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A Educação Física e a Aprendizagem Motora

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1 
Disciplina: A Educação Física e a Aprendizagem Motora 
Autor: Prof. M.e Giovani de Paula Batista 
Revisor de conteúdo: Carolinne Prado Engelhardt 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2016 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Educação Física e a 
Aprendizagem Motora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
3 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 
112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também 
brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de 
dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos 
de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Apresentação da disciplina 
 
Nesta disciplina serão abordados conceitos essenciais para o entendimento 
de como se dá o desenvolvimento da aprendizagem motora. Dessa forma abordará 
o que autores renomados na área falam sobre a aprendizagem em todas suas fases 
e formas. 
Será conceituado a aprendizagem explícita e implícita, mostrando as suas 
contribuições para a Educação física. 
Será abordado sobre a aprendizagem motora, suas dimensões (lateralidade, 
coordenação, motricidade, etc.) assim como a contribuições dessas na aula de 
Educação Física. 
Acabará o conteúdo falando sobre a metacognição, sua importância, como 
ocorre, como desenvolver e a diferença que ela tem dentro da aula de Educação 
Física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Aula 01 
 
A aula tem como objetivo demonstrar o que autores renomados na área, 
como Piaget (1996), Ausubel (1980) e Claxton (2005) expõem como aprendizagem, 
como essa ocorre, suas especificidades e a importância de se ter uma boa 
aprendizagem. Além de conhecer e conceituar a aprendizagem na perspectiva 
interacionista. 
 
1 APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE UM CONCEITO 
 
Na perspectiva interacionista, o processo de aprendizagem é resultado da 
interação entre o sujeito aprendiz e o objeto da aprendizagem. Para os adeptos 
dessa concepção, a interação dinâmica entre genes e meio ambiente, é chamada 
de “GxA” (SCHENK, 2011, p.27). 
 
Saiba Mais 
Veja o artigo de Levi Vargas Júnior, Síntese das concepções 
das teorias interacionistas de Piaget e de Vigotsky (2012), o 
qual faz um resumo sobre ambas teorias. 
Disponível em: 
https://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/19420/si
ntese-das-concepcoes-das-teorias-interacionistas-de-piaget-e-
de-vigotsky 
 
 
Aprendizagem é o resultado de uma experiência de tomada de consciência, 
da organização do mundo interno e do mundo externo, como autorregulação, que 
permite novos planejamentos, novas experiências, novos conhecimentos e assim 
por diante. (PORTILHO 2011) 
 
 
 
 
6 
 
1.1 Aprendizagem na Perspectiva Piagetiana 
 
A teoria piagetiana considera que tanto o sujeito como o objeto modificam-
se a partir das constantes transformações que ocorrem no meio, sendo o indivíduo 
“considerado como um sistema aberto em reestruturações sucessivas, em busca 
de um estágio final nunca alcançado por completo” (MIZUKAMI 1986, p.60). 
 
 Ví deo 
Assista ao vídeo D-08 – Paradigma Sócio-Construtivista na 
Educação – Jean Piaget 2 (1/2) do canal da Univesp TV para 
compreender melhor o que o autor fala sobre o assunto, de forma 
prática a compreender o conteúdo. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5T3ZiIC7ZbE 
 
 
O modelo de sistema aberto utilizado por Piaget é uma adaptação da obra 
Teoria Geral dos Sistemas, do biólogo Karl Ludwig Von Bertalanffy (1901-1972). 
 
1.1.1 Adaptação na Teoria Piagetiana 
 
Piaget (1996) define adaptação como uma organização permanente dos 
sujeitos ao meio, um processo que intervém necessariamente logo que o ambiente 
se modifica, sendo que a partir de tal mudança o sujeito busca um novo estado de 
equilíbrio (equilibração). 
Representada por dois aspectos funcionais básicos: a assimilação e a 
acomodação, que geram a equilibração. 
 
Assimilação: É um processo ativo no qual ocorre à incorporação de novos 
elementos a estrutura já existente, no qual o indivíduo cognitivamente capta o 
ambiente e o organiza, possibilitando a ampliação de seus esquemas mentais. 
(PIAGET 1996). 
7 
 
Acomodação: É o processo de modificação dos esquemas de assimilação, 
pressupõe uma modificação dos esquemas prévios em função da informação 
assimilada. 
O processo de acomodação pressupõe não somente uma modificação dos 
esquemas prévios a partir da informação assimilada, mas uma reinterpretação dos 
dados ou conhecimentos anteriores em função dos novos esquemas construídos. 
 Equilibração: Com relação ao processo de equilibração pode-se afirmar que, 
possibilita ao sujeito se reorganizar cognitivamente. 
 
O processo de assimilação e acomodação de uma nova informação causa 
no sujeito um desequilíbrio que, por meio dos mecanismos 
autorreguladores (equilibração), possibilitam alcançar um novo estado de 
equilíbrio, resultado de reorganizações cognitivas num processo dinâmico 
e sucessivo, sendo elementos necessários para o desenvolvimento. 
(BATISTA, 2013, p. 24). 
 
Ao propor sua teoria Ausubel (1980) destaca que um das condições para 
que aconteça a aprendizagem significativa é: que se considere os conhecimentos 
prévios do sujeito. 
 
 
Para Piaget (1996), a aprendizagem exige reespectivamente o 
processo de assimilação, acomodação e equilibração. 
 
