Buscar

CENTRO DIA EXPECTATIVAS DE ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
Neiva Regina Basso Freitas 
 
 
 
 
 
CENTRO DIA PARA O IDOSO - 
PERSPECTIVAS PARA ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ 
2018 
NEIVA REGINA BASSO FREITAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DIA PARA O IDOSO - 
PERSPECTIVAS PARA ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito para 
aprovação no curso de graduação em 
Serviço Social, da Estácio de Sá, sob 
orientação do Professora Adriana 
Aparecida Ferreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ 
2018 
 
 
 
 
Neiva Regina Basso Freitas 
 
 
 
Centro dia para o idoso - 
Perspectiva para Assistência e Inclusão Social 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como 
requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social. 
 
 
 
 
 
Aprovado em, _____ de ______________ de 20___. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________ 
Profa. Mestre Adriana Ferreira - Orientadora 
 
 
___________________________________________ 
Profa. Mestre Taciana Lopes Bertholino 
 
___________________________________________ 
Profa. Dra. Vânia C. S. Caran 
 
 
 
 
 
NOTA FINAL ______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha mãe, Shirley Marisa Basso, por 
todo incentivo e ajuda em todos os 
sentidos, por sempre estar ao meu lado, 
não me deixando desistir. A minha família, 
meus filhos e marido, por toda paciência e 
compreensão, pela confiança em minha 
capacidade. Aos amigos verdadeiros, por 
toda força que me deram durante esta 
trajetória. À minha orientadora, Adriana, 
pela dedicação e por todos os 
ensinamentos ofertados durante a 
execução da monografia. A todos que 
contribuíram direta e indiretamente para a 
conclusão desse trabalho, o meu 
agradecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
―Anseio que tenha da criança a esperança. 
Do adulto, o vigor. Do idoso, a experiência. 
Em deus, a crença. E por objetivo, o amor. 
Espero que não te haja distração. Pois não 
ter objetivo. É multiplicar os caminhos e 
perde-se do destino sem conseguir retornar.‖ 
(Rose Feliciano) 
RESUMO 
 
 
Este trabalho tem por objetivo analisar e refletir sobre a instituição centro dia para 
idosos. Portanto, fez-se necessário discorrer sobre o envelhecimento da população 
brasileira, fazendo uma breve analise sobre políticas públicas sociais direcionadas 
ao idoso, ponderando a atuação do serviço social junto ao centro dia, que pode ser 
um local de amparo ao idoso e às famílias destes. Também foi importante tratar de 
assuntos como qualidade de vida e inserção social. Para a execução deste estudo, 
realizou-se pesquisa bibliográfica sobre o tema em livros e artigos, tanto fisicamente 
quanto por meios eletrônicos. Contudo, foi coerente realizar análise descritiva dos 
materiais selecionados. É importante salientar, que sobre o centro dia, poucos 
artigos foram encontrados no âmbito social. Encontrou-se material relacionado à 
arquitetura, o que não auxilia neste estudo, já que o objetivo é tratar dos serviços 
prestados, da qualidade de vida e como ele pode contribuir para a área de 
assistência social. 
 
Palavras-chaves: Centro dia, Inclusão Social, Idoso, Envelhecimento, Qualida 
de vida, Assistência social. 
 
ABSTRACT 
 
 
This work aims to analyze and reflect on the institution day center for the elderly. 
Therefore, it was necessary to talk about the aging of the Brazilian population, 
making a brief analysis of social public policies directed to the elderly, pondering the 
social service's action at the day center, which may be a place of support for the 
elderly and their families . It was also important to deal with issues such as quality of 
life and social insertion. For the execution of this study, bibliographic research on the 
subject was carried out in books and articles, both physically and by electronic 
means. However, it was consistent to carry out a descriptive analysis of the selected 
materials. It is important to note that on the day center, few articles were found in the 
social sphere. Architecture-related material was found, which does not help in this 
study, since the objective is to deal with the services provided, the quality of life and 
how it can contribute to the social assistance area. 
 
