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Ponto30 adin por omissão

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AULA Nº 30: ADIN POR OMISSÃO
1 – Noções
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão, novidade introduzida no direito brasileiro pela vigente Constituição, constitui modalidade abstrata de controle da omissão, destinada a tornar efetiva norma constitucional que dependa de complementação ordinária. 
Com isso, a partir de 1988, passou a reconhecer o texto constitucional que o desrespeito à Constituição pode advir não só de uma ação, de um ato positivo, quando os órgãos constituídos atuam em desconformidade com as normas e princípios daquela, mas também da omissão ou do silêncio, quando os órgãos permanecem inertes, não cumprindo com o seu dever de elaborar as leis ou os atos administrativos indispensáveis à eficácia e aplicabilidade da Lei Maior.
Portanto, a inconstitucionalidade por omissão verifica-se naqueles casos em que não sejam praticados atos legislativos ou administrativos requeridos para tornar plenamente aplicáveis normas constitucionais, já que muitas destas requerem uma lei ou uma providência administrativa ulterior para que os direitos ou situações nelas previstos se efetivem na prática. Nessas hipóteses, se tais direitos não se realizarem, por omissão do legislador ou do administrador em produzir a regulamentação necessária à plena aplicação da norma constitucional, tal omissão poderá caracterizar-se como inconstitucional. 
De fato, nem sempre o órgão constitucionalmente designado como competente para agir e efetivar a Constituição cumpre com o seu poder-dever, vendo-se então surgir o que se denomina de inércia ou omissão inconstitucionais, forma negativa de violação da Carta, a ser combatida via ação direta por omissão – ADIN por omissão.
2 – Objeto da ADIN por omissão
A ADIN por omissão tem como objeto a chamada omissão inconstitucional, que ocorre quando uma norma constitucional deixa de ser efetivamente aplicada pela falta de atuação dos órgãos dos poderes constituídos. Vale dizer, quando a Lei Maior deixa de ser observada, tornando-se letra morta, pela omissão ou não-atuação do poder constituído competente. 
Observa-se, assim, que as hipóteses de ajuizamento da presente ação não decorrem de toda e qualquer espécie de omissão do Poder Público, mas sim daquelas omissões relacionadas com as normas constitucionais de eficácia limitada, em que a sua efetiva aplicabilidade está condicionada à ulterior edição dos atos requeridos pela Constituição.
A inconstitucionalidade por omissão refere-se ao ato em tese, sem necessidade de estar relacionada com um caso concreto; o que se visa é ao restabelecimento da harmonia do sistema, com respeito à Constituição, que está sendo violada pela não atuação dos poderes constituídos competentes. 
3 – Competência para o julgamento
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
Embora não haja previsão constitucional expressa a respeito, a orientação dominante é no sentido de que os Estados-membros também podem instituir a ADIN por omissão, caso em que a sua apreciação será de competência do Tribunal de Justiça.
4 – Legitimação para a propositura da ADIN por omissão
Podem propor a ADIN por omissão os mesmos legitimados para o ingresso com ADIN genérica, relacionados no art. 103, incisos I a IX.
5 – Efeitos da decisão proferida em ADIN por omissão
As decisões proferidas no processo de ação direta por omissão declaram a mora do órgão legislativo ou administrativo em cumprir dever constitucional de legislar, compelindo-o a editar a providência requerida.
Em verdade, a Constituição vigente foi tímida ao estabelecer as conseqüências da pronúncia de inconstitucionalidade por omissão, dispondo apenas que "Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias" (art. 103, § 2º). 
O texto constitucional não deixa dúvidas de que o Poder Judiciário deve limitar-se a constatar a inconstitucionalidade da omissão e a determinar que os órgãos competentes, legislativos ou administrativos, empreendam as providências requeridas. Confere-se, assim, à decisão proferida na ação direta de inconstitucionalidade por omissão caráter mandamental, isto é, destinada a obter uma ordem judicial dirigida a um outro órgão do Estado. Essa natureza mandamental, por sua vez, é mais acentuada em relação a órgão administrativo, para o qual deverá ser fixado o prazo de trinta dias para as suas providências. 
Importante ressaltar que o Supremo Tribunal Federal não atuará como legislador positivo, substituindo a atuação do poder competente para a realização do ato, já que não compete a ele adotar as medidas que repute necessárias, nem mesmo quando, dada a ciência para a adoção das medidas necessárias, o órgão competente não as elaborar. 
Ainda quando se trata de órgão administrativo, nossa Constituição não admite que as medidas sejam tomadas pelo Judiciário, estabelecendo que, nesse caso, o Supremo Tribunal Federal deverá dar ciência da omissão e estabelecer o prazo de trinta dias para a realização do ato.
O texto constitucional não estabelece, tampouco, uma sanção para os casos de descumprimento por parte do órgão competente da indicação para agir, formulada pelo Supremo Tribunal Federal. Feita a comunicação pelo Supremo Tribunal Federal e persistindo a inércia do órgão competente para efetivar a providência requerida, não há, no texto da Carta, disposição expressa indicando a providência a ser adotada.
6 – ADIN por omissão e medida cautelar
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, “não se revela compatível a concessão de medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão, visto que, se nem mesmo o provimento judicial último pode implicar o afastamento da omissão, o que se dirá quanto ao exame preliminar”.
7 – ADIN por omissão e manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República
O Supremo Tribunal Federal afastou a obrigatoriedade de citação do Advogado-Geral da União no processo de ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no entendimento de que não há norma legal impugnada a ser defendida.
A manifestação do Procurador-Geral da República, no entanto, é obrigatória, por força do art. 103, § 1º, da CF.
8 - Aplicação das regras referentes à ADIN genérica
Ressalvadas as considerações até aqui expendidas, na ADIN por omissão aplica-se em tudo a disciplina sobre a ADIN genérica, inclusive quanto ao procedimento a ser seguido pela ação no Supremo Tribunal Federal.
 