 
 
Em síntese a aprendizagem para Piaget pode ser definida como: 
 
 Interação do Sujeito com o Ambiente; 
 Modificação da Estrutura Cognitiva; 
 Processos de Assimilação e Acomodação 
 
1.2 Teoria da Aprendizagem Significativa 
 
A atenção de Ausubel está centrada no ensino em sala de aula, 
considerando aquilo que o aluno já sabe, sendo esse o ponto de partida para que 
novas informações sejam integradas a estrutura cognitiva, favorecendo a 
construção de aprendizagens mais duradouras. (AUSUBEL 1980). 
8 
 
Ví deo 
Sobre a aprendizagem significativa, assista o vídeo de Alexsandro 
Lucena – Aprendizagem Significativa, a qual ele coloca os 
processos de como a mesma ocorre. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RaT8vbXduFA 
 
Ausubel teve publicado os seus primeiros estudos sobre a teoria em 1963, a 
desenvolvendo entre 1960 e 1970, porém só em no final dessa que recebeu a 
contribuição de Joseph Novak para refinar a teoria, mudando o foco do ensino, de: 
 
Estímulo Resposta Reforço 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016) 
 
Para o novo modelo: 
 
Aprendizagem Significativa Mudança Conceptual Construtivismo 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016) 
 
A aprendizagem para Ausubel (1980) pode se dar de três maneiras: por 
recepção, por aprendizagemmecânica e por aprendizagem significativa. 
Na Aprendizagem por Recepção, todo o conteúdo que será aprendido é 
apresentado para o aluno em sua forma final, reproduzido como um todo. 
 
Saiba Mais 
A característica essencial da aprendizagem por 
descoberta é que o conteúdo principal não é dado, mas 
deve ser “descoberto” pelo aluno antes que possa ser 
incorporado significativamente na sua estrutura cognitiva. 
 
 
9 
 
Já a Aprendizagem Significativa é o tipo de aprendizagem que acontece a 
partir do momento em que a nova informação apresenta relação com os seus 
conhecimentos prévios, sendo mais duradoura do que as demais. (AUSUBEL 
1980). 
Ausubel aponta cinco processos mentais (cognitivos) para conduzir uma 
aprendizagem significativa, são eles (Adriano Sampaio e Sousa, 2000, s/p): 
 
 Subsunção ou ancoragem: quando surgem “novos” conceitos, subordinados 
à estrutura cognitiva pré-existente do aprendiz, pois o sistema nervoso atua 
como um mecanismo de processamento de dados. 
 Assimilação: durante a aprendizagem estabelece-se uma interação profunda 
entre a “nova ideia” a ser incorporada e o conceito subsunsor (esteio ou 
âncora); tanto um como outro devem possuir um sentido lógico (e 
psicológico) diferente, de modo a que a ideia a ser aprendida (assimilada), 
embora ainda esteja ligada ao subsunsor, possua “discriminabilidade” para 
se destacar do material já existente. 
 Diferenciação progressiva: desde o início da infância, os conceitos que 
possuímos estão em constante modificação e elaboração (construção), 
tornando-se mais precisos e simultaneamente mais exclusivos e mais 
inclusivos; os novos conhecimentos introduzidos devem ser trabalhados 
através do estabelecimento de discriminações sucessivas, para que seja 
atingida a “consolidação” (não confundir com mecanização ...). 
 Aprendizagem superordenada ou de ordem superior: a maior parte da 
aprendizagem significativa envolve integração (subsunção), mas, às vezes, 
conceitos mais gerais e inclusivos são aprendidos providenciando também 
relações significativas entre dois ou mais conceitos já existentes. 
 Reconciliação integrativa: quando dois ou mais conceitos parecem 
relacionáveis de um “novo” modo, ocorre uma “reconciliação integrativa” dos 
conceitos, surgindo um princípio unificador mais inclusivo que cria um nível 
superior de ordenação conceptual. 
 
Na aprendizagem mecânica (que acontece quando não existem ideias-
âncoras) a informação é incorporada sem que o sujeito possa dar um significado 
10 
 
ao que aprende, não havendo interação entre a nova informação e aquela já 
armazenada. (AUSUBEL 1980). Com relação a aprendizagem mecânica a 
informação é incorporada na estrutura cognitiva do sujeito, e acontece um 
armazenamento integral da informação. 
Para o autor, o professor tem como papel ser facilitador do processo de 
ensino-aprendizagem, assim, ele deve organizar e apresentar o conteúdo dentro 
de uma sequência lógica, oportunizando os estudantes a fazerem relações com o 
que já conhecem, visando à construção de aprendizagens. (BATISTA, 2013). 
 Dessa forma, a aprendizagem para Ausubel (1980), pode ser entendida 
como sendo o processo pelo qual uma nova informação se relaciona a aspectos 
de conhecimentos anteriores do aprendiz, de modo a ampliá-lo, dando origem a 
significados particulares a partir do que já conhece. 
Na teoria Ausubeliana o papel do professor é o de ser um facilitador ou 
mediador do processo. 
 
Saiba Mais 
Ausubel (1980) propõe duas dimensões de aprendizagem, 
sendo que a primeira é Aprendizagem por recepção da 
aprendizagem por descoberta. 
Para saber mais, acesse: 
http://www.uniriotec.br/~pimentel/disciplinas/ie2/infoeduc/aprsi
gnificativa.html 
 
 
1.3 Aprendizagem Segundo Guy Claxton 
 
Para este autor aprender ao longo da vida significa fazer escolhas 
conscientes ao longo da vida. Claxton (2005) define o processo de aprendizagem 
ao longo da vida a partir de três pilares: a resiliência, a desenvoltura e a reflexão. 
 
 
 
 
11 
 
1.3.1 Resiliência 
 
A resiliência possibilita aos sujeitos permanecerem inteligentemente 
envolvidos com os desafios de aprendizagem que são importantes, apesar das 
dificuldades encontradas. (CLAXTON, 2005). 
Uma pessoa resiliente consegue lidar com a incerteza, persistindo diante da 
dificuldade quando isso for importante, respeita o próprio ritmo, faz escolhas sobre 
suas aprendizagens, realiza uma avaliação sobre os objetivos e recursos utilizados 
durante a realização de uma tarefa. (CLAXTON, 2005). 
A resiliência envolve a presteza de prontidão para se envolver e 
experimentar, para correr o risco de permanecer próximo ao requerido pela 
aprendizagem, gera uma série de sentimentos que vão desde o interesse e 
absorção em um extremo até uma apreensão que atinge os limites do medo, da 
raiva, da angustia, ou do choque no outro. (CLAXTON, 2005). 
 