Keywords: Day care, Social Inclusion, Elderly, Aging, Qualitative of life, Social 
work. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Pirâmide etária - Brasil (projeção) .................................................................................. 19 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 14 
3. METODOLOGIA ............................................................................................... 15 
4. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 17 
4.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO .................................. 17 
4.2 POLITICAS PÚBLICAS PARA COM A PESSOA IDOSA ................................... 21 
4.3 O ASSISTENTE NO CENTRO DIA PARA IDOSOS ........................................... 24 
4.4 INSTITUIÇÕES DE CURTA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ICPI’S) ............. 25 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 30 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 31 
ANEXOS .................................................................................................................. 33 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, ou seja, a 
população idosa cresce mais que as outras faixas etárias. Segundo o relatório da 
Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005 o percentual mundial de pessoas 
acima de 60 anos era 11,7%. Entre os países que apresentam maior percentual de 
idosos estão o Japão com 31,1%, Itália com 30,7%, Alemanha com 29,5%, Suécia 
com 28,7%, Portugal com 26,1%, França com 25,8%, Suíça com 26,3%, Grécia com 
26,6% e Espanha com 25,5%, entre outros que permanecem nesse mesmo 
percentual. É importante salientar que países como Estônia que apresenta 24,8%, 
República Tcheca com 23,1% e Lituânia com 23,7%, também apresentam alto 
percentual de idosos. O Brasil aparece na marca dos 10%. 
Conforme dados do (IBGE, 2013), em 2030 no Brasil, o grupo de idosos com 
mais de 60 anos, será maior que o grupo de crianças de até 14 anos de idade e que 
em 2055, a população idosa será maior que a população de crianças e jovens com 
até 29 anos de idade. 
 O envelhecimento da população e o aumento na expectativa de vida trazem 
implicações econômicas e sociais consideráveis que exigem aprovação e 
incremento de ações políticas. A aprovação de leis específicas para a população 
idosa nos países em desenvolvimento cria divergências entre a classe política, 
porque as políticas adequadas para sanar problemas gerais primários de saúde tais 
como educação, mercado de trabalho, ainda não foram superadas, e já emergem 
questões do envelhecimento populacional a resolver, como a seguridade social, a 
saúde e uso do tempo livre (Benedetti TRB, Gonçalves LHT, Mota JAPS).O Brasil vem sofrendo profundas mudanças sociais paralelamente a essas 
transformações que ocorrem no perfil demográfico, como por exemplo, na estrutura 
familiar e na urbanização, tais mudanças interferem de modo negativo na 
capacidade da família de prestar cuidado aos idosos, consequentemente 
aumentando assim a procura por instituições de curta e longa permanência para 
idosos. Tal tendência está ocorrendo não só nos países do ocidente, como também 
do oriente (Zhan, Liu, Bai, 2005). 
Segundo Motta (2001), os gastos com saúde serão progressivamente maiores 
com o envelhecimento populacional. Porém, grandes gastos não garantem a 
melhoria da qualidade de vida dos idosos, sendo necessário trabalhar para a 
mudança nos princípios que regem a atenção à saúde do idoso. 
Assim na sociedade brasileira, a visibilidade obtida pela velhice deve ser 
analisada por um duplo movimento que segue sua transformação em preocupação 
social (Debert, 2004). De um lado, houve um processo de socialização progressiva 
da gestão dessa categoria. Por muito tempo, ela foi considerada como objeto da 
esfera privada e familiar. Cabia aos parentes e familiares ou à iniciativa de 
associações filantrópicas cuidarem de seus idosos. Com a constituição de um saber 
específico, por meio da gerontologia e da geriatria, e com o advento da 
aposentadoria sob responsabilidade do Estado, a velhice passou a ocupar o lugar de 
objeto de gestão pública. Logo, se faz necessário a elaboração de políticas públicas 
destinadas a atender a população idosa, que devem compreender as diferenças de 
atender tanto ao idoso independente, detentor de recursos, que tem autonomia de 
vida diária, quanto ao idoso semidependente ou dependente, que necessita de 
auxilio para atividades cotidianas ou cuidados contínuos. 
As causas mais frequentes de vulnerabilidade social do idoso têm origem no 
abandono ou isolamento social, com a fragilização ou perda do vinculo de 
pertencimento, se faz necessário a ampliação da rede de proteção social, com uma 
continua oferta de serviços, projetos, programas e ações que possibilitem o 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e a supressão de violação de 
seus direitos. 
Fernando Genaro Junior (2013), afirma que com a crescente Revolução 
Industrial e popularização dos meios de produção capitalista, a velhice passou a ser 
vista como sinônimo de improdutividade e aumento de custos para a família. "Nosso 
'mal-estar', hoje, é que no mundo da produção e do consumismo não há espaço 
para o idoso". 
Quando considerado o enfraquecimento dos grupos primários de apoio ao 
idoso este quadro agrava-se mais com a redução do tamanho das famílias, 
mudança nas funções dos membros, urbanização, vizinhança menos solidária e 
outros aspectos como, individualismo, mudança de valores morais, dificuldades 
econômicas e problemas de saúde. Assim sendo, há que se debater a qualidade de 
vida atrelada ao poder econômico das pessoas. Enquanto pequena parte da 
população brasileira tem acesso a bens e serviços que permitem usufruírem de uma 
velhice digna e tranquila, a maior parte dela tem acesso precário a tais serviços. 
Muitas instituições para idosos, não oferecem estruturas adequadas, recursos 
humanos capacitados e qualificados, principalmente, humanizados para lidar com a 
pessoa idosa. Que na maioria das vezes, são vistos apenas como pessoas que 
estão no fim da vida e que aguardam a morte chegar. Portanto o envelhecimento da 
população no Brasil implica em ações efetivas e completas no setor de politicas 
sociais que estejam em conformidade com a sociedade civil, com objetivos 
concretos de alcançar uma visão ampla de otimização da qualidade de vida e 
exercício pleno de cidadania. 
Com base nas pesquisas bibliográficas realizadas sobre essa realidade de 
envelhecimento da população da brasileira, é de fundamental importância a criação 
de espaços alternativos, que proporcionam atendimento as necessidades básicas 
dos idosos, promovendo e criando condições dignas de vida, despertando a auto 
estima, respeito, empatia e satisfação pessoal, com a oferta de politicas publicas 
voltada ao idoso, com qualidade (NERI, 1999). 
Onde o interesse pelo estudo do trabalho intitulado, Centro dia para idosos – 
Perspectivas de assistência e inclusão social, justifica-se através da necessidade de 
compreender o papel do centro dia para idosos como, qualidade de vida, assistência 
social e inclusão social e também na necessidade de conhecer um pouco mais 
sobre esta nova modalidade de programa social para idosos, que teve seu projeto 
idealizado a mais ou menos 70 anos, nos Estados Unidos, mas aqui no Brasil é 
recente. 
Para a execução deste estudo utilizou-se de um estudo descritivo, de 
abrangência reflexiva e análise qualitativa de revisões bibliográficas, consultando 
artigos científicos e outras fontes consideradas relevantes. Para a busca de artigos 
científicos foram utilizados dados da Biblioteca Virtual Scientific Eletronic Library 
(SCIELO), Biblioteca Virtual da Universidade Estácio e de outras Universidades e o 
Google Acadêmico. 
Pois, como afirma Lakatos e Maroni (2003), ― O referencial teórico permite 
verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o aspecto teórico e de outros 
estudos de pesquisa já realizados‖. 
Para Trivinos (2008) as pesquisas descritivas, têm por objetivo descrever 
criteriosamente os fatos e fenômenos de determinada realidade, de forma a obter 
informações a respeito daquilo que já se definiu como problema a ser investigado. A 
diferença em relação à pesquisa exploratória é que o assunto da pesquisa já é 
conhecido. A grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas 
visões sobre uma realidade já conhecida. Nada impede que uma pesquisa descritiva 
assuma a forma de um estudo de caso, apesar de essa possibilidade ser mais 
comum nas pesquisas exploratórias (GIL, 2008). 
Após buscas pelo termo Centro Dia, constatou-se que não consta como 
descritor em Ciências e Saúde (DeCS), portanto foi utilizado a palavra chave, Centro 
Dia, para buscas relacionadas ao tema. Também foram utilizados os descritores, 
Idoso, envelhecimento, assistência e inclusão social. 
Para Minayo (2004), a analise discursiva, ―é o método hermenêutico dialético 
mais capaz dar uma interpretação aproximada da realidade‖. 
O interesse pela pesquisa acerca do tema intitulado, Centro dia para idosos 
Perspectiva de Assistência e Inclusão Social, surgiu na observação do campo de 
estagio obrigatório, na Ação Social de Barreiros, no município de São José, Santa 
Catarina, das necessidades de cuidados das pessoas idosas da comunidade, 
principalmente na parte do dia em que seus familiares tinham que sair para 
trabalhar, muitos idosos tinham algum grau de dificuldade para executar as tarefas 
se subsistência diária, necessitando de auxilio durante este período, e também pelo 
fato de não existir na comunidade esse tipo programa social denominado Centro 
Dia. 
 Para conseguir atingir o objetivo proposto no trabalho, se fez necessário um 
estudo demográfico do processo de envelhecimento da população brasileira. 
 
