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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL Neiva Regina Basso Freitas CENTRO DIA PARA O IDOSO - PERSPECTIVAS PARA ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL SÃO JOSÉ 2018 NEIVA REGINA BASSO FREITAS CENTRO DIA PARA O IDOSO - PERSPECTIVAS PARA ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para aprovação no curso de graduação em Serviço Social, da Estácio de Sá, sob orientação do Professora Adriana Aparecida Ferreira. SÃO JOSÉ 2018 Neiva Regina Basso Freitas Centro dia para o idoso - Perspectiva para Assistência e Inclusão Social Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social. Aprovado em, _____ de ______________ de 20___. ___________________________________________ Profa. Mestre Adriana Ferreira - Orientadora ___________________________________________ Profa. Mestre Taciana Lopes Bertholino ___________________________________________ Profa. Dra. Vânia C. S. Caran NOTA FINAL ______________ À minha mãe, Shirley Marisa Basso, por todo incentivo e ajuda em todos os sentidos, por sempre estar ao meu lado, não me deixando desistir. A minha família, meus filhos e marido, por toda paciência e compreensão, pela confiança em minha capacidade. Aos amigos verdadeiros, por toda força que me deram durante esta trajetória. À minha orientadora, Adriana, pela dedicação e por todos os ensinamentos ofertados durante a execução da monografia. A todos que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão desse trabalho, o meu agradecimento. ―Anseio que tenha da criança a esperança. Do adulto, o vigor. Do idoso, a experiência. Em deus, a crença. E por objetivo, o amor. Espero que não te haja distração. Pois não ter objetivo. É multiplicar os caminhos e perde-se do destino sem conseguir retornar.‖ (Rose Feliciano) RESUMO Este trabalho tem por objetivo analisar e refletir sobre a instituição centro dia para idosos. Portanto, fez-se necessário discorrer sobre o envelhecimento da população brasileira, fazendo uma breve analise sobre políticas públicas sociais direcionadas ao idoso, ponderando a atuação do serviço social junto ao centro dia, que pode ser um local de amparo ao idoso e às famílias destes. Também foi importante tratar de assuntos como qualidade de vida e inserção social. Para a execução deste estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre o tema em livros e artigos, tanto fisicamente quanto por meios eletrônicos. Contudo, foi coerente realizar análise descritiva dos materiais selecionados. É importante salientar, que sobre o centro dia, poucos artigos foram encontrados no âmbito social. Encontrou-se material relacionado à arquitetura, o que não auxilia neste estudo, já que o objetivo é tratar dos serviços prestados, da qualidade de vida e como ele pode contribuir para a área de assistência social. Palavras-chaves: Centro dia, Inclusão Social, Idoso, Envelhecimento, Qualida de vida, Assistência social. ABSTRACT This work aims to analyze and reflect on the institution day center for the elderly. Therefore, it was necessary to talk about the aging of the Brazilian population, making a brief analysis of social public policies directed to the elderly, pondering the social service's action at the day center, which may be a place of support for the elderly and their families . It was also important to deal with issues such as quality of life and social insertion. For the execution of this study, bibliographic research on the subject was carried out in books and articles, both physically and by electronic means. However, it was consistent to carry out a descriptive analysis of the selected materials. It is important to note that on the day center, few articles were found in the social sphere. Architecture-related material was found, which does not help in this study, since the objective is to deal with the services provided, the quality of life and how it can contribute to the social assistance area. Keywords: Day care, Social Inclusion, Elderly, Aging, Qualitative of life, Social work. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Pirâmide etária - Brasil (projeção) .................................................................................. 19 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 14 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 15 4. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 17 4.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO .................................. 17 4.2 POLITICAS PÚBLICAS PARA COM A PESSOA IDOSA ................................... 21 4.3 O ASSISTENTE NO CENTRO DIA PARA IDOSOS ........................................... 24 4.4 INSTITUIÇÕES DE CURTA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ICPI’S) ............. 25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 31 ANEXOS .................................................................................................................. 33 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, ou seja, a população idosa cresce mais que as outras faixas etárias. Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005 o percentual mundial de pessoas acima de 60 anos era 11,7%. Entre os países que apresentam maior percentual de idosos estão o Japão com 31,1%, Itália com 30,7%, Alemanha com 29,5%, Suécia com 28,7%, Portugal com 26,1%, França com 25,8%, Suíça com 26,3%, Grécia com 26,6% e Espanha com 25,5%, entre outros que permanecem nesse mesmo percentual. É importante salientar que países como Estônia que apresenta 24,8%, República Tcheca com 23,1% e Lituânia com 23,7%, também apresentam alto percentual de idosos. O Brasil aparece na marca dos 10%. Conforme dados do (IBGE, 2013), em 2030 no Brasil, o grupo de idosos com mais de 60 anos, será maior que o grupo de crianças de até 14 anos de idade e que em 2055, a população idosa será maior que a população de crianças e jovens com até 29 anos de idade. O envelhecimento da população e o aumento na expectativa de vida trazem implicações econômicas e sociais consideráveis que exigem aprovação e incremento de ações políticas. A aprovação de leis específicas para a população idosa nos países em desenvolvimento cria divergências entre a classe política, porque as políticas adequadas para sanar problemas gerais primários de saúde tais como educação, mercado de trabalho, ainda não foram superadas, e já emergem questões do envelhecimento populacional a resolver, como a seguridade social, a saúde e uso do tempo livre (Benedetti TRB, Gonçalves LHT, Mota JAPS).O Brasil vem sofrendo profundas mudanças sociais paralelamente a essas transformações que ocorrem no perfil demográfico, como por exemplo, na estrutura familiar e na urbanização, tais mudanças interferem de modo negativo na capacidade da família de prestar cuidado aos idosos, consequentemente aumentando assim a procura por instituições de curta e longa permanência para idosos. Tal tendência está ocorrendo não só nos países do ocidente, como também do oriente (Zhan, Liu, Bai, 2005). Segundo Motta (2001), os gastos com saúde serão progressivamente maiores com o envelhecimento populacional. Porém, grandes gastos não garantem a melhoria da qualidade de vida dos idosos, sendo necessário trabalhar para a mudança nos princípios que regem a atenção à saúde do idoso. Assim na sociedade brasileira, a visibilidade obtida pela velhice deve ser analisada por um duplo movimento que segue sua transformação em preocupação social (Debert, 2004). De um lado, houve um processo de socialização progressiva da gestão dessa categoria. Por muito tempo, ela foi considerada como objeto da esfera privada e familiar. Cabia aos parentes e familiares ou à iniciativa de associações filantrópicas cuidarem de seus idosos. Com a constituição de um saber específico, por meio da gerontologia e da geriatria, e com o advento da aposentadoria sob responsabilidade do Estado, a velhice passou a ocupar o lugar de objeto de gestão pública. Logo, se faz necessário a elaboração de políticas públicas destinadas a atender a população idosa, que devem compreender as diferenças de atender tanto ao idoso independente, detentor de recursos, que tem autonomia de vida diária, quanto ao idoso semidependente ou dependente, que necessita de auxilio para atividades cotidianas ou cuidados contínuos. As causas mais frequentes de vulnerabilidade social do idoso têm origem no abandono ou isolamento social, com a fragilização ou perda do vinculo de pertencimento, se faz necessário a ampliação da rede de proteção social, com uma continua oferta de serviços, projetos, programas e ações que possibilitem o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e a supressão de violação de seus direitos. Fernando Genaro Junior (2013), afirma que com a crescente Revolução Industrial e popularização dos meios de produção capitalista, a velhice passou a ser vista como sinônimo de improdutividade e aumento de custos para a família. "Nosso 'mal-estar', hoje, é que no mundo da produção e do consumismo não há espaço para o idoso". Quando considerado o enfraquecimento dos grupos primários de apoio ao idoso este quadro agrava-se mais com a redução do tamanho das famílias, mudança nas funções dos membros, urbanização, vizinhança menos solidária e outros aspectos como, individualismo, mudança de valores morais, dificuldades econômicas e problemas de saúde. Assim sendo, há que se debater a qualidade de vida atrelada ao poder econômico das pessoas. Enquanto pequena parte da população brasileira tem acesso a bens e serviços que permitem usufruírem de uma velhice digna e tranquila, a maior parte dela tem acesso precário a tais serviços. Muitas instituições para idosos, não oferecem estruturas adequadas, recursos humanos capacitados e qualificados, principalmente, humanizados para lidar com a pessoa idosa. Que na maioria das vezes, são vistos apenas como pessoas que estão no fim da vida e que aguardam a morte chegar. Portanto o envelhecimento da população no Brasil implica em ações efetivas e completas no setor de politicas sociais que estejam em conformidade com a sociedade civil, com objetivos concretos de alcançar uma visão ampla de otimização da qualidade de vida e exercício pleno de cidadania. Com base nas pesquisas bibliográficas realizadas sobre essa realidade de envelhecimento da população da brasileira, é de fundamental importância a criação de espaços alternativos, que proporcionam atendimento as necessidades básicas dos idosos, promovendo e criando condições dignas de vida, despertando a auto estima, respeito, empatia e satisfação pessoal, com a oferta de politicas publicas voltada ao idoso, com qualidade (NERI, 1999). Onde o interesse pelo estudo do trabalho intitulado, Centro dia para idosos – Perspectivas de assistência e inclusão social, justifica-se através da necessidade de compreender o papel do centro dia para idosos como, qualidade de vida, assistência social e inclusão social e também na necessidade de conhecer um pouco mais sobre esta nova modalidade de programa social para