1.3.2 Desenvoltura 
 
Além de ser resilientes, os bons aprendizes precisam ser desenvoltos diante 
da incerteza, ou seja, precisam saber o que fazer quando não sabem o que fazer. 
(CLAXTON, 2012) 
 A desenvoltura envolve o domínio prático de ambientes complexos, pode 
emergir por meio da imersão e da experimentação, na ausência de um 
entendimento consciente, tanto para os adultos como para as crianças. (CLAXTON 
2005). 
 
1.3.3 Reflexão 
 
Ser reflexivo significa olhar para dentro como para fora, tornando explícitos 
para nós mesmos os significados e as implicações que podem estar latentes dentro 
do nosso armazenamento de know-how originalmente não reflexivo. 
Por meio da reflexão é possível os aprendizes conhecerem as suas próprias 
mentes, identificando suas potencialidades e fragilidades, fazendo uma avaliação 
de sua própria aprendizagem de modo a administrá-la eficientemente. (CLAXTON, 
2005). 
12 
 
 
O aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de 
desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e 
especificamente humanas. (VOGOTSKY, 2007). 
 
Ví deo 
Para compreender melhor como se dá a aprendizagem, assista ao 
vídeo Aprendizagem Significativa: de que estamos falando? O qual 
visa responde 3 perguntas básicas: “Por que somente o ser 
humano tem condições de aprender?” “O que diferencia a 
Aprendizagem Significativa da Aprendizagem Mecânica?” E 
“Como potencializar a Aprendizagem Significativa em sala de 
aula?” 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TsHtAa2sOko 
 
Resumo da Aula 01 
 
A aula explicitou sobre a aprendizagem, o que três autores principais falam 
sobre o assunto, são eles: Piaget (1996), Ausubel (1980) e Claxton (2005). 
 
Atividade de Aprendizagem 
Sobre a aprendizagem, com qual teoria (autor) você mais 
concorda? Por quê? Discorra sobre. 
 
 
AULA 2 – APRENDIZAGEM IMPLÍCITA E EXPLÍCITA E SUA CORRELAÇÃO 
COM A EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Apresentação da Aula 02 
 
A presente aula tem como objetivo conceituar a aprendizagem implícita e 
explícita a partir de autores renomados na área, como Pozo (2002 e 2005) e Pinker 
13 
 
(2012), assim como identificar as contribuições destes tipos de aprendizagem para 
as aulas de Educação Física. 
 
2 DA APRENDIZAGEM IMPLÍCITA À APRENDIZAGEM EXPLÍCITA 
 
A aprendizagem é uma função biológica desenvolvida nos seres vivos de 
certa complexidade, que implica produzir mudanças no organismo para responder 
às mudanças ambientais relevantes, conservando essas mudanças internas para 
futuras interações com o ambiente, e isto exige dispor também de diferentes 
sistemas de memória ou representação de complexidade crescente(POZO, 2004, 
p.12). 
Pozo (2002, 2005) descreve a aprendizagem como um processo, que 
acontece nos seres desenvolvidos de certa complexidade. 
 
2.1 Tipos de Memória 
 
A memória pode ser subdividida em 2 tipos: curto prazo e longo prazo, que 
possuem também subdivisões. Cada uma tem suas características e devidas 
importâncias, como será aprofundado abaixo. 
Memória a curto prazo: retém informações durante um período limitado de 
tempo, e pode ter duas alternativas: ser esquecida, ou passar para memória de 
longo prazo. Ela pode ser de duas formas, imediata ou de trabalho. 
A memória imediata fica retida durante aproximadamente 30 segundos, 
sendo que pode se conservar de 5 a 9 memórias desse tipo. 
Memória de trabalho a memória é mantida enquanto ela for útil, essa 
memória se reporta as atividades mentais e não a sua memorização. Por exemplo: 
o patrão pede para o funcionário chegar no dia seguinte uma hora mais cedo, essa 
informação ficara retida até ser cumprida, e então será esquecida. Essa memória 
se refere ao amarzenamento e utilização de informação específica para a 
realização de determinada tarefa. 
Memória a longo prazo: ela recebe as informações da memória de curto 
prazo e as armazena. Esta possui capacidade ilimitada de armazenamento, ficando 
guardadas por tempo ilimitado. Dessa forma, se tornando uma memória 
“permanente”. 
14 
 
Mesmo operações relativamente simples, como atar nós e marcar um 
pedaço de madeira com a finalidade de auxiliares mnemônicos, modificam a 
estrutura psicológica do processo de memória. (Vygotsky, 2007, p.32) 
 À medida que a criança cresce, não somente mudam as atividades 
evocadoras da memória como também o seu papel no sistema das funções 
psicológicas. (Vygotsky, 2007). 
 
Saiba Mais 
Para Vygotsky, o homem é um ser ativo, social e histórico, 
sendo que suas ações poderão ser apropriadas pelos 
demais integrantes da sociedade através de atividades 
praticadas. Com relação a aprendizagem, na perspectiva 
internacionalista, é possível afirmas que esta é resultado da 
interação entre sujeito e o meio. 
 
 
2.2 Aprendizagem Implícita e Explícita 
 
Quando se fala em aprendizagem humana, Pozo (2005) fala que esta pode, 
de fato, ser abordada em diferentes níveis de análise (comportamento, informação, 
representação e conhecimento) que implicam uma complexidade crescente, uma 
vez que cada um deles, segundo a lógica da integração hierárquica de sistemas, 
exige dos níveis anteriores ou, melhor ainda, os re-descreve num nível hierárquico 
novo. 
 
 
Ao comentar sobre a aprendizagem explica Pozo (2005) destaca 
que está é um processo exclusivamente humano. 
 