 
 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
A seguir será apresentado o objetivo que norteará o desenvolvimento deste 
estudo. 
O objetivo deste trabalho é analisar e refletir as expectativas sobre o Centro 
Dia para idosos, acerca de assistência e inclusão social da pessoa idosa. 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
Estudo descritivo, de analise reflexiva sobre a atuação e serviços assistencial 
e de inclusão social do centro dia para idoso, se justifica através da oferta de serviço 
de proteção social especial de média complexidade para pessoas idosas esuas 
famílias, conforme Tipificação Nacional dos serviços Sócio-assistenciais, aprovada 
pelo CNAS, resolução nº 109 de 11/11/2009. Iniciou-se a partir de uma pesquisa 
básica de análise descritiva de pesquisas bibliográficas de abrangência explicativa e 
inferenciais qualitativos. 
Conforme o raciocínio de Richardson (1999, p. 102) "o objetivo fundamental 
da pesquisa qualitativa não reside na produção de opiniões representativas e 
objetivamente mensuráveis de um grupo; está no aprofundamento da compreensão 
de um fenômeno social por meio de entrevistas em profundidade e análises 
qualitativas da consciência articulada dos atores envolvidos no fenômeno". 
Para e execução deste trabalho utilizou-se de um estudo descritivo, 
abrangência reflexiva e analise qualitativa de revisões bibliográficas, consultando 
artigos científicos e outras fontes considerada importantes para desenvolver os 
estudos, para buscas de artigos científicos foram utilizados dados, Biblioteca Virtual 
Scientific Eletronic Library (SCIELO), Biblioteca Virtual da Universidade Estácio e de 
outras Universidades e o Google Acadêmico. Também foi utilizados conteúdos de 
decretos, leis, normativas, resoluções CNAS e Políticas Nacionais, Estaduais e 
Municipais e Federais, Estatuto do Idoso e Tipificação Nacional de Serviços Sociais, 
NOB/RH/SUAS e Fundo do Idoso. 
Para Lakatos e Marconi (2001) a pesquisa bibliográfica, é considerada uma 
fonte de coleta de dados secundária e pode ser definido como contribuições 
culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema 
ou problema que possa ser estudado. 
Gil (1999) afirma, metodologia é a pesquisa que objetiva produzir 
conhecimentos novos, uteis para o avanço da ciência sem aplicação pratica prevista, 
envolve verdades e interesses universais. 
Gil, (2008) relata que algumas pesquisas descritivas vão além da simples 
identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a 
natureza dessa relação. Assim, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da 
explicativa. De outro modo, há pesquisas que, embora definidas como descritivas a 
partir de seus objetivos acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do 
problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias. 
 Marsiglia (2007) também afirma que as pesquisas de tipo exploratório têm 
trazido contribuições muito importantes para a compreensão de questões novas que 
estão sendo percebidas na realidade concreta, denominados de ―temas emergentes‖ 
 
 
 
4. DESENVOLVIMENTO 
 
4.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO 
 
 O envelhecimento é um processo natural de todo o ser humano. Para Duarte 
(2008), este processo caracteriza-se por ser universal, por ser natural e 
independente da vontade do indivíduo, onde todo ser nasce, desenvolve-se, cresce, 
envelhece e morre. É um processo irreversível, apesar de todo o avanço da 
medicina e nada impede o incomplacente fenômeno, nem o faz reverter. 
Entre alguns autores, existem variadas dimensões sobre o processo de 
envelhecer, que pode ser a dimensão biológica, a psicológica, a cronológica ou a 
social. 
Reforçando esse argumento pode-se citar que o processo de envelhecimento 
é, segundo Souza (2007, p.12): 
 
 
Entre todas as definições existentes, a que melhor satisfaz é 
aquela que conceitua o envelhecimento como um processo 
dinâmico e progressivo, no qual há modificações 
morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que 
determinam perda progressiva da capacidade de adaptação 
do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior 
vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, 
que terminam por levá-lo à morte, Souza (2007, p.12). 
 
