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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

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DIREITO TRIBUTÁRIO 
Natallie Alves de Almeida 
natalliealmeida@yahoo.com 
(085) 9.8846.6548 / 9.9793.1290 
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
A Constituição Federal reservou um capítulo para discorrer sobre o 
Direito Tributário, capítulo denominado de Sistema Tributário Nacional 
(do art. 145 ao art. 162). Tal capítulo tem informações sobre: 
 
 O Poder de tributar: quando a CF fala em poder de tributar, está 
outorgando esse poder para quem tem necessidade de instituir o 
tributo – é a competência – quem tem competência de instituir tributos 
são os entes federados. 
 Regras de repartições de receitas tributárias: trata muito mais de 
regras de direito financeiro que de direito tributário. A repartição de 
receitas é imprescindível para assegurar a autonomia dos entes 
federados. Quando a CF institui a repartição de receitas, não está 
apenas distribuindo a receita, mas também conferindo autonomia a 
esses entes. 
 Limitações ao poder de tributar: são os princípios e as imunidades 
tributárias, conforme se extrai dos arts. 150-152. Tanto os princípios 
quanto as imunidades restringem o poder de tributar, porém, de formas 
distintas. 
 Princípios: art. 150, CF – mas existem outros princípios fora do art. 150; De forma 
geral, os princípios determinam como, quando e quanto cobrar de carga tributária. 
 
 Imunidades: art. 150, CF – mas existem outras imunidades fora do art. 150; As 
imunidades protegem determinadas pessoas, bens ou situações da incidência 
tributária. Acabam funcionando como uma proteção à incidência de tributos. 
 
 É possível a associação de um princípio tributário às cláusulas pétreas. Os princípios 
tributários servem para proteger garantias individuais do cidadão e essas garantias são 
núcleos imodificáveis da Constituição, popularmente apelidados de cláusulas pétreas. 
Para o STF, é possível a associação de princípio tributário à condição de cláusula 
pétrea. Isso significa que o princípio tributário não pode ser desafiado pelo legislador 
ordinário nem pelo Poder Constituinte Derivado. 
 
Algumas limitações podem configurar cláusulas pétreas (leading case: ADI 939-7 DF). 
Ex.: imunidade tributária recíproca decorrente do pacto federativo, que é cláusula 
pétrea (art. 150, VI, a, CF); imunidade de templos de qualquer culto – liberdade de 
culto (art. 150, VI, b); imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão - livre difusão do pensamento (todos reconhecidos no aludido 
julgamento), denominado de imunidade cultural. 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Nasce, historicamente, ligado a ideia de consentimento/aprovação 
por parte das pessoas tributadas com a tributação. Surge com uma 
ideia de representação através de órgãos representativos. A ADI 939-
7/1993 considerou o princípio da anterioridade tributária uma 
cláusula pétrea. 
 
No direito brasileiro, aparece no art. 150 da CF, I, mais ligado ao 
aspecto formal, no sentido de que precisa de uma lei em sentido 
formal (tirando as exceções legais) para que haja instituição ou 
aumento de tributos. Tal lei seria resultado da 
aprovação/consentimento do cidadão com a tributação. 
 
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias (ROL EXEMPLIFICATIVO 
NA CF) asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo 
sem lei que o estabeleça; 
 
Para a maioria da doutrina, “exigir” 
significa criar tributo; 
 
Como lei é necessária para exigir ou 
aumentar, lei é necessária para extinguir ou 
minorar. Essa é a lógica do princípio do 
paralelismo das formas. A lei deve tratar 
de todos os elementos necessários para 
que o tributo possa incidir e ser cobrado 
(elementos ou aspectos essenciais da 
hipótese de incidência tributária). 
 
 
 
 
 
A lei deve tratar dos aspectos material, temporal, espacial, pessoal e 
quantitativo como consequências do dever de alguém de pagar um tributo. 
 
Material (Objetivo) 
Temporal (quando?) 
Espacial (onde?) 
Pessoal (subjetivo – quem?) 
Quantitativo (quanto?) 
 
A regra geral é que basta Lei Ordinária para a criação de um tributo; Sendo 
criável por meio de LO, podem também serem instituídos via MP. 
 