 
 
Também salienta que a aprendizagem implícita, acontece quando o sujeito 
não consegue informar sobre aquilo que aprendeu ou como aprendeu. 
É aquela da qual a pessoa não se dá conta e que não consegue informar 
como adquiriu, não é, portanto, consciente. 
15 
 
Já a aprendizagem explícita seria a aprendizagem implícita com consciência, 
isto é, requer novos processos de aprendizagem, novas estruturas conceituais, 
novo significado. (POZO, 2005). 
 
Ví deo 
Para compreender melhor sobre os tipos de memória, veja o que 
Fabiano Moulin diz sobre o assunto. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iF_33KktD5s 
 
 
2.2.1 Aprendizagem Explícita como Produto das Representações Mentais 
 
O cérebro é constituído por diferentes módulos mentais, cada um com sua 
função específica, que juntos formam a mente humana. Esses módulos são 
definidos pelas coisas especiais que fazem, cada um resolve problemas de modo 
insolúvel, fazendo suposições indispensáveis para a adaptação do indivíduo. 
(BATISTA, 2013). 
 Representação cognitiva implica aprender o significado de símbolos 
particulares (de um modo geral, palavras) ou aprender o que eles representam. Ao 
representar o sujeito consegue dar um significado ao que se aprende, podendo 
nomear, classificar, conceituar etc. fazendo relações com os conhecimentos 
anteriormente adquiridos. (Ausubel, 1980) 
 
16 
 
 
 Fonte: https://www.ibm.com/developerworks/community/blogs/tlcbr/entry/mp240?lang=en 
 
Saiba Mais 
A cultura não somente proporciona o alimento, o conteúdo de 
nossas representações, mas também os próprios formatos 
ou estruturas mentais, a partir dos quais interpretamos o 
mundo. (POZO 2005). 
 
 
A mente é um sistema primorosamente organizado; realiza proezas notáveis 
que nenhum engenheiro é capaz de duplicar. Talvez a maior proeza realizada pela 
mente humana é esta capacidade de abstrair dos objetos informações, processá-
las, criando representações de modo que se pode acessá-la mentalmente em 
outros ambientes, além daquele no qual se está inserido. (PINKER, 2012). 
A atividade mental permite fazer conexões com o mundo físico de modo a 
diferenciar sujeitos e objetos a partir de suas particularidades, selecionando e 
organizando as informações do ambiente. (BATISTA, 2013). 
 
2.2.2 Representações Mentais Segundo Pinker (2012) 
 
Pinker (2012) propõe quatro modelos de representações mentais, sendo 
eles: imagem visual, representação fonológica, representação gramatical e 
mentalês. 
17 
 
Segundo o autor, a imagem visual que proporciona uma noção das 
verdadeiras formas e materiais encontrados no mundo, é um processo que produz 
por meio de imagens do mundo externo uma descrição mental de modo a favorecer 
a construção de representações a partir do que é visto. 
A representação fonológica se refere a um trecho de sílabas que tocamos 
em nossa mente repetidamente, planejando os movimentos de boca e imaginando 
como soam mentalmente. (PINKER, 2012). 
Já a representação gramatical se refere ao modo como as pessoas se 
comunicam pela linguagem escrita, seja por meio da formação de substantivos, 
verbos, sentenças, fonemas ou sílabas. 
O último nível é o mentalês, que é o nível de representação que ocorre a 
partir do momento em que o aluno relaciona novas informações aos seus esquemas 
mentais de modo a formar ou ampliar o conceito sobre algo. (PINKER, 2012). 
Refere-se à linguagem do pensamento no qual se expressa o conhecimento 
conceitual, é o meio no qual o conteúdo ou ideia geral é captado, é a língua franca 
da mente, resulta do tráfego de informações entre os módulos mentais que nos 
permite descrever o que será imaginado, o que nos é descrito, seguir instruções, 
etc. (PINKER, 2012). 
 
2.2.3 Representações Mentais Segundo Ignácio Pozo (2002) 
 
Pozo (2002) lembra que a mente humana é um sistema complexo que pode 
ser analisada desde diferentes níveis ou planos de complexidade, cada um deles 
com propriedades emergentes a partir dos anteriores. 
Em seus estudos identifica quatro níveis de análise da aprendizagem a partir dos 
processos mentais: 
 
 A Conexão Entre as Unidades de Informação: Segundo Pozo (2002) a mente 
humana é instalada num sistema nervoso com certas qualidades funcionais, 
já o cérebro é composto por redes de neurônios que se ativam ou não 
dependendo dos estímulos recebidos. Nesse nível de complexidade ocorre 
aprendizagem a partir do momento em que os módulos realizam conexões 
entre as unidades neuronais formando redes, de modo que aprender implica 
modificar a conexão entre estas unidades. 
18 
 
 Aquisição e Mudanças de Representações: A partir da conexão entre as 
unidades de informação geram-se representações sobre o mundo, que são 
manipuladas pela mente humana e com as quais se trabalham para executar 
tarefas. (POZO, 2002). 
 Consciência Reflexiva: Neste as representações de uma tarefa podem 
mudar pelofato de estabelecerem novas conexões entre as unidades de 
informação, possibilitando ao sujeito ter acesso por processos de reflexão 
às próprias representações e modificá-las de maneira consciente. (POZO 
2002). 
 A Construção Social do Conhecimento: Nesse o conhecimento é adquirido 
no marco de comunidades de aprendizagem que definem não só as metas 
e o sentido das tarefas, mas também uma consciência reflexiva sobre as 
mesmas. (POZO, 2002). 
 
2.4 Aprendizagem Explícita 
 
Por meio da aprendizagem explicita consegue-se de maneira extraordinária 
ter acesso as próprias representações de modo a comunicá-las a outros, 
possibilitando não somente gerar novas representações, mas, sobretudo, 
reestruturar ou dar um novo significado a alguns produtos do funcionamento 
cognitivo. 
 