idosos, que teve seu projeto idealizado a mais ou menos 70 anos, nos Estados Unidos, mas aqui no Brasil é recente. Para a execução deste estudo utilizou-se de um estudo descritivo, de abrangência reflexiva e análise qualitativa de revisões bibliográficas, consultando artigos científicos e outras fontes consideradas relevantes. Para a busca de artigos científicos foram utilizados dados da Biblioteca Virtual Scientific Eletronic Library (SCIELO), Biblioteca Virtual da Universidade Estácio e de outras Universidades e o Google Acadêmico. Pois, como afirma Lakatos e Maroni (2003), ― O referencial teórico permite verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o aspecto teórico e de outros estudos de pesquisa já realizados‖. Para Trivinos (2008) as pesquisas descritivas, têm por objetivo descrever criteriosamente os fatos e fenômenos de determinada realidade, de forma a obter informações a respeito daquilo que já se definiu como problema a ser investigado. A diferença em relação à pesquisa exploratória é que o assunto da pesquisa já é conhecido. A grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida. Nada impede que uma pesquisa descritiva assuma a forma de um estudo de caso, apesar de essa possibilidade ser mais comum nas pesquisas exploratórias (GIL, 2008). Após buscas pelo termo Centro Dia, constatou-se que não consta como descritor em Ciências e Saúde (DeCS), portanto foi utilizado a palavra chave, Centro Dia, para buscas relacionadas ao tema. Também foram utilizados os descritores, Idoso, envelhecimento, assistência e inclusão social. Para Minayo (2004), a analise discursiva, ―é o método hermenêutico dialético mais capaz dar uma interpretação aproximada da realidade‖. O interesse pela pesquisa acerca do tema intitulado, Centro dia para idosos Perspectiva de Assistência e Inclusão Social, surgiu na observação do campo de estagio obrigatório, na Ação Social de Barreiros, no município de São José, Santa Catarina, das necessidades de cuidados das pessoas idosas da comunidade, principalmente na parte do dia em que seus familiares tinham que sair para trabalhar, muitos idosos tinham algum grau de dificuldade para executar as tarefas se subsistência diária, necessitando de auxilio durante este período, e também pelo fato de não existir na comunidade esse tipo programa social denominado Centro Dia. Para conseguir atingir o objetivo proposto no trabalho, se fez necessário um estudo demográfico do processo de envelhecimento da população brasileira. 2. OBJETIVOS A seguir será apresentado o objetivo que norteará o desenvolvimento deste estudo. O objetivo deste trabalho é analisar e refletir as expectativas sobre o Centro Dia para idosos, acerca de assistência e inclusão social da pessoa idosa. 3. METODOLOGIA Estudo descritivo, de analise reflexiva sobre a atuação e serviços assistencial e de inclusão social do centro dia para idoso, se justifica através da oferta de serviço de proteção social especial de média complexidade para pessoas idosas esuas famílias, conforme Tipificação Nacional dos serviços Sócio-assistenciais, aprovada pelo CNAS, resolução nº 109 de 11/11/2009. Iniciou-se a partir de uma pesquisa básica de análise descritiva de pesquisas bibliográficas de abrangência explicativa e inferenciais qualitativos. Conforme o raciocínio de Richardson (1999, p. 102) "o objetivo fundamental da pesquisa qualitativa não reside na produção de opiniões representativas e objetivamente mensuráveis de um grupo; está no aprofundamento da compreensão de um fenômeno social por meio de entrevistas em profundidade e análises qualitativas da consciência articulada dos atores envolvidos no fenômeno". Para e execução deste trabalho utilizou-se de um estudo descritivo, abrangência reflexiva e analise qualitativa de revisões bibliográficas, consultando artigos científicos e outras fontes considerada importantes para desenvolver os estudos, para buscas de artigos científicos foram utilizados dados, Biblioteca Virtual Scientific Eletronic Library (SCIELO), Biblioteca Virtual da Universidade Estácio e de outras Universidades e o Google Acadêmico. Também foi utilizados conteúdos de decretos, leis, normativas, resoluções CNAS e Políticas Nacionais, Estaduais e Municipais e Federais, Estatuto do Idoso e Tipificação Nacional de Serviços Sociais, NOB/RH/SUAS e Fundo do Idoso. Para Lakatos e Marconi (2001) a pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de coleta de dados secundária e pode ser definido como contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado. Gil (1999) afirma, metodologia é a pesquisa que objetiva produzir conhecimentos novos, uteis para o avanço da ciência sem aplicação pratica prevista, envolve verdades e interesses universais. Gil, (2008) relata que algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Assim, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. De outro modo, há pesquisas que, embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias. Marsiglia (2007) também afirma que as pesquisas de tipo exploratório têm trazido contribuições muito importantes para a compreensão de questões novas que estão sendo percebidas na realidade concreta, denominados de ―temas emergentes‖ 4. DESENVOLVIMENTO 4.