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UNIP – Universidade Paulista 
Campus: Polo Planaltina-Goiás 
 Curso: Letras 
 
 
 
 
 
 
 
Diversidade Linguística no Brasil 
 
 
 
 
 
 
MÔNICA RODRIGUES CAVALCANTI 
 RA: 1724833 
 Tutor(a): Simone Gonzalez 
 
 
 
 
 
 
Planaltina-Go 
2021. 
2 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
MÔNICA ODRIGUES CAVALCANTI 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Monográfico – Curso de Graduação 
– Licenciatura em Letras Língua Portuguesa e, 
 apresentado à comissão julgadora da UNIP – PLANALTINA-GO, 
sob a orientação do professor(a): Simone Gonzalez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 Dedico essa monografia a minha mãe Maria do Carmo, uma das grandes motivadoras 
em todos os meus projetos de vida e a primeira pessoa que penso todas as vezes que 
alcanço uma vitória, pois sei que houve muita oração dela no alcance de cada uma. 
As minhas três filhas Evelyn, Emily e Ana Luísa quero ser motivo de orgulho e 
inspiração pois tudo que faço em busca de uma vida melhor é por elas e para elas. 
Ao amigo Dênis de Oliveira Silva Serra, sem a sua ajuda não teria dado continuidade ao 
curso e esse trabalho não estaria sendo realizado nesse momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gratidão a Deus em primeiro lugar por me direcionar e renovar minhas forças todas 
as vezes que pensei em desistir ao longo desse trajeto, aos tutores e orientadores à 
distância, a tutora presencial professora Fabiana e toda equipe da Unip polo Planaltina-
GO, todos foram de grande importância para minha formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aceitar a diversidade é um passo para a evolução de um mundo cansado de injustiça 
social. 
-Reinaldo Vasconcelos Pereira 
 
 
 
7 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................9-12. 
2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................13-32. 
 Capítulo I 
2.1 Patrimônio cultural.................................................................................13-17. 
2.1.1 Categorias de Línguas.......................................................................17,18. 
2.1.2 Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias....................................18-20. 
 Capítulo II 
2.2 Panorama da diversidade linguística.....................................................20-22. 
2.2.1 As Variações Linguísticas................................................................22-24. 
2.2.2 Diversidade Linguística na Educação..............................................24-27. 
2.2.3 Das Escolas Interculturais Bilingues de Fronteira- PEIBF..............27,28. 
2.2.4 Projeto Observatório de Educação na Fronteira- OBEDF ..............28-30. 
 Capítulo III 
2.3 O Papel da Educação na Difusão da Diversidade Linguística...............30-32. 
2.3.1 Proposta de atividade para difusão da diversidade...........................32,33. 
 3. METODOLOGIA...............................................................................33-35. 
 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................35-37. 
 5. REFERÊNCIAS............................................................ .........................38. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Planaltina-Go 
2021. 
 
 
 RESUMO 
 
 
 
 Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, onde foram analisados antigos 
e documentos que retratam sobre a diversidade linguística no Brasil. Atualmente cerca de 
250 línguas são autenticas e formalizadas no país, onde 170 delas são indígenas. 
 No entanto desafios são enfrentados na preservação dessas línguas que 
por estarem cada vez mais em desuso, correm risco de serem extintas. Desde a 
colonização mais de 36% das línguas que existiam já desapareceram e por conta disso foi 
criado a INDL (Inventário Nacional da Diversidade Linguística, que atualmente é 
considerada um patrimônio cultural imaterial. Ainda no quesito de diversidade, foram 
analisados os projetos de ensino bilingue para que alunos de escolas que fazem fronteiras 
com outros países e possuem a língua de imigração, tenha acesso tanto ao português 
quanto a sua língua materna. 
 Por ser um país diverso e rico em cultura o Brasil possui diversas línguas 
e culturas diferentes, no entanto ainda passar por muita dificuldade em diversos quesitos 
como preconceito, autenticidade, reconhecimento histórico, melhoria no ensino e maior 
inclusão social para grupos minoritários 
Palavra-Chave: Diversidade; Cultura; Índios; Comunidade surda; Imigrantes; Inclusão; 
Educação. 
 