 
Conforme a OMS, Organização Mundial de Saúde (2005), citada por Araújo, 
Coutinho e Santos (2006), até 2025, o Brasil será o sexto país com pleno número de 
idosos. Dessa maneira, é preciso que haja projetos que visem a melhora e a 
continuidade das propostas de saúde e qualidade de vida. 
Netto e Ponte (2002), enfatizam a necessidade de se entender o processo do 
envelhecimento e o estado de saúde e vida do idoso tem por objetivo a obtenção de 
informações para que assim possa ser feito um planejamento mais adequado às 
demandas dessa população. 
Hareven (1995) citado por Silva (2008, p. 156), considera que ―até o início do 
século XIX fatores demográficos, sociais e culturais concordavam de tal modo que 
as sociedades pré-industriais não procediam à separação nítida para cada idade‖. É 
a partir do século XIX que surge a diferença entre as idades e logo os hábitos em 
relação cada grupo etário (SILVA, 2008). 
A redução da fecundidade produz transformações na distribuição dos grupos 
etários e amplia a participação relativa dos idosos, caracterizando o envelhecimento 
da população. Na constatação de Berquó há modificação da distribuição dos grupos 
etários: 
―A evolução da estrutura por idades, ao longo de muitos anos, 
caracteriza-se por uma diminuição sistemática da importância 
relativa dos jovens e por um aumento paulatino da importância 
relativa dos mais velhos, enquanto o grupo de 20 a 60 anos se 
manteve praticamente estável. Esta acumulação progressiva 
de uma população nos grupos de idade avançada é 
denominada de envelhecimento demográfico, ou também 
envelhecimento da população (BERQUÓ, 1980, p.34)‖. 
 
 
O Brasil está em livre processo de envelhecimento, tendo atravessado as 
etapas iniciais do processo de transição epidemiológica e mesmo no caso de 
algumas áreas localizadas de regiões metropolitanas mais desenvolvidas, atingido 
seu estágio final. 
Até a década de 50 ou mesmo 60, as características demográficas do país 
indicavam uma população bastante jovem, com altas taxas de fertilidade e taxas de 
mortalidade que apenas começavam a diminuir. A partir de então, teve início um 
processo de redução das taxas de fertilidade que, nos últimos anos, vem se 
acelerando. 
Para o País, as taxas de fertilidade diminuíram em cerca de 30%, entre 1970 
e 1980, diminuição esta, que se verificou em todas as regiões do Brasil, tanto nas 
zonas urbanas como nas rurais. Dados mais recentes, para algumas áreas do país, 
mostram que a redução das taxas de fertilidade, provavelmente, se acentuou deste 
então, a taxa de fecundidade total para o Estado de São Paulo, em 1980, era de 3.4 
(número médio de filhos, por mulher em idade reprodutiva) passando a 2.6 em 1985, 
ou seja, uma diminuição de 20%, em apenas 5 anos. 
Paralelamente, tem havido uma diminuição nas taxas brutas de mortalidade 
para o País, como um todo, desde o início deste século, particularmente, a partir da 
década de 40. Como consequência, a expectativa de vida, ao nascer que era de 
apenas 33.7 anos em 1900 — havia alcançado 43.2 anos em 1950, 55.0 em 1960, 
57.1 em 1970 e 63.5 anos em 1980. As estimativas indicam que, atualmente, ela 
deve ser da ordem de 66 anos, devendo alcançar 68.6 anos no ano 2000 e 
ultrapassar 72 no ano 2020, conforme entendimento de Kalache (1987). 
Segundo dados do IBGE (2017) no ano de 2016, a população residente foi 
estimada em 205,5 milhões de pessoas e 42% dela estavam no Sudeste. Os 
homens eram 48,5% da população e as mulheres, 51,5%. Entre 2012 e 2016, a 
população idosa (com 60 anos ou mais de idade) cresceu 16,0%, chegando a 29,6 
milhões de pessoas. Já a parcela de crianças com até 9 anos de idade na população 
caiu de 14,1% para 12,9% no período. 
 
 
Figura 1: Pirâmide etária - Brasil (projeção) 
 
O Envelhecimento Populacional é resultado de melhorias das condições de 
vida e impacta diretamente em vários setores da sociedade. Dentre as mudançasrelacionadas com o aumento da população idosa, Oliveira (2005) apresenta as 
seguintes: 
 Aumento do número de aposentados e da proporção de idosos na 
população total 
 
 Redução dos níveis de natalidade, com o registro cada vez menor do 
número de nascimentos observados; 
 
 
 Necessidade de mudanças nas demandas sociais do país, nos 
sistemas de saúde, de previdência social, na estruturação e ampliação 
do número de instituições de apoio à pessoa idosa e de programas 
alternativos de atendimento ao idoso. 
 
Dessa forma, tendo em vista a longevidade, o debate acerca do 
envelhecimento é importante para que possamos refletir sobre as novas 
necessidades e cuidados destinados às pessoas idosas (OLIVEIRA, 2005). 
O envelhecimento populacional têm sido um dos grandes desafios da 
humanidade, e o Brasil está prestes a se tornar a sexta maior população de pessoas 
idosas no mundo. Segundo pesquisas recentes do IBGE (2015) sobre o 
envelhecimento no Brasil, apontam que atualmente, existem cerca de 23 milhões de 
pessoas com mais de 60 anos no país, e que para 2050, estima-se que serão 64 
milhões de pessoas idosas e que, o crescimento da população idosa está 
diretamente relacionado com a queda da fecundidade e da mortalidade em todas as 
idades. Tendo em vista a longevidade, o debate acerca do envelhecimento é 
importante para que possamos refletir sobre as novas necessidades e cuidados 
destinados às pessoas idosas. 
O aumento de idosos requer a oferta de serviços de atendimento 
especializados para este parte da população, e dentre os serviços ofertados, estão 
os Centros Dia para Idosos, que oferecem um espaço de segurança e reabilitação, 
amparo físico e psicológico, assistência durante o período do dia, inserção social 
através da convivência em grupo, comunidade, respeitando os limites de cada um e 
eliminando o isolamento e abandono da pessoa idosa. 
 