A Lei Complementar só é exigida apenas nas hipóteses expressamente 
previstas pela Constituição: 
 
Ex.: Empréstimos Compulsórios (art. 148); Impostos sobre grandes 
fortunas (art. 153, VII); Impostos residuais (art. 154, I e 195, §4º) 
 
 
 
 
CASOS DE NÃO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
a) Atualização monetária da base de cálculo: 
Art. 97- CTN - Somente a lei pode estabelecer: 
§ 2º - Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do 
valor monetário da respectiva base de cálculo. 
 
Somente por via de lei, no sentido formal, publicada no exercício financeiro anterior, é permitido 
aumentar tributo. 
 
b) Prazo de recolhimento de tributo: 
Não é matéria reservada à lei. 
 
Art. 160 - Quando a legislação tributária não fixar o tempo do Pagamento, o vencimento do crédito ocorre 
30 (trinta) dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. 
 
Não se trata do aspecto temporal, pois este se remete ao fato gerador e não ao prazo de pagamento. 
Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita 
ao princípio da anterioridade. 
Esse prazo não precisa estar previsto em lei, mas se estiver, somente a lei poderá modificar o prazo (simetria 
das formas). 
 
c) Obrigações Acessórias: 
São deveres formais, instrumentais, no interesse da fiscalização e/ou arrecadação de tributos. 
 
Art. 113 - A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 2 - A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
 
 
 
 
‘EXCEÇÕES’ AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Não se confundem com os casos de não aplicação do princípio. Em casos de não-aplicação, 
não teríamos nem a instituição ou aumento de tributo. Nas exceções, há relação com 
majoração ou instituição de tributos, que deveriam ser feitos via lei, mas a CF autoriza que 
sejam feitos via ato normativo infralegal. 
 
São exceções parciais ao princípio da legalidade, pois a CF, observados os limites e 
condições estabelecidos em lei, autoriza o Poder Executivo a alterar o aspecto quantitativo. 
 
a) II, IE, IPI e IOF e reduzir e restabelecer a alíquota da CIDE combustível: é possível a 
alteração da alíquota via decreto do executivo, observados os limites e condições 
estabelecidas em lei. Todos esses tributos têm uma função regulatória (são tributos 
extrafiscais) não tendo como única finalidade a mera arrecadação de recursos. O CTN fala 
em alteração da base de cálculo, o que não foi recepcionado pela CF/88, só podendo ser 
alterada a alíquota. Poder Executivo não significa apenas Presidente da República. É 
possível a delegação, pelo PR, a outro ente da União. Por exemplo, as alíquotas do IE são 
fixadas hoje via resolução da CAMEX (câmera do comércio exterior). Nessa hipótese, é 
necessário que lei preveja a possibilidade e limites da delegação. 
CIDE: Alterar x Reduzir/Restabelecer: 
Alterar significa também poder aumentar; 
Reduzir/Restabelecer: o governo pode pegar a alíquota específica e reduzir até zero, ou 
restabelecer até o teto da alíquota específica. Não poderia “furar” o teto. 
 
 
 
 
b) ICMS Monofásico incidente sobre 
combustíveis: a EC 35/01 diz que a lei 
complementar irá prever determinados 
combustíveis sobre os quais incidirá um ICMS 
uma única vez, chamado pela doutrina de ICMS 
monofásico. A alíquota, nesse caso, será dada 
através de deliberação dos Estados federados. 
 
Veja-se:os Estados se reúnem no âmbito do 
CONFAZ para deliberarem o valor da alíquota 
que será cobrada, para que assim exista uma 
única alíquota. 
 
 
 
 
 
c) Resolução do Senado Federal para fixar alíquota do 
ICMS nas operações interestaduais 
 
Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal 
instituir impostos sobre: 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II atenderá ao 
seguinte: 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do 
Presidente da República ou de um terço dos Senadores, 
aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e 
prestações, interestaduais e de exportação; 
 
Não é lei em sentido formal. Os senadores são 
representantes dos Estados e, por isso, tratam desse 
tema. 
 
 
 
 
 
EM SÍNTESE: 
PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
 
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou função por 
eles exercida, independentemente da denominação jurídica 
dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 
É a vedação ao tratamento desigual entre contribuintes que 
estão em situação equivalente. “Impõe tratamento uniforme 
pela entidade tributante” (Hugo de Brito Machado). 
 