 ABSTRACT 
 A bibliographical research was carried out, where old and documents 
portraying the linguistic diversity in Brazil were analyzed. Currently about 250 languages 
are authentic and formalized in the country, where 170 of them are indigenous. 
 However, challenges are faced in the preservation of these languages, 
which because they are increasingly in disuse, are at risk of extinction. Since colonization, 
more than 36% of the languages that existed have disappeared and because of this the 
INDL (National Inventory of Linguistic Diversity) was created, which is currently 
considered an intangible cultural heritage. Still on the subject of diversity, bilingual 
teaching projects were analyzed so that students from schools that border other countries 
and have the language of immigration have access to both Portuguese and their mother 
tongue. 
 Because Brazil is a diverse country and rich in culture, it has many 
different languages and cultures, however it still goes through a lot of difficulties in 
several issues such as prejudice, authenticity, historical recognition, improvement in 
teaching and greater social inclusion for minority groups. 
Keyword: Diversity; Culture; Indians; Deaf community; Immigrants; Inclusion; 
education 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 As pesquisas realizadas para elaboração do presente artigo partiram de 
um raciocínio introdutório, procurando como fonte de pesquisas alguns dados dessa 
construção sociolinguística sob a perspectiva de alguns pesquisadores das ciências 
humanas e sociais, juntamente com um panorama das políticas públicas que tratam da 
preservação, do respeito e do ensino das diversas línguas existentes no Brasil, medidas 
usadas na busca pela identidade do povo brasileiro tendo sua língua como patrimônio 
nacional. O estudo realizado nesse artigo mostra o quanto o Brasil é diversificado 
culturalmente. 
 Portanto, é um país de muitas línguas – plurilíngue – conforme a 
pluralidade dos países do mundo. No artigo encontrado na revista de informações e 
debates do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada o (IPEA) ARAUJO e 
BACELETTE e NEGRI, volume: 2, publicado: Abril 2018. “Em 94% dos países são 
faladas mais de uma língua, com base nesse dado já é possível subentender que um país 
com a expansão territorial na dimensão do Brasil, só poderia ser rico em diversidade 
linguística.” 
 De acordo com ALMEIDA, FERNANDO, Há uma grande e 
interminável discursão quando se trata da história das línguasbrasileiras entre os séculos 
XVI e XX e que, em um rol meramente exemplificativo, podemos citar Cardoso; Mota e 
Mattos e Silva (2006), Mattos e Silva (2004a), Mattos e Silva (2004b), Freire e Rosa 
(2003), Mendonça (1972), Galves; Garmes e Ribeiro (2009), Naro e Scherre (2007), 
Fiorin e Petter (2008), Melo (1975), Berazoti Filho (2002), entre muitos outros. 
ALMEIDA, FERNANDO Evidências Arquivologias Para Origem dos Tupi-Guarani no 
Leste da Amazônia, SciELO, Mana, Volume: 27, Número: 1, Publicado: 2021. 
 Conforme GERSEN, LUCIANO – Brasília: Ministério da Educação, 
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu 
Nacional, 2006. ISBN 85-98171-57-3. 224 p. – (Coleção Educação para Todos; 12). 
Cerca de 250 línguas são registradas oficialmente no Brasil, onde 170 
delas são indígenas. Isso mostra os índios como parte do patrimônio 
nacional, e como a cultura deles enriquece o país de uma forma 
extraordinária. Línguas como o Guarani e o Tupinambá, que inclusive 
https://www.scielo.br/j/mana/i/2021.v27n1/
https://www.scielo.br/j/mana/i/2021.v27n1/
10 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
tem uma forte influência no Português brasileiro, e fazem parte desse 
riquíssimo acervo cultural que o país carrega. 
 A presente pesquisa objetiva apresentar algumas 
dessas línguas, muitas delas, ainda não registradas oficialmente ou 
pouco conhecidas. Além das indígenas, temos as Crioulas; que vêm 
de origem francesa e exerceu fortes influências na construção do dialeto 
brasileiro; Línguas afro-brasileiras trazidas para o Brasil desde a 
época da colonização; Línguas imigrantes que também são da época 
colonizadora. Somente a parte do Rio Grande do Sul, comporta uma 
das maiores diversidades linguísticas do Brasil, contando ainda que as 
cidades que possuem fronteira com outros países latino-americanos, 
também possuem essa heterogeneidade. 
 MORAIS e SILVA ANTÔNIO, em [1789?] no primeiro dicionário 
monolíngue do idioma português, já identificava várias palavras de origem africana, 
como batucar, cafuné, malungo e quiabo, de uso corrente entre os brasileiros. Ao longo 
do século XIX e nas três décadas seguintes, não faltaram vozes a chamar a atenção para 
a presença africana no português do Brasil, mas mesmo num estudo mais penetrante como 
o de Antônio Joaquim de Macedo Soares, “Sobre algumas palavras africanas introduzidas 
no português que se fala no Brasil”, estampado em 1880 na Revista Brasileira, essa 
participação era considerada ainda menor do que a do tupi e outras línguas ameríndias. 
Embora Macedo Soares visse com interesse quase afetuoso o contributo africano, é ainda 
pequeno o espaço que lhe é reservado no seu Dicionário brasileiro da língua portuguesa: 
elucidário etimológico crítico das palavras e frases que, originárias do Brasil, ou 
aqui populares, se não encontram nos dicionários da língua portuguesa, ou neles 
vêm com forma ou significação diferente, publicado em: 1889 até o verbete 
“candeeiro”. Com a colonização, houve muita repressão com as línguas que não eram o 
português, muita perseguição e preconceito extraído para a história do país, 
marginalizando as línguas africanas e indígenas da época. 
 Outra linguagem muito importante no Brasil que deve ser enaltecida, é 
a segunda língua oficial do País voltada para o ensino de pessoas com deficiência auditiva, 
a língua de sinais. Muitos acreditam que Libras é a única língua de sinais existente no 
país, no entanto, há outra língua da comunidade surda que é pouco conhecida, a Kaa´por, 
uma língua criada por uma tribo indígena no sul do maranhão. 
 De acordo com o IBGE, há mais de dez milhões de pessoas com alguma 
deficiência auditiva no Brasil. A educação de surdos no país – que resultou na criação da 
Libras – remonta à instalação da primeira escola para surdos no século XIX. A Língua 
Brasileira de Sinais, conhecida amplamente por Libras, é usada por milhões de 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ibge.htm
11 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
brasileiros surdos e ouvintes. O desenvolvimento de políticas de inclusão para a 
comunidade surda fez com que, em 2002, a Libras fosse reconhecida como língua oficial 
durante o governo FHC- Fernando Henrique Cardoso, pela Lei nº 10.436. Isso foi 
resultado de uma ampla mobilização da comunidade surda na luta pela ampliação de seus 
direitos. 
 Entre as várias línguas faladas em todo o país é importante frisar que 
além da diversidade linguística no Brasil, há uma grande variação linguística também. O 
regionalismo, por exemplo, é tão complexo e diversificado que nos remete muitas vezes 
a ideia de que mereciam possuir um dicionário regional para que possamos compreender 
o que se fala, com palavras próprias de cada estado e região que parecem fazer parte de 
outra língua, poderíamos dizer que o regionalismo é patrimônio dos seus falantes, cada 
região, tribo ou comunidade com seu próprio português, o “Nordestines”, o “Minereis”, 
o “Carioquês” etc. Há ainda as gírias que são as mais diversas em diferentes grupos, 
variando desde a idade dos falantes até às comunidades a que esses indivíduos pertencem, 
o que leva a uma gama de diversidades de dialetos pelo país. 
 O intuito desse estudo é apresentar ao leitor um pouco dessa riqueza 
cultural e desmistificar a ideia de que somente a língua portuguesa é a única língua que o 
país possui, pois há uma diversidade de línguas oriundas das mais diversas culturas -o 
que torna o país plurilíngue- sendo assim, esse trabalho irá abordar a importância 
diversidade linguística que tanto enriquece nossa cultura, e que muitas vezes passa 
despercebido por conta da desinformação. Essa riqueza cultural é nossa! Merece ser 
apresentada, conhecida e respeitada país à fora. 
 A princípio é relatado como a língua e sua a diversidade linguística são 
tidas como parte do patrimônio cultural, reconhecidas nacionalmente e protegidas por 
lei, abordará sobre as ramificações dessa diversidade e quais são as principais línguas 
existentes no país. Através da análise documental sobre o assunto, foram detectadas 5 
categorias em que estão organizadas as línguas faladas no Brasil. Conforme CASAL 
Jr_ABr, MARCELLO, Ano 10, Edição: 80 publicado: 23/06/2014, Ministério da Cultura 
inicia, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico. 
 São elas: 
12 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
 Línguas de Imigração; Línguas Indígenas; Línguas Afro-Brasileiras; Línguas de 
Sinais; Línguas Crioulas. Dentro de cada categoria está a língua relacionada a ela, sendo 
assim as línguas são subdivididas em grupos para assim melhor se apresentarem. 
 Ainda na valorização da cultura será retratada a forma como a 
diversidade entra no ensino público, como ela é repassada para a população e se todos 
tem acesso a ela. Existem programas governamentais de intercâmbio de docentes que 
vivem nas fronteiras com outros países, onde, eles passam a cultura de um país para o 
outro, em lugares onde as línguas de imigração são muito presentes. No entanto, as 
demais línguas não são apresentadas na grade curricular do ensino público, são exclusas 
da educação e apenas algumas escolas das aldeias indígenas possuem ensino simultâneo 
onde estudam português e sua língua nativa. 
 Na parte social da diversidade há um certo preconceito trazido do berço 
do País, o Brasil é um país que carrega uma das maiores desigualdades sociais e taxas de 
preconceito desde seus primórdios. A diversidade linguística não fica de fora dessa 
realidade, esse preconceito que atravessa o tempo tem levado a extinção de muitas 
línguas, pois quanto mais ela entra em desuso, maior a probabilidade de ela vir a deixar 
de existir.Outro fator que gera essa dizimação cultural, é a desigualdade social que 
esses grupos enfrentam. Por falta de condições e incentivo, há empecilho na criação de 
literatura usando essas línguas, sendo assim fica difícil ser repassado o conhecimento de 
uma língua de geração a geração, pois uma língua que não possui livros e registros 
contendo sua escrita, depende unicamente da memória de seu povo. Os povos indígenas, 
ainda permanecem em sua grande maioria repassando seus conhecimentos ancestrais, 
porém, o mesmo não ocorre em outras culturas o que acaba por extinguir alguns dialetos, 
que se perdem no tempo. Em visita ao site do Ministério da Educação foi encontrado 
dados que apontam a tentativa de evitar a dizimação dessas línguas, o MEC tenta há 
muitos anos incluir o ensino bilingue em todo o país para que pelo menos com algumas 
dessas línguas para que sejam repassadas no ensino público e assim mantê-las vivas. 
 Por fim, a pesquisa mostrará os esforços de órgãos competentes voltados 
para valorização, reconhecimento e identidade das mais variadas línguas através de 
programas de incentivo, decretos, requerimentos, criação de comissões e outros 
documentos implantados ao longo dos anos na busca por preservar e garantir a 
http://portal.mec.gov.br/
13 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
perpetuação das línguas já existentes e usadas no país, para assim, evitar o 
desaparecimento desses dialetos. E em meio a esse caldeirão linguístico, se esforção para 
garantir uma educação de forma abrangente, que atenda a grande diversidade linguística 
do Brasil com seus inúmeros “PORTUGUESES”. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 CAPÍTULO I 
2.1 Patrimônio cultural 
 
 
 Segundo BLUE, ANA, em: A Língua Como Patrimônio Cultural, Jornal 
A VOZ DA SERRA, São Paulo, [Edição?], Publicado: Maio 2016. Por patrimônio, 
semanticamente, entende-se o conjunto de bens, direitos e deveres pertencentes a uma 
pessoa, física ou jurídica. O termo vem do latim patrimonium (patri, pai + monium, 
recebido) e está diretamente ligado ao conceito de herança, o que se passa de pai para 
filho ou de geração para geração. A língua é a maior herança cultural de uma região, 
desde os primórdios o homem tenta a comunicação e aprimora ela ao longo dos anos, no 
entanto há uma estatística que mostra que no mundo inteiro há mais de 7.000 línguas, 
sendo que 90% delas são faladas por apenas 4% da população mundial, dando a muitas 
línguas o risco de extinção, o que gera esse fator é a falta de interação com essa língua. 
Rodrigues (1993), 1.078 línguas indígenas eram faladas em território brasileiro no tempo 
da chegada dos portugueses, das quais hoje sobrevivem menos de 30% . 
 A língua é um organismo vivo, mutável e que evolui. No caso da 
formação do idioma português, que se originou das modificações introduzidas no latim 
vulgar no oeste da Península Ibérica, muitos povos deram sua contribuição, como os 
celtas e os fenícios. E, ao chegar ao recém-colonizado Brasil, a língua sofreu ainda a 
influência dos idiomas indígenas, principalmente o tupi. Dessa forma, durante 
aproximadamente dois séculos, falou-se no país uma mistura da língua tupi simplificada 
e do português, chamada língua geral. Com o tempo, mais portugueses e africanos 
escravizados vieram, o que fez com que a língua geral fosse desaparecendo e o português 
14 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
passasse a ser o idioma predominante. E a língua geral foi banida pelo Marquês de Pombal 
em 1758, caindo em pleno processo de desuso e decadência a partir de então. 
 
