 
Você é um homem mau. 
 
Para não errar, basta substituir “mau” ou “mal” por “bom” ou 
“bem”, e assim confirmar o correto uso gramatical da palavra. 
 
Uso dos porquês 
Porque (junto e sem acento) o “porque” é uma conjunção 
explicativa. È um substituto da palavra “pois”. Então, quando couber 
essa substituição pode errar sem medo o “porque” junto e sem 
acento. Exemplo: Eu estou gripado porque tomei suco. 
 
Por que (separado e sem acento) o “por que” é utilizado no inicio 
de perguntas ou como substituto de “o motivo pelo qual”. Exemplo: 
Por que você foi para o bar? 
 
Porquê (junto e com acento) “porquê” nada mais é que um 
substantivo. Ele vem acompanhado de artigo, numeral, adjetivo ou 
pronome. Exemplo: ainda me pergunto o porquê desta multa. 
 
Por quê (separado e com acento) é usado no final de frases 
interrogativas. Exemplo: Você deixou o livro no armário por quê? 
 
Simplificando: 
Porque: substitui por pois. 
Por que: início de pergunta ou substitui por motivo pelo qual. 
Porquê: substantivo. 
Por quê: final de pergunta. 
 
 Uso X e CH 
 
Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz 
respeito à quantidade de excessões existentes em relação a 
determinadas regras. O uso do “x” e do “ch”, por exemplo, traz essa 
dificuldade para os candidatos. 
 
Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias 
para o uso ou não uso dessas estruturas na ortografia oficial: 
 
Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: 
mexendo e mexicano. 
Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: 
enxergar e enxugar. 
Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, 
abaixar. 
Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana. 
Exemplo: orixá e abacaxi. 
 
Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do 
“ch”. Mas minha sugestão é que você leia muito e assimile a grafia 
das palavras independentemente das regras. Vai lhe ajudar muito 
mais na sua prova. 
 
 Uso de crase 
 
Antes de qualquer coisa você precisa saber que crase é a junção da 
preposição “a” com o artigo “a”. Ela é marcada com o uso do acento 
grave (`) na letra “a”. 
 
Para saber se devemos ou não usar a crase devemos analisar a 
palavra que vem antes e a palavra que vem depois do “a”. Veja a 
frase: 
 
Eu fui à escola 
Nesse caso, o verbo “fui” exige uma preposição “a”. Já o substantivo 
“escola” exige um artigo “a”. 
 
Para tirar a prova, basta substituir por uma palavra masculina. Se a 
frase fosse “Eu fui ao teatro” teríamos a preposição “a” mais o artigo 
“o”. Como não existe a palavra “aa”, usa-se a crase para designar 
essa junção entre a preposição e o artigo. 
O professor Pasquale, um dos grandes mestres da Língua 
Portuguesa, deu uma entrevista interessante à BBC Brasil dizendo 
como identificarmos o correto uso da crase: 
 
Pasquale dá o exemplo da clássica canção “Você já foi à Bahia?”, de 
Dorival Caymmi. 
 
“Se você foi, você foi a algum lugar. O verbo ‘ir’ – ‘você foi’, 
verbo ‘ir’ -, no português tradicional, rege a preposição “a”. Ir a 
algum lugar”, explica. 
 
E que lugar é esse? No exemplo dado, é a Bahia. 
 
“Bahia é um substantivo que dá nome a lugar e pede artigo”, 
disse Pasquale. 
 
Ele mostra formas simples de perceber isso: “’Eu moro na Bahia’ – o 
que é ‘na’? Não é ‘em’ mais ‘a’? ‘Eu acabei de chegar da Bahia’. O 
que é ‘da’? ‘De’ mais ‘a’. É fácil perceber que Bahia pede artigo.” 
 
Neste caso, ocorre a crase – a fusão – entre duas vogais: a 
preposição “a”, que sucede o verbo ir, se junta com artigo “a”, que 
antecede o substantivo feminino Bahia, ocorrendo o acento grave. 
 
O resultado é: “Você já foi à Bahia?” – o significa a mesma coisa 
que “Você já foi para a Bahia?”. 
 
Mas se a pergunta fosse sobre Santa Catarina – “Você já foi a Santa 
Catarina?” -, não haveria fusão, já que Santa Catarina não pede 
artigo – diz-se “Eu moro em Santa Catarina” e não “Eu moro na 
Santa Catarina”. 
 
“Moral da história, esse ‘a’ de ‘Você já foi a Santa Catarina?’ não 
passa de uma preposição que não se fundiu com nada”, explica 
Pasquale. “Esse ‘a’ não receberá acento por uma razão muito 
simples: não houve fusão.” 
 
 Uso S ou Z 
Aqui vão algumas regrinhas: 
 
Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam 
“s” no radical. Exemplo: análise/analisar, casa/casinha/casarão. 
 
Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, 
título ou origem. Exemplo: portuguesa, milanesa, burguesia. 
 
Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e 
“osa”. Exemplo: gostoso, catarinense, populoso, amorosa. 
 
Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, 
glicose, poetisa. 
 
 Uso de C, Ç, S ou SS 
Use "C" = Antes de "e" e "i" 
Exemplos: Cedo, aparecido, falecer. 
 
Use o "Ç" = Antes de "a", "o" e "u"Exemplos: Faço, cabeça, açúcar. 
 
Use "S" = Em palavras derivadas de verbos terminados em NDIR ou 
NDER 
Exemplos: 
Expansão de expandir 
Fusão de fundir 
Confusão de confundir 
De ascender escrevemos ascensão 
De pretender, pretensão e pretensioso 
De defender, defesa e defensivo 
De compreender, compreensão 
Repreensão de repreender 
 
Use "SS" = Em palavras derivadas de formas verbais com radical ced 
Exemplos: De ceder escrevemos cessão e concessão (atos de 
ceder). 
De interceder escrevemos intercessão. 
De exceder, excesso; E de aceder, acesso. 
 
 
 
 
 
2) Acentuação gráfica 
 Classificação das palavras ao número de sílabas. 
1) Monossílabas (Mono= um) tem apenas uma sílaba 
Exemplo: pé, pó, sal, réu e pneu. 
2) Dissílabas (di= duas) possui duas sílabas 
Exemplo: rua e casa 
3) Trissílabas (tri= três) possui três sílabas 
Exemplo: ca vei ra e re ló gio 
4) Polissílabas (poli= varias) 
 
 Classificação das palavras quanto a sua tonicidade 
1) Sílaba Tônica: é aquela que possui maior intensidade no 
momento da pronúncia 
Exemplo: Café 
 
2) Sílaba Átona: é aquela que possui menor intensidade no 
momento da pronúncia. 
Exemplo: Lápis e boné 
 
3) Subtônica: é aquela que possui intensidade intermediaria, 
não tão forte e nem tão fraca. 
Exemplo: sozinho: So (subtônica) Zi (tônica) nho 
(átoma) 
 
Obs: È importante saber que o acento prosódico, ou 
tônico, é o timbre mais forte na pronuncia, enquanto 
que o acento gráfico é utilizado na escrita. 
 
3)Flexão Nominal e Verbal 
 
 São morfemas colocados no final das palavras para 
indicar flexões verbais ou nominais. 
Podem ser: 
Nominais: indicam gênero e número de nomes 
(substantivos, adjetivos, pronomes, numerais). 
Ex.: casa - casas, gato – gata. 
 
Verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos 
verbos. Existem dois tipos de desinências 
verbais: desinências modo-temporal (DMT) e desinências 
número-pessoal(DNP). 
Ex.: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se nós 
corrêssemos, tu correras(DMT) 
Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e 
particípio). 
 
Ex.:beber, correndo, partido 
 
Quadro das principais desinências DESINÊNCIAS NOMINAIS 
 
Gênero masculino (-o), feminino (-a) 
Número singular (não há) 
plural (-s) 
 
VERBAIS de tempo e modo -va,-ve: imperfeito do indicativo, 1ª conjugação-
ia, -ie: imperfeito do indicativo, 2ª e 3ª conjugações 
-ra, -re: mais-que-perfeito do indicativo 
 
(átono)-sse: imperfeito do subjuntivo 
 
-ra, -re: futuro do presente do indicativo 
 
(tônico)-ria, -rie: futuro do pretérito do indicativo 
 
-r: futuro do subjuntivo-e: presente do subjuntivo, 1º 
conjugação 
 
-a: presente do subjuntivo, 2º e 3º conjugaçõesde pessoa e 
número 
 
 -o: 1ª pessoa do singular, presente do indicativo-s: 2ª 
pessoa do singular 
 
 -mos: 1ª pessoa do plural-is-, 
 
-des: 2ª pessoa do plural-m: 3ª pessoa do plural 
 
VERBO-NOMINAIS -r: infinitivo ndo: gerúndio-do: particípio regular. 
 