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO O envelhecimento é um processo natural de todo o ser humano. Para Duarte (2008), este processo caracteriza-se por ser universal, por ser natural e independente da vontade do indivíduo, onde todo ser nasce, desenvolve-se, cresce, envelhece e morre. É um processo irreversível, apesar de todo o avanço da medicina e nada impede o incomplacente fenômeno, nem o faz reverter. Entre alguns autores, existem variadas dimensões sobre o processo de envelhecer, que pode ser a dimensão biológica, a psicológica, a cronológica ou a social. Reforçando esse argumento pode-se citar que o processo de envelhecimento é, segundo Souza (2007, p.12): Entre todas as definições existentes, a que melhor satisfaz é aquela que conceitua o envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que terminam por levá-lo à morte, Souza (2007, p.12). Conforme a OMS, Organização Mundial de Saúde (2005), citada por Araújo, Coutinho e Santos (2006), até 2025, o Brasil será o sexto país com pleno número de idosos. Dessa maneira, é preciso que haja projetos que visem a melhora e a continuidade das propostas de saúde e qualidade de vida. Netto e Ponte (2002), enfatizam a necessidade de se entender o processo do envelhecimento e o estado de saúde e vida do idoso tem por objetivo a obtenção de informações para que assim possa ser feito um planejamento mais adequado às demandas dessa população. Hareven (1995) citado por Silva (2008, p. 156), considera que ―até o início do século XIX fatores demográficos, sociais e culturais concordavam de tal modo que as sociedades pré-industriais não procediam à separação nítida para cada idade‖. É a partir do século XIX que surge a diferença entre as idades e logo os hábitos em relação cada grupo etário (SILVA, 2008). A redução da fecundidade produz transformações na distribuição dos grupos etários e amplia a participação relativa dos idosos, caracterizando o envelhecimento da população. Na constatação de Berquó há modificação da distribuição dos grupos etários: ―A evolução da estrutura por idades, ao longo de muitos anos, caracteriza-se por uma diminuição sistemática da importância relativa dos jovens e por um aumento paulatino da importância relativa dos mais velhos, enquanto o grupo de 20 a 60 anos se manteve praticamente estável. Esta acumulação progressiva de uma população nos grupos de idade avançada é denominada de envelhecimento demográfico, ou também envelhecimento da população (BERQUÓ, 1980, p.34)‖. O Brasil está em livre processo de envelhecimento, tendo atravessado as etapas iniciais do processo de transição epidemiológica e mesmo no caso de algumas áreas localizadas de regiões metropolitanas mais desenvolvidas, atingido seu estágio final. Até a década de 50 ou mesmo 60, as características demográficas do país indicavam uma população bastante jovem, com altas taxas de fertilidade e taxas de mortalidade que apenas começavam a diminuir. A partir de então, teve início um processo de redução das taxas de fertilidade que, nos últimos anos, vem se acelerando. Para o País, as taxas de fertilidade diminuíram em cerca de 30%, entre 1970 e 1980, diminuição esta, que se verificou em todas as regiões do Brasil, tanto nas zonas urbanas como nas rurais. Dados mais recentes, para algumas áreas do país, mostram que a redução das taxas de fertilidade, provavelmente, se acentuou deste então, a taxa de fecundidade total para o Estado de São Paulo, em 1980, era de 3.4 (número médio de filhos, por mulher em idade reprodutiva) passando a 2.6 em 1985, ou seja, uma diminuição de 20%, em apenas 5 anos. Paralelamente, tem havido uma diminuição nas taxas brutas de mortalidade para o País, como um todo, desde o início deste século, particularmente, a partir da década de 40. Como consequência, a expectativa de vida, ao nascer que era de apenas 33.7 anos em 1900 — havia alcançado 43.2 anos em 1950, 55.0 em 1960, 57.1 em 1970 e 63.5 anos em 1980. As estimativas indicam que, atualmente, ela deve ser da ordem de 66 anos, devendo alcançar 68.6 anos no ano 2000 e ultrapassar 72 no ano 2020, conforme entendimento de Kalache (1987). Segundo dados do IBGE (2017) no ano de 2016, a população residente foi estimada em 205,5 milhões de pessoas e 42% dela estavam no Sudeste. Os homens eram 48,5% da população e as mulheres, 51,5%. Entre 2012 e 2016, a população idosa (com 60 anos ou mais de idade) cresceu 16,0%, chegando a 29,6 milhões de pessoas. Já a parcela de crianças com até 9 anos de idade na população caiu de 14,1% para 12,9% no período. Figura 1: Pirâmide etária - Brasil (projeção) O Envelhecimento Populacional é resultado de melhorias das condições de vida e impacta diretamente em vários setores da sociedade. Dentre as mudançasrelacionadas com o aumento da população idosa, Oliveira (2005) apresenta as seguintes: Aumento do número de aposentados e da proporção de idosos na população total Redução dos níveis de natalidade, com o registro cada vez menor do número de nascimentos observados; Necessidade de mudanças nas demandas sociais do país, nos sistemas de saúde, de previdência social, na estruturação e ampliação do número de instituições de apoio à pessoa idosa e de programas alternativos de atendimento ao idoso. Dessa forma, tendo em vista a longevidade, o debate acerca do envelhecimento é importante para que possamos refletir sobre as novas necessidades e cuidados destinados às pessoas idosas (OLIVEIRA, 2005). O envelhecimento populacional têm sido um dos grandes desafios da humanidade, e o Brasil está prestes a se tornar a sexta maior população de pessoas idosas no mundo. Segundo pesquisas recentes do IBGE (2015) sobre o envelhecimento no Brasil, apontam que atualmente, existem cerca de 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país, e que para 2050, estima-se que serão 64 milhões de pessoas idosas e que, o crescimento da população idosa está diretamente relacionado com a queda da fecundidade e da mortalidade em todas as idades. Tendo em vista a longevidade, o debate acerca do envelhecimento é importante para que possamos refletir sobre as novas necessidades e cuidados destinados às pessoas idosas. O aumento de idosos requer a oferta de serviços de atendimento especializados para este parte da população, e dentre os serviços ofertados, estão os Centros Dia para Idosos, que oferecem um espaço de segurança e reabilitação, amparo físico e psicológico, assistência durante o período do dia, inserção social através da convivência em grupo, comunidade, respeitando os limites de cada um e eliminando o isolamento e abandono da pessoa idosa. 