 Dados coletados para essa pesquisa no site Povos Indígenas1 no Brasil 
de hoje são falados cerca de 250 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 170 
línguas (chamadas de autóctones), as comunidades de descendentes de imigrantes outras 
30 línguas (chamadas de línguas alóctones), e as comunidades surdas possuem duas 
línguas, a Língua Brasileira de Sinais – Libras – e a língua de sinais Urubu-Ka’apor, 
pertencente a uma tribo indígena localizada ao sul do Maranhão. Portanto, é um país de 
muitas línguas – plurilíngue – conforme a pluralidade dos países do mundo. Em 94% dos 
países são faladas mais de uma língua. 
 Rodrigues (2003), estima que só na Amazônia brasileira havia 700 
línguas indígenas antes da penetração europeia. Se esse número representa de fato uma 
aproximação da realidade amazônica daquela época, isso significa dizer que mais da 
metade das línguas indígenas existentes antes da colonização europeia em terra brasílica 
se perdeu. Para Rodrigues (2003), apesar da redução quantitativa ainda é possível afirmar 
que a Amazônia, na atualidade, continua sendo uma das regiões de maior diferenciação 
linguística do mundo, com mais de 50 famílias linguísticas. No cenário atual as línguas 
indígenas são as mais afetadas com essa realidade, cerca de 10% das línguas indígenas 
são faladas por mais de 2.000 pessoas, o restante não chega nem a 1.000. Isso indica todo 
o preconceito linguístico de que somente a língua portuguesa é aceitável e correta. 
 Na contramão, atualmente, diversas cidades brasileiras têm 
reconhecido o seu falar como patrimônio cultural imaterial. O 
“caipiracicabano”, linguajar falado em Piracicaba (SP), no interior de 
São Paulo, que já é conhecido no Brasil afora pelo “erre” puxado e 
ênfase nas vogais, traços característicos do sotaque dos moradores da 
cidade, vai ser reconhecido como patrimônio imaterial. O Conselho de 
Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac) do município abriu, no último 
dia 13, o processo de tombamento da variedade linguística regional. 
Outro caso relevante, e mais antigo, é o Talian, uma língua forjada a 
partir do encontro, ocorrido em terras brasileiras, de imigrantes falantes 
de dialetos da região do Veneto, na atual Itália, e que possui expressivo 
contingente de falantes no sul do Brasil — mais encontrados nos 
estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Há municípios, como 
Serafina Correa, no Rio Grande do Sul, em que o Talian é língua oficial, 
assim como o português. Acervo cultural, 21 de Maio de 2016. Ana 
 
1 Pesquisa realizada em 05 de Abril 2021. 
https://pib.socioambiental.org/pt/Línguas
15 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
Blue (colaboração: Kelly Cristine) Entre mapas e dobras: 
mediação cultural na aproximação estética com a cidade (p. 132). 
 O Brasil de hoje procura resgatar e preservar sua identidade cultural, 
além de políticas públicas voltadas para preservação e respeito aos diversos dialetos 
falados pelas comunidades indígenas e de colonos que vivem nas fronteiras do país, com 
os mais variados linguajares falados nas diversas regiões limítrofes do país, abraçando e 
valorizando a cultura linguística como um verdadeiro patrimônio cultural. 
 O eixo Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias abordou questões 
práticas e conceituais relativas à compreensão de que falar uma língua, mesmo que 
menorizada, é um direito humano. Incluiu questões relativas à cooficialização, ou seja, a 
possibilidade de utilização de línguas maternas, na educação e demais instâncias do 
Estado; nos meios de comunicação e nos espaços de fronteiras internacionais. Foram 
também objeto deste eixo as estratégias de promoção das línguas em espaços de memória 
ou centros culturais e nas artes literárias, bem como a compreensão das línguas enquanto 
Patrimônio Cultural. -IPHAN, de MVC Garcia · 2014 · Citado por 1 — MARCUS 
VINÍCIUS CARVALHO GARCIA. GIOVANA ... CRÉDITOS. S471. Seminário 
Ibero-americano de Diversidade Linguística (2014 : Foz do Iguaçu, PR). Em 
Novembro de 2014 no estado do Paraná, aconteceu o Seminário Ibero-americano de 
Diversidade Linguística. O evento foi organizado pelo Departamento do Patrimônio 
Imaterial do Iphan e pela Diretoria de Relações Internacionaisdo Ministério da Cultura. 
Contou com a parceria e apoio da Universidade de Integração Latino-Americana (Unila), 
da Itaipu Binacional e da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib). O evento foi 
motivado pela relevância que o tema da diversidade linguística tem adquirido no âmbito 
das políticas de cultura no Brasil. O objetivo foi promover o intercâmbio de 
conhecimentos, experiências e iniciativas desenvolvidas nos países ibero-americanos, em 
temas como garantia dos direitos linguísticos, promoção do multilinguismo e da 
pluralidade linguística. 
 As conferências, trouxeram a mesa de debates apresentação de pesquisas 
e relatos de experiências foram organizadas e dividas por diversos temas e alguns dos 
temas tratados foram: Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias, Produção e Gestão 
do Conhecimento sobre a Diversidade Linguística e As Línguas Portuguesa e Espanhola 
no Cenário Atual. A descrição apresentada pela Convenção aponta para os elementos 
16 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
estruturantes do assunto do patrimônio imaterial, no qual igualmente se inclui a 
diversidade linguística. 
 De acordo com a matéria encontrada no GUIA DE PESQUISA E 
DOCUMENTAÇÃO IPHAN 2 , Patrimônio Cultural e Diversidade Linguística, Vol. 1 
pdf, Ano 2016. A língua, contudo, difere dos demais bens culturais por sua natureza 
transversal e por sua função de pronunciação e transmissão da cultura. Nenhuma prática, 
nenhuma exposição, tampouco conhecimentos ou técnicas são passíveis de serem 
transmitidos através das diferentes gerações salvo transversalmente da intervenção 
exercida pela língua. Nessa acepção, conforme uma língua não é superior a outra, a 
contingência de serem incluídas no INDL (Inventário Nacional da Diversidade 
Linguística) existe para todas elas. E, na perspectiva patrimonial, da mesma forma 
conforme não se pode ponderar a diversidade linguística sem se cogitar em diversidade 
cultural, igualmente não é possível dissociar a língua da comunidade de falantes para a 
qual ela possui um valor referencial. 
 Pensando nisso a IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional), criou a INDL que é o (Inventário Nacional da Diversidade Linguística) através 
desse inventário um grupo que possui sua própria língua pode documentá-la e oficializá-
la, dando a ele o direito de ter sua língua como oficial no País. Outros programas de apoio 
e preservação a essas línguas, como o IPOL ( Instituto de Investigação e Desenvolvimento 
em Política Linguística) e até mesmo próprio IPHAN também auxiliam nesse propósito 
de preservação. Uma língua transmitida através das gerações, é continuamente recriada 
pelas comunidades e grupos em incumbência de seu recinto, de sua comunicação com a 
natureza e de sua história, gerando uma emoção de autenticidade, perenidade e 
contribuindo, assim, para fomentar o respeito à diversidade cultural e à criatividade 
humana. 
 A nomenclatura de Referência Cultural Brasileira que uma língua 
obtém ao ser incluída no INDL explicita precisamente esse sentido. Referência Cultural 
é a concepção articuladora do patrimônio imaterial. Por conseguinte, falar em referência 
cultural implica certificar que certos bens e práticas culturais são portadores de sentidos 
e valores particulares, no que se refere ao modo de ser, de viver e estar no mundo dos 
 
2 Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SEP/Sul EQ 713/913 lote D, Edifício Lúcio 
Costa, 4º andar Cep: 70390-135 
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grupos sociais. Cogitar uma língua como uma referência cultural significa entendê-la, 
consequentemente, como signo de identidade, de pertencimento. Considerar as línguas 
conforme referências culturais implica igualmente reconhecer o ponto de vista dos 
falantes sobre a própria língua, ponderar a sua participação ativa na produção de 
competência sobre ela e na acepção de comportamento que a tenham como assunto. 
 
 
2.1.2 Categorias de Línguas 
 Diante da amplitude de línguas no país, foram criadas 5 categorias para 
atender toda a demanda linguística: 
I- Línguas de Imigração: línguas alóctones trazidas ao Brasil por grupos de fala 
advindos especialmente da Europa, Oriente Médio e Ásia e que, inseridas em 
dinâmicas e realidade vivida dos grupos na região brasileira, tornaram-se 
referência de identidade e memória. 
Exemplos: Talian, Pomerano, Hunsrükisch, entre outras. 
 