 
 
 
 
4) Pronomes: emprego, formas de tratamento e 
colocação. 
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa 
que substitui ou acompanha o substantivo, indicando sua 
posição em relação ás pessoas do discurso ou situando-o 
no espaço e no tempo. Quando ele representa o 
substantivo, dizemos que se trata do pronome substantivo. 
Ex.: Nós fomos aprovados no concurso. Quando ele 
vem acompanhado do substantivo, restringindo a extensão 
de seu significado, dizemos que se trata do pronome 
adjetivo. 
Ex.: Este apartamento é antigo. 
 
Há seis espécies de pronomes, a saber: 
1. PESSOAIS - indicam as pessoas do discurso 
Pessoa: 1º, 2º e 3º = Singular 
Pronomes retos: Eu 
Tu 
Ele e Ela 
 
Pessoa: 1º, 2º e 3º = Plural 
Pronomes retos: nós 
vós 
eles, elas 
 
Pronomes Oblíquos 
Tônicos: {mim, comigo, 
Singular {Ti, contigo, 
Singular {Ele, ela, si, consigo, 
Nós, conosco, 
Vós, convosco, 
Eles, elas, si, consigo 
 
Átonos 
Me 
te 
se, o, a, lhe 
nos 
vos 
se, os, as lhes 
 
 
 
 
 
A) Os pronomes do caso reto não podem ser usados como complementos 
verbais. 
Ex.: Eu vi ele no prédio - forma errada; o correto é: Eu o vi no prédio. 
B) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de verbos que 
terminam em - 
R, -S, -Z, assumem a forma lo, la, los, las. Exs.: amar + a = amá-la; quis + o 
= qui-lo; fiz + o =fi-lo 
C) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de verbos que 
terminam em 
M, -ÃO, ÕE, assumem a forma no, na, nos, nas. Exs.: entregam + os = 
entregam-nos, dão-nos. 
D) Os pronomes oblíquos podem funcionar como sujeito no infinitivo, quando 
se usam os verbos: deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir e ver. 
Ex.: Mandaram-me sair (E não: Mandaram eu sair) 
Empregos das formas EU e TU x MIM e TI 
Quando precedidos de preposição, utilizam-se as formas mim e ti. 
Ex.: Nada mais há entre mim e ti. 
EXCEÇÃO - quando as formas retas funcionarem como sujeito de um 
verbo no 
infinitivo. Ex.: Deram a motocicleta para eu dirigir. 
Emprego de CONOSCO / CONVOSCO / COM NÓS / COM VÓS 
Utilizam-se as formas com nós / com vós antes de pronomes relativos (que), 
numerais, palavras de reforço: todos, ambos, mesmos, próprios. 
Ex: Marlene saiu com nós dois; fomos nós mesmos ao cinema. 
Nos demais casos, utilizam-se as formas conosco / convosco. 
Exs.: Marlene saiu conosco; Ela falou conosco. 
 
Emprego dos pronomes SE, SI e CONSIGO - utilizados somente quando 
reflexivos. 
Exs.: Rafael cortou-se; José é muito egoísta. Só pensa em si mesmo; O 
examinador trouxe as provas consigo. 
 
PRONOMES DE TRATAMENTO - Referem-se à segunda pessoa, mas exigem 
o verbo na terceira pessoa. 
Principais formas de tratamento: 
Vossa Alteza - V.A. (VV.AA.) - príncipes, duques, arquiduques 
Vossa Eminência - V. Em.ª (V. Emª.s) - cardeais 
Vossa Excelência - V. Ex.ª (V. Exªs) - altas autoridades e oficiais das 
Forças Armadas 
Vossa Magnificência - V. Mag.ª- (V. Magªs) - reitores de universidades 
Vossa Majestade - V.M. (VV. MM.) - reis, imperadores 
Vossa Meritíssima (não se abrevia) - juízes de direito 
Vossa Paternidade - V.P. (VV.PP.) - abades, superiores de conventos 
Vossa Santidade - V.S. - papa 
Vossa Reverendíssima - V. Revmª (V.Revmª.s) - sacerdotes e religiosos 
em geral 
Vossa Excelência Reverendíssima – V. Ex.a Revm.a 
(V. Ex.as Revmª.s) - bispos, arcebispos 
 
Vossa Senhoria - V.S.a 
(V. S.as) - tratamentoscerimoniosos 
Você - v. (vv.) - familiares, pessoas íntimas 
Senhor - Sr. (Srs.) - distanciamento respeitoso 
- Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de 
Vossa quando nos dirigimos á pessoa representada pelo pronome e por sua, 
quando falamos sobre essa pessoa. Ex.: Vossa Excelência permite uma 
sugestão: Sua Excelência, não comparecerá à sessão plenária. 
 
2. POSSESSIVOS - referem-se às pessoas do discurso: meu, minha, 
teteumeus, minhas, 
teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, 
vossas, seu, sua, seus, suas. 
3. DEMONSTRATIVOS - referem-se à posição dos seres em relação às 
pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço ou no próprio discurso. 
1ª pessoa: este(s), esta(s), isto 
2ª pessoa: esse(s), essa(s), isso 
3ª pessoa: aquele(a), aqueles(as), aquilo 
 
EMPREGO 
1ª pessoa – indica proximidade de quem fala ou escreve. Ex.: Esta caneta é 
minha. Referem-se ao que ainda vai ser dito ou escrito. Ex: Ainda relembro 
estas palavras:“é pentacampeão” 
 
2ªpessoa - indica proximidade da pessoa a quem se fala ou se escreve. Ex.: 
Esse relógio que tens atrasa muito. Refere-se ao que já foi dito ou escrito. 
Ex.: O advérbio e a preposição são palavras invariáveis – essas duas 
classes gramaticais não têm flexão. 
3ª pessoa – referência a seres que se encontram longe do falante e do 
ouvinte. Ex.: Aquele relógio que tem atrasa muito. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
1) Das pessoas. Das pessoas naturais. Das pessoas jurídicas. Do 
domicilio. 
 
Basta que tenha nascido com vida para que se atribua personalidade, 
passando a ser sujeito do direito. 
Nascituro, mesmo sendo um feto, ou seja, que não tenha nascido já terá seus 
direito assegurados. 
A personalidade civil da pessoa começa a partir do nascimento com vida; mas 
a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Dá-se o nascimento com a positiva separação da criança das vísceras da mãe, 
pouco importando que ocorra naturalmente ou artificialmente (cesárea ou parto 
normal). 
A prova inequívoca que o sujeito tenha respirado pertence à medicina, mas 
somente com o ato de respirar ele ganhará sua personalidade. 
A posição do nascituro é peculiar, pois o nascituro possui, entre nós, um 
regime que o protege tanto no Direito Civil, como no Direito Penal, mesmo não 
tendo todos os requisitos de personalidade. Embora o nascituro não seja 
considerado pessoa, tem a proteção de seus direito desde a concepção e os 
mesmo resguardados por lei. 
A personalidade nasce somente proveniente do nascimento com vida! 
O nascituro tem direito a alimentos por parte de quem o concebeu. 
A pessoa interditada legalmente, incapaz de realizar atos da vida civil, continua 
tendo personalidade, podendo então figurar como sujeito de direito, porém 
necessita que alguém, por ele, exercite a capacidade de fato. Sendo praticados 
os atos da vida civil por um curador. 
 