4.2 POLITICAS PÚBLICAS PARA COM A PESSOA IDOSA Nos Estados democráticos modernos, o conceito de política tem ligação direta com o de cidadania, que é o conjunto das liberdades individuais expressas pelos direitos civis (NERI, 2005). Segundo site do Ministério de Direitos Humanos, no ano de 1991, as Nações Unidas lançaram uma Carta de Princípios para as Pessoas Idosas, que inclui a independência, participação, assistência, auto realização e dignidade das pessoas idosas. Mesmo que esses instrumentos legais sejam construídos, divulgados e executados em diferentes níveis temporais e de intensidade, uma nova visão do processo de envelhecimento vem sendo incorporada socialmente. Com o objetivo de propor um caminho para um envelhecimento com qualidade, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) busca, em parcerias com outros Ministérios e órgãos, politicas públicas e ações reais que propiciem a promoção da inclusão e independência desta parcela da população pelo maior tempo possível. No entanto, são estratégias para o futuro que envolve uma proporção real de crescimento econômico, com inovações em tecnologia, serviços e desafios. No Brasil identificam-se marcos legais nacionais que favoreceram o percurso de amadurecimento sobre a questão do envelhecimento, conforme a Constituição Federal de 1988 e a Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1994 (Lei 8.842). Ainda nessa linha de raciocínio, na década de 1990, no âmbito do Governo Federal, estabeleceram programas de benefícios que foram ampliados significativamente pelo Programa Bolsa Família (2004), com uma cobertura social que atende, com pelo menos um beneficio, 8 de cada 10 pessoas idosas no Brasil. Nos últimos anos as instituições governamentais brasileiras, organismos da sociedade civil e movimentos sociais conquistaram uma gama de leis, decretos, propostas e medidas que estabelecem direitos voltados para a pessoa idosa, referenciados pelas diretrizes internacionais (Plano de Ação internacional para o Envelhecimento). Registram-se conquistas democráticas importantes, como a criação do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) em 2002 e a elaboração e publicação do Estatuto do Idoso em 2003, que regulamenta os direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Entre os anos de 2006 e 2011 foram realizadas, no Brasil, três Conferências Nacionais de Direitos da Pessoa Idosa que contou com significante parcela sociedade civil e do governo. Em relação ao estabelecimento de Políticas Públicas e Planos setoriais propostos de forma conjunta (governo e sociedade) destacam-se a Política Nacional de Prevenção a Morbimortalidade por Acidentes e Violência (2001), o Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa (2004), a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006) e o II Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa (2007). Em 2012, a Secretaria de Direitos Humanos reafirmou seu compromisso de trabalhar assiduamente, para que se reconheça a legislação dos direitos da Pessoa Idosa, estabelecendo mecanismos a fim de, efetivar as normatizações nacionais e internacionais. Para tanto, coordena a elaboração do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, que proposto como uma estratégia integral, materializa o esforço coletivo de implementação das políticas públicas desenvolvidas nos últimos anos. O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa tem como finalidade estabelecer objetivos nacionais, estratégias e prioridades que servirão de base para os programas setoriais e regionais, respondendo às demandas e necessidades de uma sociedade cada vez mais preocupada com o respeito e promoção dos direitos fundamentais da pessoa idosa. Em 2002, no Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso foi criado com um caráter consultivo e não satisfatório, porém em 2004 passou ter caráter paritário e também deliberativo. O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) é resultado dos movimentos sociais na batalha pelo reconhecimento da cidadania na sua expressão dos direitos políticos, sociais e civis. Ele estabelece prioridade às normas protetivas ao idoso, conferindo novos direitos e constituindo mecanismos específicos de proteção à pessoa idosa. Este Estatuto constitui um marco legal para a consciência idosa do país; a partir dele, os idosos poderão exigir a proteção aos seus direitos, e os demais membros da sociedade se tornaram mais sensíveis ao amparo do idoso (Uvo e Zanatta, 2005). A Política Nacional de Assistência Social, de 2004, relata que família é a fonte prioritária de apoio e cuidados aos indivíduos. Princípios e diretrizes da Política Nacional do Idoso de 1994 também indicam a responsabilidade da família, embora