4.2 POLITICAS PÚBLICAS PARA COM A PESSOA IDOSA 
 
Nos Estados democráticos modernos, o conceito de política tem ligação direta 
com o de cidadania, que é o conjunto das liberdades individuais expressas pelos 
direitos civis (NERI, 2005). 
Segundo site do Ministério de Direitos Humanos, no ano de 1991, as Nações 
Unidas lançaram uma Carta de Princípios para as Pessoas Idosas, que inclui a 
independência, participação, assistência, auto realização e dignidade das pessoas 
idosas. Mesmo que esses instrumentos legais sejam construídos, divulgados e 
executados em diferentes níveis temporais e de intensidade, uma nova visão do 
processo de envelhecimento vem sendo incorporada socialmente. Com o objetivo de 
propor um caminho para um envelhecimento com qualidade, a Secretaria de Direitos 
Humanos (SDH) busca, em parcerias com outros Ministérios e órgãos, politicas 
públicas e ações reais que propiciem a promoção da inclusão e independência desta 
parcela da população pelo maior tempo possível. 
No entanto, são estratégias para o futuro que envolve uma proporção real de 
crescimento econômico, com inovações em tecnologia, serviços e desafios. No 
Brasil identificam-se marcos legais nacionais que favoreceram o percurso de 
amadurecimento sobre a questão do envelhecimento, conforme a Constituição 
Federal de 1988 e a Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1994 (Lei 8.842). 
Ainda nessa linha de raciocínio, na década de 1990, no âmbito do Governo 
Federal, estabeleceram programas de benefícios que foram ampliados 
significativamente pelo Programa Bolsa Família (2004), com uma cobertura social 
que atende, com pelo menos um beneficio, 8 de cada 10 pessoas idosas no Brasil. 
Nos últimos anos as instituições governamentais brasileiras, organismos da 
sociedade civil e movimentos sociais conquistaram uma gama de leis, decretos, 
propostas e medidas que estabelecem direitos voltados para a pessoa idosa, 
referenciados pelas diretrizes internacionais (Plano de Ação internacional para o 
Envelhecimento). 
Registram-se conquistas democráticas importantes, como a criação do 
Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) em 2002 e a elaboração e 
publicação do Estatuto do Idoso em 2003, que regulamenta os direitos das pessoas 
com idade igual ou superior a 60 anos. Entre os anos de 2006 e 2011 foram 
realizadas, no Brasil, três Conferências Nacionais de Direitos da Pessoa Idosa que 
contou com significante parcela sociedade civil e do governo. 
Em relação ao estabelecimento de Políticas Públicas e Planos setoriais 
propostos de forma conjunta (governo e sociedade) destacam-se a Política Nacional 
de Prevenção a Morbimortalidade por Acidentes e Violência (2001), o Plano de Ação 
para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa (2004), a Política Nacional 
de Saúde da Pessoa Idosa (2006) e o II Plano de Ação para o Enfrentamento da 
Violência contra a Pessoa Idosa (2007). 
Em 2012, a Secretaria de Direitos Humanos reafirmou seu compromisso de 
trabalhar assiduamente, para que se reconheça a legislação dos direitos da Pessoa 
Idosa, estabelecendo mecanismos a fim de, efetivar as normatizações nacionais e 
internacionais. Para tanto, coordena a elaboração do Plano Nacional dos Direitos da 
Pessoa Idosa, que proposto como uma estratégia integral, materializa o esforço 
coletivo de implementação das políticas públicas desenvolvidas nos últimos anos. 
O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa tem como finalidade 
estabelecer objetivos nacionais, estratégias e prioridades que servirão de base para 
os programas setoriais e regionais, respondendo às demandas e necessidades de 
uma sociedade cada vez mais preocupada com o respeito e promoção dos direitos 
fundamentais da pessoa idosa. 
Em 2002, no Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso foi criado com 
um caráter consultivo e não satisfatório, porém em 2004 passou ter caráter paritário 
e também deliberativo. 
O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) é resultado dos movimentos sociais 
na batalha pelo reconhecimento da cidadania na sua expressão dos direitos 
políticos, sociais e civis. Ele estabelece prioridade às normas protetivas ao idoso, 
conferindo novos direitos e constituindo mecanismos específicos de proteção à 
pessoa idosa. Este Estatuto constitui um marco legal para a consciência idosa do 
país; a partir dele, os idosos poderão exigir a proteção aos seus direitos, e os 
demais membros da sociedade se tornaram mais sensíveis ao amparo do idoso 
(Uvo e Zanatta, 2005). 
 A Política Nacional de Assistência Social, de 2004, relata que família é a fonte 
prioritária de apoio e cuidados aos indivíduos. Princípios e diretrizes da Política 
Nacional do Idoso de 1994 também indicam a responsabilidade da família, embora 
também responsabilize a sociedade e o Estado na obrigação de garantir os direitos 
de cidadania e assegurar o bem-estar do idoso. Esta orientação é observada nas 
disposições preliminares do Estatuto do Idoso, de 2003. 
 Entre as modalidades de atendimento previstas na Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS) e na Política Nacional do Idoso (PNI), o Centro Dia 
caracteriza-se como um espaço destinado a proporcionar acolhimento, proteção e 
convivência a idosos semidependentes, cujas famílias não tenham condições de 
prover estes cuidados durante todo o dia ou parte dele. 
 O Centro Dia do Idoso, em consonância com a Política de Assistência 
Social, é um equipamento destinado a ofertar o serviço da Proteção Social Especial 
de Média Complexidade, classificado como Serviço de Proteção Social Especial 
para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias na Tipificação Nacional dos 
Serviços Socioassistenciais, aprovada pelo Conselho Nacional da Assistência Social 
(CNAS), conforme resolução nº 109,de 11 de novembro de 2009. 
O Ministério da previdência e Assistência Social (MPAS) reconhece a 
importância do CDI, como sendo um serviço que atende ao idoso durante o dia e 
retorna a noite para seu domicilio, como favorecedor de vínculos familiares, 
assegurando melhor qualidade de vida e possibilitando desenvolvimento das 
relações interpessoais, promoção da socialização e manutenção e melhoria da 
capacidade funcional e da autonomia da pessoa idosa. 
 Conforme a MPAS, o CDI é um equipamento que promove. 
 