II- Línguas Indígenas: línguas originárias do continente sul-americano da porção 
que hoje corresponde a região brasileira e faladas por populações indígenas. 
 Exemplos: Guarani, Kaingáng, Baniwa, Tukáno, Ninam, Maxakalí, 
Marubo, entre outras. 
III- Línguas Afro-Brasileiras: línguas de berço africano faladas no Brasil. Essas 
línguas apresentam grandes diferenças linguísticas em vários aspectos de sua 
estrutura gramatical, produzidas por mudanças históricas desencadeadas pelo 
contato com o Português, podendo ter realizado transferências gramaticais. 
 Exemplos: Gíria de Tabatinga, língua do Cafundó e variedades 
Afrobrasileiras do Português Rural. 
 
https://i1.wp.com/educacaobilingue.com/wp-content/uploads/2010/01/educacao-indigena.jpg
https://i1.wp.com/educacaobilingue.com/wp-content/uploads/2010/01/educacao-indigena.jpg
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IV- Línguas de Sinais: línguas faladas por comunidades surdos, incluindo pessoas 
surdas e ouvintes, que se utilizam da peculiaridade viso-espacial com sinais 
manuais e não manuais, tais conforme expressões faciais e corporais. 
 Libras, Língua de Sinais ; Urubu-Ka’apor, 
 
V- Línguas Crioulas: línguas surgidas a partir da obtenção como língua materna 
por parte de um grupo social de uma língua Pidgin. 
 Exemplos: os Galibi-Marwórno, os Karipuna e os Palikur, que vivem no 
estado do Amapá e falam uma língua crioula formada a zarpar do Francês, uma vez que 
língua dominante, e de diferentes línguas africanas e indígenas da Guiana Francesa e 
Suriname. 
 
 
2.1.3. Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias 
 
 Segundo o art. 216 da Constituição Federal, o patrimônio cultural 
brasileiro é constituído de bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente 
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes 
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem, entre outros, as formas 
de expressão e os modos de criar, fazer e viver. Assim, o conjunto das línguas, autóctones 
e alóctones, diferentes da língua portuguesa, utilizadas tradicionalmente em território 
nacional como língua materna de determinados grupos devem ser reconhecidas e 
salvaguardadas pelo Poder Público como parte essencial do nosso patrimônio cultural. 
 Ainda segundo CASAL, Jr ABr, MARCELLO, em: A DIVERSIDADE 
COMO PATRIMÔNIO CULTURAL, ano10, Ipea, Edição:80, julho 2014. A diversidade 
linguística está ameaçada, não apenas no Brasil, mas em todo o Mundo. Com o intuito de 
contribuir para a sobrevivência desse tesouro cultural da humanidade, a Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) aprovou, em junho de 
1996, a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (também conhecida como 
Declaração de Barcelona) da qual o Brasil é signatário. 
19 
 
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2021. 
 
 A relação entre língua e nação é uma construção histórica. A 
melhor prova disso é a ação dos Estados nacionais, no momento de sua 
consolidação, quando enfrentam a pluralidade de línguas e de linguagens 
(ou dialetos) preexistentes no território, pois este não era “nacional” e 
sim disperso sob várias formas (cidades, burgos, feudos, províncias). A 
ação estatal, por meio da lei e da escola, impõe uma língua única, de 
maneira que a língua nacional nada tem a ver com o “espíritodo povo” 
ou o “caráter nacional”, mas é uma instituição social e política, 
historicamente determinada. (CHAUÍ, 2006, p. 54). 
 A luta pela sobrevivências das línguas minoritárias ganha ao longo anos 
alguns reforços, o primeiro passo nesse sentido foi dado com a edição do Decreto nº 
7.387, de 9 de dezembro de 2010, que instituiu o Inventário Nacional da Diversidade 
Linguística (INDL) como instrumento oficial de identificação, documentação, 
reconhecimento e valorização das línguas faladas pelos diferentes grupos formadores da 
sociedade brasileira. O Inventário oferece a necessária base para que se consolidem ações 
concretas em defesa dos direitos linguísticos. O direito de expressão e comunicação em 
língua materna das comunidades aloctófonas e das comunidades vernaculares falantes de 
dialetos desprestigiados, todavia, continuou excluído da tutela constitucional. BRASIL, 
Decreto Nº 7.387, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 
Brasília DF de 9 de dezembro de 2010, P. 1. 
 Ainda assim, segundo OLIVEIRA (2003), muitas comunidades de 
imigrantes aproveitaram o alvorecer das liberdades democráticas para introduzir o ensino 
de suas línguas tradicionais nas escolas públicas de suas microrregiões “coloniais”, 
enfrentando tanto as políticas linguísticas restritivas do Estado Brasileiro quanto dos seus 
Estados de seus ascendentes, entretanto, essas línguas são ensinadas “[...] tanto ideológica 
como metodologicamente, como línguas estrangeiras, e não como as línguas comunitárias 
e maternas que efetivamente são, o que tem conduzido ao pouco sucesso do seu ensino, 
desvinculado que ele é das práticas linguísticas das comunidades em questão” 
(OLIVEIRA, 2003, p. 10, grifos do autor). 
 
 
 
 
 
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Capítulo II 
 
2.2 Panorama da diversidade linguística 
 
 No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez um 
o censo demográfico em 2010 e realizou um levantamento das línguas faladas no país – 
com base em uma avaliação de autodeclaração – e chegou a uma totalidade de 274 línguas 
faladas por indígenas de 305 etnias diferentes. Conforme a acepção da quantidade de 
línguas indígenas de determinada região depende da ideia de língua que se utiliza, 
havendo com frequência confusão na diferenciação entre etnia e língua, o IBGE, para 
organizar o Censo 2010, solicitou ao GTDL uma lista de línguas indígenas. A lista foi 
preparada tendo como premissa quatro níveis de distribuição das línguas: tronco 
linguístico, família linguística, “língua de classificação” e “língua de identificação. 
 Já na Crioula, conforme MOORE, 2011, p. 228, tem-se de base francesa 
no Brasil, no norte do Amapá: Galibi-Marwórno, Karipúna do Norte e Palikur, hoje é 
falada por cerca de sete mil pessoas. Esses povos falam igualmente duas línguas 
indígenas, o Palikur e o Galibi, além do Português e do Francês, numa circunstância de 
forte proximidade entre as línguas e de plurilinguismo, como é próprio de regiões em 
fronteiras. As línguas afro-brasileiras por sua vez, remontam à experiência histórica do 
tráfico de africanos escravizados, estendendo-se, a partir de 1538, por mais de três 
séculos, embora mais de quatro milhões de indivíduos, falantes de cerca de 200 línguas, 
passaram a ser trazidos à força para o Brasil (cf. LUCHESI et al., 2009). As línguas 
faladas por essas populações pertenciam a dois troncos linguísticos principais: Afro-
asiático e Níger-Congo. Estudos sobre a participação de línguas africanas no Brasil 
indicam que, apesar de o convívio entre o Português e essas línguas não terem 
desencadeado o surgimento de línguas crioulas, elas foram fundamentais para a formação 
do Português falado no Brasil. 
 No artigo de autoria de CZ BOLOGNINI, · 2005 · Citado por 39 — 57 no.2 São 
Paulo Apr./June 2005. LÍNGUAS DE IMIGRANTES. No caso das línguas de imigração, cerca 
de 56 línguas trazidas do exterior por imigrantes passaram a compor parte do cenário 
linguístico do país a partir do fim do século XIX com a vinda em massa de imigrantes 
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2021. 
 
europeus e asiáticos para ocupar terras ditas devolutas, oferecidas pelo Estado brasileiro. 
Com o caminhar das gerações, essas línguas adquiriram uma configuração própria que 
reflete a história da composição da sociedade brasileira. 
 LIBRAS, regida através do Decreto nº 5.626/2005. A Libras, usada em 
várias cidades de todas as regiões do país, é uma língua difundida a partir das redes sociais 
estabelecidas especialmente pelos surdos brasileiros, mediante das associações de surdos, 
mesmo anterior a era da internet. A análise científica da Libras é atual, assim conforme a 
língua de sinais Ka’apor, falada por indivíduos de etnia homônima na região do 
Maranhão. Recentemente também tem a língua de sinais falada na cidade de Jaicós, no 
povoado de Várzea Queimada, Surinam. . BRASIL, Decreto Nº 5.626/2005, Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF de 
23/12/2005, P. 28. 
 Em pesquisa realizada pelo Censo IBGE de 2010 verificou-se que o 
número de brasileiros com deficiência auditiva era de mais de 9,7 milhões de pessoas, o 
que significa mais de 5% da população brasileira. No entanto, embora muito se fale na 
atualidade a respeito de inclusão social e acessibilidade, nota-se que a comunidade surda 
enfrenta muitas dificuldades no que diz respeito a comunicação e educação. No contexto 
da educação, vale destacar o conteúdo do art. 27 e seu parágrafo único da Lei 
13.146/2015: 
 Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, 
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de 
toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e 
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem. 
 
 Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade 
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, 
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. 
 
