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Aula 07 Curso: Administração Geral e Pública p/ INSS (código ADMIN) Professor: Carlos Xavier Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 132 AULA 07: Cultura e clima organizacional. Motivação. SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras iniciais 2 2. Cultura organizacional. 3 2.1. Vantagens e desvantagens da cultura organizacional. 15 3 Clima organizacional. 17 4. Motivação. 23 4.1. Hierarquia das necessidades de Maslow. 24 4.2. Teoria ERC de Aldefer. 26 4.3. Teoria X e Teoria Y de McGregor. 28 4.4. Teoria dos Dois Fatores de Herzberg. 29 4.5. Teoria das Necessidades de McClelland. 31 4.6. Teoria do Estabelecimento de Objetivos. 32 4.7. Teoria da Autoeficácia. 34 4.8. Teoria do Reforço. 35 4.9. Teoria da Equidade. 36 4.10. Teoria da Expectativa. 39 5. Questões comentadas. 41 6. Lista de questões. 100 7. Gabarito. 131 8. Bibliografia principal. 132 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 132 1. Palavras iniciais. Oi Pessoal! Estou de volta para mais uma aula preparatória para o seu concurso. Hoje estudaremos dois importantes tópicos teóricos: a cultura organizacional e a motivação. Além disso, resolvi trazer também o tópico “clima organizacional”, pois este tem tradição de andar junto em provas com “cultura organizacional”, mesmo quando a banca não o menciona! Ao final da aula, como é de praxe, trouxe as questões da FUNRIO que encontrei, complementadas por dezenas de questões de outras bancas! Um abraço e bons estudos! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 132 2. Cultura organizacional. As culturas, de forma geral, podem ser coletivistas ou individualistas. Este aspecto da cultura também se reflete sobre as organizações, que podem ser mais voltadas para o indivíduo ou para as equipes (como veremos mais à diante). Neste sentido, culturas coletivistas são aquelas na qual o grupo é mais importante que o indivíduo. É o caso da cultura japonesa. No outro lado do espectro, encontram-se as culturas individualistas, que estão mais centradas nos indivíduos, e não na coletividade. É o caso da cultura norte- americana. A depender se a cultura é mais coletivista ou individualista, ela exercerá controle sobre o comportamento dos indivíduos de diferentes maneiras. No caso das culturas coletivistas, a pressão social externa é a principal forma de controle exercida pela cultura sobre seus indivíduos. Nas culturas individualistas, o próprio indivíduo realiza o seu controle, que é exercido internamente. Neste sentido, o sentimento de culpa exerce papel primordial, dando destaque ao autorrespeito que os indivíduos sentem. O mesmo raciocínio pode ser aplicado às organizações: aquelas que possuem culturas coletivistas (centrada nos grupos) têm cultura cujo controle é predominantemente externo (feito por outros membros do grupo), enquanto as que possuem culturas individualistas (centrada nos indivíduos) têm culturas cujo controle é predominantemente interno ao indivíduo. Uma vez apresentados estes conceitos sobre cultura em geral e sua interface com as organizações, vamos ao que mais interessa: a cultura organizacional! 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 132 - Então, o que é cultura organizacional? -Resposta: Ela é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por meio de valores, normas, atitudes e expectativas compartilhadas na organização. Assim, a cultura organizacional representa o modo institucionalizado de pensar e agir da organização, sendo perceptível na forma que seus funcionários se comportam, na forma de realizar negócios, na lealdade dos funcionários, etc.. Trata-se das normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros da organização, direcionando suas ações para os objetivos organizacionais. Deste modo, os padrões culturais agem como um mecanismo de controle organizacional mais sutil do que os tradicionais. Robbins et al. (2010) argumentam que existem sete características essenciais que ajudam a capturar a essência da cultura de uma organização. Para considerá-las, é preciso entender que, para cada uma delas, as organizações podem dar muita ou pouca ênfase, existindo inúmeros pontos intermediários entre esses dois extremos. As sete características estão dispostas a seguir: 1. Grau de inovação: trata-se do grau de estimulo dado aos funcionários para que sejam inovadores e assumam o risco da inovação; 2. Atenção aos detalhes: trata-se da precisão, análise e cuidado com os detalhes que se espera dos funcionários; 3. Orientação para resultados: trata-se do grau no qual o foco da direção está direcionado aos resultados e não aos processos e técnicas utilizados para alcançá-los; 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 132 4. Foco na pessoa: trata-se do grau em que a direção da organização considera o impacto de suas decisões sobre o seu pessoal durante o processo de tomada de decisões; 5. Foco na equipe: trata-se do grau em que a organização do trabalho está mais voltada para as equipes e não para os indivíduos; 6. Agressividade: trata-se do grau de agressividade e competitividade das pessoas na organização, em oposição à tranquilidade que poderia existir; 7. Estabilidade: trata-se do grau de estabilidade enfatizada pela organização, que busca a manutenção do status quo ao invés do crescimento organizacional. Devemos entender ainda que a cultura não é uniforme por toda a organização, havendo uma cultura dominante - que representa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros da organização - e subculturas - que são valores compartilhados por grupos específicos da organização. Uma empresa famosa por possuir uma cultura agressiva, pouco estável e com orientação para resultados é a AMBEV. Tratam-se de traços marcantes de sua cultura dominante. Apesar disso, a subcultura de um centro de pesquisas da empresa é substancialmente diferente daquela de uma base de distribuição de bebidas, uma vez que, na primeira, o foco pode recair mais sobre a valorização da inovação, enquanto na segunda,a necessidade de inovação será menor e, potencialmente, esse valor estará menos enraizado. A cultura pode ser forte ou fraca. A cultura forte é aquela que é compartilhada por todos os membros da organização, havendo pouca divergência de opiniões sobre seus pontos principais e alto impacto sobre o comportamento dos funcionários. A cultura fraca é aquela que não está amplamente enraizada em todos os membros, por isso eles possuem várias 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 132 divergências sobre suas questões culturais centrais, gerando baixo impacto no comportamento dos funcionários. A cultura organizacional pode ser ainda adaptativa ou conservadora. Culturas adaptativas possuem características que fazem com que elas se adaptem mais facilmente a mudanças de padrões, paradigmas, normas, comportamentos, etc. As culturas conservadoras são justamente o contrário: favorecem a manutenção das coisas do jeito que estão. Nela, as ideias certas são as que já existem, os paradigmas devem ser mantidos, etc. Alguns aspectos da cultura organizacional são mais facilmente perceptíveis do que outros. Voltemos ao caso da AMBEV. A estratégia de remunerar os executivos por meios de grandes bônus associados aos resultados é facilmente perceptível e associável à sua orientação para os resultados. Apesar disso, certos comportamentos do grupo de funcionários, que podem “deixar de fora” as pessoas que não apresentam desempenho satisfatório, podem existir em culturas desse tipo, mas são de difícil detecção. O caso da AMBEV deixa claro ainda uma outra coisa: as organizações podem criar conscientemente a sua própria cultura de diferentes formas, partindo, muitas vezes, da visão dos lideres organizacionais, da missão organizacional, dos valores organizacionais, dos padrões e princípios estabelecidos pela alta cúpula organizacional ou pelos fundadores. A AMBEV é competitiva e orientada para resultados por conta de uma decisão empresarial, que serviu de base para a criação de mecanismos que fortalecessem estes aspectos em sua cultura organizacional. Você deve ter em mente também que a cultura organizacional possui diferentes dimensões. Kanaane (1999) considera que a cultura organizacional como sendo composta de três dimensões: • Material: é uma dimensão relativa ao sistema produtivo da organização. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 132 • Psicossocial: dimensão relativa ao sistema de comunicação e à forma de interação dos membros da organização. • Ideológica: é a dimensão relativa ao sistema de valores da organização. Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o iceberg da cultura organizacional. Os aspectos visíveis e invisíveis da cultura organizacional formam o iceberg da cultura organizacional que possui, no topo, os aspectos visíveis da cultura organizacional, enquanto vários outros aspectos estão submersos abaixo da “linha d’água”. O iceberg é apresentado na figura a seguir: Aspectos formais e visíveis • Estrutura organizacional • Títulos e descrições de cargos • Objetivos e estratégias • Tecnologia e práticas da organização • Políticas e diretrizes explicitas da empresa • Métodos e procedimentos utilizados • Outras questões visíveis Aspectos informais e invisíveis • Valores • Expectativas • Padrões de influência e poder • Percepções e atitudes das pessoas • Sentimentos e normas de grupos • Interações informais típicas • Normas de como agir em grupo • Afetividade • Etc. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 132 Pessoal, vocês devem ter em mente ainda que o iceberg pode ser estruturado em função dos níveis dos componentes da cultura organizacional, que são 3: 1. Artefatos: São visíveis, superficiais e perceptíveis. Quando eu penso em “artefatos” penso em antiguidades de colecionadores, como vasos antigos, por exemplo, que nada mais são do que artefatos da cultura que os produziu. Assim é certeza de acertar na prova: eles são visíveis! Representam o primeiro nível da cultura organizacional. Símbolos, heróis, lemas, eventos da organização são exemplos de artefatos. No caso da AMBEV, poderíamos pensar nos treinamentos dados ao funcionário para vender cada vez mais e nos prêmios em dinheiro e em benefícios para funcionários de alta performance. 2. Valores compartilhados: Eles não são visíveis, pois estão enraizados nas pessoas. Constituem o segundo nível da cultura organizacional e funcionam como justificativas para o seu comportamento. Como já vimos, o valor de agressividade e foco nos resultados é dominante na AMBEV. Os valores geralmente são explicitados na estratégia empresarial, representando aquilo que é importante para nortear a organização no caminho para o sucesso. Não custa nada dizer: NÃO se trata de dinheiro, pessoal. A imagem é só para ajudar a memorizar! 3. Pressuposições básicas: É o terceiro nível da cultura organizacional, sendo o mais intimo, 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 132 profundo e oculto da cultura. É aqui que se encontram as crenças inconcientes, percepções, tabus, sentimentos e pressuposições básicas que regem o pensamento das pessoas. Muitas vezes a maneira de se fazer as coisas na organização é regida pelas pressuposições básicas É importante destacar que, para que se realize um diagnóstico cultural na organização, diversos instrumentos devem ser utilizados a fim de capturar os diversos aspectos da cultura organizacional. Entre eles, destacam- se as entrevistas, pesquisas de opinião, questionários, observação, análise de documentos, pesquisa etnográfica e outras técnicas quantitativas e qualitativas. Quanto à aprendizagem da cultura organizacional pelos funcionários, ela se dá através de diferentes formas. As mais importantes para a aprendizagem da cultura são as histórias, rituais, símbolos e linguagem. Vamos ver cada uma delas: • Histórias e mitos: São constituídas pelos contos e histórias sobre o fundador da organização, memórias sobre momentos críticos para a organização, regras de conduta, etc. Na cultura organizacional, os acertos e erros da organização no passado são a base para a legitimação das práticas atuais. • Rituais: São sequencias de atividades repetitivas na organização que reforçam a forma de pensar e agir vigente e os valores organizacionais. Sob outra perspectiva, considera-se que ritual é um conjunto de técnicas e comportamentos padronizados que lida com ansiedades, mas que raramente produz consequências práticas (Trice e Beyr, 1985, apud Huppes, 2008). Eles reforçam quais são os objetivos mais 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do SeguroSocial (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 132 importantes, quais as pessoas que são importantes e quais são dispensáveis (Robbins, 2010). • Símbolos materiais: A organização física do local de trabalho, a arquitetura, o tamanho dos móveis e o layout do escritório, etc., tudo isso ajuda a definir o grau de diferenciação entre as pessoas e os comportamentos tipicamente aceitos. Constituem a comunicação não verbal da organização. • Linguagem: a linguagem é um meio de identificação efetivo das pessoas dentro de uma cultura ou subcultura da organização. Formas de falar, gírias próprias, tons de fala, maior ou menor formalização da linguagem, etc. fazem parte da cultura organizacional e, para pertencer ao grupo, os indivíduos devem estar adequados também à linguagem adotada. • Ritos: são atividades mais elaboradas, dramáticas e planejadas que consolodam várias formas de expressão cultural em um evento e que têm consequências práticas expressivas (Trice e Beyer, 1985, apud Huppes, 2008). Para Beyer e Harrison o ritos podem ser de diferentes tipos, conforme apresentado no quadro: Tipos de ritos Exemplos Manifestação, consequências sociais expressivas Exemplos de possíveis consequências expressivas Ritos de passagem Iniciação e treinamento básico no Exército dos EUA Facilidade de transição de pessoas dentro dos papéis sociais e estatutos que são novos para estas - Minimizar mudanças nas formas como as pessoas cumprem seus papéis sociais - Restabelecer o equilíbrio nas relações sociais em andamento Ritos de degradação Substituição de altos executivos Dissolução das identidades sociais e do seu - Acusar publicamente a presença de um problema existente e os seus detalhes 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 132 poder - Defender as fronteiras do grupo através da redefinição de quem permanece e de quem não pertence mais ao mesmo - Reafirma a importância social e o valor dos papeis envolvidos Ritos de reforço ou confirmação Seminários da Mary Kay Cosmetics Reforço das estruturas sociais e do seu poder - Divulgar as boas notícias sobre a organização - Proporcionar o reconhecimento público das pessoas para as suas realizações e motivas outros esforços semelhantes - Habilitar a organização para levar algum crédito por realizações individuais - Enfatizar os valores sociais relacionados à performance dos papéis sociais Ritos de renovação ou reprodução Atividades de desenvolvimento organizacional Remodelagem das estruturas sociais e melhoria nas suas formas de funcionamento - Tranquilizar os membros de que alguma coisa está sendo feita no que diz respeito à solução dos problemas - Disfarçar a natureza dos problemas - Adiar o reconhecimento do problema - Focar a atenção em alguns problemas em função de outros - Legitimar e reforçar os sistemas existentes de poder e autoridade Ritos de redução de conflitos Negociação coletiva Redução dos conflitos e da agressividade - Desviar a atenção para a solução de problemas - Compartilhamento dos conflitos e dos seus efeitos perturbadores - Restabelecimento do equilíbrio em relações sociais perturbadas Ritos de integração Festa de Natal do escritório Encoraja e revive sentimentos - Permite a manifestação de emoções e do afrouxamento temporário de várias normas - Reafirmar e reiterar, através do contraste, a correção moral das normas habituais. Fonte: adaptado de Huppes (2008) 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 132 Ainda sobre ritos, vamos ver o que