Atenção integral as pessoas idosas que, por suas 
carências familiares e funcionais não podem ser 
atendidas em seus próprios domicílios ou por serviços 
comunitários; proporciona o atendimento das 
necessidades básicas, mantem o idoso junto a família, 
reforça o aspecto de segurança, autonomia, bem estar e 
a própria socialização do idoso (Brasil, 2001ª). 
 
 Apesar do CDI ser uma modalidade de atenção ao idoso em caráter 
social, sua atuação tem amplitude muito além da proposta social. 
 Nesse sentido, Galdão (2012) afirma que o CDI tem um papel 
importante de promoção da autonomia, representação de oportunidades para o 
envelhecimento ativo e saudável e na percepção dos idosos com os resultados no 
seu cotidiano. 
 
4.3 O ASSISTENTE NO CENTRO DIA PARA IDOSOS 
 
O Assistente social em relação ao CDI tem seu trabalho executado junto a 
família em nome do Estado, utilizando-se dos instrumentos técnicos operativos 
como, abordagem individual e familiar, entrevistas, visitas domiciliares, orientações, 
escuta qualificada, acolhimento e outras ferramentas de trabalho; O produto destes 
conhecimentos são utilizados para reconhecimento da realidade a que seta inserido 
e uma melhor resposta das demandas existente no processo social (SZYMANSK, 
2002). 
É de grande importância que os profissionais de serviço social façam uso dos 
instrumentos técnicos e de seus conhecimentos para juntamente com as politicas 
publicas executarem e produzirem projetos que atendam a demanda de cuidados ao 
idoso, pois a população esta envelhecendo e se faz necessário o profissional ter 
posse de informações e programas para atender a essa demanda. 
Pois a população idosa e o profissional de assistência social, tem direito exigir 
políticas sociais do Estado que garantam uma vida digna. 
O Serviço Social, ao lidar com a família deve orientar a autonomia do idoso e 
a liberdade. 
 Em relação as políticas é preciso focalizar a demanda atual proporcionando 
mecanismos eficientes de atendimento a população idosa. Como afirma Lobato: 
 
Diante das desigualdades sociais que ainda presenciamos em 
nosso país, que tem tido crescimento acelerado da população 
idosa, precisamos unir esforços com outros profissionais que 
tenham compromisso com a causa do idoso, no 
desenvolvimento de programas e projetos que busquem 
garantir melhores condições de vida e dignidade na velhice. 
Precisamos romper com a ideia que ter envelhecimento 
saudável é apenas uma questão de mudança de hábitos, o que 
descaracteriza o papel das políticas públicas para idosos, ainda 
pouco implementadas em nosso país. 
 
O trabalho do assistente social é executado no atendimento às demandas 
referentes ao processo de acolhimento de idosos que envolvem tanto aos aspectos 
sociais quanto aos aspectos psicológicos. Conferindo necessidade do trabalho 
conjunto, interdisciplinar entre psicólogos e assistentes sociais (EIDELWEIN, 2007, 
p.305). 
No exercício profissional, o reconhecimento dos profissionais deve ser a 
respeito da complexidade da realidade de acordo Faleiros (2014) são demandas 
complexas tanto por efetivação de direitos, como também, por cuidados específicos 
que exigem dos profissionais a análise das relações gerais e particulares dessas 
condições e do poder de enfrentá-las, o que implica trabalhar a correlação de forças. 
Ficam visíveis as demandas por serviços e politicas sociais, representam a 
desigualdade social e econômica, a exclusão social, os conflitos familiares, com 
relação a doenças, drogas, abandono em todas as esferas. 
 
 
4.4 INSTITUIÇÕES DE CURTA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ICPI’S) 
 
As Instituições de Curta Permanência para Idosos (ICPI’s), também são 
denominadas como Centro de convivência, Centro Dia. São estabelecimentos que 
atendem a pessoas idosas dependentes ou independentes, para desenvolver 
atividades sociais, de saúde, física, psicológica, promovendo assim seu bem estar e 
prolongando a vida. Esses estabelecimentos focam em atividades físicas, sociais, 
culturais, recreativas, ocupacionais e de lazer, que promovem interação social, 
aprendizado de novas habilidades que possam gerar renda, e educação para saúde; 
prevenindo desta forma a segregação e promovendo saúde e qualidade de vida 
através dessas muitas alternativas que mantêm os idosos ativos e motivados. 
As ICPI’s são classificadas, segundo a Política Nacional do Idoso, dentro dos 
serviços de proteção social, oferecendo atendimento multiprofissional aos idosos. 
Ela é destinada à permanência durante o dia de idosos com dependência parcial nas 
atividades de vida diária (AVD) e que necessitam desta assistência multiprofissional. 
 
 
O envelhecimento saudável, ativo, robusto e bem sucedido não 
encontram sustentação nos estudos que consideram apenas a 
longevidade como critério. Ainda, segundo esses autores, esse 
processo envolve múltiplos fatores individuais, sociais e 
ambientais, fatores que interferem diretamente na saúde. 
(TEIXEIRA; NERI, 2008, p. 91). 
 
 
Com o aumento da expectativa de vida da população Brasileira e a diminuição 
da taxa de natalidade, segundo censo do IBJE de 2010, a preocupação com a 
inclusão desta parcela de cidadãos com mais de 60 anos nas políticas públicas de 
assistência social e na oferta de serviços, programas e ações que visam a qualidade 
de vida desta população. 
 
 
O ser humano para obter melhor qualidade de vida 
precisa que uma série de necessidades orgânicas 
sejam supridas. Mas não pode ser reduzida somente 
a esse aspecto implica, além disso, como é avaliado 
por Neff (1986, p.25): ―A qualidade de vida busca 
transcender a mera subsistência humana, satisfazem 
do também o conjunto de carências relativas à 
liberdade, ao lazer, à participação, ao afeto, à criação, 
ao entendimento, à identidade e à proteção‖. 
 
