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A SAÚDE MENTAL COLETIVA EM CASO DE DESASTRE

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A SAÚDE MENTAL COLETIVA EM CASO DE DESASTRE
INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda a saúde mental coletiva em caso de desastre. Objetiva-se caracterizar os desastres compreender a saúde mental coletiva, assim como, a intervenção da psicologia em caso de desastre, identificar quem são as vítimas e como a saúde mental dessas pessoas é atingida por um desastre e ainda, fazer uma análise do trabalhador de saúde mental.
Apesar dos avanços nos estudos, pesquisas e tecnologias usadas na prevenção dos “desastres naturais”, as perdas e o drama humano causado por esses desastres aumentam a cada dia.
Destaca-se nesse trabalho a saúde mental dos afetados por um desastre e a forma como tais desastres modificam a realidade social, evidenciando a pobreza e as expressões da Questão Social.
O QUE SÃO OS DESASTRES?
O desastre pode ser consequência tanto da natureza quanto do homem, cuja ameaça seja suficientemente grave e a assistência seja de emergência.
Compreende-se então, que os desastres se dividam, entre aqueles causados pelo homem ou sociais (também denominados antrópicos) – como incêndios, explosões e guerras – e os naturais, que em geral se caracterizam por serem menos previsíveis – como terremotos, tufões, erupções vulcânicas, entre outros. (Heredia; p.113.2002) –. 
Ainda que as ações da natureza sejam eventos naturais do cotidiano e inevitáveis, não deveriam se transformar em terríveis desastres de destruição, se as devidas medidas fossem tomadas com antecedência.
Não por acaso, os mais afetados pelos desastres naturais são os considerados mais pobres. Não são as ações da natureza que destroem cidades e matam pessoas, mas sim o mau planejamento urbano, a baixa infraestrutura, as moradias precárias e inseguras, e a falta de compromisso com os direitos humanos elementares.
Os desastres são mais que um problema da natureza, são problemas não resolvidos do desenvolvimento e as vulnerabilidades sociais são consequências desse problema não resolvido.
Ainda que os eventos não possam ser prevenidos por serem de ordem natural a tragédia pode ser evitada, pois esta é social. 
A SAÚDE MENTAL COLETIVA
As discussões a respeito da “saúde” são polemicas, pois toda vez que a palavra saúde não necessariamente significa doença.
As pessoas que sofrem algum tipo de desastre requerem maior atenção, não porque ficam doentes, no sentido patológico da doença, mas porque sofrem de falta de saúde, uma vez que esses desastres comprometem o “estado de bem-estar biopsicossocial”.
A saúde mental não deve ser discutida em um contexto singular, nem deve ser atribuída como própria de um determinado indivíduo. Ela se reproduz em uma relação histórico social de indivíduo. A saúde mental não é uma qualidade individual, mas é construída e expressada grupal e socialmente. Esse fato lhe atribui a característica de ser coletiva.
A INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA EM CASOS DE DESASTRE
Seja qual for o desastre, existe uma grande necessidade de atender atenciosamente a saúde mental das pessoas que sofrem consequências do desastre.
Passado o desastre surgem as sequelas mais prováveis, que são aquelas que afetam a saúde mental das vitimas, porém esse é o dano menos atendido e ainda que seja atendido, o pensamento e a prática médica dominante buscam medicar a vida das vitimas modificando seu comportamento, o que não soluciona o problema.
O setor da saúde como um todo e seus respectivos profissionais sofrem de falta de preparo para atender todas as demandas da população afetada por um desastre, priorizam-se as doenças físicas e deixam de se preocupar com a saúde mental das pessoas, porque as
 sequelas na saúde mental não são evidentes e imediatas, porém é a causa de futuros suicídios e do aumento da violência, do abuso do álcool, das gravidezes não desejadas e das doenças sexualmente transmissíveis. O correto e preventivo apoio às vitimas de desastres, inclui dar prioridade e atenção tanto aos padecimentos físicos como aos fatores psicológicos, fazendo com que as perdas de vidas e bem materiais deixem o mínimo de sequelas negativas para o desenvolvimento pessoal e comunitário.
Nas palavras do autor, numa intervenção em situações de desastres, os trabalhadores de saúde mental e os profissionais em geral não devem substituir a população naquilo que ela pode resolver por si mesma. É mais conveniente trabalhar no fortalecimento e recomposição das redes psicossociais de apoio; as pessoas deve estar corretamente informadas para obter um nível de participação na tomada de decisões sobre sua comunidade e sua pessoa. Essas recomendações permitiriam impulsionar e promover os indicadores de saúde mental antes mencionadas a fim de garantir a saúde integral.
VÍTIMAS E SAÚDE MENTAL
 
A maior marca que um desastre deixa na vida das pessoas é a sensação de perda, sejam perdas materiais ou imateriais, ambos causam impacto na vida das pessoas, da comunidade em que vivem e na sociedade onde se organizam.
Um desastre seja ele natural ou social é capaz de modificar a estrutura psicológica familiar e social das vitimas. É possível caracterizar como as vítimas que se envolveram diretamente no desastre, que sofreram de forma direta perdas e/ou lesões físicas. Sabendo que o desastre não é um problema individual e sim social, é possível ampliar a ideia de que as
 vítimas são apenas aquelas pessoas referidas acima e pensar que aquelas pessoas que se sentem afetadas em seu psiquismo e em seus vínculos, ou seja, aquelas pessoas que sentem que sua saúde mental está comprometida também são vítimas.
O TRABALHADOR DE SAÚDE MENTAL (TSM)
Um Trabalhador de Saúde Mental deve ser sensível diante da dor das pessoas, deve saber ouvir os desabafos sem opinar, respeitar, respeitar as decisões das pessoas e saber trabalhar tanto individual como grupalmente. Apesar do contexto de destruição, pobreza e angustia que esse profissional se insere é necessário conter sua sensibilidade de forma a não querer resolver todos os problemas das pessoas esquecendo-se de sua verdadeira atribuição, que é atender a saúde mental das vítimas. É importante reconhecer que para a intervenção obter resultados é necessário que o TSM, tome cuidados com sua própria saúde mental, uma vez que seu campo de intervenção trata-se de um ambiente demasiadamente conturbado e estressante.

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