também responsabilize a sociedade e o Estado na obrigação de garantir os direitos de cidadania e assegurar o bem-estar do idoso. Esta orientação é observada nas disposições preliminares do Estatuto do Idoso, de 2003. Entre as modalidades de atendimento previstas na Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e na Política Nacional do Idoso (PNI), o Centro Dia caracteriza-se como um espaço destinado a proporcionar acolhimento, proteção e convivência a idosos semidependentes, cujas famílias não tenham condições de prover estes cuidados durante todo o dia ou parte dele. O Centro Dia do Idoso, em consonância com a Política de Assistência Social, é um equipamento destinado a ofertar o serviço da Proteção Social Especial de Média Complexidade, classificado como Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, aprovada pelo Conselho Nacional da Assistência Social (CNAS), conforme resolução nº 109,de 11 de novembro de 2009. O Ministério da previdência e Assistência Social (MPAS) reconhece a importância do CDI, como sendo um serviço que atende ao idoso durante o dia e retorna a noite para seu domicilio, como favorecedor de vínculos familiares, assegurando melhor qualidade de vida e possibilitando desenvolvimento das relações interpessoais, promoção da socialização e manutenção e melhoria da capacidade funcional e da autonomia da pessoa idosa. Conforme a MPAS, o CDI é um equipamento que promove. Atenção integral as pessoas idosas que, por suas carências familiares e funcionais não podem ser atendidas em seus próprios domicílios ou por serviços comunitários; proporciona o atendimento das necessidades básicas, mantem o idoso junto a família, reforça o aspecto de segurança, autonomia, bem estar e a própria socialização do idoso (Brasil, 2001ª). Apesar do CDI ser uma modalidade de atenção ao idoso em caráter social, sua atuação tem amplitude muito além da proposta social. Nesse sentido, Galdão (2012) afirma que o CDI tem um papel importante de promoção da autonomia, representação de oportunidades para o envelhecimento ativo e saudável e na percepção dos idosos com os resultados no seu cotidiano. 4.3 O ASSISTENTE NO CENTRO DIA PARA IDOSOS O Assistente social em relação ao CDI tem seu trabalho executado junto a família em nome do Estado, utilizando-se dos instrumentos técnicos operativos como, abordagem individual e familiar, entrevistas, visitas domiciliares, orientações, escuta qualificada, acolhimento e outras ferramentas de trabalho; O produto destes conhecimentos são utilizados para reconhecimento da realidade a que seta inserido e uma melhor resposta das demandas existente no processo social (SZYMANSK, 2002). É de grande importância que os profissionais de serviço social façam uso dos instrumentos técnicos e de seus conhecimentos para juntamente com as politicas publicas executarem e produzirem projetos que atendam a demanda de cuidados ao idoso, pois a população esta envelhecendo e se faz necessário o profissional ter posse de informações e programas para atender a essa demanda. Pois a população idosa e o profissional de assistência social, tem direito exigir políticas sociais do Estado que garantam uma vida digna. O Serviço Social, ao lidar com a família deve orientar a autonomia do idoso e a liberdade. Em relação as políticas é preciso focalizar a demanda atual proporcionando mecanismos eficientes de atendimento a população idosa. Como afirma Lobato: Diante das desigualdades sociais que ainda presenciamos em nosso país, que tem tido crescimento acelerado da população idosa, precisamos unir esforços com outros profissionais que tenham compromisso com a causa do idoso, no desenvolvimento de programas e projetos que busquem garantir melhores condições de vida e dignidade na velhice. Precisamos romper com a ideia que ter envelhecimento saudável é apenas uma questão de mudança de hábitos, o que descaracteriza o papel das políticas públicas para idosos, ainda pouco implementadas em nosso país. O trabalho do assistente social é executado no atendimento às demandas referentes ao processo de acolhimento de idosos que envolvem tanto aos aspectos sociais quanto aos aspectos psicológicos. Conferindo necessidade do trabalho conjunto, interdisciplinar entre psicólogos e assistentes sociais (EIDELWEIN, 2007, p.305). No exercício profissional, o reconhecimento dos profissionais deve ser a respeito da complexidade da realidade de acordo Faleiros (2014) são demandas complexas tanto por efetivação de direitos, como também, por cuidados específicos que exigem dos profissionais a análise das relações gerais e particulares dessas condições e do poder de enfrentá-las, o que implica trabalhar a correlação de forças. Ficam visíveis as demandas por serviços e politicas sociais, representam a desigualdade social e econômica, a exclusão social, os conflitos familiares, com relação a doenças, drogas, abandono em todas as esferas. 