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RECEPTAÇÃO
Previsão Legal: Art. 180, do Código Penal.
Tem a modalidade dolosa e culposa;
CAPUT: dolosa
Objeto jurídico: o patrimônio
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o autor ou co-autor do crime original.
Sujeito passivo: é o próprio sujeito passivo do crime de que adveio a coisa receptada.
Pressuposto: É indispensável, para a configuração da receptação, que a coisa seja “produto de crime”, pois sem tal pressuposto não há receptação. Não basta que seja de contravenção penal.
Objeto material: Deve ser coisa móvel (ou imóvel mobilizado).
Tipo objetivo: 
Receptação própria: 1ª parte do “caput”
adquirir (aquisição onerosa ou gratuita)
receber (a qualquer título)
transportar (levar, carregar)
conduzir (guiar, dirigir)
ocultar (esconder ou tornar irreconhecível);
Receptação imprópria: 2ª parte do “caput”
Comportamento de influir (sugerir, inspirar) para que terceiro de boa-fé a adquira, receba ou oculte. Deve ser observado que a Lei nº 9426/96 deixou de incluir a influência no sentido de que o terceiro de boa-fé conduza ou transporte a coisa produto de crime.
Tipo subjetivo:
1 Tanto na receptação própria como imprópria é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente da prática da receptação. 
2 NÃO BASTA O DOLO EVENTUAL, uma vez que a lei se utiliza da expressão “que sabe ser produto de crime”. Compara-se com a elementar “deve saber”, prevista no § 1º, do art. 180, que trata da receptação qualificada.
3 Deve haver o especial fim de agir, no sentido de
4 Para a maioria da doutrina, o dolo deve ser antecedente, não bastando o dolo subseqüente.
5 A culpa dá lugar a receptação culposa – art. 180, § 3º, CP
Consumação:
RECEPTAÇÃO PRÓPRIA: o crime é material, consumando-se com a efetiva aquisição, recebimento, transporte, condução ou ocultação (na ocultação é crime permanente).
RECEPATÇÃO IMPRÓPRIA: o crime é formal, consumando-se com a conduta idônea de influir. Parte da doutrina (minoritária), entende que se trata de crime material, exigindo que o terceiro de boa-fé seja efetivamente induzido.
Tentativa:
RECEPTAÇÃO PRÓPRIA: admite-se.
RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA: não se admite.
Concurso de crimes: O crime será único, ainda que o agente adquira coisas originárias de diversos delitos, desde que faça de uma só vez. Em caso contrário, poderá haver crime continuado ou concurso material de crimes.
Confronto: 
1 Se a receptação foi feita com outro fim de agir, poderá tipificar o crime de favorecimento real (art. 349): objeto receptado com o fim de gerar proveito para o próprio autor do crime que motivou a obtenção criminosa da coisa.
2 Se o objeto for moeda falsa (art. 289, § 1º).
3 Se for mercadoria produto de contrabando ou descaminho (art. 334, 1º, “d”).
4 Se for fita de vídeo (art. 184, § 2º)
RECEPTAÇÃO QUALIFICADA – art. 180, § 1º e 2º
Objeto jurídico: o mesmo do caput.
Sujeito ativo: só o comerciante ou industrial (crime próprio)
Tipo objetivo:
Condutas previstas de forma alternativa. Atividade comercial, exige permanência.
Tipo subjetivo: É o dolo eventual. Entende-se que a expressão “deve saber” se refere ao dolo eventual e não a culpa consciente. E é assim porque a receptação culposa está expressamente prevista na lei.
Inconstitucionalidade do § 1º: Fere o princípio da proporcionalidade. Aplica-se a pena do “caput”.
Consumação: crime material. Com a prática das condutas do tipo.
Tentativa: admite-se.
 
Norma penal em branco: o Código Comercial, e agora o novo Código Civil, definem o conceito de atividade comercial ou industrial.