Em sua forma mais complexa o processo de aprendizagem explícita implica 
de maneira consciente uma descrição das próprias representações de modo a 
reorganizá-las quando necessário, possibilitando professor e alunos não só 
conhecerem o mundo, mas conhecerem a si mesmos. 
Pozo (2005, p.31) lembra que a aprendizagem explicita é um processo de 
redescrição representacional das aprendizagens implícitas prévias. 
 
2.4.1 Ferramentas Mentais e Aprendizagem Explícita 
 
Aprendizagem é um processo simples que envolve adicionar novos bocados 
de informação, fazer conexões e desenvolver hábitos. 
19 
 
Ao relacionar as novas informações com conhecimentos anteriormente 
armazenados o sujeito poderá modificar ou aumentar o número de ferramentas 
mentais já existentes, acrescentando os recursos disponíveis para utilização em 
seu dia a dia. 
Muitas das ferramentas de aprendizagem são primeiramente encontradas 
em um contexto social, e a experiência dessas ferramentas e do que foi aprendido 
sobre elas, e a partir disso é guiada e mediada por outras pessoas, especialmente 
por aquelas que têm mais experiência nessas ferramentas. 
Assim, quanto as contribuições do modelo de representação mental em 
relação a aprendizagem motora, se tem: 
 Tomada de consciência durante a realização de movimentos; 
 Maior possibilidade de armazenamento e recuperação de informações; 
 Oportunidade do aprendiz refletir durante a própria ação. 
 
Ví deo 
Para compreender se realmente houve a aprendizagem, é 
necessário se fazer a avaliação. Nas aulas de Educação Física a 
avaliação é mais difícil, por não ser somente avaliado conteúdos, 
mas também seu desenvolvimento motor, sendo que o segundo, 
mesmo que não executado com perfeição, não quer dizer que não 
houve a aprendizagem. Dessa forma é necessária uma avaliação 
diferenciada, sobre esta, assista o vídeo sobre Didática da 
Educação Física: Avaliação. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Grket2uAscU 
 
 
Resumo da Aula 02 
 
A aula teve como objetivo explicitar sobre a aprendizagem implícita e 
explícita, utilizando-se de autores como Pozo (2002 e 2005) e Pinker (2012), por 
fim identificando as contribuições que estas tem com as aulas de Educação Física. 
 
20 
 
Atividade de Aprendizagem 
A memória pode ser dividida em memória de curto prazo e 
memória a longo prazo, na aula foi feita sua diferenciação, 
discorra sobre o assunto. 
 
 
AULA 3 - CONCEITUAÇÃO DA APRENDIZAGEM MOTORA 
 
Apresentação da Aula 03 
 
Na aula será apresentado sobre a aprendizagem motora, entrando em suas 
dimensões, como lateralidade, coordenação (motora e fina), a motricidade global, 
entre outras, as especificando e mostrando sua real importância para as pessoas. 
 
3 APRENDIZAGEM MOTORA 
 
A aprendizagem motora pode ser definida como uma alteração na 
capacidade do indivíduo para desempenhar uma habilidade. Essa capacidade deve 
ser compreendida como uma melhoria relativamente permanente na performance, 
devido a prática ou a experiência na habilidade em questão (MAGILL, 2000). 
 
Considerando os estudos de Magill (2000) a aprendizagem 
motora pode ser entendida como uma alteração no indivíduo 
para se realizar uma atividade. 
 
 
 
3.1 Modelos de Aprendizagem Motora 
 
Os primeiros modelos teóricos da área de Aprendizagem Motora estavam 
voltados a descrever o processo até a automatização do desempenho de uma 
habilidade específica, como o de Circuito Fechado de ADAMS (1971) e o de 
Esquema Motor de SCHMIDT (1975). 
 
21 
 
3.1.1 Modelos de Circuitos Fechados 
 
Além de se prenderem à fase de automatização, esses modelos têm 
dificuldades para tratar a coexistência de aspectos como ordem/desordem e 
consistência/variabilidade no comportamento motor e, por isso, caracterizam-se 
como modelos de equilíbrio. (TANI, 2005). 
Como estudioso da aprendizagem motora, Tani (1995) propõe um modelo 
que transcende o processo por ele denominado de adaptativo. 
 Esse modelo tem por objetivo propor um referencial teórico considerando a 
aprendizagem como um processo contínuo e dinâmico, o qual possibilita condições 
adequadas para investigar o aumento de complexidade na aprendizagem motora. 
(TANI, 2005). 
Por meio da educação psicomotora é possível trabalhar alguns elementos, 
como a lateralidade, coordenação motora fina e global, noção de espaço e tempo. 
 
3.1.1.1 Lateralidade 
 
A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar 
preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho 
e pé. 
É durante o crescimento que a lateralidade da criança se define 
naturalmente, podendo, também, ser determinada por fatores sociais ainda muito 
marcantes nos dias de hoje na sociedade. (NEGRINE, 1986). 
Segundo Fonseca (1988, p. 69), a lateralidade constitui um processo 
essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica intersensorial. 
Representa à conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois 
lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha 
média do corpo. 
Segundo Le Boulch (1987) a lateralidade é uma capacidade muito importante 
a ser estudada no desenvolvimento, pois a mesma tem grande influência na 
coordenação psicomotora, e sem ela o indivíduo apresentará muitas dificuldades 
em seu desenvolvimento. 
Quando há dominância do hemisfério esquerdo, se tem o indivíduo destro; 
quando ocorre a dominância do hemisfério direito, se tem o indivíduo canhoto. É 
22 
 
legítimo, porém, admitir que haja colaboração dos dois hemisférios na elaboração 
da inteligência. 
Com relação a lateralidade é possível afirmar que se define naturalmente, 
mas também pode ser definida por fatores sociais. 
Seguindo a classificação proposta por Magalhães (2001) em relação a 
lateralidade pode-se classificar os sujeitos como destros, sinistros ou canhotos e 
ambidestros. 
 