9 - Distinção entre a ADIN por omissão (CF, art. 103, § 2º) e o mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI)
É notória a semelhança entre a ação direta de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção. Ambos têm por finalidade tornar efetiva norma constitucional que estaria sendo violada devido à inércia dos poderes constituídos. As decisões proferidas nos dois processos têm caráter mandamental, de conseqüências jurídicas semelhantes, visto que destinadas a obter uma ordem judicial dirigida a um outro órgão do Estado. Os provimentos judiciais nas duas ações reconhecem idêntica situação: a omissão inconstitucional do órgão, legislativo ou administrativo, em cumprir dever de legislar, compelindo-o a editar a providência requerida. 
Todavia, em que pese o fato de o constituinte ter conferido aos dois institutos significado processual equivalente, há notórias dessemelhanças entre tais ações, destacando-se as seguintes:
(1) o mandado de injunção destina-se à proteção de direitos subjetivos, em um caso concreto, pressupondo a configuração de um interesse jurídico específico; a ADIN por omissão configura controle abstrato de constitucionalidade e, sendo processo objetivo, pode ser instaurada independentemente de estar relacionada com um caso concreto;
(2) a legitimação para a propositurado mandado de injunção é conferida ao titular do direito que não pode ser exercido por falta da norma regulamentadora; na ADIN por omissão o direito de propositura está limitado às pessoas e órgãos especialmente designados pelo 103, I a IX, da CF;
(3) o julgamento da ADIN por omissão é da competência privativa do Supremo Tribunal Federal, o mesmo não acontecendo com a apreciação dos mandados de injunção, que também foi outorgada a outros tribunais (arts. 102, II, a e 105, I, h).
EXERCÍCIOS.
1) (ESAF/AGU/99) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão permite que o Supremo Tribunal Federal expeça, provisoriamente, a norma que o legislador deixou de editar. 
2) (ESAF/AFTN/98) A decisão proferida em ação direta por omissão permite que o Supremo Tribunal Federal assuma a posição de autêntico legislador positivo. 
GABARITO
1 E; 2 E.

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