Huppes (2008) diz de cada um dos tipos existentes: Os ritos de passagem são utilizados, principalmente, na entrada e inserção do indivíduo no meio organizacional, quando esse passa pela fase primária de socialização. Também são adequadamente empregados na mudança de papéis e status profissional, facilitando a transição dos indivíduos. Os ritos de degradação estão associados à dissolução de identidades sociais e perda de poder de um indivíduo. Geralmente, este, além de ter sua imagem denegrida e associada a algum fracasso, é excluído do cargo ou status que ocupa. Já os ritos de reforço ou confirmação, ao contrário dos ritos de degradação, têm como objetivo divulgar e exteriorizar os resultados positivos e o sucesso, fortalecendo identidades socia is e seu poder. Dessa forma, estes ritos estimulam a motivação dos membros da organização. Os ritos de renovação ou reprodução são os que se relacionam ao fortalecimento das atividades de crescimento e desenvolvimento gerencial e organizacional. Devido à instabilidade do contexto organizacional, esses ritos vêm sendo utilizados de forma intensa pelas empresas. Os ritos de redução de conflitos são vistos como uma forma de criar meios para a convergência de opiniões ou posições organizacionais com a finalidade de reduzir os conflitos e agressões. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 132 Os ritos de integração encorajam, revivem e enaltecem os sentimentos comuns, procurando criar espaço para uma integração de diversas correntes distintas, em torno de um objetivo único, de acordo com as necessidades e expectativas da organização. Esse tipo de rito agrega e mantém os indivíduos em um sistema social. Como foi visto, a cultura exerce forte influencia sobre a organização como um todo. Destaco ainda que a cultura organizacional também exerce forte impacto sobre o seu desempenho econômico. Em ambientes bastante competitivos, onde as mudanças e incertezas são predominantes, é notável que a cultura pode exercer um impacto mais forte sobre o desempenho e os resultados organizacionais do que o aspecto físico da estrutura, seus sistemas e estratégias utilizados. Se a cultura for compatível com esse ambiente, favorecerá o bom desempenho. Se não for, poderá levar a organização a um desempenho ruim. Na verdade, em ambientes turbulentos, a cultura deve ser mobilizada em seus aspectos mais apropriados com o objetivo de ajudar a organização a enfrentar a realidade de curto prazo que se apresenta. Se a cultura se mostrar inadequada para a realidade organizacional de longo prazo, ela poderá ser modificada, apesar de se tratar de uma mudança difícil e demorada. As culturas só mudam no médio e no longo prazo, pois demoram muito para sofrer modificações por conta de seu caráter profundamente arraigado nas pessoas. Além disso, mesmo mudando, há uma tendência de que a cultura mantenha a sua “personalidade”, que são os seus traços e valores mais profundos. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof.Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 132 Sobre este assunto, você deve saber ainda que o fato da cultura organizacional ser profundamente arraigada e difícil de ser modificada pode constituir uma importante barreira à mudança organizacional, especialmente em culturas fortes (e não fracas) e conservadoras (e não adaptativas). - OK Carlos, mas o que é cultura empresarial? - R.: O termo cultura empresarial é, muitas vezes, tido como sinônimo de cultura organizacional, mas podemos dizer que ele é mais específico. Deve ser destacado que por ser empresarial este conceito de cultura está relacionado diretamente com empresas, que são organizações que exploram economicamente alguma atividade, ou seja, que visam o lucro. Assim como a cultura organizacional é marcada pelos aspectos culturais do ambiente como um todo, a cultura de uma empresa também é marcada por aspectos externos, em especial do seu ramo de atividade. Assim, ela possui tanto aspectos internos quanto externos. Bancos comerciais, por exemplo, costumam partilhar aspectos culturais voltados para o desempenho e cumprimento de metas e para a interação com os clientes, por exemplo. Além disso, podemos dizer ainda que a empresa, é uma cultura organizacional única, com suas próprias características, representadas na forma de pensar e de agir de seus colaboradores, diferenciando-se das demais. Com isso em mente, vamos revisar rapidamente as principais vantagens e desvantagens da cultura organizacional. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 132 2.1. Vantagens e desvantagens da cultura organizacional. Neste tópico, vou destacar rapidamente as principais vantagens e desvantagens que a cultura organizacional pode apresentar para a organização. Vocês verão que muito do que será dito aqui já foi dito de outra forma na parte anterior da aula. O objetivo aqui é de que você possa reforçar este conhecimento, já que as bancas podem falar desta forma na hora da prova: VANTAGENS: • Uma cultura forte tende a evitar o surgimento de problemas internos, reduzindo o nível de conflitos; • Uma cultura forte desenvolve uma imagem clara sobre a organização; • Uma cultura forte proporciona um senso de identidade aos membros de uma organização. • A cultura demarca claramente as diferenças entre diferentes organizações. • Uma cultura forte possibilita melhor controle pela gestão; • Uma cultura adaptativa permite uma melhor adaptação da organização ao meio; • Uma cultura forte favorece o comprometimento dos colaboradores com a organização. DESVANTAGENS: • Uma cultura forte pode dificultar os processos de mudança e adaptação da organização, fazendo com que as pessoas não aceitem bem os processos de mudança; 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 132 • Uma cultura forte pode dificultar a aceitação da diversidade na organização. Agora que você já está craque em cultura organizacional, vamos estudar o clima organizacional, para que você não confunda os dois conceitos. Saiba que sua prova também pode cobrar este assunto, considerando-o como parte do assunto de cultura – pedido no Edital! 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 132 3. Clima organizacional. O clima organizacional pode ser definido como o grau da satisfação dos agentes da organização com os vários aspectos da cultura organizacional. É um conceito que se refere ao ambiente interno da organização. Trata-se da manifestação de um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização. Enquanto a cultura trata da essência da organização e é relativamente estável, o clima organizacional é a síntese das percepções dos funcionários sobre a organização e o ambiente de trabalho, sendo algo mais temporário. Assim, as mudanças de cultura tendem a ser mais difíceis e demoradas do que a mudança do clima organizacional, que podem ser implementadas em um prazo mais curto. O clima organizacional é uma decorrência da cultura organizacional, tanto de seus aspectos “positivos” e motivadores quanto de seus aspectos “negativos” e geradores de conflitos, sendo mais facilmente perceptível e manejável pela organização do que a sua cultura. Chiavenato (2007) nos informa que o clima organizacional “está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. O clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento”. Percebe-se, deste modo, que o clima organizacional está muito relacionado à motivação e comportamentos dos funcionários. Um clima positivo influencia positivamente o trabalho das pessoas, enquanto um clima negativo pode “pesar” e fazer com que os funcionários passem a se sentir menos motivados. Além disso, funcionários desmotivados tendem a gerar um clima organizacional negativo, gerando um ciclo negativo na organização. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 132 Nesse sentido, o clima organizacional pode ser classificado como favorável (ou bom) ou não favorável (ou ruim) ao bom desempenho do trabalho. O clima favorável proporciona as condições para um maior comprometimento por parte dos funcionários enquanto um clima desfavorável pode fazer com que os funcionários se desagreguem no trabalho. De forma diversa, as pessoas dentro da organização podem classificar o clima de várias formas qualitativas, como: bom, ruim, neutro, frio, caloroso, desafiador, pegando fogo, depressivo, ameaçador, etc., sendo todos eles classificações igualmente válidas! É preciso ter em conta também que o clima dependerá da cultura como um todo, mas dependerá, na prática, de várias características do dia-a- dia organizacional, como: o estilo de liderança, as características do líder e dos liderados, a estrutura organizacional, as políticas e valores postos em prática, o ramo de atividade da organização, o momento vivido pela organização, etc. que poderão ser avaliadas em pesquisas de clima organizacional para serem geridos com eficácia. O clima pode ser medido e avaliado para que possa ser melhorado, gerando um aumento da produtividade da organização. As principais técnicas de pesquisa que podem ser utilizadas para medição do clima organizacional são: 1. Questionários periódicos; 2. Pesquisas de opinião (para medir atitudes por amostragem); 3. Entrevistas por especialistas (que podem ser internos ou externos); 4. Entrevistas em grupo (que podem ser realizadas por especialistas internos ou externos). As pesquisas de clima organizacional buscam avaliar como diversas variáveispsicológicas se integram aos aspectos organizacionais sob a ótica do 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 132 funcionário da organização. Sob essa perspectiva, ela avalia o que o funcionário percebe que está recebendo pelos esforços realizados, levando em conta diversas dimensões do clima. A realização de pesquisas de clima é importante para que essas dimensões possam ser geridas no sentido de melhorar o clima e o desempenho organizacional. Entre elas, é possível destacar, apenas para que você compreenda “o espírito da coisa”, as seguintes: • Comunicação: avaliação da satisfação quanto aos canais e as práticas de comunicação na organização. • Percepções psicológicas e sensações: trata-se dos sentimentos que cada funcionário tem em relação ao ambiente de trabalho. • Integração e interação: trata-se da verificação de quão integradas estão as várias áreas funcionais e as pessoas da organização, e como se dão suas interações • Modelo de gestão utilizado: trata-se de uma avaliação sobre se o modelo de gestão favorece que a organização atinja seus objetivos com o trabalho dos seus funcionários ou se atrapalha. • Ética. Os funcionários percebem as atitudes da organização como éticas? • Estilo da liderança. A forma de agir dos lideres é adequada para manter um bom clima organizacional? • Grau de disciplina. Avalia se a organização possui disciplina rígida e que influencie o clima. • O trabalho em si. Trata-se de entender se as tarefas realizadas pelos funcionários são estimulantes ou desestimulantes. • O ambiente de trabalho. Aqui é possível entender se características do ambiente de trabalho geram atitudes positivas ou negativas dos funcionários perante o trabalho. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 132 • Salários e benefícios. Trata-se de avaliar se os funcionários se sentem satisfeitos com os salários e benefícios recebidos da organização em que trabalham. • Horário de trabalho. Os funcionários desenvolvem um horário de trabalho adequado, ou o tempo trabalhado gera insatisfações? • Reconhecimento. Trata-se de entender qual o reconhecimento que os funcionários sentem que a organização dá ao seu trabalho bem realizado. • Motivação. É uma avaliação mais geral sobre se os funcionários acham o trabalho motivante. • Treinamento e desenvolvimento. É uma avaliação sobre se os membros da organização sentem que têm oportunidade de aprender e se desenvolver na organização ou de receber treinamentos para tal. • Estabilidade. Trata-se de avaliar se as sensações de grande instabilidade ou estabilidade no emprego estão gerando consequências positivas/negativas para o clima organizacional. • Carreira e sua perspectiva. A sensação dos funcionários quanto à sua carreira atual ou futura é positiva ou negativa? • Qualidade e satisfação do cliente. A organização tem compromisso com a qualidade de seus produtos e a satisfação de seus clientes? • Relacionamentos interpessoais. As pessoas mantêm relacionamentos saudáveis na organização? • Processo decisório. A organização possui um processo decisório integrado, justo, ágil, participativo ou o contrário? • Identificação com a organização. Os colaboradores se identificam com os valores, missão, visão e estrutura organizacionais postos em prática? 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 132 • Imagem da empresa. A pesquisa de clima pode buscar compreender se a imagem da empresa é boa ou ruim na visão dos colaboradores, influenciando o clima. • Estrutura organizacional. Trata-se da percepção sobre se a organização oferece ou não estrutura adequada à realização do trabalho. • Estágio de vida da organização. A organização está num estágio de crescimento e desenvolvimento que proporciona boas possibilidades para as pessoas ou está em momentos de declínio onde as pessoas temem por seus empregos? • Clareza de objetivos. Os objetivos a serem alcançados são claros e palpáveis ou são obscuros e impossíveis? • Foco nos resultado. Trata-se de entender se os funcionários percebem o foco nos resultados utilizado como algo razoável ou algo ruim. • Comprometimento individual e organizacional. Trata-se de avaliar o quanto a organização está comprometida com os funcionários e o quanto estes estão comprometidos com a organização. • Inovações. O clima reage bem ou mal às inovações de todo tipo impostas pelo ambiente ou propostas pela própria organização? - Mas Carlos, qual o clima organizacional ideal? O clima ideal depende de diversos fatores, como a cultura, o ambiente, o momento organizacional, as pessoas, etc. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 132 De qualquer modo, é importante que a definição do padrão de clima organizacional ideal leve em consideração o que pensam os colaboradores da organização, assim como as necessidades da própria organização: • As necessidades da organização devem ser levadas em conta porque o clima pode ajudar a direcionar o comportamento das pessoas para o atingimento dos objetivos organizacionais. • A perspectiva dos funcionários deve ser levada em conta pois são eles que “vivem” o clima organizacional. A organização não consegue impor um padrão de clima a ser respeitado na organização. O objetivo, na busca de um clima ideal, é que o clima organizacional seja positivo e esteja fazendo com que o pessoal fique mais motivado e mais produtivo para a organização. Com isto em mente, vamos estudar o próximo tópico da aula de hoje: motivação. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 132 4. Motivação. Motivação é o processo que move alguém em direção a algo, mediante uma ação. Este processo possui três características intrínsecas: • Intensidade: qual o esforço despendido; • Direção: quais os objetivos a serem alcançados; • Persistência: por quanto tempo a pessoa consegue manter seu esforço. Assim, podemos dizer que, no processo motivacional, as pessoas motivadas despendem esforços na direção de seus objetivos até que eles sejam atingidos! Para efeito de concurso, existem alguns aspectos gerais da motivação que são importantes. Algumas provas, por exemplo, podem buscar a classificação das teorias em teorias de conteúdo e teorias de processo: • As teorias de conteúdo seriam aquelas que se referem ao conteúdo da motivação, ou seja, o que leva o indivíduo a se motivar. • As teorias de processos seriam aquelas que se referem ao processo motivacional e seu funcionamento. Pessoalmente,eu não gosto dessa classificação, pois a maioria dos autores de administração sequer separa as teorias dessa forma, enquanto outros classificam de formas diferentes. Além disso, nem todas as teorias estão propriamente classificadas na literatura. Para a sua prova, leve que as principais teorias podem ser classificadas da seguinte forma: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 132 Teorias de Conteúdo Teorias de Processo • Teoria da Hierarquia das necessidades de Maslow; • Teoria ERC (ERG), de Aldefer; • Teoria dos dois fatores; • Teoria das necessidades de McClelland. • Teoria da Equidade; • Teoria da Definição de Objetivos; • Teoria da Expectativa (expectância) Vamos agora estudar essas e outras teorias. 