Pessoas tuteladas ou que possuem respectivos curadores serão assistidos 
em sua capacidade de gozo, mas não na sua capacidade de direito. 
Não existem relações jurídicas que não seja o ser humano o Titular. 
Toda pessoa é dotada de personalidade, sendo ela intransferível. 
Pessoa é o ser ao qual se atribuem direitos e Obrigações. 
Animais são seres inanimados não podem ser considerados sujeitos de 
diretos, quando muito, será considerado objeto de direito. 
A capacidade é a medida da personalidade. 
Todo ser humano é sujeito de direito, portanto, podendo agir pessoalmente 
ou por meio de representante legal. 
A capacidade de fato ou de exercício é a aptidão para pessoalmente o 
individuo adquirir direitos e contrair obrigações. 
O conjunto de poderes conferidos ao ser humano para figurar nas relações 
jurídicas dá-se o nome de personalidade. 
 Absolutamente incapazes 
São absolutamente incapazes, os menores de 16 anos, os que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos, os que mesmo por causa transitória, não puderem 
exprimir sua vontade. 
 Relativamente Incapazes 
São relativamente incapazes, os maiores de 16 anos e menores de 18, os 
ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que por deficiência mental tenham 
discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; pródigos. 
 Índios/ Silvícolas 
 
A incapacidade dos indígenas perdurará ate a adaptação na vida civilizada. Os 
índios enquanto não absorvidos pelos costumes da civilização, submetem-se 
ao regime tutelar da União (FUNAI). 
A capacidade dos Índios, ou seja, dos silvícolas serão regulamentadas por uma 
legislação especial. 
 Ausentes 
 
Os ausentes devem ser entendidos, como aquela pessoa cuja habitação se 
ignora ou que sua existência se duvida, e cujos bens ficam ao desamparo. 
Ausente é a pessoa que deixa seu domicilio e não há mais noticias de seu 
paradeiro. Sendo que deve ser declarado assim por um juiz. 
Para que se consiga declarar a ausência, o ausente não pode ter deixado 
representante legal ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens. 
O juiz a requerimento de qualquer interessado ou do ministério publico, 
declarará ausência, e nomear-lhe-á curador. Sendo estabelecida a preferência 
pelo conjugue para o cargo de curador, desde que não esteja separado 
judicialmente ou de fato por mais de dois anos antes da declaração de 
ausência. 
A ausência não acaba com o vinculo do casamento, essa somente se anulara 
pelo divorcio ou com a certeza de reconhecimento de morte presumida. 
O ausente não é considerado incapaz em razão de seu desaparecimento. A 
curatela, portanto, é para os bens e não para o ausente. 
A curadoria dos bens, em regra dura um ano, porque nesse prazo o juiz manda 
publicar de dois em dois meses um edital chamando o ausente para vir tomar 
posse de seus bens. 
A curadoria dos bens do ausente pode durar 3 anos, se o ausente tiver 
deixado PROCURADOR. 
A sentença em que é declarada a ausência deve ser levada a cartório de 
registro, sendo que somente começa a produzir efeitos 180 dias após sua 
decretação, assim passando os 180 dias inicia-se a sucessão provisória. 
Os herdeiros que não forem herdeiros necessários devem prestar caução, isto 
é garantia para ser emitido na posse dos bens do ausente. 
Na sucessão definitiva os herdeiros passam a ser donos dos bens. 
Se o ausente voltar dentro de 10 anos, ele terá seus bens devolvidos. 
A ausência é declarada judicialmente. 
Curadoria do ausente 
Sucessão provisória 
Sucessão definitiva 
 
 Emancipação 
A emancipação se da por meio de escritura pública e a mesma não pode ser 
revogada. 
Qualquer ato praticado por menor de 16 anos é considerado NULO. 
 
 Pródigo 
Pródigo é, portanto, o individuo que gasta desmedidamente, dissipando seus 
bens, sua fortuna. 
A prodigalidade não deixa de ser uma espécie de desvio mental, geralmente 
ligado á pratica dos jogos e outros vícios. 
A interdição do pródigo só o privará de sem curador, emprestar, transigir, dar 
quitações, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral 
atos que não sejam de mera administração. O conceito será fornecido pela 
psiquiatria. 
 
O pródigo pode praticar qualquer outro ato da vida civil, não ficando privado do 
pátrio poder, do exercício de sua profissão ou atividades, etc. 
Sua curatela pode ser requerida pelos pais ou tutores; pelo conjugue, ou por 
qualquer parente; pelo ministério público. 
 Alcoólatras, toxicômanos, ébrios e deficientes mentais 
leves. 
Os alcoólatras, toxicômanos, ébrios e deficientes mentais e excepcionais sem 
desenvolvimento mental completo, serão interrogados pelo juiz e terão uma 
pericia médica para avaliar o caso, e para Cesar o caso, também. 
 
 Surdos e mudos 
Surdos e mudos, ainda que somente comunicando através da linguagem que 
lhes é própria, serão considerados capazes. 
OBS: Os negócios realizados com menores e demais incapazes, desde 
que representados ou assistidos, são plenamente válidos e eficazes. 
 
 Curador 
Curador dativo é o curador escolhido pelo juiz na falta de parentes do ausente. 
 Comoriência 
Dois ou mais indivíduos falecerem na mesma data, sem poder presumir-se 
quem morreu primeiro, serão considerados simultaneamente mortos, ou seja, 
um não recebe herança do outro. 
Não há necessidade de ser o mesmo evento para que ocorra a Comoriência. 
 
 Capacidades 
Capacidade de Direito, basta o nascimento com vida para adquirir. 
Capacidade Plena ou capacidade de fato é a capacidade de exercer. 
 
 Maioridade 
Aos 18 anos, se adquire a capacidade de fato, é quando a pessoa se torna 
apto a praticarpessoalmente todos os atos da vida civil. 
A maioridade somente é atingida ao completar 18 anos. 
 
 Emancipação é irreversível 
Idade mínima para a emancipação é de 16 anos, sendo que o menor tem que 
ter capacidade de sobrevivência por si só (patrimônio + discernimento) 
Há varias espécies de emancipação 
Emancipação voluntaria: Concedida pelos pais, ocorre por meio de 
escritura pública, independe de homologação judicial. 
Tutor requer judicialmente a emancipação de seu tutelado (pupilo). 
Casamento 
OBS: O casamento putativo Poderá reverter a emancipação para aqueles 
que agirem de má-fé! 
EX: João casa com Maria que tem 14 anos, mas João falsifica sua certidão de 
nascimento para 18 anos, para não ter que pedir autorização de seus pais e 
nem do juiz. 
A Maria permanece emancipada e João continua sendo relativamente incapaz. 
 
Observações Importantes 
 Capacidade Penal: 18 anos, sendo que os menores de 18 
anos são regidos pelo ECA. 
 Capacidade empresarial: 18 anos. 
 Capacidade tributaria: 18 anos. 
 Capacidade política: 16 anos voluntario. 
 
 Direitos da personalidade 
 
São os direitos inerentes as pessoas que visam a garantia do principio da 
dignidade da pessoa humana. 
 
Requisitos 
 
 São irrenunciáveis 
 
 São intransmissíveis 
 
 São vitalícios 
 
 São fora de comercio 
 
Existem 3 dimensões para os direitos da personalidade 
 Garantia da Intereza física 
 
 Garantia da intereza mental 
 
 Garantia da produção intelectual (direitos autorais) 
 
Pessoa Jurídica 
Conceito: É a soma de esforços humanos (corporação) ou a destinação de um 
patrimônio (fundação) constituída na forma da Lei e objetivando uma finalidade lícita e 
obediente a sua função social. 
O que é Função Social: O Enunciado 53 da Jornada de Direito Civil: Deve-se levar 
em consideração o princípio da função social na interpretação das normas relativas à 
empresa, a despeito da falta de referencia externa. 
Ex.: Curso preparatório, pessoas ganham dinheiro, se paga impostos em decorrência 
disso, há circulação de dinheiro e esse negócio gera riqueza ao País. Mas basta gerar 
riqueza para cumprir a função social? Não. Ex.:Tráfico de crianças, Tráfico de 
drogas. Pois a atividade deve ser lícita. 
 Quando adquire personalidade jurídica? Art. 45 do CC 
 Se inicia no registro. 
Ou seja, a PJ é vinculada a realidade técnica, o Registro, para adquirir 
personalidade Jurídica. 
 
 É necessária alguma outra autorização? O Art. 45 prevê que será necessária 
uma autorização/aprovação do Poder Executivo, sob pena de inexistência. 
 
 E quem precisa desse tipo de autorização? Seguradora, Banco. 
 
 
 
 
 
 E o que é levado a registro? Atos constitutivos que podem ser: 
 
*Estatutos = Fundações – Associações e Sociedades Anônimas 
 
*Contratos Sociais = Em regra, as demais sociedades. 
 
Ainda no Art. 45, outra informação: 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contando o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
ATENÇÃO: Podem facilmente trocar em prova direito privado por direito público. 
 
 Classificação da pessoa jurídica 
Quanto à nacionalidade: Nacional ou Estrangeira 
O que determina é o local em que foi constituída. 
 