 Como descrito no artigo acima, a responsabilidade de garantir todos 
esses direitos não é somente do Estado e da família, mas de toda sociedade. É comum que 
as instituições de ensino busquem efetivamente pela inclusão quando algum aluno 
necessite de um atendimento especial, como por exemplo, que a escola contrate um 
22 
 
Planaltina-Go 
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intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), caso possua algum aluno surdo. 
No entanto, seria interessante ensinar a linguagem dos sinais nas escolas mesmo sem 
haver alunos com deficiência auditiva, de modo a incluir não somente no ambiente 
escolar, mas na vida cotidiana mesmo, como por exemplo ser parado na rua para pedir 
informações e saber se comunicar mesmo o outro sendo surdo e vice-versa. 
 
 2.2.1 As Variações Linguísticas 
 
 A língua portuguesa apresenta uma rica diversidade e complexos 
sistemas linguísticos que vão se adequando às necessidades daqueles que deles se 
utilizam. Mesmo assim, as variantes linguísticas, por vezes, são alvo de avaliações 
valorativas ou depreciativas. O conflito causado por tais avaliações pode contribuir para 
a manutenção ou para o desaparecimento de traços linguísticos, o que torna tais questões 
sempre atuais e significativas para aqueles que se dedicam aos estudos sociolinguísticos. 
O foco de nossa investigação está no falar regional; costumeiro; interiorano, variantes 
comumente rotuladas como inadequadas e associadas a indivíduos ditos “sem cultura”,distantes dos padrões estabelecidos pela norma culta. 
 As variações linguísticas, de acordo com os estudos linguísticos, estão 
longe de ser casuais, mas são fenômenos fortemente condicionados por fatores sociais, 
estilísticos e avaliativos. Rev. Inst. Estud. Bras. no.72 São 
Paulo Jan./Apr. 2019 Epub June 10, 2019. 
 Segundo MARTELLOTA, 2008, a sociolinguística é o estudo da língua 
em seu uso real e do local onde ele se dá, pois compreende a língua não como algo 
autônomo, mas dependente do contexto situacional, levando em conta as variações sociais 
que a envolvem, como a cultura e a própria história das pessoas. O estudo da língua parte 
da comunidade linguística, que é um conjunto de pessoas que se relacionam verbalmente, 
respeitando as mesmas regras em relação aos usos linguísticos. Dessa forma, uma 
comunidade de fala não se caracteriza por ter pessoas que falam do mesmo modo, mas 
sim pelo fato de essas pessoas se relacionarem por meio de redes comunicativas diversas, 
seguindo as mesmas normas. A padronização de língua é sempre historicamente definida. 
23 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
Claro que a escrita é um sistema rígido, organizado por um conjunto de regras comum a 
todos os falantes de uma mesma comunidade linguística para evitar o caos na 
comunicação. Entretanto, há um dinamismo inerente em todas as línguas, tornando-as 
heterogêneas; “encontram-se assim, formas distintas que, em princípio, se equivalem 
semanticamente no nível do vocabulário, da sintaxe e morfossintaxe, do subsistema 
fonético-fonológico e no domínio pragmático-discursivo. O português falado no Brasil 
está repleto de exemplos” (MOLLCA;BRAGA,2008, p. 9). 
 Na matéria de SILVA, Júnior. A diversidade linguística dá-se em razão 
de diferenças geográficas, de classes sociais, de níveis de escolaridade, de categorias 
como profissão, idade, sexo, entre outras. Além disso, a diversidade da língua expressa-
se na própria continuação histórica, de forma que as mudanças temporais sejam parte da 
história das línguas. SILVA, Júnior, A Diversidade Linguística na Escola, revista 
eletrônica Brasil Escola, [ano?] encontrado no endereço 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-diversidade-linguistica.htm 
acesso: 5 de maio de 2021. 
 Assim, nas comunidades de fala há a coexistência de um conjunto de 
variedades linguísticas, que não ocorrem no vazio, mas sim no contexto das relações 
sociais que são estabelecidas pela estrutura histórica e sociopolítica de cada comunidade. 
Nessas relações há sempre uma ordenação valorativa que classifica as variantes como 
superiores ou inferiores. As sociedades de tradições ocidentais oferecem um caso 
particular de variedade prestigiada: a variedade padrão. A variedade padrão é a variedade 
linguística socialmente mais valorizada, de reconhecido prestígio dentro de uma 
comunidade, cujo uso é, normalmente, requerido em situações de interação determinadas, 
definidas pela comunidade como próprias, em função da formalidade da situação, do 
assunto tratado, da relação entre os interlocutores. SCIELO. (BENTES; MUSSALIM, 2008, p. 40). 
 Contudo, o regionalismo está tão presente nos quatro quantos do Brasil 
que não poderia ficar de fora do tema proposto por esse estudo, suas características 
contribuem de forma ativa na diversidade da língua, são fatos linguísticos que não apenas 
divergem da norma padrão, mas também são peculiares a cada estado/região do país. Não 
há fronteiras explícitas, embora se reconheça que essas variantes se expressam com maior 
especificidade à medida que se adentra no interior do sertão brasileiro. Dados revelam 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-diversidade-linguistica.htm
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0020-38742019000100063#B4
24 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
que há mais de 12 dialetos regionais. As variações linguísticas podem ser diatópicas 
(regionais), diacrônicas (históricas), diastráticas (sociais). O português do Brasil insere-
se em uma ampla variação relacionada à dimensão territorial e processos migratórios que 
marcaram a história da nação. Elementos da linguagem que escapam à norma padrão são 
classificados como regionalismos. BIDERMAN 2001, p. 136). 
 
2.2.2 Diversidade Linguística na Educação 
 
 A Constituição de 1988, de um lado, oficializou o unilinguíssimo 
praticado pelo Estado Brasileiro desde o seu nascedouro, mas por outro representou um 
avanço em relação às comunidades aloctófonas: “Os indígenas passaram a ser 
considerados pelo Estado como elemento constitutivo da sociedade brasileira e não mais 
como categoria provisória, e a sociedade se deu conta, não sem surpresa, que os índios – 
as nações indígenas – ainda existem e estarão aqui no futuro” (OLIVEIRA, 2003, p. 9). 
A partir de então, tem sido construída uma educação escolar específica para as 
comunidades indígenas, marcada pelo bilinguismo e pela interculturalidade, cujos 
parâmetros são o Referencial Curricular Nacional para a Educação Indígena (BRASIL, 
1998), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Indígena (BRASIL, 1999a) 
e as Diretrizes Nacionais para o Funcionamento das Escolas Indígenas (BRASIL, 1999b). 
 
Os indígenas que habitavam a terra brasílica desconheciam a 
instituição escola, porém conheciam formas próprias de reprodução de 
saberes desenvolvidos e transmitidos por meio da tradição oral, em 
seus idiomas próprios, sem precisar da escrita alfabética, ou seja, cada 
sociedade indígena possuía e ainda possui um processo próprio pelo 
qual internalizava em seus membros um modo particular de ser, de 
garantir sua sobrevivência e sua reprodução. – Instituto Brasileiro de 
Análises Sociais e Econômicas – IBASE (2004). 
 
 Nesse processo, a contribuição da metodologia de história oral atribui 
importância ao sujeito da pesquisa, sujeito da história, que, entre possibilidades e limites, 
25 
 
Planaltina-Go 
2021. 
 
se apresenta construtor de seu destino (MEIHY, 1996). O ensino indígena também não se 
limitava ao espaço escolar, isto é, à sala de aula, sequer ocorria em situações artificiais, 
pois era possível aprender algo em qualquer espécie de relação social. A educação 
indígena é construída diariamente, em coletividade, com a comunicação de todos os 
integrantes da comunidade, ou seja, os povos indígenas partiam do fundamento de que 
todos educam todos em qualquer situação do cotidiano. Outro ponto que deve ser levado 
em conta na educação indígena, é o que ocorre nos ritos quando um indígena passa de 
uma faixa etária para outra, por exemplo, tornando-se adulto: “Os ritos de iniciação à vida 
adulta comprovam que a criança indígena aprendeu tudo que precisava para viver na sua 
sociedade e ser um bom membro da mesma” (SIMAS; PEREIRA, 2010, p. 6). 
 Em 2010, o portal do MEC SECAD/MEC publicou medidas 
governamentais através do Decreto Presidencial 26/91, em articulação com as secretarias 
estaduais e municipais de educação, o Ministério da Educação, atendendo preceitos legais 
estabelecidos na Constituição de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
e no Plano Nacional de Educação. O decreto visava um tratamento especial ao ensino 
indígena, reconhecendo-o como modalidade de ensino, alicerçada em um novo 
paradigma educacional de respeito à interculturalidade, ao multilinguismo e a etnicidade. 
Incumbido de coordenar as ações educacionais no país. Nessa legislação, estabeleceu-se 
como competência do Ministério da Educação a coordenação das ações de educação 
escolar indígena no país, por meio da definição de diretrizes curriculares para a oferta de 
educação escolar aos povos indígenas, assistência técnico-financeira aos sistemas deensino para oferta de programas de formação de professores indígenas e de publicação de 
materiais didáticos diferenciados e elaboração de programas específicos para atendimento 
das necessidades das escolas indígenas, visando à melhoria nas condições de ensino nas 
aldeias. 
 Segundo MOURA, Selma, em: Bilinguismo e Educação Indígena no 
Brasil, janeiro 2010, disponível em: https://educacaobilingue.com/2010/01/17/indigena/ 
acesso: 7 de maio de 2021. A implementação dessa política tem como objetivo assegurar 
a oferta de uma educação de qualidade aos povos indígenas, caracterizada por ser 
comunitária, específica, diferenciada, intercultural e multilíngue. Esta deverá propiciar 
aos povos indígenas acesso aos conhecimentos universais a partir da valorização de suas 
línguas maternas e saberes tradicionais, contribuindo para a reafirmação de suas 
http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=37&Itemid=164
https://educacaobilingue.com/2010/01/17/indigena/
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Planaltina-Go 
2021. 
 