Saiba Mais 
Para se aprofundar mais sobre o estudo da Lateralidade, 
quando e como ela ocorre, o que pesquisadores da área 
falam sobre o assunto, veja o artigo de Ana Lucia Santana 
no site InfoEscola - Lateralidade. 
Disponível em: 
http://www.infoescola.com/psicologia/lateralidade/ 
 
 
Plasticidade Cerebral e Lateralidade: A plasticidade confere ao cérebro a habilidade 
para assumir funções específicas como resultado da experiência, ou seja, os 
neurônios podem modificar suas conexões conforme o uso ou o desuso de 
determinados circuitos neurais. 
 
3.1.1.2 Coordenação Motora Fina 
 
A coordenação motora fina diz respeito à habilidade e destreza manual e 
constitui um aspecto particular da coordenação global. 
A motricidade fina se refere à capacidade de controlar um conjunto de 
atividades de movimentos de certos segmentos do corpo, com emprego daforça 
mínima, a fim de atingir uma resposta precisa à tarefa executada. 
 
 
 
23 
 
Importante 
 
Com relação à motricidade fina é possível afirmar que é uma 
atividade de movimento espacialmente pequena, que requer um 
emprego de força mínima, mas grande precisão ou velocidade, ou 
ambos. 
 
 
É uma atividade de movimento executada principalmente pelas mãos e 
dedos, às vezes também pelos pés. 
Envolve a coordenação óculo-manual e requerem um alto grau de precisão 
no movimento para o desempenho da habilidade específica, num grande nível de 
realização. Pode-se citar exemplo da necessidade desta habilidade que seria na 
realização de tarefas como escrever, tocar piano, etc. 
 
 
Desenvolve-se a motricidade fina com atividades que envolvam 
a coordenação óculo-manual. 
 
 
 
 
É uma coordenação que se bem trabalhada nos dedos das mãos pode gerar 
facilidade na aquisição de novos conhecimentos. Pois a mão é considerada como 
um dos instrumentos ideais para a descoberta do mundo afora. 
Krebs (1999) divide as habilidades motoras em dois grupos, sendo as 
relacionadas ao praticante enquanto sujeito, e as relacionadas ao sujeito enquanto 
integrante de um grupo. 
 
3.1.1.3 Motricidade Global 
 
Segundo Bueno (1998) a coordenação dinâmica global ou geral pode ser 
definida como todas as possíveis formas que o corpo tem de controlar seus 
movimentos amplos. 
A coordenação global condiz à atividade de grandes grupos musculares, e 
dependerá de uma capacidade de equilíbrio postural de uma pessoa, à medida que 
24 
 
o corpo vai experimentado diversas formas de movimentos ele vai gerando 
melhores adaptações e com isso um equilíbrio melhor. (ALVES, 2008). 
 
3.1.1.4 Esquema Corporal 
 
O desenvolvimento de uma criança é resultado da interação de seu corpo 
com os objetos de seu meio, com as pessoas com que vive e com o mundo onde 
estabelece ligações afetivas e emocionais. 
Esquema corporal é a percepção corporal que um indivíduo tem sobre si 
próprio, permitindo se orientar em um determinado espaço. 
O esquema corporal, portanto, é a base para todo conhecimento que a 
criança tem do mundo, pois se não se conhecer dificilmente irá reconhecer o mundo 
que a rodeia, tal conhecimento é fundamental para que a criança tenha uma 
aprendizagem plena e possa se orientar no tempo e no espaço. 
Um indivíduo que não possui uma noção corporal de si pode demonstrar 
problemas com percepção, equilíbrio e controle, podendo apresentar dificuldades 
em localizar determinados segmentos corporais, não ter noção espaço-temporal e 
dificuldade na coordenação de determinados movimentos empregados. Tornando 
lenta a execução de atividades como abotoar a camisa, amarrar cadarço. 
Para se obter uma boa formação do esquema corporal é necessário que haja 
uma evolução da motricidade, da percepção espaço-temporal e da afetividade de 
um indivíduo. 
 
Ví deo 
Para compreender um pouco mais sobre o Esquema Corporal, e 
toda a movimentação do corpo, assista ao vídeo da UnivespTV: D-
14 – O movimento do corpo infantil – uma linguagem da criança. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X1UzQjKZVUA 
 
 
 
 
25 
 
3.1.1.5 Noção De Espaço E Tempo 
 
É através do espaço e das relações espaciais que nos situamos no meio em 
que vivemos, em que estabelecemos relações entre as coisas, em que fazemos 
observações, comparando-as, combinando-as, vendo as diferenças e semelhanças 
entre elas. 
 A estruturação espacial não nasce com o indivíduo. Ela é uma elaboração 
e uma construção mental que se opera através de seus movimentos em relação 
aos objetos que estão em seu meio. 
 A orientação temporal é muito importante em uma criança, pois será 
através dela que ela terá uma boa orientação para que possa ter bons resultados 
na escolarização, de forma que ela possa escrever de forma ordenada frases ou 
palavras, por exemplo. 
A orientação espaço-temporal está relacionada à organização do intelecto 
em seu meio, que por fim está ligado a consciência, à memória e às experiências 
vividas de um indivíduo. 
A noção do espaço é uma noção ambivalente, ao mesmo tempo concreta e 
abstrata, finita e infinita. Na vida cotidiana utiliza-se constantemente os dados 
sensoriais e perceptivos relativos ao espaço que nos rodeia. 
A organização espacial depende simultaneamente da estrutura do próprio 
corpo (estrutura anatômica, biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que 
nos rodeia e de suas características (ROSA NETO, 2002). 
 
3.1.1.6 Equilíbrio Dinâmico 
 
O equilíbrio dinâmico é a capacidade de manter o estado de equilíbrio 
durante a realização de uma tarefa; Já o equilíbrio relaciona capacidade de manter 
ou recuperar a estabilidade; mantendo se for o caso, uma posição estática ou 
movimentos lentos; ou recuperá-la quando realizar movimentos rápidos ou saltos 
(instáveis). 
Segundo Grosser (1983), um corpo está em equilíbrio quando as forças 
exteriores que agem sobre ele, quer esteja imóvel quer em movimento (força da 
gravidade, inércia e atrito), se compensam reciprocamente. 
 
