Prévia do material em texto
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL– MG Instituto de Ciência e Tecnologia Disciplina: Laboratório de Engenharia Química I Comment by Usuario: Seria melhor colocar essa parte em baixo do título do relatório Orientador(a): Giselle Sancinette Comment by Usuario: Sancinetti AMANDA BERNARDES ARCAS LETÍCIA SANTOS CARVALHO DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO – MÉTODO DAS CONCENTRAÇÕES EM EXCESSO (TITULOMÉTRICO) Poços de Caldas – MG Outubro 2017 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo determinar a ordem da reação de decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2) por meio da reação entre os íons com o iodo formado na reação entre o peróxido de hidrogênio e os íons iodetos. Utilizou-se ácido sulfúrico (H2SO4) como catalisador, amido como indicador e tiossulfato de sódio (Na2S2O3) como agente redutor. O método utilizado para realizar o experimento foi o método das concentrações em excesso, empregando análise titulométrica. Os resultados do experimento mostraram que, dentre as ordens de reação 0, 1 e 2, a que melhor se ajusta a um R² mais próximo de 1 é a reação de segunda ordem, sendo a velocidade específica (k) de 4,4053 (L.mol-1. s-1). OBJETIVO Determinar a ordem da reação de decomposição do peróxido de hidrogênio utilizando o método das concentrações em excesso, empregando análise titulométrica. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS 1 pipeta de 2ml; 1 pipeta de 5ml; 1 pipeta de 10ml; 1 pipeta de 20ml; 1 béquer de 500ml; 1 bureta de 25ml; 1 proveta de 200ml; 1 proveta de 20ml; Cronômetro; Termômetro; Agitador magnético sem aquecimento; Água oxigenada (0,053M); 500ml de água destilada; 100ml de iodeto de potássio (1M); 50ml de ácido sulfúrico (3M); 300ml de tiossulfato de sódio (0,1M); 50ml de amido (0,5%). METODOLOGIA Adicionou-se, inicialmente, 25ml de tiossulfato de sódio (0,1 M) em uma bureta. O béquer foi preenchido com 150ml de água destilada, 20ml de KI (1M), 10ml de H2SO4 (3M), 2ml de Na2S2O3 contido na bureta e 5ml da solução de amido (0,5%). A adição foi feita nessa ordem específica. Posicionou-se o béquer sob o agitador magnético e iniciou-se a agitação. Então, aferiu-se a temperatura da solução. Em uma proveta adicionou-se 20ml de H2O2 e a mesma foi virada no béquer sob agitação, acionando o cronômetro no mesmo momento. Ao ser percebida mudança na coloração da solução para o azul, marcou-se o tempo e adicionou-se mais 2ml da solução da bureta. A solução retornou a cor inicial e novamente, ao ficar azul, marcou-se o tempo e adicionou-se mais 2ml de tiossulfato de sódio. Repetiu-se a titulação 9 vezes e o experimento foi realizado em duplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO O método das concentrações em excesso foi utilizando empregando análise titulométrica, para a determinação da reação em excesso. Comment by Usuario: Em excesso utilizado foi Os tempos de viragem das colorações encontram-se dispostos na Tabela (1), estes foram obtidos a partir das médias entre os tempos do experimento em duplicata. Tabela (1): Tempo de titulação para cada uma das 9 adições de tiossulfato de sódio. Titulação Tempo Comment by Usuario: unidade 1 27,585 2 59,82 3 91,585 4 132,32 5 181,52 6 239,8 7 323,64 8 451,695 9 697,635 A relação estequiométrica entre o peróxido de iodo é os íons do iodeto de potássio podem ser vistas pela Equação (1). (1) O tiossulfato de sódio foi utilizado para encontrar a ordem de reação, uma vez que este age como agente redutor. Os íons S2O32- reagem com o iodo formado, sendo todo o iodo produzido convertido outra vez em iodeto, ocorrendo novamente a reação. Essa reação pode ser vista na Equação (2). (2) O número de mols de H2O2 pode ser calculada a partir da Equação (3), uma vez que o volume utilizado era conhecido (20ml) e a molaridade do mesmo era de 0,053M. (3) Em que: M é a molaridade (mol/L), n é o número de mols e V é o volume da solução. O resultado obtido a partir do isolamento e n na Equação (3) foi de 0,0106 mol de H2O2. O mesmo foi realizado para obter o número de mols de tiossulfato de sódio contidos em 2ml. O valor encontrado foi de 0,0002 mols de N2S2O3. É possível perceber a partir da Equação (2) que a proporção estequiométrica o é 2:1. Enquanto, pela Equação (1) percebe-se a proporção de 1:1. Com essa relação, chega-se ao valor de 0,0001 mols consumidos de H2O2 a cada titulação. A variação do mesmo com o tempo pode ser observada na Tabela (2). Tabela (2): Variação da concentração H2O2 no reator durante a reação. Titulação Volume no reator (l) n H2O2 Molaridade H2O2 (mol/l) [H2O2] inicial - [H2O2]final 1 0,207 0,00106 0,00512 0,00000 2 0,209 0,00096 0,00459 0,00010 3 0,211 0,00086 0,00408 0,00020 4 0,213 0,00076 0,00357 0,00030 5 0,215 0,00066 0,00307 0,00040 6 0,217 0,00056 0,00258 0,00050 7 0,219 0,00046 0,00210 0,00060 8 0,221 0,00036 0,00163 0,00070 9 0,223 0,00026 0,00117 0,00080 Em reatores batelada, a equação de projeto pode ser obtida a partir da Equação (4). −𝑟𝐴 = −𝑑 𝑑𝑡 = . 