 
Com relação à saúde física, práticas de lazer direcionadas ao exercício físico 
podem ocasionar ganhos motores, cognitivos, os quais, por sua vez, conduzirão a 
outra dimensão de qualidade de vida, pois poderão auxiliar o idoso a prolongar seu 
nível de independência. 
No que diz respeito ao estado psicológico, o envolvimento em práticas de 
lazer podem auxiliar o indivíduo, por exemplo, a redução e a probabilidade de 
ingressar em um estado depressivo. 
Quanto às relações sociais, há dois viés, um relacionado à procura pelo lazer 
para buscar e estabelecer novas relações sociais e o outro relacionado à 
importância das relações sociais como influência para buscar experiências de lazer. 
Por sua vez, as novas experiências de lazer e o convívio com outras pessoas 
poderão conduzir o idoso a avaliar e questionar suas crenças pessoais e, 
consequentemente, a refletir acerca da sua relação com o contexto onde vive, com o 
espaço onde realiza suas práticas de lazer. 
Dessa forma, percebe-se que o lazer, através da variada gama de práticas e 
possibilidades, é um aspecto capaz de alterar direta e ou indiretamente a qualidade 
de vida de um indivíduo idoso, com características diversas para possibilitar, 
inclusive, o aumento desta. 
Conforme Teixeira (2008), o centro dia éum suporte social ao idoso e seus 
familiares e cuidadores, destinado a permanência diurna de idosos fragilizados ou 
em risco de fragilização, com dependência parcial para realização das AVDs e que 
necessitam de atenção multiprofissional. 
 Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais 
(RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009) prevê a atenção à pessoa idosa em 
situação de dependência e suas famílias no escopo das competências do Serviço de 
Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias. 
Conforme Orientações para Elaboração do Projeto Técnico de Centro Dia 
para Idosos, aprovado em reunião ordinária da CBI/SC em 28/04/2012, 
Florianópolis. 
 
―Prevê um atendimento especializado para famílias com 
pessoas com deficiência e idosos com algum grau de 
dependência, que tiveram suas limitações agravadas por 
violações de direitos, exploração da imagem, isolamento, 
confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no 
seio da família, falta de cuidados adequados por parte do 
cuidador, alto grau de estresse do cuidador, desvalorização da 
potencialidade/capacidade da pessoa, dentre outras que 
agravam a dependência e comprometem o desenvolvimento da 
autonomia.‖ (RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009). 
 
 
 
Este trabalho representa, acolhida, escuta, informação, comunicação e defesa 
de direitos, articulação com os serviços de políticas públicas setoriais, articulação 
da rede de serviços socioassistenciais, articulação interinstitucional com o Sistema 
de Garantia de Direitos, atividades de convívio e de organização da vida cotidiana, 
orientação e encaminhamento para a rede de serviços locais, referência e contra 
referência, construção de plano individual e/ou familiar de atendimento, orientação 
sociofamiliar, estudo social, diagnóstico socioeconômico, cuidados pessoais, 
desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social, acesso à documentação 
pessoal, apoio à família na sua função protetiva, mobilização de família extensa ou 
ampliada, mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio, 
mobilização para o exercício da cidadania, elaboração de relatórios e/ou prontuários 
(RESOLUÇÃO CNAS nº 109, 11/11/2009). 
O CDI para idosos tem um conceito similar a uma creche infantil, funciona 
durante um período do dia e com essa possibilidade os idosos tem um local para 
passar o dia enquanto seus familiares trabalham, obtendo os cuidados necessários, 
junto a isso o CDI proporciona a convivência com outros idosos, estimulando a 
criatividade e facilitando a convivência familiar, que um dos fatores importantes para 
o equilíbrio emocional. 
 Segundo Rizzolli e Cesar Surdi (2010), dentre os motivos que fazem com 
que os idosos procurem o centro de convivência para a terceira idade estão: levantar 
a autoestima, melhorar a saúde, fazer amizades, praticar alguma atividade. E de 
acordo com Veras e Caldas (2004), os centros de convivência são espaços que vem 
apresentando bons resultados devido ao fato de proporcionar ao idoso, mais 
autonomia, resgate de sua autoestima e autoconfiança, propiciar o desenvolvimento 
de suas habilidades através das atividades e fortalecer o seu papel perante a 
sociedade, fazendo com que se sinta mais satisfeito, melhorando o seu modo de 
viver. 
Regimentado de acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços 
socioassistenciais, a prestação de serviços oferecidos em um centro dia é essencial 
para a pessoa idosa, que tem como objetivo a inclusão social, assistência social, 
proteção social, qualidade de vida, assistência a família com pessoa idosa, evitar a 
institucionalização do idoso, além de contribuir com a melhora da autoestima, da 
saúde física e mental, evitando o isolamento social, depressão e a retardar o 
aparecimento de doenças limitantes. 
Quanto à equipe técnica de ser compostas de profissionais qualificados, em 
todas as áreas como: Assistente Social, Psicólogos, Terapeutas , pedagogos, 
Fisioterapeutas, técnico de enfermagem, Motorista e profissionais de apoio para 
funcionamento do estabelecimento. 
Além de serviços de alimentação, higiene, vestimenta, e elaboração de 
atividades difíceis de realizar se for o caso. Oferecem um espaço de amparo social, 
Físico e mental, lazer, informação e integração, como oficina de artesanato, dança, 
jogos, leitura, atividades de lazer. 
 O Centro Dia para Idosos é um local que facilita a convivência como por 
exemplo, laços de amizade, troca de ideias, informações, experiências, atualização 
através de debates, discussões, proporcionando qualidade de raciocínio e 
interatividade do idoso com seu grupo. 
―Frequentar esse espaço faz com que o idoso envelheça com mais qualidade 
de vida, pois o idoso se mantém ativo, constrói laços afetivos e desta forma, pode 
prolongar o seu tempo de vida‖ (RIZOLLI;CESAR SURDI, 2010). 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O veloz envelhecimento da população brasileira, onde a expectativa de vida 
que segundo dados do IBGE está em torno dos 80 anos, em poucos anos, a 
população idosa será predominante no país e junto à essa realidade vêm o avanço 
da desigualdade social. 
Em um país capitalista, as políticas sociais pouco progridem em virtude das 
demandas sociais existentes. O idoso fica a margem desta desigualdade social. 
O governo teve muitos avanços nas políticas sociais para o idoso, mas ainda 
assim existe uma carência grande nesta assistência. 
O processo de envelhecimento já não se trata mais de uma probabilidade e 
sim de uma realidade no contexto social. 
O profissional do serviço social trabalha com as necessidades do idoso num 
contexto multidisciplinar, atuando na garantia de direitos e promoção de equidade e 
universalidade de programas e projetos sociais. 
O centro dia para idoso se encaixa nesses projetos de assistência, 
promovendo uma vida digna, com qualidade e inclusão social do idoso, que em 
muitos casos precisa, principalmente, na camada mais pobre da população, passa 
por abandono, maus tratos e exploração. 
O centro dia para idoso vem atender os propósitos sócia assistencial, 
ofertando ao idoso com algum grau de limitação, o cuidado diário que a família às 
vezes não pode prover em tempo integral ou por questões econômicas ou 
financeiras, ou mesmo de relacionamento familiar. Embora o estado considere a 
família responsável legal pelos cuidados do idoso, o centro dia oferece atendimento 
e atenção ao idoso provendo assim suas necessidade no período do dia sem a 
quebra de vínculos familiares. 
O centro dia é um espaço que envolve vários profissionais qualificados para 
atendimento das necessidades da pessoa idosa. Possibilita a integração social, o 
vínculo com a comunidade, interação com o grupo de idosos do local, diminuindo 
doenças como depressão, doenças motoras e cognitivas, contribuindo para 
autonomia e independência do idoso com qualidade e dignidade de vida. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
SCIELO. O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil: sérios 
desafios para as políticas públicas. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v23n1/v23n1a02>. Acesso em: 13 de maio de 
2018. 
 