26 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Para compreender melhor sobre o assunto 
de desenvolvimento humano, e como o 
professor de Educação Física pode trabalhar 
em sala de aula, veja o livro de Gallahue, 
Ozmun e Goodway: Compreendendo o 
desenvolvimento motor (2013), o qual mostra 
todas as fases, sua importância e como 
desenvolver em cada uma delas em todos os 
aspectos necessários para um bom 
desenvolvimento motor e cognitivo infantil. 
 
 
Resumo da Aula 03 
 
A aula abordou assuntos pertinentes à aprendizagem motora, abordando 
sobre a lateralidade, esquema corporal, equilíbrio, coordenação motora (global e 
fina) entre outros, adentrando em como elas ocorrem e a importância de se 
trabalhar as mesmas para se ter um bom desenvolvimento infantil. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Após ver a importância de um bom desenvolvimento motor nas 
crianças, discorra sobre o papel do professor de educação 
física nesse processo. 
 
 
AULA 4 – CONTRIBUIÇÕES DA METACOGNIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM 
MOTORA 
 
Apresentação da Aula 04 
 
27 
 
O objetivo desta 4 aula é a conceituação da Metacognição e a sua 
importância para o desenvolvimento das habilidades motoras das crianças no 
ambiente escolar. 
 
4.1 Interação Com o Meio e Processos Cognitivos 
 
A criança é um ser biológico, ao nascer mantém constantes interações com 
os adultos que tentam situá-la ou incluí-la na cultura a qual fazem parte, a qual foi 
sendo construída durante a história. (Portilho, 2007 p.57) 
Para ocorrer a interação, é necessário que certos processos cognitivos 
aconteçam, como a atenção, a memória, imaginação, pensamento e linguagem. 
 
4.1.1 Cognição: Conceito 
 
Na vida cotidiana se age sob a compreensão implícita de que a cognição tem 
conexão com as relações interpessoais e coordenações de ações. (MATURANA, 
2001 p.127). 
Alega-se cognição apenas quando se aceita as ações dos outros ou as 
próprias ações como adequadas por satisfazer o critério participar de aceitabilidade 
que aceita-se como o que constitui uma ação adequada no domínio de ações 
envolvido na questão. (MATURANA, 2001 p.127). 
 
4.1.2 Processos Cognitivos: Uso de Instrumentos 
 
A relação entre o uso do instrumento e a fala afeta várias funções 
psicológicas, em particular a percepção, as operações sensório-motoras e a 
atenção, cada uma das quais é parte de um sistema dinâmico de comportamento. 
(Vygotsky, 2007 p.100) 
 
4.1.3 Processos Cognitivos: PercepçãoA percepção é a parte de um sistema dinâmico de comportamento; por isso, 
a relação entre as transformações dos processos perceptivos e as transformações 
28 
 
em outras atividades intelectuais é de fundamental importância. (Vygotsky, 2007 
p.24) 
 
4.1.4 Ação Cognitiva 
 
As ações Cognitivas é tudo o que se faz em qualquer domínio operacional 
que gera no discurso, por mais abstrato que ele possa ser. (MATURANA, 2001 
p.128). 
O processo de decisão da criança é externo (motor). A criança realiza sua 
seleção a medida que desenvolve qualquer um dos movimentos que a escolha 
requer. (Vygotsky, 2007 p.25) 
Os movimentos da criança são repletos de atos motores hesitantes e difusos 
que se interrompem e recomeçam sucessivamente. 
O movimento não se separa da percepção; os processos coincidem quase 
que exatamente. (Vygotsky, 2007 p.25). 
 
 
Quanto ao uso da inteligência prática, a criança diferentemente 
dos adultos optam por realizar suas atividades da prática. A 
construção da percepção se dá por meio da realização de 
atividades. 
 
 
4.2 A Importância da Linguagem 
 
A linguagem acontece quando duas ou mais pessoas em interações 
recorrentes operam através de suas interações numa rede de coordenações 
cruzadas, recursivas consensuais de coordenações consensuais de ações, e que 
tudo que os seres humanos fazem, fazem na operação em tal rede como diferentes 
maneiras de nela funcionar. (MATURANA, 2001, p. 130) 
Nós seres humanos, existimos na linguagem, e nossa experiência como 
seres humanos acontecem na linguagem, num fluir de coordenações consensuais 
de coordenações consensuais de ações que produzimos na linguagem. 
(MATURANA, 2001 p. 154) 
 
29 
 
4.2.1 Da Linguagem ao Símbolo 
 
Os símbolos não preexistem à linguagem, mas surgem depois dela, e nela 
como distinções, feitas por um observador, de relações consensuais de 
coordenações de ações na linguagem. (MATURANA, 2001 p. 131) 
 
4.2.2 Papel da Experiência na Cognição 
 
Nós vivemos na experiência, na práxis de viver de seres humanos no fluir de 
sermos sistemas vivos na linguagem, como algo que acontece em nós e a nós a 
medida que linguajamos. (MATURANA, 2001 p. 154). 
 
Saiba Mais 
Sobre o assunto, leia o artigo de Ferreira, O papel da 
experiência na filosofia de John Dewey. 
Disponível em: 
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOG
ENESE/nicholasminotti.pdf 
 
4.2.3 A Importância da Fala no Processo Cognitivo da Criança 
 
Além de reorganizar o campo visual-espacial, a criança com o auxílio da fala, 
cria um campo temporal que lhe é tão perceptivo e real quanto o visual; A criança 
que fala tem a capacidade de dirigir sua atenção de uma maneira dinâmica. 
(Vygotsky, 2007). 
 