Quanto à atividade executada 
a) Pessoa Jurídica de Direito Público 
 
* Interno (Art. 41 CC – LER) 
 
*Externo (Art. 42, CC – LER) – ONU – UNESCO etc. 
 
b) Pessoa Jurídica de Direito Privado 
 
(Art. 44 do CC – LER) 
 
Pergunta de Prova: Sociedade de economia mista e empresas 
públicas, são Públicas ou Privadas? Art. 41, §ú do CC. Essas 
pessoas jurídicas de direito público, organizadas e estruturadas, atuando 
no Direito Privado submetem-se as regras deste código civil. Ou seja, 
são Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 
 
 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
 
a)Corporações 
 
*Sociedades: 
 
– Simples 
 
– Empresárias 
 
*Associações 
 
b) Fundações 
 
 Corporações (universitas personarum) 
 
Conceito: É a soma de esforços humanos. 
 
Podem ser: 
Sociedades ou associações 
 
– Sociedades 
 
União de sócios organizados, em regra (Exceção S/A), através por 
contrato social e objetivando a partilha de lucros. 
 
> Simples – São as antigas civis. 
 
> Empresárias – são as antigas comerciais (ou mercantis). 
 
# Segundo o Código Civil, a sociedade empresária há de observar 
dois requisitos: 
 
1) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 966 
caput e parágrafo único – LER); 
 
E se eu ficar na dúvida entre simples e empresária? Se questione se o 
sócio necessariamente participa da atividade final da empresa, põe a 
mão na massa? Se sim, é simples. (Ex. Advogado, Clinica Médica, 
Prestação de Serviços Educacionais). 
 
 
 
 
– Associações 
Conceito: É a união de associados, organizados através de um 
estatuto, objetivando uma finalidade ideal, não econômica ou não 
lucrativa. (Art. 53 do CC) 
 
Diferenças: 
 
1 – Sociedade tem sócios e Associação tem associados. 
 
2 – Sociedade tem contrato social e Associação tem estatuto; 
 
3 – Na Sociedade os sócios tem direitos e deveres entre si. Na 
Associação não há direitos e deveres entre si, mas a sim perante a 
Associação. (Parágrafo único do Art. 53 do CC). 
 
4 – Associação não tem finalidade lucrativa. *Isso quer dizer que 
não pode dar lucro? Não. Ela deve dar lucro, afinal, tem contas à 
pagar. Mas o dinheiro que sobra deve ser reaplicada nela mesma. 
 
A qualidade de associado transmite-se? Não. É intransmissível. 
 
Fundações (universitas bonorum) – (universalidade de bens) 
 
Conceito: Universalidades de bens 
 
E para criar uma fundação? 
 
* Por escritura pública – Para produzir feitos inter vivos (Ato irretratável 
art. 64 CC) 
 
* Por testamento (qualquer tipo) – Para produzir efeitos causa mortis. 
 
Art. 62 do CC 
 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins 
religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
 
Esse rol de finalidades previstos no art. 62 e taxativo ou 
exemplificativo? 
 
Posicionamento para Prova: Taxativo. 
 
Exemplo de fundação: Fundação Roberto Marinho, Fundação Ayrton 
Senna. Exemplo de fundação criada em vida: Fundação R10. 
 
 Extinção da Pessoa Jurídica 
Pode ser: 
 
Convencional – Acordo entre os sócios. Resolvem não mais continuar. 
 
Judicial – Aquela que advêm de sentença. Art. 45, §único – LER. 
 
Legal – Expressa em Lei. Ex. Morte de todos os sócios. Por isso tem 
empresas que não permitem que todos os sócios viagem eu um mesmo 
avião. 
 
Administrativa – Art, 45 mais uma vez. (Autorização do chefe do 
Executivo, que deve ser renovada no tempo, concessão, alvará, 
renovação. Então quando ele não consegue, se extingue de forma 
Administrativa). 
 
 Do domicilio 
 DOMICÍLIO - PESSOAS NATURAIS 
 
O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua 
residência com ânimo definitivo. 
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência 
habitual, o lugar onde for encontrada. 
 
 DOMICÍLIO NECESSÁRIO 
 
Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o 
marítimo e o preso. 
O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do 
servidor público,o lugar em que exercer permanentemente suas 
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da 
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente 
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do 
preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
 
 DOMICÍLIO CONTRATUAL 
Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio 
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
 
 MUDANÇA 
Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta 
de o mudar. 
A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às 
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais 
declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a 
acompanharem. 
 
 DOMICÍLIO PROFISSIONAL 
É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes 
à profissão, o lugar onde esta é exercida. 
Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles 
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. 
 
 DOMICÍLIO - PESSOAS JURÍDICAS 
Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as 
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio 
especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
 
Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares 
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados. 
Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á 
por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas 
por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no 
Brasil, a que ela corresponder. 
Dos bens e suas diferentes classes. 
Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão 
econômica suscetíveis de apropriação bem como as de existência 
imaterial economicamente apreciáveis. 
“O ser humano possui necessidade de acordo com a realidade vivida por 
cada ser. São elas satisfeitas com utensílios que podem decorrer da 
racionalidade e criação humana, ou da própria natureza. Podem ainda 
ser perceptíveis ou não aos órgãos do sentido. Mas o que importa para 
o mundo jurídico é que tal utensílio tenha uma raridade e uma utilidade 
que a torne objeto de apreciação econômica. Ao preencher tais 
requisitos, a lei lhes atribui a qualidade de bens e passa a classificá-los.” 
Sentido Filosófico: Tudo que satisfaz uma necessidade humana. 
Sentido Jurídico: Utilidade física material ou imaterial apta a servir como 
objeto numa relação jurídica. 
Sentido Econômico: é a utilidade dotada de valor pecuniário. 
 
 Bens considerados em si mesmos 
Corpóreos – São os que têm existência física, material, e podem ser 
tangidos pelo homem. 
Incorpóreos – São os que têm existência abstrata, mas com valoração 
econômica – como, por exemplo, o direito autoral, crédito, sucessão 
aberta. 
Imóveis – As coisas que não podem ser removidas de um lugar para 
outro sem destruição. Podem ser por sua natureza (o solo e tudo quanto 
se lhe incorporar naturalmente, compreendendo as árvores e os frutos 
pendentes, o espaço aéreo e o subsolo), por acessão física, industrial ou 
artificial (inclui tudo o que o homem incorpora definitivamente ao solo, 
como a semente, os edifícios, construções, de modo que não possam 
ser retirados sem destruição ou modificação em sua estrutura) e por 
acessão intelectual ou por destinação (são as coisas móveis que o titular 
mantêm no imóvel para a exploração de atividade econômica ou 
industrial ou para sua comodidade – tratores oi máquinas agrícolas, 
equipamentos e ornamentos) e por disposição legal. 
 
Móveis – Podem ser transportados, suscetíveis de movimentação 
própria ou de locomoção por força alheia. Podem ser: por natureza (são 
os removíveis sem danos), por determinação legal ( as energias que 
tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as 
ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações) e por antecipação (são os incorporados ao solo mas 
com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móvel). 
 
 
Bens Fungíveis – São aqueles que podem ser substituídos por outro de 
mesmo gênero-espécie, quantidade e qualidade, sendo certo que tal 
classificação é típica de bens moveis como, por exemplo, o café, a soja, 
o dinheiro. 
Bens infungíveis – São aqueles não passíveis de substituição, 
encarados segundo suas qualidades individuais, vistos como de 
natureza insubstituíveis, v. g. , uma obra de arte, o manuscrito original 
de um consagrado autor. 
Bens Consumíveis – Sãos os bens cujo uso importa a destruição 
instantânea da própria substância. De modo geral, são os que se 
destroem tão logo usados, bem como aqueles destinados à alienação. 
Subdividem-se em consumíveis de fato, como os alimentos, e 
consumíveis de direito, como o dinheiro. 
Bens Inconsumíveis – São os que permitem uso contínuo, sem 
prejuízo do seu perecimento ou destruição progressiva e natural de 
modo a permitir o aproveitamento de suas utilidades sem violação à sua 
integridade como um carro, por exemplo. A diferenciação entre bens 
consumíveis e inconsumíveis tem como norte a sua durabilidade. 
Bens Divisíveis – São os passiveis de divisão em frações homogêneas 
e distintas que guardam a qualidade de não se alterarem nem 
desvalorizarem a essência do todo. Segundo Maria Helena Diniz, “Deve 
cada parte ser autônoma, tendo a mesma qualidade e prestando as 
mesmas utilidades e serviços do todo. Por exemplo, se repartir um 
pacote de açúcar, cada metade conservará as qualidades do produto”. 
Bens Indivisíveis – São os desprovidos de caráter fracionário. 
A. Da própria natureza do bem, v. g., animal vivo; 
B. De determinação legal, v. g., a hipoteca, como direito real sobre 
coisa alheia; 
C. Convencional ou voluntário, devido à manifestação da vontade das 
partes interessadas –art. 259 e parágrafo único. 
D. Econômica, posto que um eventual fracionamento do bem, muito 
embora mantenha a sua substancia, acarretará em considerável 
diminuição do valor da coisa, por exemplo, uma pedra preciosa. 
 