RECEPTAÇÃO CULPOSA – ART. 180, § 3º, CP
Competência do juizado especial criminal;
Objeto jurídico, sujeito ativo e passivo: o mesmo do “caput”.
Tipo objetivo: 
Adquirir e receber (excluídas as de transportar, conduzir, ocultar e influir, próprias da figura dolosa simples (do caput), bem como excluída a conduta de ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar (do § 1º)).
TRÊS INDÍCIOS ESTABELECEM A PRESUNÇÃO DE CULPA: a) natureza da coisa; b) desproporção entre o valor e o preço; c) condição de que oferece. CELSO DELMANTO FAZ UMA RESSALVA, NO SENTIDO DE QUE TAIS HIPÓTESES “NÃO IMPLICAM NECESSARIAMENTE NA EXISTÊNCIA DA CULPA”. 
Consumação: no momento em que a coisa é adquirida ou recebida.
Tentativa: inexiste tentativa, nos crimes culposos.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA – ARTIGO 180, § 6º, CP
Empresa concessionária de serviço público: trata-se de pessoa jurídica de direito privado que executa em seu nome, por sua conta e risco, serviço de natureza pública, mediante delegação contratual ou legal do Poder Público, sendo remuneradas por tarifa, na forma regulamentar (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, p. 318-324).
Sociedade de economia mista: trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e na sua administração, criadas para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, p. 318-324).
GENERALIDADES – RECEPTAÇÃO DOLOSA SIMPLES 
E QUALIFICADA E CULPOSA:
1) Necessidade do acusado ter a certeza quanto a origem criminosa do bem.
2) Há entendimento de que caberia a inversão do ônus da prova, para que o acusado provasse a origem. 
3) Na modalidade de ocultação, entende que se trata de crime permanente.
4) O pedido de resgate, por quem encontrou a coisa, por entendimento jurisprudencial, tem sido considerado como crime de receptação. Há dúvidas, podendo caracterizar o delito de apropriação indébita.
5) Pode haver receptação de receptação.
6) Crime-meio, no caso do agente que recepta o talão de cheques furtado, e passa a usá-lo no comércio local. 
7) Desmanche: caracteriza do crime de receptação.
8) O crime de receptação não absorve o delito do art. 311, do CP.
9) AUTONOMIA DA RECEPTAÇÃO. Não há necessidade de ser instaurado inquérito ou ação penal para apurar a prática do crime anterior, podendo tal comprovação ser realizada no curso do processo que apura o delito de receptação. ISTO DECORRE DA PREVISÃO CONTIDA NO § 4º, DO ARTIGO 180, DO CÓDIGO PENAL.
10) Persiste a receptação, mesmo que o crime anterior tenha sido praticado por inimputável, como é o caso do menor de idade.
11) Segundo STF, “o simples fato de alguém não poder saber explicar a procedência das coisas que tinha em seu poder, de modo nenhum tipifica o ilícito de receptação (STF, RTJ 60/401).
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 181, do Código Penal: é isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o patrimônio em prejuízo de:
I – Cônjuge, na constância da sociedade conjugal: persiste a isenção se for separado de fato.
II – Ascendente ou descendente, seja pelo parentesco civil ou natural.
- Pela doutrina é conhecido como imunidade. O prejudicado pode propor as medidas civil cabíveis contra o autor protegido pela imunidade penal, e esta não é extensível aos estranhos que participaram do delito. Com isso, não há exclusão do crime, mas fica obstada a imposição de sanção penal.
EXCEÇÕES: Art. 183, do CP: Não se aplica a isenção: a) se o crime é de roubo ou extorsão, ou em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; b) ao estranho que participa do crime; c) se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
Artigo 182, do Código Penal: Somente se procede mediante representação se o crime contra o patrimônio é cometido em prejuízo:
I – do cônjuge separado judicialmente;
II – de irmão
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
EXCEÇÕES: Art. 183, do CP: Não se aplica a isenção: a) se o crime é de roubo ou extorsão, ou em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; b) ao estranho que participado crime; c) se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.

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