𝐶 (4) Em que: 𝐶A é a concentração do reagente A; 𝐶B é a concentração do reagente B; 𝛼 é a ordem da reação com relação ao reagente A; 𝛽 é a ordem da reação com relação ao reagente B; 𝑘 é a velocidade específica da reação. A ordem global da reação é obtida pela soma dos expoentes da Equação (4). Para reações de ordem zero, a velocidade da reação é independente das concentrações dos reagentes. Para reações de primeira ordem, a velocidade de reação é proporcional à concentração de um dos reagentes, já para as de segunda ordem, é proporcional à soma dos coeficientes dos reagentes que deve ser igual a dois. No experimento em questão, a ordem da reação pode ser encontrada através da Equação (5), uma vez que as concentrações de iodeto de íons hidrogênios são constantes. − = 𝑘[𝐻2𝑂2 (5) A velocidade de reação também pode ser determinada pela Equação (6). (6) Assumindo reações de ordem zero, 1 e 2, deve-se substituir α por esses valores para plotar os gráficos de cada uma dessas ordens de reação. Assim, o gráfico de reação de ordem zero pode ser plotado relacionando a Equação (5) e a (7), substituindo o valor integrando-a. − = 𝑘. 𝑡 (7) O gráfico obtido encontra-se na Figura (1). Figura (1): Gráfico para reação de ordem zero. A equação do gráfico pode ser comparada à equação geral da reta, sendo o coeficiente angular da reta o valor de k e x o tempo. O mesmo processo foi realizado para encontrar o gráfico de ordem 1, sendo sua integração exibida pela Equação (8). (8) O gráfico exibido na Figura (2) foi plotado com base na Tabela (3). Tabela (3): Dados para a plotagem da reação de primeira ordem. Titulação Tempo Comment by Usuario: Unidade ln ([H2O2] inicial / [H2O2] final) 1 27,585 0,00000 2 59,82 0,09909 3 91,585 0,20909 4 132,32 0,33271 5 181,52 0,47378 6 239,8 0,63809 7 323,64 0,83480 8 451,695 1,07992 9 697,635 1,40534 Figura 2: Gráfico da reação de primeira ordem. Para a reação de segunda ordem, com sua substituição e integração, obtém-se a Equação (9). (9) Comparando-a com a equação da reta, temos novamente o coeficiente angular igual a k e x equivalente ao tempo. O gráfico exibido na Figura (3) foi plotado a partir dos dados da Tabela (4). Tabela (4): Dados para plotagem do gráfico de segunda ordem. Titulação Tempo Comment by Usuario: Unidade 1/[H2O2]final - 1/[H2O2]inicial 1 27,585 0,00000 2 59,82 98,27044 3 91,585 219,394474 132,32 372,39325 5 181,52 571,75529 6 239,8 842,31806 7 323,64 1230,51682 8 451,695 1834,38155 9 697,635 2902,75762 Figura (4): Gráfico de reação de segunda ordem. Para comparar os gráficos das ordens de reação e comparar os ajustes, construiu-se a Tabela (5) com os valores de k e de R², baseado nas equações de reta dos gráficos. Tabela (5): valores de R² e k para as ordens de reação. Ordem R² k 0 0,8697 1E-06 (mol. L-1.s-1) 1 0,968 0,0021 (s-1) 2 0,9988 4,4053 (L.mol-1.s-1) Comparando os valores de R² para cada uma das linearizações, tem-se que o melhor ajuste foi o da reação de segunda ordem, visto que o valor de R² aproxima-se mais de 1. É possível observar, que mesmo para valores de R² próximos de 1 há pontos no gráfico que afastam-se significativamente fora da reta. Isso pode ter ocorrido por fatores como diferença de tempo para a adição do tiossulfato ou adição em tonalidades mais ou menos fortes do azul. Outro motivo podem ser erros nas concentrações dos reagentes. CONCLUSÃO A determinação da ordem de reação foi determinada com base na reação entre H2O2, íons de iodo e de hidrogênio. A ordem de reação encontrada foi 2, sendo a velocidade específica (k) de 4,4053 (L.mol-1. s-1). Comment by Usuario: Ficou uma frase meio repetitiva Esperava-se que a ordem encontrada fosse 1, o que não foi obtido, provavelmente devido a erros nos momentos das marcações de tempo, concentrações de reagentes e à mudança muito rápida da coloração. Comment by Usuario: Poderiam ter comentado isso na discussão REFERÊNCIAS SKOOG, A. D. et. al. Fundamentos de Química Analítica. Tradução da 8ª edição norte-americana. São Paulo: Thomson, 2006. FOGLER, H. Scott. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4ªed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.