Orlando Gomes assevera: 
“A distinção entre bens divisíveis e indivisíveis aplica-se às 
obrigações e aos direitos. A regra dominante para as obrigações é 
que mesmo quando a prestação é divisível o credor não pode ser 
compelido a receber por partes se assim não se convencional. Se a 
prestação for indivisível e houver pluralidade de devedores cada 
qual será obrigado pela divida total”. 
 
 Bens singulares são aqueles avaliados em sua individualidade, 
representados por uma unidade autônoma e por isso distinta de 
quaisquer outras (um lápis, um livro, uma árvore). Os bens singulares 
podem ser divididos em simples e compostos, estes são os que têm 
suas partes ligadas artificialmente pelo homem, enquanto que aqueles 
são os que compõem um todo homogêneo, cujas partes unidas pela 
natureza ou pelo engenho humano, nenhuma determinação especial 
reclamam da lei pois podem ser materiais (um cavalo, uma planta) ou 
imateriais (como um crédito). 
 Os bens coletivos ou universalidades são aqueles que, sendo 
compostos de vários bens singulares, acabam por formar um todo 
homogêneo como, por exemplo, o rebanho ou uma biblioteca. Ademais, 
podem ser divididos em bens coletivos de fato e coletivos de direito. Os 
de fato são o conjunto de bens singulares (simples oucompostos) 
AGRUPADOS PELA VONTADE DA PESSOA, tendo destinação comum 
e permitindo a sua desconstituição pela mesma manifestação de 
vontade. Os coletivos de direito, entendidos como um complexo de 
direitos e obrigações, são dotados de valor econômico e reconhecidos 
pela lei como bens que têm caráter UNITÁRIO. 
 
 Bens reciprocamente considerados 
Principal – é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente (A 
árvore em relação ao fruto). 
Acessório – é bem cuja existência depende da principal (fruto em 
relação à árvore). 
Frutos – São as utilidades que uma coisa periodicamente produz, ou 
seja, nascem e renascem da coisa sem acarretar-lhe destruição no todo 
ou em parte. 
 
 Frutos 
Quanto à sua natureza 
Naturais – São oriundos do bem principal de modo que essa geração 
não resulta de intervenção humana. São os que se desenvolvem e se 
renovam periodicamente pela própria força orgânica da coisa¹. 
Industriais – Advém da atividade industrial humana. São os decorrentes 
do engenho humano, como, por exemplo, a produção de uma fábrica². 
Civis – Rendimentos periódicos oriundos da utilização de coisa frutífera 
por outrem que não o proprietário, como as rendas, aluguéis, juros, 
dividendos e foros ³. 
 
 Quanto à ligação com a coisa principal 
 
Colhidos ou percebidos – São os frutos já separados da coisa que o 
produziu. 
Pendentes – Aqueles ligados à coisa que o produziu. 
Percipiendos - Os que deviam ser, mas não foram, percebidos, apesar 
de terem todas as condições para sua separação da coisa frugífera. 
Estantes – São os armazenados em depósito para expedição ou venda. 
Consumidos – Os que não mais existem, porque foram utilizados, 
perdidos, transformados, gastos ou vendidos. 
 Produtos 
Utilidades não sujeita à renovação posto que a percepção diminui a 
substância da coisa principal, como, por exemplo, o metal precioso de 
uma mina. 
 
 Rendimentos 
Fruto civil como aluguel, renda percebida pela aplicação do capital, juro, 
foro etc. 
 
 Pertenças 
Coisa acessória destinada a conservar ou facilitar o uso do bem principal 
sem ser parte integrante. É o bem que se destina de modo duradouro, 
ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Apesar de 
acessório, mantém sua individualidade e autonomia, tendo apenas com 
o principal uma subordinação econômico-jurídica, pois, sem haver 
qualquer incorporação, vincula-se à principal para que esta atinja suas 
finalidades. São pertenças todos os bens móveis ajudantes que o 
proprietário, intencionalmente, empregar na exploração industrial de um 
imóvel, no seu aformoseamento ou na sua comodidade. Por serem 
acessórios, acompanham a sorte do principal. Excepcionalmente nada 
obsta a que se ligue, pertinencialmente, um imóvel a outro, para servi-lo 
na consecução de seus fins. 
 
 Benfeitorias 
Obras ou despesas feitas em bem móvel ou imóvel para conservá-lo 
(necessária), melhorá-lo (útil) ou embelezá-lo (voluptuária). São 
qualidades que se acrescentam à coisa em virtude de obra humana. 
Benfeitorias necessárias – Obras ou despesas feitas na coisa para 
conservá-la ou evitar que se deteriore, por exemplo, reforço das 
fundações de um prédio, desinfecção de um pomar atacado de praga 
etc. 
Benfeitorias úteis – Obras ou despesas que visam aumentar ou facilitar 
o uso da coisa, por exemplo, instalação de aparelhos hidráulicos 
modernos, construção de uma garagem. 
Benfeitorias voluptuárias – Obras ou despesas de mero deleite ou 
recreio, não tendo por fim aumentar o uso habitual do bem ainda que o 
tornem mais agradável ou sejam de elevado valor, por exemplo, 
revestimento em mármore de piso de cerâmica em bom estado, 
construção de piscina numa residência etc. 
 
 Partes Integrantes 
Bem que, ligado à coisa principal, passa a integrá-la de modo que sua 
separação prejudicará a fruição do todo, ou seja, a utilização do bem 
jurídico principal. Bem acessório que, unido ao principal, forma com ele 
um todo, sendo desprovido de existência material própria, embora 
mantenha sua identidade. Por exemplo, a lâmpada de um lustre. 
 
 Bem público – É o que tem por titular do seu domínio uma pessoa 
jurídica de direito público interno, podendo ser federal, se pertencente à 
União, estadual, se do Estado, ou municipal, se do Município. 
 
 Bem público “de uso comum do povo” – Aquele que, embora 
pertencente a pessoa de direito público interno, pode ser utilizado, sem 
restrição, gratuita ou onerosamente, por todos, sem necessidade de 
qualquer permissão legal. Por exemplo, rua, praça, estrada, jardim, 
praia, golfo, enseada, mar etc. ² O uso de tais bens podem estar 
condicionadas às condições impostas por regulamentos. Nada impede 
que o poder público suspenda seu uso por razões de segurança 
nacional ou do próprio usuário. (CC, Art. 99, I) 
 
 
 Bem público “de uso especial” – É o utilizado pelo próprio Poder 
Público, constituindo imóvel aplicado a serviço ou estabelecimento 
federais, estaduais ou municipais, como, por exemplo, prédio onde 
funciona tribunal, escola pública, secretaria, ministério, quartel etc. É o 
que tem, portanto, uma destinação especial. ³ (CC, Art. 99, II) 
 
 Bem dominical – É o que compõe não só o patrimônio da União, dos 
Estados ou dos Municípios, bem como das pessoas jurídicas de direito 
público a que se tenha dado a estrutura de direito privado, como objeto 
do direito pessoal ou real dessas pessoas de direito público interno. 
Pode abranger coisas móveis ou imóveis, como: título de divida pública, 
estrada de ferro, terra devoluta, terreno de marinha, mar territorial, 
oficina e fazenda do Estado, queda d´água, jazida e minério, arsenal das 
Forças Armadas etc. 4 São bens passiveis de alienação, desde que por 
determinação legal, de conversão em bens de uso comum ou especial. 
(CC, 99, III – CF, Art. 20, I a IV, 176, 26, I a IV – CC, 99, parágrafo 
único) 
 
 Inalienabilidade dos bens públicos – Ensina-nos Maria Helena Diniz: 
“Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis. Tal inalienabilidade poderá ser revogada desde que: a) o 
seja mediante lei especial; b) tenham tais bens perdidos sua utilidade ou 
necessidade, não mais conservando sua qualificação; c) a entidade 
pública os aliene em hasta pública ou por meio de concorrência 
administrativa5”. 
 Alienabilidade dos bens públicos dominicais – Os bens públicos 
dominicais são passiveis de alienação desde que sejam observadas as 
exigências legais. 
 