4.4 INSTITUIÇÕES DE CURTA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ICPI’S) As Instituições de Curta Permanência para Idosos (ICPI’s), também são denominadas como Centro de convivência, Centro Dia. São estabelecimentos que atendem a pessoas idosas dependentes ou independentes, para desenvolver atividades sociais, de saúde, física, psicológica, promovendo assim seu bem estar e prolongando a vida. Esses estabelecimentos focam em atividades físicas, sociais, culturais, recreativas, ocupacionais e de lazer, que promovem interação social, aprendizado de novas habilidades que possam gerar renda, e educação para saúde; prevenindo desta forma a segregação e promovendo saúde e qualidade de vida através dessas muitas alternativas que mantêm os idosos ativos e motivados. As ICPI’s são classificadas, segundo a Política Nacional do Idoso, dentro dos serviços de proteção social, oferecendo atendimento multiprofissional aos idosos. Ela é destinada à permanência durante o dia de idosos com dependência parcial nas atividades de vida diária (AVD) e que necessitam desta assistência multiprofissional. O envelhecimento saudável, ativo, robusto e bem sucedido não encontram sustentação nos estudos que consideram apenas a longevidade como critério. Ainda, segundo esses autores, esse processo envolve múltiplos fatores individuais, sociais e ambientais, fatores que interferem diretamente na saúde. (TEIXEIRA; NERI, 2008, p. 91). Com o aumento da expectativa de vida da população Brasileira e a diminuição da taxa de natalidade, segundo censo do IBJE de 2010, a preocupação com a inclusão desta parcela de cidadãos com mais de 60 anos nas políticas públicas de assistência social e na oferta de serviços, programas e ações que visam a qualidade de vida desta população. O ser humano para obter melhor qualidade de vida precisa que uma série de necessidades orgânicas sejam supridas. Mas não pode ser reduzida somente a esse aspecto implica, além disso, como é avaliado por Neff (1986, p.25): ―A qualidade de vida busca transcender a mera subsistência humana, satisfazem do também o conjunto de carências relativas à liberdade, ao lazer, à participação, ao afeto, à criação, ao entendimento, à identidade e à proteção‖. Com relação à saúde física, práticas de lazer direcionadas ao exercício físico podem ocasionar ganhos motores, cognitivos, os quais, por sua vez, conduzirão a outra dimensão de qualidade de vida, pois poderão auxiliar o idoso a prolongar seu nível de independência. No que diz respeito ao estado psicológico, o envolvimento em práticas de lazer podem auxiliar o indivíduo, por exemplo, a redução e a probabilidade de ingressar em um estado depressivo. Quanto às relações sociais, há dois viés, um relacionado à procura pelo lazer para buscar e estabelecer novas relações sociais e o outro relacionado à importância das relações sociais como influência para buscar experiências de lazer. Por sua vez, as novas experiências de lazer e o convívio com outras pessoas poderão conduzir o idoso a avaliar e questionar suas crenças pessoais e, consequentemente, a refletir acerca da sua relação com o contexto onde vive, com o espaço onde realiza suas práticas de lazer. Dessa forma, percebe-se que o lazer, através da variada gama de práticas e possibilidades, é um aspecto capaz de alterar direta e ou indiretamente a qualidade de vida de um indivíduo idoso, com características diversas para possibilitar, inclusive, o aumento desta. Conforme Teixeira (2008), o centro dia éum suporte social ao idoso e seus familiares e cuidadores, destinado a permanência diurna de idosos fragilizados ou em risco de fragilização, com dependência parcial para realização das AVDs e que necessitam de atenção multiprofissional. Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009) prevê a atenção à pessoa idosa em situação de dependência e suas famílias no escopo das competências do Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias. Conforme Orientações para Elaboração do Projeto Técnico de Centro Dia para Idosos, aprovado em reunião ordinária da CBI/SC em 28/04/2012, Florianópolis. ―Prevê um atendimento especializado para famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos, exploração da imagem, isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio da família, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador, desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa, dentre outras que agravam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia.‖ (RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009). Este trabalho representa, acolhida, escuta, informação, comunicação e defesa de direitos, articulação com os serviços de políticas públicas setoriais, articulação da rede de serviços socioassistenciais, articulação interinstitucional com o Sistema de Garantia de Direitos, atividades de convívio e de organização da vida cotidiana, orientação e encaminhamento para a rede de serviços locais, referência e contra referência, construção de plano individual e/ou familiar de atendimento, orientação sociofamiliar, estudo social, diagnóstico socioeconômico, cuidados pessoais, desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social, acesso à documentação pessoal, apoio à família na sua função protetiva, mobilização de família extensa ou ampliada, mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio, mobilização para o exercício da cidadania, elaboração de relatórios e/ou prontuários (RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009). O CDI para idosos tem um conceito similar a uma creche infantil, funciona durante um período do dia e com essa possibilidade os idosos tem um local para passar o dia enquanto seus familiares trabalham, obtendo os cuidados necessários, junto a isso o CDI proporciona a convivência com outros idosos, estimulando a criatividade e facilitando a convivência familiar, que um dos fatores importantes para o equilíbrio emocional. Segundo Rizzolli e Cesar Surdi (2010), dentre os motivos que fazem com que os idosos procurem o centro de convivência para a terceira idade estão: levantar a autoestima, melhorar a saúde, fazer