 
 
 
 
 PRINCÍPIOS RELACIONADOS À ISONOMIA (serão aprofundados em 
tópicos próprios) 
 
A) Princípio da não-discriminação tributária em razão da procedência 
ou do destino dos bens (art. 152, CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e 
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou 
destino”). Procura evitar a “guerra fiscal”. 
 
B) Princípio da uniformidade da tributação da renda (inciso II do art. 
151 da CF: “Art. 151. É vedado à União: II - tributar a renda das 
obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos 
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas 
obrigações e para seus agentes”. Perceba-se que não se está a tributar o 
rendimento do ente federado que emitiu o título da dívida pública (o 
que é vedado pelo art. 150, VI, a, da CF), mas sim a renda gerada pela 
operação (juros), que é rendimento do particular adquirente do título. 
C) Princípio da liberdade de tráfego (inciso V do art. 150 da CF: “estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais 
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público”). O trânsito de pessoas e mercadorias não 
pode ser restringido por meio da imposição de tributos. A regra possui 
exceções: a) ICMS interestadual; b) pedágio. 
 
D) Princípio do não-confisco (TRIBUTOS e MULTAS): Também chamado de 
princípio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga tributária. Veda a 
exigência de tributos que tenham caráter confiscatório, sendo tal termo de 
difícil definição. Porém, pode-se adotar a definição de confisco como sendo a 
exigência tributária que inviabiliza a existência ou o desenvolvimento das 
pessoas jurídicas, ou que priva as pessoas físicas de suas necessidades 
básicas. STF: (todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado 
período, à mesma pessoa política que os houver instituído) ADC 8 – MC 
(“Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, 
sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências 
tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar 
substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos 
do contribuinte”). 
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
O princípio da isonomia guarda relação com a capacidade contributiva. Na 
verdade, não pode ser analisado fora da capacidade contributiva, pois cada um 
vai contribuir conforme sua condição de pagar, isso para que se atenda à 
justiça distributiva. Não significa que todos serão tratados da mesma forma. A 
capacidade contributiva deve ser analisada no seu aspecto objetivo e 
subjetivo. 
 
Objetivo/absoluto: é a capacidade identificada pelo legislador, que elege o 
evento ou fato-manifestação da riqueza. Quanto maior a capacidade 
econômica, mais a pessoa deve pagar. Deve-se analisar o fato que comprove 
essa capacidade econômica como, por exemplo, ser proprietário de um imóvel 
ou veículo (IPTU e IPVA). Deve-se usar um critério que comprove a capacidade 
de contribuir. 
 
Subjetiva/Relativa: é a capacidade identificada pelo legislador, que elege o 
sujeito individualmente considerado, levando em consideração a 
progressividade, mínimo existencial, dentre outros fatores. Por exemplo, 
Imposto de Renda (IR) 
 
Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e 
as atividades econômicas do contribuinte. 
 
Sempre que possível: o melhor entendimento é que a capacidade contributiva será 
adequada à natureza do imposto e à técnica de sua incidência, além de servir para 
compatibilizar esse princípio com a extrafiscalidade. 
 
 Nem sempre a capacidade contributiva será observada como ocorre, por 
exemplo, com os tributos extrafiscais, como o IPI. Por exemplo, por mais que o 
industrial seja de grande porte, sua tributação do IPI pode ser baixa de acordo 
com a essencialidade do produto. 
 Além disso, objetivos extrafiscais podem ensejar a minoração/majoração do 
tributo sem observar a capacidade econômica/contributiva do contribuinte. 
 ITR seria imposto extrafiscal, cobrando-se menos das propriedades mais 
produtivas e mais das propriedades menos produtivas. Exemplo claro de se 
cobrar menos de quem tem mais capacidade. 
 