 Inalienabilidade dos bens públicos e a questão do usucapião – De 
caráter inalienável, os bens públicos não podem ser usucapidos. 
Imprescritibilidade e Impenhorabilidade dos bens públicos como 
características decorrentes da sua inalienabilidade – De caráter 
imprescritível, os bens públicos não são passíveis de aquisição 
mediante usucapião; são impenhoráveis porque inalienáveis. 
 
 
 
 
Dos fatos jurídicos e Negócio jurídico 
Dos Fatos jurídicos "stricto sensu" 
São fatos jurídicos que não decorrem de uma ação volitiva humana, ou 
seja, sua realização não exige como pressuposto a manifestação da 
vontade do homem. Contudo, apesar da vontade humana não ser 
necessária à sua formação, pode haver a participação do homem em 
seu desenvolvimento. Porém, a intervenção humana em tais casos não 
exerce papel essencial, figurando apenas como elemento secundário. 
Os fatos jurídicos no sentido estrito são subdivididos em: 
 
 Fatos ordinários 
 
São aqueles que ocorrem freqüentemente na vida real, ou seja, são 
comuns à própria realidade fática, acontecendo de forma continuada ou 
sucessiva. São fatos naturais,provenientes da própria natureza, apesar 
do homem participar na formação de alguns deles. Há três tipos de fatos 
ordinários: nascimento, morte e decurso de tempo. 
O nascimento é o fato jurídico que confere a personalidade jurídica ao 
Ser humano (art. 4º, CCB), possibilitando a sua participação como 
sujeito de direitos e obrigações na esfera jurídica. Tal fato confere ao 
homem, desde os primeiros momentos de vida, os chamados direitos 
personalíssimos, como o direito à honra e boa fama, à imagem, à vida, 
etc. 
Já a morte, se por um lado extingue a personalidade jurídica do homem 
(art. 10, CCB), por outro cria direitos e obrigações para aqueles sujeitos 
devidamente constituídos como sucessores do falecido. 
O decurso de tempo, fato ordinário por excelência, também é capaz de 
criar, modificar e extinguir direitos e obrigações. Seus principais 
exemplos são a prescrição ou decadência. A doutrina distingue tais 
situações, afirmando que a prescrição se dá quando há a perda do 
direito de ação, ou seja, a impossibilidade do exercício de determinado 
direito subjetivo, enquanto que a decadência é caracterizada pela perda 
do próprio direito subjetivo. Tais fatos são decorrentes da ação do tempo 
aliada à inércia do titular do direito ("Dormientibus non sucurrit jus"). 
 
Os fatos jurídicos extraordinários caracterizam-se pela sua 
eventualidade, não acontecendo necessariamente no dia-a-dia. Também 
não são provenientes da volição humana, podendo, porém, apresentar a 
intervenção do homem em sua formação. São eles: caso fortuito ou 
força maior e "factum principis". 
Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de modificar os efeitos 
de relações jurídicas já existentes, como também de criar novas 
relações de direito. São eventualidades que, quando ocorrem, podem 
escusar o sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não cumprimento 
da obrigação estipulada. É o caso, por ex., de uma tempestade que 
provoque o desabamento de uma ponte por onde deveria passar um 
carregamento confiado a uma transportadora. Diante de tal situação e 
da impossibilidade da continuação do itinerário, a transportadora livra-se 
da responsabilidade pela entrega atrasada do material. Porém, para que 
determinado caso fortuito ou força maior possa excluir a obrigação 
estipulada em um contrato, é necessária a observação de certas 
circunstâncias, tais como a inevitabilidade do acontecimento e a 
ausência de culpa das partes envolvidas na relação afetada. Caso não 
haja a presença de qualquer destes requisitos, não pode haver caso 
fortuito ou força maior que justifiquem o descumprimento contratual. 
Já o "factum principis" é aquele fato também capaz de alterar relações 
jurídicas já constituídas, porém, através da presença da intervenção do 
Estado e não da ação da natureza ou de qualquer eventualidade. Tal 
situação se configura quando o Estado, por motivos diversos e de 
interesse público, interfere numa relação jurídica privada, alterando seus 
efeitos e, por vezes, até assumindo obrigações que antes competiam a 
um ou mais particulares. Por ex., o Estado pretende construir uma 
estrada que cortará o espaço físico de determinada indústria, 
provocando sua desapropriação e a conseqüente extinção do 
estabelecimento industrial, mediante, obviamente, indenização. Porém, 
não só a indústria será extinta como também os demais contratos de 
trabalho dos empregados do local. Diante de tal situação, a autoridade 
pública obriga-se a assumir as devidas indenizações trabalhistas, 
conforme disposto no art. 486 da CLT. 
 
 Dos negócios jurídicos 
Dentre os demais, o negócio jurídico figura como o mais importante dos 
fatos jurídicos, devido ao papel que desempenha no modelo econômico 
capitalista, onde o liberalismo negocial é desenvolvido como ponto de 
partida de qualquer atividade comercial ou profissional. 
O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regulada, 
onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada prestação 
jurídica colimando a consecução de determinado objetivo. Há a 
presença incontestável da autonomia privada como pressuposto de todo 
ato negocial, autonomia esta mais ou menos acentuada, a depender do 
tipo de negócio realizado. Como em todo ato jurídico, os efeitos do 
negócio jurídico são previamente instituídos pelas normas de direito, 
porém, os meios para a realização destes efeitos estão sujeitos à livre 
negociação das partes interessadas, que estabelecem as cláusulas 
negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem ultrajar os 
limites legais. 
O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem 
outros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo. 
 
A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte: 
 
Negócios receptícios e não receptícios: O negócio jurídico receptício 
é aquele em que a manifestação da vontade de uma parte deve estar 
em consonância com a outra parte para que o negócio se constitua e 
produza efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em 
sentidos opostos, ou seja, a vontade de uma parte deve ser direcionada 
à outra parte, que, por sua vez, deve recebê-la e manifestar suas 
intenções ao outro interessado, produzindo então o acordo de vontades. 
Por ex., um contrato de compra e venda, contrato de trabalho, etc. 
Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma 
simples manifestação unilateral de vontade, não havendo a necessidade 
de seu direcionamento a uma pessoa específica para que se plenifique e 
produza efeitos. Por ex., promessa de recompensa (art. 1512, CCB). 
 
Negócios "inter vivos" e "mortis causa": Os negócios "inter vivos" 
são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto as partes estão 
vivas. Por ex., contratos de compra e venda, locação, de trabalho, etc. 
"Mortis causa" são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o 
advento da morte de uma das partes. É o caso dos testamentos ou dos 
contratos de seguro de vida. 
 
Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele em 
que as partes acordam uma prestação e uma contra prestação 
pecuniária, produzindo, para ambas, vantagens e encargos. São 
negócios sinalagmáticos, ou seja, há a estipulação de obrigações 
mútuas que devem ser observadas reciprocamente para que o negócio 
se plenifique. 
O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de 
vantagens para somente uma das partes, enquanto que para a outra há 
somente encargos. É o caso da doação, onde uma das partes sofre, por 
sua própria deliberação livre e consciente, diminuição do seu patrimônio, 
enquanto que a outra recebe gratuitamente um ou mais bens 
patrimoniais. 
 
Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua 
própria natureza ou por disposição legal, exigem o cumprimento de 
determinadas formalidades para que se configurem perfeitos. É o caso, 
por ex., do casamento, que exige as formalidades dispostas nos artigos 
193, 194 e 195 do Código Civil para que se realize. Caso contrário, 
sofrerá pena de nulidade pela falta de requisitos formais impostos pela 
lei. 
Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se 
constituírem, apesar de, geralmente, apresentarem forma apenas a título 
de prova de sua existência. 
 