amizades, praticar alguma atividade. E de acordo com Veras e Caldas (2004), os centros de convivência são espaços que vem apresentando bons resultados devido ao fato de proporcionar ao idoso, mais autonomia, resgate de sua autoestima e autoconfiança, propiciar o desenvolvimento de suas habilidades através das atividades e fortalecer o seu papel perante a sociedade, fazendo com que se sinta mais satisfeito, melhorando o seu modo de viver. Regimentado de acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços socioassistenciais, a prestação de serviços oferecidos em um centro dia é essencial para a pessoa idosa, que tem como objetivo a inclusão social, assistência social, proteção social, qualidade de vida, assistência a família com pessoa idosa, evitar a institucionalização do idoso, além de contribuir com a melhora da autoestima, da saúde física e mental, evitando o isolamento social, depressão e a retardar o aparecimento de doenças limitantes. Quanto à equipe técnica de ser compostas de profissionais qualificados, em todas as áreas como: Assistente Social, Psicólogos, Terapeutas , pedagogos, Fisioterapeutas, técnico de enfermagem, Motorista e profissionais de apoio para funcionamento do estabelecimento. Além de serviços de alimentação, higiene, vestimenta, e elaboração de atividades difíceis de realizar se for o caso. Oferecem um espaço de amparo social, Físico e mental, lazer, informação e integração, como oficina de artesanato, dança, jogos, leitura, atividades de lazer. O Centro Dia para Idosos é um local que facilita a convivência como por exemplo, laços de amizade, troca de ideias, informações, experiências, atualização através de debates, discussões, proporcionando qualidade de raciocínio e interatividade do idoso com seu grupo. ―Frequentar esse espaço faz com que o idoso envelheça com mais qualidade de vida, pois o idoso se mantém ativo, constrói laços afetivos e desta forma, pode prolongar o seu tempo de vida‖ (RIZOLLI;CESAR SURDI, 2010). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O veloz envelhecimento da população brasileira, onde a expectativa de vida que segundo dados do IBGE está em torno dos 80 anos, em poucos anos, a população idosa será predominante no país e junto à essa realidade vêm o avanço da desigualdade social. Em um país capitalista, as políticas sociais pouco progridem em virtude das demandas sociais existentes. O idoso fica a margem desta desigualdade social. O governo teve muitos avanços nas políticas sociais para o idoso, mas ainda assim existe uma carência grande nesta assistência. O processo de envelhecimento já não se trata mais de uma probabilidade e sim de uma realidade no contexto social. O profissional do serviço social trabalha com as necessidades do idoso num contexto multidisciplinar, atuando na garantia de direitos e promoção de equidade e universalidade de programas e projetos sociais. O centro dia para idoso se encaixa nesses projetos de assistência, promovendo uma vida digna, com qualidade e inclusão social do idoso, que em muitos casos precisa, principalmente, na camada mais pobre da população, passa por abandono, maus tratos e exploração. O centro dia para idoso vem atender os propósitos sócia assistencial, ofertando ao idoso com algum grau de limitação, o cuidado diário que a família às vezes não pode prover em tempo integral ou por questões econômicas ou financeiras, ou mesmo de relacionamento familiar. Embora o estado considere a família responsável legal pelos cuidados do idoso, o centro dia oferece atendimento e atenção ao idoso provendo assim suas necessidade no período do dia sem a quebra de vínculos familiares. O centro dia é um espaço que envolve vários profissionais qualificados para atendimento das necessidades da pessoa idosa. Possibilita a integração social, o vínculo com a comunidade, interação com o grupo de idosos do local, diminuindo doenças como depressão, doenças motoras e cognitivas, contribuindo para autonomia e independência do idoso com qualidade e dignidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SCIELO. O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil: sérios desafios para as políticas públicas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v23n1/v23n1a02>. Acesso em: 13 de maio de 2018. ANPAD. As Políticas Públicas para os Idosos no Brasil: A Cidadania no Envelhecimento. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/EnAPG500.pdf>. 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A atuação do serviço social no centro dia, olhando para a família que cuida do idoso. Disponível em: <http://www.angels4u.com.br/2016/08/a- atuacao-do-servico-social-no-centro-dia-e-olhando-para-a-familia-que-se-cuida-do- idoso/>. Acesso em: 13 de maio de 2018. PRATTEIN. Centro dia do idoso: espaço de proteção e cuidado. Disponível em: <http://prattein.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=855:ce ntro-dia-do-idoso-espaco-de-protecao-e-cuidado&catid=100:programas-de-atencao- ao-idoso&Itemid=190>. Acesso em: 13 de maio de 2018. UNIABEU. A contribuição do trabalho do assistente social em centro de convivência para idosos: limites e possibilidades. Disponível em: <http://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/214/pdf_133>. Acesso em: 13 de maio de 2018. PIRES, M.P.; DE MATOS, W.R. Aumento da população de terceira idade e a necessidade de ampliação das políticas públicas existentes: breves considerações. Revista FSA, 15, 3, p. 253-268, Maio, 2018. 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