 
 
 
SUBPRINCÍPIOS DA CAPCIDADE CONTRIBUTIVA: 
proporcionalidade e progressividade 
 
a) Proporcionalidade: observar certa proporção para fixar uma tributação. As 
pessoas pagarão mais ou menos conforme a capacidade econômica. Essa ideia não 
é absoluta e evoluiu para a progressividade. Na prática, a proporcionalidade se dá 
com a dimensão da base de cálculo. Assim, quanto maior a base de cálculo, maior 
será o tributo a se pagar, em virtude da aplicação da alíquota. 
b) Progressividade: entende-se que cobrar o mesmo percentual de todos não é o 
mais justo. Sendo certo que quanto mais se afasta da margem existencial para o 
indivíduo, mais se cobrará do contribuinte, assim, aumenta-se o percentual do 
tributo. Na prática, a progressividade se dá tanto com a modificação da alíquota 
quanto com a modificação da base de cálculo. 
 
No Brasil, temos: 
Tributação fixa: como as taxas, por exemplo, de expedição de passaporte. 
Tributação proporcional: IPTU, ISS, ITBI, ITCMD. 
Tributação progressiva: IR. 
Alíquotas seletivas/diferenciadas: não há necessariamente proporcionalidade ou 
progressividade, mas uma própria atuação extrafiscal do Ente tributante. Ex.: 
alíquotas seletivas de acordo com a essencialidade do produto. 
 
 
 
 
 
A progressividade no Brasil pode se dar em dois 
critérios: extrafiscalidade ou capacidade 
contributiva. Capacidade Contributiva: alíquotas 
maiores conforme a maior capacidade contributiva. 
Ex.: IR. IPTU também pode ser progressivo de 
acordo com o valor venal do imóvel e a função social 
da propriedade. 
 
Dos Impostos da União (IR)Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da 
lei. 
 
 
 
 
 
Extrafiscalidade: ITR. As alíquotas vão variar de acordo com o grau de utilização da 
propriedade rural. Maior utilização, menor alíquota. IPTU, quanto maior o tempo em 
que o imóvel não está cumprindo a função social, maior será a sua alíquota no tempo. 
(O IPTU pode ser progressivo tanto pela capacidade contributiva quanto pela 
extrafiscalidade) 
 
Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 4º - O imposto previsto no inciso VI do caput (ITR) 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas; 
(...) 
 
Da Política Urbana 
Art. 182 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus 
habitantes. 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área 
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo 
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado 
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. irretroatividade; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
anterioridade anual 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b. 
anterioridade nonagesimal 
 
O marco temporal significativo é a entrada em vigor da lei que majora ou 
cria um tributo. A nova lei não pode alcançar fatos ocorridos no passado, 
antes da sua entrada em vigor. 
O princípio da irretroatividade se aplica: Instituição ou majoração de 
tributos, não havendo exceção. Decorrência da própria legalidade. 
 
 
 
 
 
 
Art. 106 do CTN: hipóteses de retroatividade da legislação tributária. Ex.: aplicação 
retroativa da lei que deixa de considerar ato não definitivamente julgado como 
infração. 
 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação 
de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, 
desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento 
de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo 
da sua prática. 
 
No direito tributário, existe uma separação entre fatos geradores passados 
(consumados), fatos geradores futuros e também fatos geradores pendentes. 
A lei não se aplica aos fatos passados. 
A lei aplica-se aos fatos futuros. 
Fatos geradores pendentes: são aqueles cujo início já ocorreu, mas ainda não foram 
consumados em sua totalidade à data da entrada em vigor da nova lei. Quanto aos 
fatos pendentes, existe dúvida sobre a retroatividade da lei, formando-se correntes. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
É um princípio que se fundamenta no valor segurança 
jurídica. 
Princípio da não surpresa: representa uma forma do 
contribuinte não ser surpreendido com uma nova lei 
tributária que majore ou crie tributos em seu desfavor. 
Existe anterioridade do exercício financeiro e anterioridade 
nonagesimal / noventena / anterioridade mitigada. 
 
De acordo com Ricardo Alexandre (2016), “é importante 
ressaltar que o princípio existe para proteger o contribuinte, 
não impedindo, portanto, a imediata aplicação das mudanças 
que diminuam a carga tributária a que o contribuinte está 
sujeito (casos de extinção ou redução de tributos) ou que não 
tenham qualquer impacto sobre essa carga tributária.” 
 
 
 
 
 
Aqui, o marco inicial é a data da publicação da lei (e não da vigência). 
 
Enquanto o princípio da irretroatividade representa uma proteção a fatos 
ocorridos antes da vigência da lei (passado), o princípio da anterioridade 
protege fatos futuros. 
 
