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MODELO DE CONTESTAÇÃO

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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PONTA GROSSA – ESTADO DO PARANÁ
ZENIR GONÇALVES, já qualificada nos autos em epígrafe, por seu advogado, ________________, ao final assinado, com escritório na rua ________________________________________________ onde recebe citações e intimações, com base no artigo 297 e seguintes do CPC, vem, à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, apresentar 
CONTESTAÇÃO
No incidente de reparação por danos materiais, ajuizado por JOSÉ CARLOS VIEIRA, também já qualificado nos autos, pelos fatos e fundamentos que passa expor:
I-	DOS FATOS
O autor alega que no dia 11/12/2017, aproximadamente às 17:00, estava trafegando com o veículo próprio na Rua 7 de Setembro, em velocidade adequada à via. Todavia, no cruzamento da via com a Rua Dr. Colares, foi atingido pelo veículo da ré, Zenir Gonçalves, em via que era da preferencial do autor, afirmando que tal colisão acabou por causar avarias nas portas do carro, bem como em seu eixo.
Narra também, que nesta situação, houve o registro de boletim de ocorrência, bem como que procurou a ré para que esta pagasse o importe necessário ao conserto do veículo, alegando, ainda, a recusa por parte da requerida.
Ante o exposto, o autor requer a reparação pelos danos sofridos, alegando que a integralidade destes é consequência exclusiva da imprudência da parte ré, na cifra solicitada de R$ 10.000,00.
II- 	DO MÉRITO
	Primeiramente, salienta-se que o réu tem conhecimento de que no entroncamento entre as ruas 7 de Setembro e Dr. Colares, existe a via preferencial do trafegante da primeira. Entretanto, as alegações do autor dão a entender que a ré em questão, imprudentemente ignorou a mesma, e consequentemente causou o sinistro.
	O fato descrito se torna inalcançável a realidade, pois, conforme prova extraída das câmeras de segurança do Estabelecimento CHURRASCARIA 1 LTDA, fica evidente que a ré devidamente, e em respeito as normas de trânsito, reduziu e parou na placa de sinalização, conforme estabelece o Artigo 208 do CTB, o qual proíbe: 
“Art. 208 – Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:”
	Ainda:
“Art 44 – Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.”
	Salienta-se, que a parte ré, Zenir Gonçalves, em sua rotina e profissão, pessoa assídua em seus estudos e no trabalho de Professora, tem conhecimento dos seus direitos e deveres como cidadã, e portanto, pessoa responsável e sempre bons antecedentes, que por certeza tem conhecimento das leis de trânsito do Brasil. Conforme documentos anexados nos autos, em acesso ao sistema do DETRAN, verifica-se a inexistência de quaisquer multas ou irregularidades por parte da ré em sua vida como motorista.
	Outrossim, ainda em verificação das provas de vídeo, é possível verificar o momento exato do fato, no qual evidentemente é possível visualizar o veículo da parte autora ESTACIONADO na primeira vaga de estacionamento paralelo, muito próximo do cruzamento em questão. Ocorre que, conforme gravação supramencionada, momentos antes do acidente, o autor, apressadamente, chega em seu veículo, entra e logo dá partida no mesmo. 
	Neste exato momento, a ré, finalmente aparece em vídeo, no cruzamento em questão e parada, observa o trânsito, esperando momento adequado para realizar a ultrapassagem, após a passagem do último carro da via, na confiança de que não seria incorreta, efetuou o cruzamento da via e no mesmo momento em que realizava a ultrapassagem, o autor arranca seu veículo sem sugerir que o faria, e assim, levando ao acidente. É evidente nas provas de que o autor sequer realizou procedimento padrão de “dar seta” ao sair do estacionamento, sendo assim, simplesmente arrancou com o veículo sem qualquer cautela e precaução devida a um motorista.