Importante 
 
Na idade pré-escolar a criança não é capaz de controlar o seu 
comportamento pela organização de estímulos espaciais. Para 
compreender mais sobre a psicomotricidade na idade escola, veja 
o artigo de Brunelli e Menezes: Contribuições da Psicomotricidade 
na Educação Infantil: Um olhar psicopedagógico. 
30 
 
Disponível em: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-
escolar/contribuicoes-da-psicomotricidade-na-educacao-infantil-
um-olhar-psicopedagogico 
 
 
 
4.3 Metacognição 
 
4.3.1 Estratégias Cognitivas - Metacognitivas 
 
As estratégias são cognitivas quando executam uma ação mediante o 
conjunto de atividades ou técnicas ao seu serviço, correspondente a sete processos 
de aprendizagem: sensibilização, atenção, aquisição, personalização, 
recuperação, transferência e avaliação. As estratégias são metacognitivas quando 
regulam tudo que está relacionado com o conhecimento, decidindo quando e como 
utilizar está ou aquela estratégias. (PORTILHO, 2011 p. 111) 
 
 
As estratégias metacognitivas se dividem em níveis de 
consciência, controle e autopoiese. 
 
 
 
Os bons aprendizes precisam conhecer as suas próprias mentes, estar 
conscientes de suas próprias potencialidades e fragilidades, serem capazes de 
fazer uma avaliação de sua própria aprendizagem e administrá-la eficientemente. 
Porém, para que o aluno se torne consciente desse processo é necessário que o 
professor também descubra como e qual é o seu modo de aprender. (CLAXTON, 
2005 p.135) 
Os aprendizes, de maneira geral, poderiam obter melhor resultado em suas 
atividades se distribuíssem melhor seus recursos, enfocando sua atenção àqueles 
aspectos mais relevantes e que podem ajudá-los a adquirir mais adiante outros 
conhecimento. (PORTILHO, 2009, p.112) 
A metacognição desenvolve-se gradualmente e depende tanto do 
conhecimento como da experiência. É difícil desenvolver a autorregulação e a 
reflexão em áreas que não são conhecidas. No entanto, em temas conhecidos 
31 
 
pelas crianças, as formas primitivas de autorregulação e reflexão aparecem cedo. 
(BRANSFORD, 2007 p. 136). 
 
Ví deo 
Para compreender como ocorre a metacognição e sua 
importância, assista ao vídeo Explicando a Metacognição. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3zdrUYaPoxQ 
 
 
A tomada de consciência implica toda atividade metacognitiva que passa 
desde os diferentes níveis de consciência de intencionalidade e até introspecção. 
(PORTILHO, 2011). 
A metacognicão refere-se ao conhecimento que se tem dos próprios 
processos cognitivos, de seus produtos e de tudo o que está relacionado a isso, 
como as propriedades pertinentes para a aprendizagem de informações ou de 
dados. (Flavell apud Perrraudeau, 2009, p.66) 
 
Importante 
 
Os conhecimentos metacognitivos são frutos das experiências 
cognitivas do sujeito acumuladas durante as tarefas. (Perraudeau 
2009 p.66) 
 
 
 
Os conhecimentos relativos às pessoas: podem ser intraindividuais (trata-se 
dos conhecimentos que o sujeito tem de si mesmo e de suas competências) ou 
interindividuais (o aluno compara seus conhecimentos aos dos outros) (FLAVELL, 
1999). 
Conhecimentos Metacognitivos Relativo a Tarefa: Os conhecimentos 
metacognitivos relativo a tarefa estão relacionados com a compreensão da tarefa 
em seus componentes (compreensão, raciocínio, memória etc.). (FLAVELL 1999). 
 
32 
 
Conhecimento Metacognitivo Relativo as Estratégias: Estes conhecimentos 
são diretamente cognitivos (antecipar, planejar uma tarefa) ou distanciados (gestão 
global da tarefa, distanciamento, controle, etc.). 
Envolve o conhecimento consciente de determinadas estratégias que podem 
ser utilizadas na atividade. 
 
 Estratégias de Planejamento: As estratégias de planejamento envolve toda 
a ação pensada pelo sujeito que antecede sua ação no objeto. 
 Estratégias de Controle: Ao falar de controle, estamos nos referimos à ação 
dirigida a metas, ou seja, o sujeito que aprende é responsável pela seleção 
das estratégias a serem utilizadas para que o objetivo proposto se realize. 
(Portilho, 2009 p. 113) 
 Estratégias Metacognitivas de Avaliação: Na estratégia de avaliação, o 
sujeito busca verificar se os procedimentos adotados na atividade atenderam 
a necessidade da mesma. 
 
Ví deo 
Sobre a Metacognição, como acontece, como melhorar o 
aprendizado, assista ao vídeo Metacognição. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=qLbhb7mGRoM 
 
Resumo da Aula 04 
 
Na aula foi visto sobre a metacognição, a importância que essa tem para o 
aprendizado e desenvolvimento das habilidades nas crianças, dentro do ambiente 
escolar e para a sua vida na sociedade. 
 
 
 
33 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância da metacognição, como ela 
acontece e qual é opapel do professor nesse âmbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Resumo da Disciplina 
 
Na disciplina foram apresentados tópicos relevantes para o desenvolvimento 
da aprendizagem motora. Dentre esses foi visto sobre o que autores renomados na 
área falam sobre a aprendizagem, como ela ocorre, sua importância a 
especificidades, assim como conhecer e conceituar a aprendizagem na perspectiva 
interacionista. Na segunda aula foi conceituado a aprendizagem implícita e 
explícita, identificando as contribuições dessas para as aulas de Educação Física. 
A terceira aula abordou a aprendizagem motora em si, suas dimensões, 
como lateralidade, coordenação, motricidade entre outras, assim mostrando sua 
importância para as pessoas e principalmente dentro da aula de Educação Física. 
Por último foi abordado cobre a metacognição, sua importância para o 
desenvolvimento das habilidades motoras das crianças no ambiente escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
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Porto Alegre: Artmed, 2005. 
 
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