 
ANPAD. As Políticas Públicas para os Idosos no Brasil: A Cidadania no 
Envelhecimento. Disponível em: 
<http://www.anpad.org.br/admin/pdf/EnAPG500.pdf>. Acesso em: 13 de maio de 
2018. 
 
 
SDH. Dados sobre o envelhecimento no Brasil. Disponível em: 
<http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-idosa/dados-
estatisticos/DadossobreoenvelhecimentonoBrasil.pdf>. Acesso em: 13 de maio de 
2018. 
 
 
BIBLIOTECA DIGITAL. Idoso, lazer, grupos de convivência: uma comparação 
entre participantes, não participantes e egressos.Disponível em: 
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUOS-
8YYNBJ/disserta__o_vers_o_final___aline_dias_com_ficha.pdf?sequence=1>. 
Acesso em: 13 de maio de 2018. 
 
 
UNILINS. A experiência do Centro dia “Thereza Sperandio Moro” como 
efetivação de politica publica de qualidade. Disponível em: 
<http://revista.unilins.edu.br/index.php/cognitio/article/viewFile/170/166>. Acesso em: 
13 de maio de 2018. 
 
 
PORTAL DO ENVELHECIMENTO. Centro-dia do idoso: o espaço das 
diferenças. Disponível em: <https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/centro-dia-
do-idoso-o-espaco-das-diferencas/>. Acesso em: 13 de maio de 2018. 
 
 
ANGELS 4U. A atuação do serviço social no centro dia, olhando para a família 
que cuida do idoso. Disponível em: <http://www.angels4u.com.br/2016/08/a-
atuacao-do-servico-social-no-centro-dia-e-olhando-para-a-familia-que-se-cuida-do-
idoso/>. Acesso em: 13 de maio de 2018. 
 
 
PRATTEIN. Centro dia do idoso: espaço de proteção e cuidado. Disponível em: 
<http://prattein.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=855:ce
ntro-dia-do-idoso-espaco-de-protecao-e-cuidado&catid=100:programas-de-atencao-
ao-idoso&Itemid=190>. Acesso em: 13 de maio de 2018. 
 
 
UNIABEU. A contribuição do trabalho do assistente social em centro de 
convivência para idosos: limites e possibilidades. Disponível em: 
<http://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/214/pdf_133>. Acesso em: 
13 de maio de 2018. 
 
 
PIRES, M.P.; DE MATOS, W.R. Aumento da população de terceira idade e a 
necessidade de ampliação das políticas públicas existentes: breves considerações. 
Revista FSA, 15, 3, p. 253-268, Maio, 2018. ISSN: 18066356. 
 
 
CORREA, Mariele Rodrigues. Cartografias do envelhecimento na 
contemporaneidade : velhice e terceira idade. Cultura Acadêmica, 2009. 
 
 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho 
Nacional de Assistência Social. Tipificação nacional de serviços socioassistenciais: 
texto da resolução nº109, de 11 de novembro de 2009, publicada no Diário Oficial 
Oficial da União em 25 de novembro de 2009. Brasília, 2009. 
 
IBGE. População brasileira envelhece em ritmo acelerado. Disponível em: 
<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1
272&id_pagina>. Acesso em:15 de abril de 2018. 
 
Cavalcanti, A.D. Envelhecimento e institucionalização: uma revisão bibliográfica à 
luz da promoção da saúde. Revista Kairós Gerontologia,16(4), pp.159-174. ISSN 
1516-2567. São Paulo (SP), Brasil. 
 
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo : 
Atlas, 2008. 
 
KALACHE, A.; VERAS, R.P.; RAMOS, L.R. O envelhecimento da população 
mundial: um desafio novo. Rev Saúde Pública 1987. 
 
SILVA, E.; NERI, A. Questões geradas pela convivência com idosos: indicações 
para programas de suporte familiar. In: NERI, A. (org.). Qualidade de vida e idade 
madura. Campinas: Papirus, 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
ANEXO A....................................................................................................................33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO A

Continue navegando