Reitere-se: O marco temporal no princípio da irretroatividade é a vigência da 
lei, ao passo que no princípio da anterioridade é a publicação da lei. É 
importante evidenciar esta diferença pois os conceitos são absolutamente 
distintos. 
 
Irretroatividade: garantia aos fatos geradores ocorridos no passado. 
Anterioridade: garantia aos fatos geradores a ocorrerem no futuro. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
Exercício financeiro equivale a ano civil. 
 
 
 
 
 
 
c) antes de decorridos noventa 
dias da data em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou, observado o 
disposto na alínea b; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
 
 
 
 
Contribuições Sociais 
Art. 195. A seguridade social será financiada por 
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este 
artigo só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
 
 
 
 
 
Aplicação da anterioridade – art. 150, III, b e c 
 
ITR. Art. 153, VI. 
IGF. Art. 153, VIII. 
Imposto residual. Art. 154, I. 
ITCMD. Art. 155, I. 
ICMS. Art. 155, II, com exceção do art. 155, §4º, IV. 
IPVA e IPTU. Arts. 155, III e 156. Exceto nos casos de 
majoração decorrente de alteração da base de 
cálculo. 
ITBI. Art. 156, II. 
ISS. Art. 156, III. 
Taxas. Art. 145, II. 
Contribuição de Melhoria. Art. 145, III. 
 
 
 
 
Aplicação somente da anterioridade anual 
 
IR. 
IPVA e IPTU (alteração da base de cálculo). 
A base de cálculo do IPVA e IPTU é o valor de 
mercado/venal do imóvel ou veículo considerado. 
Assim, se uma lei modificar a base de cálculo 
destes impostos, apenas a anterioridade de 
exercício deverá ser observada. 
 
Por outro lado, se a alteração se referir à 
majoração de alíquota, deverá observar também a 
anterioridade nonagesimal. 
 
 
 
 
Aplicação somente da anterioridade 
nonagesimal – 150, III, C 
 
IPI: a anterioridade nonagesimal do IPI 
deve ser observada tanto nas alterações 
materializadas por lei, quanto nas 
alterações de alíquotas materializadas por 
decreto do Poder Executivo. 
 
ICMS e CIDE: restabelecimento de 
alíquotas. 
 
 
 
 
 
Exceções à anterioridade 
 
II. Art. 153, I. 
IE. Art. 153, II. 
IOF. Art. 153, V. 
IEG. Art. 154, II. 
EC. Art. 148, I (CALAMIDADE/GUERRA). 
 
O empréstimo compulsório previsto no art. 148, II (INVESTIMENTO) se 
sujeita aanterioridade nonagesimal e de exercício. 
No II, IE e IOF, a anterioridade não é observada em virtude do caráter 
extrafiscal das exações. 
No IEG e EC, a anterioridade não é observada em virtude da 
urgência/calamidade pública que circunda a instituição/majoração 
destes tributos. 
Súmula Vinculante 50 STF: Norma legal que altera o prazo de 
recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da 
anterioridade 
VEDAÇÃO AO CONFISCO 
No ordenamento jurídico brasileiro, confisco representa a perda da 
propriedade sem a correspondente indenização. Assim, “utilizar tributo 
com efeito de confisco” seria usar a tributação para se apropriar do 
patrimônio do particular sem a respectiva indenização. 
 
O confisco é permitido pela legislação brasileira em algumas hipóteses. 
Todavia, em todos os casos, são sanções por atos ilícitos. 
Ex.: perda da propriedade em caso de cultura de drogas ou exploração 
de trabalho escravo. 
Ex.: perda do produto do crime. 
 
O problema é que vedação ao confisco representa um conceito jurídico 
indeterminado. No Brasil, há ausência de parâmetros objetivos fixados 
pela Constituição ou legislação. A aferição será feita em cada caso 
concreto. 
 
 
 
 
 
É possível que a análise do caráter confiscatório ou não seja feita com base em 
um único tributo (e não à carga tributária como um todo). Em que pese a 
dificuldade prática, também é possível a análise da vedação ao confisco 
levando-se em conta dois ou mais tributos que incidam sobre uma mesma 
base econômica. 
 