identidades e sentimentos de pertencimento étnico. Formar professores indígenas, 
membros de suas respectivas etnias, para que assumam à docência e a gestão das escolas 
em terras indígenas, é o principal desafio para a consolidação dessa nova proposta de 
escola indígena. Hoje estão em curso as primeiras experiências de formação de docentes 
indígenas em nível de licenciatura, dando seguimento aos cursos de magistério indígena, 
que promoveram a escolarização básica e a formação específica de professores indígenas 
em diferentes regiões do país. 
 A qualificação profissional dos docentes indígenas é condição 
fundamental para que de fato as comunidades indígenas possam assumir suas escolas, 
integrando-as à vida comunitária, de modo que possam responder suas demandas e 
projetos de futuro. Não há e nem pode haver um único modelo de escola indígena a ser 
desenvolvido em todo país. O Ministério da Educação tem procurado, junto aos sistemas 
de ensino, apoiar a consolidação de experiências particulares de organização escolar, 
discutidas e construídas a partir dos interesses e da participação de cada comunidade 
indígena, tal como preconiza a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do 
Trabalho) que foi ratificada pelo Brasil e entrou em vigor em julho de 2003. 
 Há ainda um longo caminho a ser percorrido para garantia da oferta de 
uma diversidade linguística na educação do país. No âmbito escolar, o ensino linguístico 
acaba sendo muito exclusivo para o português como única língua oficial, apesar da 
implantação de políticas públicas, projetos de leis que garantem o direito das línguas 
minoritárias, a oferta dessas “modalidades” é ainda muito defasada, nem mesmo a Libras 
é ministrada no componente curricular do ensino regular. O decreto nº 5.626, de 
Dezembro de 2015 dispõe apenas sobre a inclusão de Libras na grade curricular na 
formação de docentes, ainda um pequeno passo para diminuir a exclusão dos usuários da 
Língua Brasileira de Sinais. BRASIL, Decreto Nº 5.626/2005, Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF de 23/12/2005, P. 28. 
 Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como 
segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos 
cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do 
ensino fundamental, de nível médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em 
Letras com habilitação em Língua Portuguesa. 
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Planaltina-Go 
2021. 
 
 Por enquanto o ensino de Libras é ofertado através de professores 
interpretes na modalidade professor de “APOIO” , porém há de se pensar em uma 
educação bilingue para todos, assim tanto as PCD auditiva como os ouvintes 
conseguiriam se comunicar de forma efetiva, realizando de fato a inclusão. 
 Quanto ao ensino bilingue em fronteiras, a partir de 2005 ganhou 
incentivos por parte do governo brasileiro em parceria com o governo da Argentina e 
outros países vizinhos, visando uma educação efetiva e o estreitamento de relações as 
regiões de fronteiras tiveram implantadas um projeto integrador de línguas que também 
são oficiais no Brasil, devido a migração e convívio próximo, o que torna essas regiões 
plurilíngues e multiculturais. Esses projetos são ações de uma educação linguística que 
de acesso a “todos tem direito a educação de forma igualitária”. Encontrado em: Portal 
da Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Bilingue, 17 de maio de 
2020, disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/maio-2020-pdf/146571-texto-
referencia-parecer-sobre-educac-a-o-bili-ngue/file acesso: 7 de maio de 2021. 
 
 2.2.3 Das Escolas Interculturais Bilingues de Fronteira- PEIBF 
 
 No artigo de ALFA PENA, Rodolfo, Exercício sobre o Mercosul, [ano?], 
encontramos os seguintes dados: Criado em 2005, a princípio como um acordo entre 
Brasil e Argentina, em 2007 foi aderido ao Mercosul educacional, se ampliando para os 
países membros. Então em 2008, Paraguai, Uruguai e Venezuela se estabeleceram no 
acordo para participar das atividades. De início foram 28 escolas, 14 delas sendo 
brasileiras distribuídas por 24 cidades pares, e cerca de 4500 alunos fizeram parte desse 
projeto. 
 Esse projeto constitui em um intercâmbio de docentes, onde eles migram 
para o outro país levando a sua cultura e língua para aquela determinada região. As 
línguas mais frequentes são a portuguesa e a espanhola, no entanto, na fronteira com o 
Paraguai, de forma informal, como matéria optativa eles ensinam o Guarani, língua 
indígena. A ideia central do projeto é passar aos alunos uma experiência com vários 
âmbitos tanto linguísticos quanto culturais, dando um maior acesso a uma educação com 
equidade. 
http://portal.mec.gov.br/docman/maio-2020-pdf/146571-texto-referencia-parecer-sobre-educac-a-o-bili-ngue/file
http://portal.mec.gov.br/docman/maio-2020-pdf/146571-texto-referencia-parecer-sobre-educac-a-o-bili-ngue/file
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Planaltina-Go 
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 Atualmente o Brasil enfrenta uma luta para a formalização dessas 
escolas bilingues em todo o país, o MEC até mesmo já fez solicitação ao CNE, no entanto 
não houve resposta. Mas a ideia é fazer com que o ensino regular público seja bilingue, 
dando aos alunos uma maior experiência escolar e dando maior oportunidade a esses 
alunos, que terão a chance de se tornarem bilingues o que além de ser promissor na futura 
carreira profissional deste aluno, também traz uma maior inclusão social e uma maior 
chance de intercambio para pessoas com poder baixo aquisitivo. ALFA PENA, Rodolfo 
eletrônica Brasil Escola, [ano?] encontrado no endereço 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-diversidade-linguistica.htm 
acesso: 7 de maio de 2021. 
 
2.2.4 Projeto Observatório de Educação na Fronteira- OBEDF 
 
 Disponível no portal do MEC Documento Projeto Escola Intercultural 
Bilíngue de Fronteira (PEIBF) o projeto é o que traz ideias e planos para o PEIBF 
funcionar. Se situam no modelo de gestão é um projeto produzido e implantado para 
fomentar pesquisas sobre o Ensino Fundamental em contextos plurilíngues e 
multiculturais conforme o da fronteira e a qualificação de seu corpo docente. É uma 
iniciativa que amplia o domínio de observação sobre a fronteira e os processos educativos 
que lhes são peculiares tem o apoio da CAPES e está sendo evoluído em rede pelas 
Instituições Públicas de Ensino Superior: Fundação Universidade Federal de Rondônia – 
Unir/Campus Guajará-Mirim e Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. 
 Segundo o disposto no portal do MEC, o seguimentocomedido e 
contínuo de aulas nas séries iniciais do ensino fundamental (1ª e 2º anos) em cinco escolas 
a fim da se perceber como o ensino de língua portuguesa (e das matemáticas, em 
secundário plano) é evoluído nessas escolas e de que modo se dá a obtenção da leitura e 
da escrita pelos alunos falantes de outras línguas maternas que não o Português, e a 
socialização dos resultados na rede de ensino local. O pressuposto é que há interferências 
de ordem linguística e cultural que afetam o processo de ensino-aprendizagem desses 
alunos. Por tamanho, como a matemática é linguagem, essas interferências podem 
igualmente estabelecer a obtenção desta competência pelos alunos. Observar-se-á como 
elas acontecem e sistematizar-se-ão seus principais modos de acontecimentos. O emprego 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-educacao-diversidade-linguistica.htm
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Escolafronteiras/doc_final.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Escolafronteiras/doc_final.pdf
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de uma descrição sociolinguístico nas escolas envolvidas utilizando metodologia 
específica das áreas de sociolinguística e de política linguística para a apuração do perfil 
dos alunos. Tem por objetivo com o diagnóstico, determinar um panorama sobre as 
línguas faladas no ambiente escolar, observando os modos de uso e lugares de circulação 
das diferentes línguas. 
 Cogitar que a língua materna na alfabetização se apresenta como uma 
alternativa para a educação escolar de falantes de línguas minoritárias porque pode 
colaborar para resolver inúmeros problemas de apreensão do aluno sobre o que se passa 
em sala de aula é a hipótese que orienta esta ação. Além disso, essa descrição permitirá 
proferir o trabalho em sala de aula com políticas linguísticas mais amplas para a fronteira, 
e os dados gerados serão confrontados com as bases de comunicação sobre a educação 
brasileira, nomeadamente as do INEP. 
 O modelo de ensino comum em escolas de zonas de fronteira do Brasil 
com os países do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) começou a ser adotado no 
ano de 2005. No entanto, para se chegar ao acordo bilateral para desenvolver, em 
conjunto, a criação do Projeto Escolas Bilíngues de Fronteiras(PEIBF), foi precedido de 
uma série de conversações e até houve acordos maiores em anos anteriores. 
 O PEIBF criado por uma ação bilateral Brasil-Argentina, propõe a 
progressiva transformação das escolas de fronteira em instituições interculturais bilíngues 
que ofereçam aos seus alunos uma formação com base num novo conceito de fronteira, 
ligado à integração regional, ao conhecimento e respeito pela cultura e às produções do 
país vizinho. O documento que rege o PEIBF diz que [...] toda fronteira se caracteriza por 
ser uma zona de indefinição e instabilidade sociolinguística onde atuam duas ou mais 
línguas. Essa interação se produz a partir dos falantes da língua e da influência dos meios 
de comunicação, em particular o rádio e a televisão de um e de outro lado da fronteira. É 
assim na fronteira do Brasil com os países de língua espanhola, por exemplo, onde estão 
presentes o português e o espanhol. Há alternâncias nos usos de ambos os códigos com 
propósitos comunicativos e identitários. Encontram-se frequentemente na fronteira, 
ainda, fenômenos de mescla linguística e de empréstimos maciços em uma ou outra 
direção. (MEC; MECT, p.10-11) 
 O PEIBF tem por objetivo, como descrito no documento em versão 
preliminar “permitir, organizar, fomentar a interação entre os agentes educacionais e as 
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2021. 
 