	Neste sentido:
ACIDENTE DE TRÂNSITO. SAÍDA DE ESTACIONAMENTO. REVELA IMPRUDÊNCIA O PROCEDIMENTO DE MOTORISTA QUE DA PARTIDA EM SEU VEICULO E INICIA A SAÍDA DE ESTACIONAMENTO, OLHANDO APENAS PARA TRÁS, E, ASSIM, SEM A DEVIDA CAUTELA, NÃO OBSERVANDO A INTEGRALIDADE DO FLUXO DE TRÂNSITO, NÃO AGUARDANDO, COMO LHE INCUMBIA, A ULTIMAÇÃO DE ULTRAPASSAGEM INICIADA EM SENTIDO CONTRARIO. DERAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 189013873, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Alçada do RS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, Julgado em 27/06/1989) (TJ-RS - AC: 189013873 RS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, Data de Julgamento: 27/06/1989, Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia)
	Neste mesmo ponto:
REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MANOBRA IRREGULAR, PORQUE PERIGOSA AOS DEMAIS USUÁRIOS DA VIA. Veículo que efetua manobra para sair de estacionamento sem as cautelas necessárias, interceptando a frente de outro que se desloca na via. Desrespeito ao art. 34 do CTB, que caracteriza conduta culposa e, portanto, responsabilidade indenizatória. Recurso desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71000634360, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: João Pedro Cavalli Junior, Julgado em 31/03/2005) (TJ-RS - Recurso Cível: 71000634360 RS, Relator: João Pedro Cavalli Junior, Data de Julgamento: 31/03/2005, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 11/04/2005)
	Assim seja, faz se necessária a conclusão de que o evento ocorreu, única e exclusivamente por culpa do autor, o qual, por sua imprudência, veio a causar o infortuno acidente, sendo assim não é cabível o requerimento de reparação de danos materiais por parte do autor em um evento que ele mesmo ocasionou.
	Finalmente, o autor, em sua petição, informa que após o ocorrido, houve avarias no eixo do veículo, fato novamente incorreto, sendo que após o ocorrido, o próprio autor removeu o veículo da via para possibilitar a passagem dos outros veículos, não obstante, após concordância das partes em realizar o reparo dos veículos, fato em que a parte ré foi coagida a aceitar, e que por medo e nervosismo o fez, ambos trocaram telefones para contato e o autor foi embora em seu veículo, sem quaisquer esforços, sendo assim, qualquer avaria existente, seria posterior ao fato.
	Infelizmente, após o ocorrido, o autor em evidente má-fé, realizou um boletim de ocorrência de forma unilateral, narrando os fatos de forma não verídica, com objetivo de maliciosamente prejudicar a ré, e assim, enriquecer às custas de outras pessoas. Faz se evidente, devido ao fato de que, no boletim colacionado pelo próprio autor, o mesmo foi realizado apenas DUAS horas após o ocorrido, sendo assim, uma prova injusta. 
	Não satisfeito, o autor alegou que realizou tentativa de localizar a parte ré para tratar a respeito do reparo do veículo. Entretanto, conforme extrato de ligações da linha telefônica da ré, colacionado nos autos do processo, o autor sequer tentou realizar contato com a requerida, sendo assim, também inverídica tal alegação.
	Diante do exposto, é imprescindível concluir que o autor não faz jus ao pedido de reparação de danos materiais, tendo em vista sua culpa exclusiva no ocorrido, bem como sua má-fé em postular ação inverídica.
III-	DOS PEDIDOS
I – No mérito do processo, a improcedência total dos pedidos formulados pelo autor na petição inicial, tendo em vista sua culpa exclusiva;
II – Condenação do Autor ao pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, bem como o reembolso das despesas processuais adiantadas, nos termos dos artigos 82, 84 e 85 do Novo Código de Processo Civil.
III – Requer-se a produção das provas documental e testemunhal, além das demais que se fizerem necessárias.
Termos em que pede deferimento.
Ponta Grossa, 13 de Junho de 2018
__________, OAB nº 12.345

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