A natureza do tributo (fiscal ou extrafiscal) pode levar a algumas 
diferenciações no que tange à observância da vedação ao confisco. Os tributos 
extrafiscais visam estimular ou desestimular uma determinada conduta. Neste 
contexto, há quem afirme que o princípio da vedação ao confisco não poderia 
ser aplicado a tais tributos quando objetivassem desestimular uma conduta. 
Não obstante, ainda que o objeto seja desestimular certa conduta, é possível a 
análise da vedação ao confisco à luz da razoabilidade e proporcionalidade. 
 
 Multa tributária: A multa é consequência da prática de uma conduta 
contrária ao direito. Embora tributo e multa não se confundam, o STF entende 
que o princípio da vedação ao confisco aplica-se também às multas tributárias. 
A sanção deve ser razoável, ou seja, proporcional à infração, sob pena de ter 
um efeito confiscatório. 
NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio 
de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a 
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público; 
 
O objeto é coibir tributos que contenham como hipótese de 
incidência a transposição de fronteira interestadual ou 
intermunicipal. Em que pese esta regra, não há óbice à cobrança 
dos tributos que incidam sobre a circulação, como é o caso do 
ICMS. Ainda de acordo com a doutrina, o referido princípio 
protegeria a liberdade de locomoção prevista no art. 5º, XV da CR. 
 
PEDÁGIO - POLÊMICA 
A polêmica do dispositivo se concentra na questão do 
pedágio. Há varias posições a respeito da natureza jurídica do 
pedágio. 
Corrente 1: Pedágio é tributo. Há uma vertente que acredita 
que teria natureza de taxa, outros consideram uma espécie 
tributária autônoma. 
Corrente 2: Pedágio é preço público. 
Corrente 3: Pode ser taxa ou preço público. Parte desta 
corrente entende que se for cobrada pelo Poder Público, será 
taxa, mas se a cobrança for feita por um particular, será preço 
público. Outra vertente deste mesmo entendimento 
considera que, se houver uma via alternativa para ser usada 
pelo cidadão, será preço público, caso não haja, será taxa. 
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS SOMENTE À UNIÃO 
 
Princípio da Uniformidade Geográfica 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de 
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a 
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre 
as diferentes regiões do País; 
 
O IPI não precisa ter as mesmas alíquotas em todo o território 
nacional. A União pode instituir alíquotas diferenciadas, desde que 
tenha por objetivo promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País. 
 
 
 
 
 
Isonomia na tributação da renda 
Art. 151. É vedado à União: 
II - tributar a renda das obrigações da dívida 
pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a remuneração e os 
proventos dos respectivos agentes públicos, em 
níveis superiores aos que fixar para suas 
obrigações e para seus agentes; 
 
Exemplo: União não poderia estabelecer uma 
alíquota de IR de 10% para o servidor público 
federal e de 25% para o servidor público estadual. 
 
 
 
 
 
Vedação a concessão de isenções heterônomas 
Art. 151. É vedado à União: 
III - instituir isenções de tributos da competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
 
Conceito de isenção heterônoma: Um ente federativo 
concede isenção de tributo da competência de outro 
ente. Desta forma, se a competência para instituir o 
tributo pertence ao estado-membro, não pode União 
Federal conceder qualquer isenção relativa a ele. A 
competência tributária conferida a cada ente engloba a 
possibilidade de instituir e cobrar tributo, bem como a 
prerrogativa de não instituí-los e de conceder isenções. O 
art. 13 do CTN não foi recepcionado pela CF/88. 
 
 
 
 
 
MUITO IMPORTANTE!!! Tratados e Convenções 
Internacionais - A União pode conceder isenção 
de tributo estadual/municipal através de um 
tratado internacional? No direito internacional, 
apenas a República Federativa do Brasil tem a 
competência para firmar tratados (art. 52, §2º CR), 
dela não dispondo a União, os estados-membros e 
os municípios. *O Presidente da República não 
subscreve tratados como Chefe de Governo, mas 
como Chefe de Estado, o que descaracteriza a 
existência de uma isenção heterônoma, vedada 
pelo art. 151, III da Constituição. 
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA 
EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO 
 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer 
natureza, em razão de sua procedência ou 
destino. 
De acordo com a própria disposição 
constitucional, trata-se de princípio 
direcionado aos Estados, DF e Municípios.

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