comunidades educativas envolvidas, de tal maneira a propiciar o conhecimento do outro 
e a superação dos entraves ao contato e ao aprendizado” (MEC e MECT, 2006, p. 21). 
Tem como base o intercâmbio docente oriundo de “escolas-espelho”, que funcionam 
igualmente como as cidades-gêmeas, ou seja, são escolas parceiras que atuam juntas 
formando uma unidade operacional e somando seus esforços na construção do 
bilinguismo e da interculturalidade. 
 
Capítulo III 
2.3. O Papel da Educação na Difusão da Diversidade Linguística. 
 
 Um dos objetivos da educação é formar cidadãos conscientes de seu 
papel na sociedade, torná-los agentes autônomos na construção de um modelo de 
sociedade mais justo e igualitária, onde todo cidadão respeite e aprenda a coexistir de 
forma harmônica com a diversidade, difundindo conhecimentos, preservando e 
divulgando valores éticos, científicos, artísticos e culturais, valorizando nosso povo e 
nossas riquezas culturais. 
 Sendo assim, cabe a educação o papel de trazer o tema da diversidade 
linguística de forma mais abrangente, discutindo sobre a temática de forma mais 
ampla garantindo o conhecimento e o respeito tanto para com os usuários de línguas 
que não sejam o português literário e gramatical, ainda considerado por muitos, como 
sendo a única língua do brasil, o “correto”, quanto para as mais diversas línguas 
existentes em nosso país. 
 Trazer para o contexto escolar a existência dessa diversidade, seria um 
grande contributo da educação para formação de uma sociedade menos 
preconceituosa e com mais aceitação a individualidade, mais respeito ao diferente. 
Educar cidadãos capazes de respeitar as diferenças é construir um modelo de 
sociedade mais justa e tolerante. 
 Promover o conhecimento das diversas línguas faladas no Brasil e 
introduzir o ensino pelo menos da nossa segunda língua oficial Libras em sala de aula 
é garantir uma significativa diminuição das dificuldades enfrentadas pala comunidade 
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surda e consequentemente torná-la, mais preparada para garantir, por exemplo, 
atendimento a serviços básicos que todo cidadão tem direito, como é sabido para esse 
grupo de pessoas não há profissionais com qualificação para atendê-los, o déficit de 
profissionais usuários de Libras dificulta o atendimento adequado. 
 No estudo realizado para a construção dessa pesquisa dados apontaram 
que 5 % da população brasileira é composta por pessoas surdas, mesmo levando em 
consideração que há um certo esforço por parte de educadores e de programas de governo 
para a difusão da Libras, esse objetivo ainda está longe de ser alcançado. 
 Em 2005, através do decreto 5.626 a língua brasileira de sinais foi 
regulamentada como disciplina curricular. Já em 2007, a estrutura de língua foi aplicada 
a Libras, já que ela é uma língua natural e possui complexidades próprias e comunicação 
eficaz. Em 2010 foi regulamentada a profissão de Tradutor/ Interprete de Libras através 
da Lei 12.319 de 1° de Setembro de 2010, simbolizando mais uma grande conquista. Em 
6 de julho de 2015, entrou em vigor a Lei nº 13.146, denominada Lei Brasileira de 
Inclusão de Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a qual 
incumbiu ao poder público, entre outras coisas, a oferta de educação bilíngue. 
 É dever do Poder Público garantir acesso e educação para surdos nas 
escolas regulares de ensino, garantindo seu aprendizado e progressão educacional e 
mesmo que a passos lentos, tem se esforçado para cumprir o seu papel. 
 Entretanto, agora, é chegada a hora que todos os agentes envolvidos na 
educação contribuírem de forma ativa para que essa difusão aconteça de forma mais 
eficiente. Há que se pensar em introduzir a Libras como matéria em sala de aula 
ampliando o ensino para todos os estudantes não apenas na preparação de docentes, mas 
uma preparação voltada para o aprendizado de Libras da população em geral, pois, assim 
mesmo que em passos curtos aos poucos formaremos uma sociedade preparada paraa 
real comunicação com pessoas surdas, implementando medidas agora investiremos em 
futuro mais justo e acessível a esses cidadãos, ampliando oportunidades de emprego, 
ingresso em níveis mais altos de educação, acesso a serviços de saúde, bancários, sociais, 
lazer e enfim: todos os direitos garantidos por nossa Constituição Federal a qualquer 
cidadão brasileiro. 
 Ainda no tocante ao papel da educação na difusão da diversidade 
linguística, é necessário pensar em como a escola pode atuar para um maior conhecimento 
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de outros dialetos, outras culturas, promovendo o conhecimento e o respeito as diversas 
formas de comunicação dessa nossa riquíssima língua, proporcionando o verdadeiro 
entendimento de que: se seu colega tem uma forma diferente de falar, não significa que 
ele fale um “português errado”. O sotaque, os regionalismos, as línguas indígenas e tantas 
outras variações do nosso idioma devem ter seu reconhecimento na construção de nossa 
sociedade plurilíngue e diversificada. 
 Trazer essa temática para dentro do ambiente escolar é menos complexo 
que a introdução de Libras, por exemplo, que depende de um investimento maior por 
parte do governo, sendo necessário apenas ações por parte dos educadores, alunos e da 
comunidade escolar como um todo. Conhecer mais sobre a diversidade linguística pode 
ser divertido e empolgante, podemos pensar em atividades extra curriculares para 
implementar o conhecimento dessas línguas como, jornais escolares em que equipes 
formadas por alunos de series diferentes pesquisassem o tema e criassem matérias 
tratando do assunto, feiras culturais, peças de teatro etc. 
 
2.3.1 Proposta de atividade para difusão da diversidade linguística nas escolas. 
 
 A realização de uma semana cultural a constar no calendário escolar, 
para o desenvolvimento de um projeto escolar intitulado JOVEM É DIVERSIDADE. 
 Atividades como as citadas antes poderão ser realizadas ao longo da 
semana cultural, os alunos pertencentes a outras regiões do pais poderão trazer um pouco 
da cultura de estado para que toda a escola conheça as peculiaridades de sua região, alunos 
de outras etnias falariam de seus costumes ancestrais, ensinariam algumas palavras do 
dialeto de suas tribos aos outros alunos, fariam pinturas e ensinariam artesanatos, os 
alunos de series mais avançadas poderiam trazer comidas típicas de suas regiões e 
ensinarem as receitas, montariam peças de teatro usando a linguagem típica de seus 
estados, uma peça de teatro mostrando as dificuldades enfrentadas pela comunidade 
surda, trariam de ideias para promover a inclusão de alunos com deficiência auditiva para 
que eles se sintam acolhidos. 
 Esse roll meramente exemplificativo não será engessado, ficará a livre 
escolha de professores e alunos podendo trazer outras ideias para semana cultural. A ideia 
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é que os alunos tenham acesso a outas culturas, entendam que a língua é algo vivo, 
multável e diversificada, ampliar o conhecimento das mais diferentes línguas existentes 
no Brasil e promover o respeito a essa diversidade. 
 O projeto JOVEM É DIVERSIDADE pode contribuir para desenvolver 
o respeito as diferenças, ensinar valores éticos, responsabilidades para com o próximo e 
cidadãos mais consciente do seu papel na sociedade, cientes de que TODOS merecem 
respeito a sua individualidade. 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
 