 Estrutura dos negócios jurídicos 
Elementos essenciais: São aqueles elementos que necessariamente 
fazem parte da estrutura dos negócios jurídicos, cuja existência é 
requisito imprescindível para a validade e eficácia do ato negocial, 
formando sua própria substância. Dizem respeito ao consentimento 
manifestado, capacidade das partes, liceidade e idoneidade do objeto e, 
quandoo negócio por sua natureza ou disposição legal requisitar, à 
forma. 
Consentimento: Sabemos que a presença da vontade é característica 
básica na formação de qualquer ato jurídico. Porém, mister se faz a 
manifestação livre e consciente desta vontade, para que esta possa 
funcionar de maneira a expressar a verdadeira intenção do agente a 
respeito do negócio que está realizando. Caso isto não ocorra, 
caracterizam-se os chamados vícios do consentimento, situações que 
apreciaremos adiante. 
O nosso direito admite diversas formas de manifestação do 
consentimento, podendo ser ele expresso ou tácito. 
O consentimento expresso diz respeito à vontade declarada de forma 
escrita ou verbal, sendo a maneira mais comum de realização de atos 
negociais. 
Segundo Maria Helena Diniz, o consentimento "será tácito se resultar de 
um comportamento do agente, que demonstre, implicitamente, sua 
anuência." (Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol., pg. 287). 
 
Capacidade das partes: Se a vontade é pressuposto essencial para a 
existência dos atos jurídicos, consequentemente, a possibilidade jurídica 
ou capacidade para manifestá-la também o será. 
Dessa maneira, a vontade declarada por incapaz torna o negócio 
jurídico, a depender do grau da incapacidade (absoluta ou relativa), nulo 
ou anulável. Sendo assim, o Código Civil assim determina em seu art. 
145: "É nulo o ato jurídico: I. quando praticado por pessoa 
absolutamente incapaz;..." . E na mesma linha de raciocínio, o art. 147 
assim reza: "É anulável o ato jurídico: I. por incapacidade relativa do 
agente;...". 
Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos de 
uma relação jurídica negocial. Participam indiretamente de tais relações 
através de seus representantes legais, no caso dos absolutamente 
incapazes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente 
incapazes. Dessa forma, a representação é a forma de suprimento da 
incapacidade absoluta, sendo a assistência a maneira adotada pelo 
direito para a proteção dos relativamente incapazes. 
 
Forma: 
A vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado 
pelas partes, deve ser manifestada através de um meio determinado 
pela norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades ou 
ritos que devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito 
subjetivo e passe a existir no mundo exterior ao indivíduo, gerando 
então efeitos jurídicos. 
O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das 
emissões volitivas na seara negocial, conforme podemos apreender do 
art. 129 do Código Civil. 
 
Elementos acidentais ou modalidades 
 
São fatores acessórios que, a depender da vontade das partes, podem 
ou não figurar como elemento constitutivo de determinado negócio 
jurídico. Dessa forma, não podem ser considerados como circunstâncias 
determinantes da existência do ato negocial, uma vez que este pode 
existir perfeitamente sem a presença de tais elementos. Segundo Silvio 
Rodrigues, "para que um elemento acidental se caracterize, é mister que 
se possa conceber a eficácia do ato jurídico independente dele, pois, 
caso contrário, tratar-se-ia de um elemento essencial." (Direito Civil, 
Parte Geral, vol. 1, pg. 239). São elementos que incidem não sobre o 
negócio em si, e sim sobre seus efeitos, modificando-os de acordo com 
a conveniência das partes, claro que dentro dos limites legais. São três 
os elementos acidentais admitidos pelo nosso direito, a saber: 
 
 Condição 
Art.114. 118 e 119 CC 
 
 Termo 
Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os 
efeitos decorrentes do negócio jurídico. Aliás, a diferença básica entre 
termo e condição é justamente a certeza do acontecimento futuro que, 
no caso do termo, deve existir necessariamente. 
Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial, que 
corresponde ao dia em que o negócio começará a produzir seus efeitos 
ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois deixa os 
efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes. 
Contudo, o termo inicial não corresponde ao dia em que os direitos das 
partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a possibilidade do 
exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. É o 
que encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil. 
Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é 
do que o dia marcado pelas partes para o rompimento dos efeitos 
jurídicos do negócio, possuindo, com efeito, características resolutivas. 
Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. Assim, 
quando alguém compra um automóvel e divide o pagamento em 
prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o 
pagamento da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação 
da última parcela, sendo o prazo o tempo que decorrer entre a primeira 
prestação e a última. 
 
 Modo e encargo 
Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio, 
restringe o direito ou as vantagens auferidas por uma das partes, na 
medida que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito, em 
favor da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. 
Geralmente aparece nos chamados negócios graciosos como a doação 
e o testamento ou legado. Apresenta-se sob a forma de um 
compromisso ou uma prestação imposta à parte beneficiada pelo 
negócio e que deve ser observada, sob pena do desfazimento do ato. 
Portanto, um dos efeitos do aparecimento de uma cláusula modal num 
negócio gracioso é justamente a sua compulsoriedade. Sendo assim, 
quando se trata de doações, o art. 1180 do Código Civil institui que "o 
donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a 
benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral." Por ex., um 
empresário pode doar uma quantia em dinheiro para um hospital, porém, 
instituindo que 80% deste valor seja empregado no tratamento do 
câncer. Dessa forma, o hospital terá que satisfazer o desejo do doador, 
podendo aplicar os 20% restantes onde lhe convier. 
O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta 
suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento 
(condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. 
Ao passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição 
do direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma 
determinada obrigação que deve ser observada pelo adquirente. 
 
 Defeitos dos atos jurídicos 
Vícios do consentimento 
Erro: 
Podemos considerar o erro como um falso conhecimento ou noção 
equivocada sobre um fato ou características referentes ao objeto, 
pessoa, cláusula ou sobre o próprio ato negocial como um todo. É capaz 
de viciar o consentimento na medida em que incide diretamente na 
vontade do sujeito que, tendo um conhecimento inexato sobre o ato que 
está realizando, declara sua anuência, de maneira que não a declararia 
se estivesse totalmente ciente do negócio e suas características 
essenciais. 
O erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do 
negócio se for essencial, escusável e prejudicar real e efetivamente o 
declarante da vontade. 
A doutrina divide o erro em dois grandes segmentos: Erro de fato e Erro 
de direito. 
 
O erro de fato, aquele que recai sobre uma situação fática referente ao 
negócio realizado, subdivide-se em erro essencial e erro acidental. 
 
Erro essencial ou substancial: É aquele que, de acordo com o direito 
positivo (CC, art. 86), é capaz de viciar o consentimento do agente, 
tornando o negócio por ele praticadoanulável. São quatro as 
modalidades de erro substancial, a saber: 
 
Error in negotio: Este tipo de erro diz respeito à natureza própria do 
ato, ou seja, incide sobre a própria essência ou substância do negócio. 
Por ex., alguém que pensa estar vendendo um objeto quando na 
verdade estar realizando uma doação. 
 
Error in corpore: É aquele que recai sobre a identidade do objeto 
principal da relação jurídica negocial. Por ex., um indivíduo que acredita 
estar comprando uma motocicleta mas na realidade adquire um 
bicicleta. 
 
Error in substantia: Incide sobre as características essenciais do objeto 
da declaração da vontade. Por ex., alguém que, sem saber, adquire uma 
casa de dois pavimentos mas acreditava estar comprando uma de três. 
 
Error in persona: Induz a uma falsa idéia sobre a própria pessoa que 
figura como a outra parte da relação negocial. É o caso, por ex., do 
marido que, sem ter o conhecimento do fato, contrai matrimônio com 
mulher já deflorada.(Código Civil, art. 219, IV). 
 
Erro acidental: Em tese, não é capaz de viciar o consentimento do 
sujeito, pois recai apenas sobre qualidades acessórias do objeto da 
relação (error in qualitate), bem como sobre sua medida, peso ou 
quantidade (error in quantitate), desde que não importe em prejuízo real 
ao indivíduo. Por ex., uma pessoa que compra um automóvel e 
posteriormente descobre que o porta-malas é 5 cm² menor do que 
pensava. 
 
Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma 
jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com a 
ignorantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento completo da 
existência da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, 
apesar do Código Civil equiparar essas duas noções. Em regra, o error 
juris não é causa de anulabilidade do negócio, porém, a doutrina e 
jurisprudência abrem precedentes quanto a esta máxima. "De qualquer 
maneira, para anular o negócio, é necessário que esse erro tenha sido o 
motivo único e principal a determinar a vontade, não podendo, contudo, 
recair sobre a norma cogente, mas tão-somente sobre normas 
dispositivas, sujeitas ao livre acordo das partes." (Maria Helena Diniz, 
Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol., pg. 292). 
 