4.1. Hierarquia das necessidades de Maslow Certamente essa é uma das teorias mais conhecidas sobre a motivação humana e uma das que mais caem em concursos públicos! Segundo essa teoria, o ser humano está constantemente buscando saciar suas necessidades, que podem ser classificadas na seguinte ordem, das mais básicas para as mais altas: 1. Fisiológicas: necessidades mais básicas do ser humano. Incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades do corpo. 2. De segurança: incluem a segurança e a proteção contra danos físicos e emocionais; 3. Sociais (ou afetivo-sociais): são as necessidades relativas à sociabilidade do ser humano. Incluem sentimentos de afeição, amizade e de pertencimento a grupos. 4. De estima (ou de autoestima): referem-se a fatores de estima internos e externos à pessoa. Exemplos de fatores 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 132 internos são respeito próprio, realização e autonomia. Exemplos de fatores externos são status, reconhecimento e atenção. 5. Autorrealização: trata-se do ímpeto de tornar-se tudo aquilo que se deseja ser. As necessidades de autorrealização incluem o crescimento, alcance do próprio potencial e autodesenvolvimento. Estão relacionadas com o desenvolvimento das capacidades e talentos das pessoas. Essas necessidades compõem a clássica Pirâmide das Necessidades de Maslow, que apresenta as necessidades mais básicas na base da pirâmide, enquanto as necessidades superiores encontram-se no topo da pirâmide: É possível agregar as necessidades fisiológicas e de segurança como necessidades de nível inferior, enquanto as necessidades sociais, de estima e de autorrealização podem ser entendidas como necessidades de nível superior. Segundo Maslow, as necessidades inferiores seriam satisfeitas por 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 132 estímulos externos ao indivíduo, enquanto as de nível superior seriam satisfeitas internamente. É preciso entender que, sob a teoria das necessidades de Maslow, as pessoas estão motivadas para suprir suas necessidades mais inferiores que estiverem insatisfeitas. Assim que conseguem supri-las, buscam suprir as necessidades do nível imediatamente superior, até que se atinjam as necessidades de autorrealização, onde o indivíduo pode buscar cada vez mais sua própria satisfação. Os pontos centrais da Teoria motivacional de Maslow são: • Existem necessidades mais básicas do que outras, formando uma pirâmide; • Primeiro as necessidades mais básicas devem ser atendidas para que necessidades mais “avançadas” apareçam; • Quanto mais forte uma necessidade maior a motivação para atendê-la; • As necessidades não satisfeitas influenciam o comportamento, enquanto necessidades satisfeitas não motivam o comportamento; • As necessidades requerem um processo motivacional mais rápido à medida que se desce na hierarquia, em direção as mais básicas. 4.2. Teoria ERC de Aldefer Partindo do desenvolvimento teórico de Maslow, Clayton Aldefer desenvolveu a teoria ERC (Existência-Relacionamento-Crescimento), também 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 132 chamada de teoria ERG. Para ela, a motivação do trabalhador também se relaciona com uma hierarquia de necessidades a serem satisfeitas. Assim como a teoria de Maslow, essa teoria também tem pouca comprovação empírica, o que a torna pouco utilizada. O mecanismo de funcionamento dessa teoria difere um pouco do da teoria de Maslow: • Para Aldefer, existiriam apenas três necessidades, e não cinco, como Maslow acreditava; • Diferentemente da hierarquia rígida das necessidades de Maslow, para a qual cada nível só poderia ser acionado após o outro estar satisfeito, a teoria de Aldefer acredita que as diferentes necessidades podem ser ativadas ao mesmo tempo. • Para Aldefer, se uma necessidade de nível mais alto for reprimida, o desejo de satisfazer outra necessidade de nível mais baixo irá aumentar. Trata-se do mecanismo chamado de frustração-regressão. • Na teoria ERC não há uma hierarquia segundo a qual uma necessidade inferior deva estar satisfeita para que se possa focar numa necessidade mais elevada. - E que necessidades são essas da Teoria ERC? • Necessidades de existência: incluem as necessidades de bem-estar físico: existência, preservação e sobrevivência. Incluem as necessidades básicas de Maslow, ou seja, as fisiológicas e as de segurança. • Necessidades de relacionamento: são as necessidades de relacionamentos interpessoais, ou seja, de sociabilidade e relacionamento social. Podem ser associadas às necessidades 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 132 sociais e os componentes externos da necessidade de estima de Maslow. • Necessidades de crescimento: são as necessidades que o ser humano tem de desenvolver seu potencial e crescer. Relacionam-se com as necessidades de realização de Maslow e com os componentes intrínsecos das necessidades de Estima. 4.3. Teoria X e Teoria Y de McGregor As Teorias X e Y são antagônicas quanto à sua visão do ser humano. Ambas foram desenvolvidas por Douglas McGregor, de acordo com sua observação do comportamento dos gestores com relação aos funcionários. Para a Teoria X, os funcionários não gostam de trabalhar e devem ter uma supervisão muito próxima para orientá-los, acompanhá-los ou até coagi-los no sentido de executar o trabalho, pois não sentem uma motivação natural para o trabalho. Para a Teoria Y, os funcionários acham o trabalho algo tão natural quanto descansar ou se divertir. Sob esta visão, uma pessoa mediana pode aprender a aceitar responsabilidades ou até buscá-las. A supervisão dos funcionários, conforme visto pela Teoria Y, poderia ser mais branda, já que eles sentiriamuma motivação natural para o trabalho. Na prática, não há comprovação de que as referidas Teorias estejam certas ou erradas em suas premissas e consequências quanto à motivação dos funcionários. Nas provas, em questões como essa que você está vendo, é importante ter em mente que tudo aquilo que está ligado a um chefe que permite a participação das pessoas, empodera o trabalhador, descentraliza as 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 132 decisões e oferece recompensas sociais e simbólicas estará mais ligado à Teoria Y. A Teoria X, por sua vez, está ligada a chefes que controlam o trabalho, centralizam as decisões, e dá pouca ou nenhuma flexibilidade aos seus funcionários. 4.4. Teoria dos Dois Fatores de Herzberg A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg é uma das teorias motivacionais mais importantes, sendo também chamada de Teoria da Higiene-Motivação. Segundo essa teoria, a motivação para o trabalho resulta de dois fatores: • Fatores Higiênicos: referentes ao ambiente de trabalho, também chamados de fatores extrínsecos ou profiláticos. Eles evitam a insatisfação caso estejam presentes. Incluem aspectos como qualidade da supervisão, remuneração, políticas da empresa, condições físicas de trabalho, relacionamento com colegas e segurança no emprego; • Fatores Motivacionais: referentes ao próprio trabalho, sendo também chamados de fatores intrínsecos. São responsáveis pela existência de satisfação dos funcionários. Incluem aspectos como chances de promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento, responsabilidades e realização. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 132 Você deve entender que, para a Teoria dos Dois Fatores, a satisfação não é o oposto da insatisfação. Na verdade, na ausência de fatores higiênicos haveria a insatisfação, enquanto na sua presença se chegaria a um “ponto neutro”, chamado de não- insatisfação. Enquanto isso, na ausência de fatores motivacionais haveria, quanto a esses fatores, um estado de não-satisfação. Se eles estiverem presentes haveria um estado de satisfação. Ou seja: Satisfação é o oposto de não-satisfação Insatisfação é o oposto de não-insatisfação Para que o trabalhador se sinta motivado, é necessário que ele possua fatores extrínsecos satisfeitos (para evitar a desmotivação) e fatores motivacionais também satisfeitos (para que se gere a motivação!). Robbins (2010) destaca que essa teoria não recebeu respaldo na literatura, havendo várias críticas, como: 1. O procedimento utilizado por Herzberg para criar essa teoria possuiu limitações metodológicas; 2. A confiabilidade da metodologia é questionável devido às interpretações que os pesquisadores tiveram que fazer para desenvolvê-la; 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 132 3. Herzberg não utilizou uma medida geral para a satisfação em seus estudos que levaram a desenvolver essa teoria; 4. A Teoria pressupõe uma relação entre satisfação e produtividade que não foi utilizada pela pesquisa que serviu de base para a elaboração teórica. Apesar de todas as críticas, a teoria de Herzberg foi bastante divulgada e é bastante reconhecida pelos gestores. Além disso, é uma queridinha em muitos concursos públicos! 4.5. Teoria das Necessidades de McClelland De acordo com a teoria de McClelland, também chamada de Teoria das Necessidades Adquiridas, existem três necessidades que servem de base para o comportamento: • Necessidade de realização: trata-se da busca da excelência, da realização em relação a determinados padrões e do ímpeto pelo sucesso. Também é conhecida pelo nome em inglês need for achievement ou sua sigla nAch. • Necessidade de poder: trata-se da necessidade de possuir poder para fazer com que os outros se comportem de um modo que não o fariam naturalmente. Também é conhecida pelo nome em inglês need for power ou simplesmente nPow. • Necessidade de afiliação: trata-se da vontade de possuir relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. Também é conhecida em inglês por need for affiliation, ou simplesmente nAff. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 132 As principais conclusões que se pode tirar dessa teoria são: 1. As pessoas se sentem muito motivadas quando o trabalho tem bastante responsabilidade, um grau médio de riscos e bastante feedback; 2. Uma grande necessidade de realização não faz de alguém, necessariamente, um bom gestor, mas faz com que ela busque o desempenho para atingir as metas fixadas. Isso acontece porque pessoas preocupadas demais em realizar os objetivos não costumam se importar tanto em fazer com que os membros de uma equipe melhorem seu desempenho. Os bons gerentes gerais não costumam ter uma alta necessidade de realização. 3. As necessidades de poder e afiliação estão intimamente ligadas ao sucesso gerencial. Os melhores gestores são aqueles que possuem grande necessidade de poder e baixa necessidade de afiliação. Pode-se considerar que uma grande motivação pelo poder é requisito para a eficácia administrativa. Trata-se, como se vê, de uma teoria com bastante suporte, mas que possui dificuldades em se operacionalizar, dado que é custoso e demorado conseguir identificar as necessidades do indivíduo sob esta teoria, já que elas são subconscientes. 4.6. Teoria do Estabelecimento de Objetivos O foco central da Teoria do Estabelecimento de Objetivos, originada dos estudos de Edwin Locke é que o estabelecimento de objetivos é a maior fonte de motivação para o trabalho de um funcionário. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 132 Sob a perspectiva dessa teoria, o objetivo, uma vez estabelecido, direciona o funcionário para o seu atingimento, dizendo para ele o que precisa ser feito e qual o esforço que deverá ser gasto para isso. Alguns pontos chamam a atenção sobre a Teoria do Estabelecimento de Objetivos: 1. O desempenho é melhorado por objetivos específicos, não por ideias genéricas como “dê o máximo de si”; 2. Objetivos difíceis podem melhorar o desempenho mais do que os objetivos fáceis, desde que eles tenham sido aceitos pelo funcionário. 3. Outro ponto que melhora o desempenho é o feedback, pois este serve como um guia para o comportamento e ajuda a perceber as discrepâncias entre o objetivo e o desempenho. Ele funciona especialmente bem quando não for externo, mas sim autogerenciado pelo funcionário. Nesse ultimo caso, o funcionário teria acesso a informações sobre seu próprio desempenho e não precisariade ninguém lhe dando feedback, pois ele próprio poderia gerenciá-lo; 4. O comprometimento com o objetivo é um dos pressupostos da Teoria, pois o funcionário precisa acreditar que consegue atingir o objetivo e precisa também querer alcançá-lo. O comprometimento tende a ser maior quando o compromisso é público, quando se podem controlar os resultados e quando os objetivos são autoestabelecidos em vez de ditados por terceiros. 5. As características das tarefas que favorecem uma melhoria de desempenho pelo estabelecimento de objetivos são as seguintes: tarefas simples (e não complexas), conhecidas (e não novas) e independentes (e não interdependentes). Para 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 132 tarefas que dependam do grupo, e não do indivíduo, o ideal é estabelecer objetivos para o grupo. 6. A cultura nacional também exerce grande influência sobre a motivação advinda do estabelecimento de objetivos. Em países com cultura voltada ao desempenho individual, como Estados Unidos e Canadá, o estabelecimento de objetivos difíceis tende a motivar mais, enquanto em culturas coletivistas e com grande distância do poder, como o Brasil e a França, objetivos moderadamente difíceis podem ser mais apropriados. - Para a sua prova, é preciso ter em conta ainda que o estabelecimento de objetivos pode trazer desvantagens, como o foco excessivo nos padrões e resultados e a falta de percepção das mudanças que acontecem no ambiente. Em resumo, para essa teoria, estabelecer objetivos específicos e desafiadores é o melhor que os gestores podem fazer para gerar a motivação necessária para que os funcionários melhorem o seu desempenho no trabalho. 4.7. Teoria da Autoeficácia. A autoeficácia é a convicção que um indivíduo possui de que será capaz de realizar determinada tarefa. Neste sentido, quanto mais autoeficaz, maior sua confiança de que poderá realizar determinada tarefa com sucesso. Robbins et. al (2010) argumentam que as pessoas com baixa autoeficácia apresentam maior probabilidade de diminuir os esforços ou de desistir do trabalho, enquanto as pessoas com autoeficácia elevada tentam vencer os desafios com maior força de vontade. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 132 Além disso, ao recebem feedback negativo, as pessoas com baixa e alta autoeficácia reagem diferentemente: enquanto as pessoas com baixa autoeficácia perdem o empenho pela tarefa, as pessoas com alta autoeficácia tendem a reagir com mais determinação e motivação. Há quatro formas de se aumentar a autoeficácia individual: 1. Maestria prática: é o ganho de experiência com a prática no trabalho; 2. Aprendizagem por observação: trata-se de ver alguém trabalhando e ganhar confiança com isso. Tende a funcionar melhor quando o funcionário se vê como parecido com a pessoa que está sendo observada. 3. Persuasão verbal: é a técnica utilizada pelas palestras motivacionais. O sujeito é convencido de que pode realizar o trabalho por outra pessoa, que o persuade em uma conversa, palestra, etc.; 4. Excitação emocional: a pessoa se sente mais autoeficaz quando está “animada” com a tarefa a ser realizada. 4.8. Teoria do Reforço Estabelece que o comportamento do indivíduo será resultado de estímulos do ambiente (os reforços). A aplicação da Teoria do Reforço na gestão é, em grande parte, decorrente dos estudos de Skinner sobre o condicionamento operante. Para ele, se as pessoas fossem submetidas a consequências positivas em decorrência de um comportamento desejado, elas tenderiam a adotar esse comportamento de forma mais frequente. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 132 Assim, não se trata, em sentido estrito, de uma teoria motivacional, uma vez que não considera aspectos internos ao individuo diretamente, mas apenas seu comportamento como resposta a estímulos ambientais que podem ser controlados pela organização. 4.9. Teoria da Equidade A teoria da equidade é fácil de aprender e possui uma abordagem bastante intuitiva. Segundo ela, as pessoas comparam os benefícios (resultados) que obtém através de determinado nível de esforço (investimentos), com os benefícios e esforços empreendidos por outras pessoas (ou até por elas mesmas!). Ao comparar, as pessoas podem se perceber em uma das seguintes situações: • Injustiça por ser sub-recompensado: quando a relação resultados/investimentos do funcionário é menor do que a que ele observa em terceiros. O funcionário acha que merecia mais recompensas. • Equidade ou justiça: quando a relação resultados/investimentos do funcionário é igual à observada em terceiros. • Injustiça por ser sobrerrecompensado: quando a relação resultados/investimentos do funcionário é maior do que a que ele observa em terceiros. O funcionário acha que recebe mais recompensas do que merece. Quando os funcionários percebem que estão passando por algum tipo de injustiça, é possível esperar que eles escolham uma dentre as seguintes alternativas como forma de restaurar o senso de equidade percebida: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 132 1. Modificar os insumos que investe na atividade (por exemplo, realizar menos esforços para que receba benefícios de acordo com o esforço realizado); 2. Modificar as recompensas (por exemplo, fazendo com que ganhe mais comissão por vender mais peças em uma loja, independentemente de perceber que o cliente vai devolver as mercadorias por não lhe servirem); 3. Rever sua autoimagem (por exemplo, quando o funcionário achava que produzia muito e deveria receber mais por isso e passa a achar que, na verdade, não produz tanto quanto pensava antes. Assim, o que recebe de volta da empresa passa a lhe parecer justo); 4. Rever a percepção que possui de terceiros (por exemplo, quando o funcionário achava que recebia o mesmo que um colega que trabalhava muito menos, ele pode passar a pensar que, no fundo, o colega dele não trabalha tão pouco assim, a fim de justificar a mesma remuneração); 5. Buscar outra referência (por exemplo, quando o funcionário acha que a pessoa com quem ele está se comparando não é comparável à sua situação por algum motivo, levando o mesmo a se comparar com outro indivíduo); 6. Abandonar a situação (por exemplo, pedir para ser transferido de função ou até mesmo pedir demissão). Para a Teoria da Equidade, existem diferentes pontos de referencia que os funcionários podem adotar quando estão fazendo essas comparações. Eles são os seguintes: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página38 de 132 • Próprio-interno: o ponto de comparação, nesse caso, é o próprio funcionário, quando ocupava outra posição dentro da mesma organização; • Próprio-externo: o ponto de comparação, nesse caso, é o próprio funcionário quando ocupava uma posição dentro de outra organização; • Outro-interno: o ponto de comparação, nesse caso, é outro funcionário que ocupa uma função dentro da mesma organização; • Outro-externo: o ponto de comparação, nesse caso, é outro funcionário que ocupa uma função em outra organização. Para terminar a visão dos pontos mais importantes dessa teoria com foco no seu concurso, temos que considerar que a sua evolução tem se concentrado em buscar compreender o que seria a equidade, ou justiça, na percepção do funcionário. Nesse sentido, são três as dimensões de justiça (que compõem uma quarta e última dimensão) conforme relacionado a seguir: 1. Justiça atributiva (ou distributiva): refere-se à percepção de que o resultado obtido foi justo. É o conceito clássico enfocado pela Teoria da Equidade. 2. Justiça processual: trata da percepção de justiça no processo utilizado para determinar o resultado recebido. Envolve o sentimento dos funcionários de que eles exercem algum controle sobre os processos e de que explicações são dadas para as recompensas oferecidas pela organização. 3. Justiça interacional: é a percepção do funcionário de que é tratado com dignidade e respeito. Está ligada à justiça nas interações entre funcionários e gestores. 4. Justiça organizacional: é o resultado das três dimensões da justiça tomadas em conjunto. Trata-se da percepção, pelo funcionário, de que o ambiente de trabalho é justo como um 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 132 todo para se trabalhar. A tendência é se olhar a equidade cada vez mais com foco na justiça organizacional. 4.10. Teoria da Expectativa A Teoria da Expectativa (também chamada de Expectância), de Victor Vroom, é uma das teorias da motivação mais amplamente aceitas para o contexto organizacional atual. Sua ideia central é a seguinte: os funcionários ficarão motivados para um trabalho quando acreditarem que seu esforço gerará o desempenho esperado pela organização e que esse desempenho fará com que ele receba recompensas da organização, que servirão para a satisfação de suas metas pessoais. Parece complexo, mas vamos desdobrar o que foi dito acima em três pontos centrais. Assim, as relações que influenciam a motivação do funcionário na organização são as seguintes: 1. Relação esforço-desempenho (Expectância): trata-se da crença do funcionário de que seu esforço gerará o desempenho esperado e que esse resultado será percebido pela organização em sua avaliação de desempenho; 2. Relação desempenho-recompensa (Instrumentalidade): trata-se da crença de que ao atingir os objetivos fixados para si, o funcionário receberá recompensas da organização, como remuneração variável, bônus, folgas, etc.; 3. Relação recompensa-metas pessoais (Valência): trata-se do grau em que as recompensas que o funcionário recebe da organização servem para que ele possa atingir suas próprias metas pessoais. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 132 - Vou dar um exemplo para você, amigo(a) concurseiro(a): Se uma pessoa deseja ter renda para fazer ao menos uma viagem internacional por ano, pode ficar motivada para estudar para um concurso atendidas as seguintes condições: 1. Se acreditar que o esforço de estudar fará com que faça boas provas (esforço-desempenho); 2. Se acreditar que, fazendo uma boa prova, estará concorrendo em um concurso justo, sem fraudes, e que isso levará à nomeação e consequente recepção de benefícios do trabalho como renda e férias (desempenho-recompensa); 3. Se acreditar que, uma vez nomeado, terá recompensas organizacionais (renda, férias, etc.) o suficiente para atingir a meta pessoal de realizar ao menos uma viagem internacional por ano (recompensa-metas pessoais). Entendeu agora?! Ficou fácil, não foi!? Para finalizar o conteúdo de hoje, vamos responder umas questões de concurso sobre os assuntos estudados! Um abraço! Prof. Carlos Xavier. www.facebook.com/professorcarlosxavier 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 132 5. Questões comentadas. QUESTÕES SOBRE CULTURA E CLIMA 1. (FCC/MPE-SE/ANALISTA/2009) Valores, ritos, mitos e tabus são componentes a) das variáveis estratégicas não controláveis. b) dos objetivos e metas. c) do planejamento estratégico organizacional. d) da gestão por competências. e) da cultura organizacional. Comentário: A cultura organizacional é composta por diversas coisas. São pressuposições básicas, valores compartilhados, artefatos e padrões de comportamento aprendidos e socialmente aceitos. As histórias, rituais, símbolos materiais e linguagem utilizada pela organização também são parte da cultura organizacional, servindo inclusive para que ela seja transmitida aos funcionários. Assim, valores, ritos, mitos e tabus são componentes da cultura organizacional! GABARITO: E 2. (FCC/TCE-GO/ANALISTA/2009) Em relação à gestão do clima organizacional. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 132 I. O clima organizacional é resultante dos aspectos conflitantes da cultura das organizações. II. O clima organizacional é sempre o reflexo dos efeitos de uma cultura na organização como um todo. III. O clima organizacional sempre influencia e é influenciado pelo comportamento dos indivíduos na organização. IV. O clima organizacional permite mapear o ambiente interno, que varia segundo a motivação dos agentes. V. Enquanto mudanças na cultura organizacional levam mais tempo para acontecer, mudanças no clima podem ser administradas tanto a curto quanto a médio prazo. a) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. b) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. c) Estão corretas APENAS as afirmativas I, III e V. d) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. e) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III, IV e V. Comentário: ITEM I. Errado. Na verdade, o clima organizacional é reflexo da cultura como um todo, e não apenas de aspectos “conflitantes”. ITEM II. Está certo. É o que acabei de dizer no item anterior! ITEM III. Certo. O clima organizacional tanto influencia quanto é influenciado pelo comportamento das pessoas e sua motivação, de maneira cíclica. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 132 ITEM IV. Certo. O clima organizacionalpermite que o ambiente interno seja mapeado, uma vez que é mais facilmente perceptível pela organização. ITEM V. Certo. Mudanças na cultura organizacional acontecem entre um prazo de médio a longo, apesar de a cultura tender a manter a sua “personalidade”. Já a mudança do clima organizacional pode acontecer em prazos mais curtos, através de intervenções específicas da organização. GABARITO: E. 3. (FCC/MPE-RS/ASSESSOR/2008) Considere as afirmações sobre o conceito de clima organizacional. I. A pesquisa de clima organizacional permite ligar as variáveis psicológicas às organizacionais através da dimensão transacional das organizações, ou seja, como as pessoas avaliam recompensas e todas as diferentes formas de reconhecimento que estão recebendo da organização pelas contribuições que estão prestando ao exercer diferentes funções. II. As pesquisas de clima organizacional procuram avaliar os valores, normas e crenças mobilizados pelos membros da organização em suas relações com as lideranças. III. As pesquisas de clima organizacional incluem as seguintes dimensões: comunicação, integração entre as diferentes áreas funcionais, estilo de gerência, administração de recursos humanos (principalmente salários, benefícios e carreira), modelo de gestão adotado pela organização, natureza do trabalho realizado, relacionamento interpessoal, grau de identificação com a organização e clareza de objetivos. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 132 IV. As pesquisas de clima organizacional envolvem avaliações de todos os membros da organização, além de parceiros e clientes. Nestes casos, todos se avaliam mutuamente levando em conta o nível de satisfação com a atuação das lideranças. V. As pesquisas de clima organizacional levam em consideração fatores externos, enquanto ameaças e oportunidades, e fatores internos, como forças e fraquezas da organização na avaliação das relações cotidianas entre lideranças e colaboradores. São verdadeiras APENAS as afirmações a) I, II e V. b) III. c) I e III. d) I e IV. e) I, III e V. Comentário: ITEM I. Certo. A pesquisa de clima de fato permite ligar as variáveis psicológicas às organizacionais, considerando as transações do tipo recompensa x esforços. ITEM II. Errado. A alternativa é muito restritiva ao falar apenas nas relações com as lideranças, quando existem diversos outros aspectos que podem ser avaliados nas pesquisas de clima organizacional. ITEM III. Certo. São varias as dimensões das pesquisas de clima organizacional. Todas as variáveis relacionadas no item, de fato, podem ser medidas por meio de uma pesquisa de clima. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 132 ITEM IV. Errado. As pesquisas de clima organizacional são realizadas em âmbito interno da organização, não devendo incluir parceiros e clientes, por exemplo. A questão tentou confundir você com um tipo de avaliação de desempenho! ITEM V. Errado. Realmente, não tem nada a ver! Ele mistura o assunto clima organizacional com a Matriz SWOT. GABARITO: C. 4. (FCC/TCE-GO/ANALISTA/2009) Em ambientes altamente competitivos, em que predominam a mudança e a incerteza, a cultura organizacional a) representa aspectos irracionais profundamente enraizados na organização que devem ser removidos. b) deve ser tratada como mais um elemento do planejamento estratégico da organização. c) terá um impacto significativo sobre o desempenho econômico da organização apenas no curto prazo. d) exerce maior influência sobre o desempenho e os resultados da empresa do que os aspectos físicos, estruturais e estratégias organizacionais. e) dificulta a sobrevivência de uma organização no longo prazo, quando baseada em valores centrais que transcendem considerações econômicas. Comentário: 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 132 Nos ambientes altamente competitivos, caracterizados por mudanças e incertezas, a cultura organizacional pode ser um grande ativo ou um grande passivo, por conseguir influenciar fortemente o desempenho e os resultados. A sua influencia será maior do que a dos aspectos físicos, estruturais e as estratégias organizacionais adotadas. A Banca retirou essa informação de um estudo de um estudo de Collins e Porras, cujas conclusões foram mencionadas em Chiavenato (2007, p.288). GABARITO: D 5. (FCC/INFRAERO/ANALISTA/2011) Em relação à gestão de clima organizacional no ambiente corporativo, é INCORRETO afirmar: a) O clima organizacional refere-se a um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização. b) Aplicar o conceito de clima organizacional significa apontar aspectos subjetivos que fazem parte do dia-a-dia da organização e orientam os planos de ação para melhoria do clima e da produtividade da empresa. c) Aplicar o conceito de clima organizacional significa alinhar a cultura com as ações efetivas da organização, integrar os diversos processos e áreas funcionais, otimizar a comunicação e identificar as satisfações e insatisfações do público interno. d) A gestão de clima organizacional refere-se ao comprometimento dos funcionários determinarem, com o auxílio de especialistas na área de comportamento, de relacionamento social e de RH, um resultado padrão ideal da satisfação de seus colaboradores, baseado no mapeamento do ambiente externo à empresa. 96411120900 Administração Geral e Pública para Analista do Seguro Social (código ADMIN) do INSS Teoria e Exercícios - Prof. Carlos Xavier – Aula 07 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 132 e) O padrão ideal de satisfação refere-se a aspirações pessoais, motivação, ambições funcionais, adequação da remuneração, horário de trabalho, relacionamento hierárquico e profissional, dentre outros fatores que podem ser acrescidos à pesquisa do clima organizacional. Comentário: Atenção, pois a questão busca a alternativa incorreta! Vamos procurá-la: ALTERNATIVA A: Considerada certa. Tipicamente se define clima como um conjunto de avaliações positivas e negativas feitas pelas pessoas sobre o bem estar na organização. A cultura é que costuma ser definida em termos de valores, atitudes e padrões de comportamento, etc. Provavelmente a banca utilizou aqui alguma referência muito específica que costuma definir clima desta maneira. Fiquem atentos sobre isso! ALTERNATIVA B: CERTA! O conceito de clima organizacional, quando aplicado à organização, buscará a melhoria do clima e da produtividade, como diz a alternativa! ALTERNATIVA C: CERTA! Esta alternativa traz diversas variáveis que influenciam o clima organizacional. Ao modificar essas variáveis, se está aplicando o conceito de clima! É a perspectiva da FCC! ALTERNATIVA D: ERRADA! É A RESPOSTA! Está bastante confusa ao longo da alternativa, deixando margem para
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