 A metodologia é a ciência compreendida por meio da sistematização dos 
processos a serem desenvolvidos no decorrer do estudo e/ou pesquisa acadêmica para 
gerar conhecimento. Deste modo, a metodologia vai descrever quais são os métodos e 
instrumentos empregados para realização da pesquisa científica. O importante para 
metodologia é validar os passos percorridos a fim de alcançar objetivos apresentados na 
pesquisa, mostrando o raciocínio utilizado pelos pesquisadores para interpelar o objeto 
de estudo. 
 Nesse trabalho foi usado a Pesquisa bibliográfica: levantamento de 
informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais 
bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Com 
documentação indireta (pesquisa documental e bibliográfica) e de forma qualitativas 
(análise do discurso, por exemplo). 
 Usado também O método indutivo surge a partir de um processo 
cognitivo que trata informações particulares passíveis de comprovação como algo 
verdadeiro. 
 É um método pautado em premissas que resultam em conclusões com 
conteúdo mais extenso. No pensamento indutivo o resultado obtido a partir da pesquisa 
não traz conclusões totalmente verdadeiras, divergente ao método dedutivo. 
 Para Fonseca (2002), métodos significa organização, e logos, estudo 
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia
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caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se 
fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos 
utilizados para fazer uma pesquisa científica. 
 É importante salientar a diferença entre metodologia e métodos. A 
metodologia se interessa pela validade do caminho escolhido para se terminar proposto 
pela pesquisa; portanto, não deve ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com os 
procedimentos (métodos e técnicas). Dessa forma, a metodologia vai além da descrição 
dos procedimentos (métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa), indicando a 
escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objeto de estudo. No entanto, 
embora não sejam a mesma coisa, teoria e método são dois termos inseparáveis, “devendo 
ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um objeto, ou 
um problema de investigação” (MINAYO, 2007, p. 44). Minayo (2007, p. 44) define 
metodologia de forma abrangente e concomitante (...) 
a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema 
ou o objeto de investigação requer; 
b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos 
instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações 
da investigação; 
 c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica 
na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de 
qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas 
 Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método e 
ciência. Método (do grego methodos; methodos significa, literalmente, “caminho para 
chegar a um fim”) é, portanto, o caminho em direção a um objetivo; metodologia é o 
estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar 
uma pesquisa; científica deriva de ciência, a qual compreende o conjunto de 
conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio 
do saber. Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos métodos empregados 
nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias científicas. Em 
geral, o método científico compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um 
sistema de operações ordenadas adequado para a formulação de conclusões, de acordo 
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com certos objetivos predeterminados. A atividade preponderante da metodologia é a 
pesquisa. O conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito 
e o objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação. A complexidade do 
objeto a ser conhecido determina o nível de abrangência da apropriação. Assim, a 
apreensão simples darealidade cotidiana é um conhecimento popular ou empírico, 
enquanto o estudo aprofundado e metódico da realidade enquadra-se no conhecimento 
científico. 
 O questionamento do mundo e do homem quanto à origem, liberdade ou 
destino, remete ao conhecimento filosófico (TARTUCE, 2006). O trabalho teve o 
propósito de informar e desmistificar padrões impostos pela sociedade, para isso houve 
uma pesquisa bibliográfica e documental, ocorreu uma análise teórica para assim poder 
transpassar o conhecimento esperado. 
 Conhecimento empírico é o conhecimento que adquirimos no cotidiano, 
por meio de nossas experiências. É construído por meio de tentativas e erros num 
agrupamento de ideias. É caracterizado pelo senso comum, pela forma espontânea e direta 
de entendermos. Tartuce (2006, p. 6) traz alguns elementos relacionados a esse tipo de 
conhecimento: É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o 
conhecimento adquirido através de ações não planejadas. É o conhecimento do dia a dia, 
que se obtém pela experiência cotidiana. É espontâneo, vocalista, sendo por isso 
considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do relacionamento 
diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a preocupação de atingir o que o 
objeto contém além das aparências. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O estudo realizado na presente pesquisa partiu de análises de artigos, 
revistas, documentos e legislações relacionadas ao tema. Foi discutido a problemática que 
a diversidade cultural no Brasil enfrenta. Com a pesquisa foi entendida -como é ampla 
a diversidade linguística em nosso país- e como ela comporta uma gama cultural. A 
pesquisa revelou, o quanto, o Brasil é rico culturalmente, no entanto, junto a essa grande 
variedade linguística problemas foram encontrados, e que, devem ser solucionados. 
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 A primeira falha detectada foi à falta de infraestrutura por parte 
governamental para com as essas línguas. Não por falta de incentivos e projetos que são 
criados para valorização e sobrevivência dessas línguas, mas pela falta investimento em 
livros didáticos abrangendo essas línguas, que é o maior problema para a sobrevivência 
desses dialetos, manter uma língua viva apostando apenas no esforço de seus falantes 
para perpetuá-las é algo superficial e, com isso, muitos dialetos desaparecerão ao longo 
dos anos em nosso país. Sim, eles têm apoio e resguarda de suas línguas através de 
documentação e registros, mas só isso, não é o suficiente para ressalvá-las. Deve-se 
entender que tudo começa pelo ensino, e a educação é a porta de entrada para resolução 
não apenas o da temática em questão, mas, de todos os problemas sociais. 
 Outra problemática frequente no quesito linguístico, é o preconceito que 
essas variantes linguísticas sofrem, muitas pessoas acreditam apenas na língua portuguesa 
como a oficial, mas um dos fatores dessa realidade é a falta de informação. Seria 
necessário um conhecimento maior da gama de documentos, registros e pesquisas sobres 
essas línguas, a divulgação desse material com fácil acesso ao público, gerando maior 
informação e interesse da sociedade por essas línguas. O conhecimento liberta! Trazer ao 
conhecimento de todos a existência desses dialetos, trabalhando o respeito e à aceitação 
da sociedade para com essas culturas, com essas línguas, é sem dúvida o melhor caminho 
para diminuir esse preconceito. Deve-se entender e lutar por uma maior inclusão social 
dos falantes dessas línguas, esse entendimento contribuiria de forma positiva, para a 
diminuição da desigualdade social, fomentar o respeito à nossa cultura e direitos iguais 
para todos, de forma igualitária e justa. 
 Com a integração de matérias, mesmo que optativas, de pelo menos as 
principais línguas faladas como Libras ou Línguas indígenas, já estariam garantindo a 
preservação a longo prazo dessas línguas e a questão nem é só a preservação, mas também 
a inclusão delas. A cultura do Brasil apesar de vasta, é muito seletiva. 
 O fato de não haver a linguagem de sinais como matéria ministrada no 
ensino regular, é devastador. Houve época em que os surdos eram obrigados a serem 
oralizados para se encaixar, hoje em dia não há mais essa “obrigação”, mas também não 
há a introdução da língua deles na sociedade. O correto era que todos tivessem acesso 
público, pois libras é a segunda língua oficial do país, deve-se integrar a realidade das 
pessoas a cultura de outras línguas, para trazer acessibilidade e inclusão. 
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 Outra língua que deveria ser incluída em sala de aula, seria o Guarani. 
Já existe no projeto de intercâmbio na fronteira com o Paraguai, introduzida como matéria 
optativa de modo informal, deveria ser introduzida de forma inclusiva em todo o ensino 
público. Dede os primórdios da colonização, o Brasil reprimi a cultura dos índios e por 
mais que haja leis que os protejam e garantam os seus direitos, eles não têm sua cultura 
inserida na sociedade brasileira. Apesar dos esforços do Ministério da Educação em criar 
projetos, para que uma maior inclusão possa vir, deve-se incluir mais para promover a 
todos um tratamento com equidade. 
 O trabalho mostrou que a cultura do Brasil é rica, porém, sofre muitos 
empecilhos para ser explorada como foram citados acima. Por serem patrimônio cultural 
imaterial e fazerem parte da nossa história deveriam ser mais conhecidas. Trazer essa 
temática para dentro da sala de aula, em escolas públicas e privadas, é mais que 
justificável -é necessário- diminuir essa falta de conhecimento e a exclusão dos falantes 
dessas línguas, formando assim, uma juventude que respeita o pluralismo, orgulhosa de 
nossa diversidade linguística. 
 Formar uma cidadania mais justa e igualitária, é o principal objetivo da 
educação, discutir o assunto em sala de aula é forjar cidadãos que entendam o seu papel 
na construção de uma sociedade que respeita e reconhece nossa diversidade linguística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2021. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
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• Acessado em: https://jornadaedu.com.br/familia-na-escola/a-importancia-do-ensino-
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• Acessado em: 
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