Dolo: 
A noção que teremos de dolo é diversa daquela empregada pelo direito 
penal, pois este o restringe apenas à vontade livre e consciente de 
praticar um crime. 
O dolo civil é todo ato malicioso ou fraudulento empregado por uma das 
partes ou por terceiro com o objetivo de ludibriar o outro contratante para 
que este manifeste seu consentimento de maneira prejudicial a sua 
vontade livre ou ao seu patrimônio, pois este consentimento seria 
declarado de forma diferente ou sequer teria existido caso não fosse 
utilizado tal artifício astucioso. 
Existem diversos tipos de dolo, sendo o dolus bonus e o dolus malus os 
que mais nos interessam. 
 
Dolus bonus: É aquele freqüentemente empregado no comércio 
informal e até mesmo no formal. Consiste em exageros nas vantagens e 
boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante, como, por 
ex., o camelô que vende relógios afirmando que são todos provenientes 
da Suíça. É um tipo de dolo que não é capaz de viciar a vontade, por 
não prejudicar a segurança das relações comerciais, pois não é 
justificável que uma pessoa de sã consciência seja enganada por tal 
manobra. 
 
Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de 
viciar sua vontade, tornando o negócio anulável. 
 
Coação: A coação é um vício do negócio jurídico que funciona como 
uma forte violência (física ou moral) aplicada para que alguém seja 
forçado a realizar determinado ato contrário a sua vontade. O código 
Civil Brasileiro de 2.002 define tal vício como: “A coação, para viciar a 
declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado 
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou 
aos seus bens”. 
 
"Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo 
para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um 
negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para 
viciar a vontade. Não é coação, em si, um vício da vontade, mas sim o 
temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do 
agente. (GONÇALVEZ, 2006, p. 383)." 
 
Da prescrição e decadência 
A prescrição está ligada ao decurso do lapso temporal, tanto é que sua 
natureza jurídica é de fato jurídico em sentido estrito, ou seja, 
acontecimentos que advém de fenômenos naturais. 
 
Prescrição é a perda da pretensão do titular de um direito que não o 
exerceu em determinado lapso temporal. 
 
Perda do quê?? Pretensão?? Ué, mas a prescrição não faz perder o 
“direito de ação”? 
 
Calma aí que explico. 
 
Direito de ação é o direito de pedir ao Estado um provimento 
jurisdicional. 
 
Pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o 
cumprimento de um dever jurídico. 
 
Ocorrendo a prescrição o titular do direito não poderá exigir de outrem o 
cumprimento de um dever jurídico. 
 
Os prazos prescricionais são taxativos e estão elencados nos artigos 
205 e 206 do Código Civil. Esses prazos não podem ser modificados, 
nem em caso de disposição em contrário, por acordo entre as partes, 
devendo ser alegada por qualquer parte que tiver interesse a qualquer 
tempo. 
 
Os prazos prescricionais podem sofrer impedimento, suspensão ou 
interrupção. 
 
No impedimento, o prazo prescricional não chega a se iniciar. 
 
Já na suspensão, o prazo prescricional em curso sofre uma parada 
temporária, continuando, de onde havia parado, após a cessação do 
obstáculo. 
 
Por fim, na interrupção, o prazo prescricional em curso reinicia-se por 
inteiro, desconsiderando-se o período anteriormente transcorrido. 
As causas de impedimento e de suspensão são as mesmas e estão 
descritas nos arts. 197 a 201 do Código Civil. 
 
As causas que interrompem estão dispostas nos arts. 202 a 204 do 
CC. 
 
 Decadência 
Não diferentemente da prescrição, a decadência também está 
intrinsicamente ligada ao decurso do tempo. 
Então, qual a diferença dela para com a prescrição?? 
O prazo decadencial (a decadência) nada tem a ver com pretensão nem 
com violação de direito de conteúdo prestacional. 
 
Decadência nada mais é do que perda do direito material, em razão 
da inércia de seu titular. 
 
Os prazos decadenciais podem ter origem legal e também na autonomia 
privada (convenção entre as partes envolvidas). Eles estão dispostos 
aleatoriamente no Código Civil, principalmente na Parte Especial do 
diploma legal. 
 
Atenção! Em regra, aos prazos decadências não se aplicam às 
normas de impedimento, suspensão e interrupção da prescrição. 
 
Exceção, artigos 207 e 208 do CC. 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à 
decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição. 
 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, 
inciso I. 
 
Feito esses apontamentos vamos ao quadro comparativo. 
 
Tabela comparativa 
 
 
 
PROCESSO CIVIL 
 Competência 
Conceito: No âmbito jurídico, a competência expressa a 
responsabilidade e legitimidade de um órgão judicial (como um juiz, por 
exemplo) de exercer a sua jurisdição. Assim, a competência fixa os 
limites dentro dos quais esse órgão judicial pode atuar. 
 
Para diferentes áreas, existem elementos com a competência 
jurisdicional ou jurídica que são capazes de atuar. Só pode exigir uma 
determinada ação quem temcompetência jurídica para isso. Por 
exemplo: só um órgão com competência pode exigir que um vídeo seja 
retirado do Youtube. 
 Competência Funcional e Territorial 
Hierarquia e atribuições dos órgãos jurisdicionais (critério funcional). 
Refere-se à competência funcional, modalidade de competência 
absoluta, á repartição das atividades jurisdicionais entre os diversos 
órgãos que devam atuar dentro de um mesmo processo. 
 
Classificação 
Classifica-se 
a) Pelas fases do procedimento 
b) Pelo grau de jurisdição 
c) Pelo objeto do juízo 
 
Limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade 
jurisdicional (critério territorial). Denomina-se competência territorial a 
que é atribuída aos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a 
divisão do território nacional em circunscrições judiciárias. 
 
 Competência Internacional 
-Arts. 21 a 24, NCPC 
Essa limitação decorre do entendimento de que só deve haver jurisdição 
até onde o Estado efetivamente consiga executar soberanamente suas 
sentenças. Não interessa a nenhum Estado avançar indefinidamente 
sua área de jurisdição sem que possa tornar efetivo o julgamento de 
seus tribunais. Limita-se, assim, especialmente a jurisdição pelo 
principio da efetividade. 
 
-Espécies 
A. Cumulativa 
B. Exclusiva 
 
 Prazos 
Todo prazo é delimitado por dois termos: o inicial (dies a quo) e o final 
(dies ad quem). Pelo primeiro, nasce a faculdade de a parte promover o 
ato, pelo segundo, extingue-se a faculdade, tenha ou não sido levado a 
efeito o ato. Em processo, o termo inicial é, ordinariamente, a intimação 
da parte, e o final, o momento em que se encerra o lapso previsto em lei. 
Ambos costumam ser documentados nos autos por certidões do 
escrivão. A maioria dos prazos acha-se prevista no Código. Se, porém, 
houver omissão da lei, caberá o juiz determinar o prazo em que o ato do 
processo pode ser praticado levando em consideração a sua 
complexidade (art.218, §1°). No sistema legal e vigente, há prazos não 
apenas para as partes, mas também para os juízes e seus auxiliares. 
 
Classificação 
De forma geral, os prazos podem ser: 
a) Legais 
b) Judiciais 
c) Convencionais 
 
Legais são os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu 
e o dos diversos recursos. Judiciais, os marcados pelo juiz, em 
casos como o da designação de data de audiência (NCPC, 
art.334), o de fixação do prazo do edital (art.257, III), o de 
cumprimento da carta precatória (art.261), o de conclusão da 
prova pericial (art.465), etc. 
Os convencionais finalmente são os ajustados de comum 
acordo entre as partes, como o de suspensão do processo 
(art.31II, e §4°), ou o de concessão pelo credor ao devedor, na 
execução, para que a obrigação seja voluntariamente cumprida 
(art.922). 
 
Natureza dos prazos: arts. 182 a 222, §1°. 
 
 Contagem dos prazos: termo inicial 
Em regra, os prazos são contados com exclusão do dia de começo e 
com inclusão do de vencimento (NCPC, art. 224, caput). Os dias do 
começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia 
útil que seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense 
for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver 
indisponibilidade da comunicação eletrônica (art.224, §2°). Determina, 
ainda, o Código que a contagem do prazo deverá ter inicio no primeiro 
dia útil que seguir que seguir ao da publicação (art.224,§3°). Se a 
publicação ocorrer por meio eletrônico (Diário da justiça eletrônico), 
deve-se considerar como data da publicação o primeiro dia útil seguinte 
ao da disponibilização da informação no Diário da justiça eletrônico 
(art.224, §2°). Só depois disso é que se aplicará a regra do §3° art.224, 
iniciando-se a contagem a partir do primeiro dia útil posterior á 
disponibilização da informação eletrônica.

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