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* * Hoje vamos estudar imperfeições em sólidos As propriedades de alguns materiais são profundamente influenciadas pela presença de imperfeições. Assim, é importante conhecer os tipos de imperfeições e como estas afetam o comportamento dos materiais. * * O que são defeitos? São imperfeições ou "erros" no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. São classificados de acordo com a: i) geometria do defeito ou ii) dimensionalidade do defeito. * * O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente, e das circunstâncias sob as quais o cristal é processado. Podem envolver uma irregularidade: na posição dos átomos no tipo de átomos * * Importância Através da introdução de defeitos, do controle do número e arranjamento destes defeitos é possível desenhar e criar novos materiais com a combinação desejada de propriedades. * * Tipos de defeitos Pontuais associados com uma ou duas posições atômicas. Lineares unidimensionais Planos ou Interfaciais duas dimensões Volumétricos três dimensões * * Defeitos pontuais Vacâncias, vazios ou lacunas Intersticiais Schottky Frenkel * * Defeitos pontuais: vacâncias, vazios ou lacunas Envolve a ausência de um átomo na rede cristalina. São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais). * * Defeitos pontuais: vacâncias, vazios ou lacunas As propriedades dos materiais podem ser controladas criando ou controlando estes defeitos * * Defeitos pontuais: Intersticiais Envolve um átomo extra no interstício (pequeno espaço vazio). Produz uma distorção no reticulado, já que o átomo geralmente é maior que o espaço do interstício. Não é muito provável e existe somente em concentrações muito reduzidas. * * Defeitos pontuais: Intersticiais Átomo intersticial pequeno. Átomo intersticial grande. Gera distorção na rede. * * Defeitos pontuais: Frenkel Ocorre nos materiais cerâmicos (sólidos iônicos). Quando um íon sai da sua posição normal e vai para um interstício. A eletroneutralidade é mantida, assim, os defeitos não ocorrem sozinhos. Lacuna de cátion e cátion intersticial. * * Defeitos pontuais: Schottky Ocorre nos materiais cerâmicos (sólidos iônicos). Composto por uma lacuna de um cátion e uma de um ânion. A razão entre o número de cátions e o de ânions é mantida. * * Impurezas nos sólidos Um metal puro que consiste em apenas um tipo de átomo é simplesmente impossível. Impurezas ou átomos estranhos estarão sempre presentes, e alguns irão existir como defeitos cristalinos pontuais. * * Impurezas são adicionadas intencionalmente A maior parte dos metais de engenharia é combinada com outros metais ou não-metais. Maior resistência mecânica, maior resistência à corrosão, melhor condutividade elétrica... Importante!!!! LIGAS * * Exemplo A prata de lei (92,5% de prata + 7,5% de cobre) é muito mais dura e resistente do que a prata pura. Muitas vezes, os defeitos são introduzidos visando a melhoria das propriedades dos materiais. Importante!!!! * * Então, como podemos definir uma LIGA? É uma mistura de dois ou mais metais ou de um metal e um não-metal. Exemplos: Latão 70% de Cu e 30 %Zn Superliga de níquel Inconel 718 10 elementos * * O tipo mais simples de LIGA é a solução sólida Sólido constituído por dois ou mais elementos dispersos atomicamente numa única fase. Geralmente em soluções sólidas usam-se os seguintes termos: solvente (hospedeiro ou matriz) - elemento presente em maior quantidade e soluto (impureza) - elemento presente em menor quantidade. * * Solução Sólida A estrutura do cristal é mantida e não formam-se novas estruturas As soluções sólidas formam-se mais facilmente quando impureza e hospedeiro tem estrutura e dimensões eletrônicas semelhantes * * Substitucionais Intersticiais Solução sólida Tipos de soluções sólidas Os átomos do soluto (impurezas) podem substituir os átomos do solvente na rede cristalina. Pode ser ordenada ou desordenada Os átomos do soluto (impurezas) ocupam os espaços entre os átomos de solvente. * * Representação esquemática de um átomo de impureza substitucional e um átomo de impureza intersticial Interstício * * Para se obter uma liga devemos ter em mente algumas características dos átomos do solvente e do soluto (REGRA DE HOME-ROTHERY). São elas: Raio atômico - deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover distorções na rede e assim formação de nova fase Estrutura cristalina - mesma Eletronegatividade - próximas Valência - mesma ou maior que a do hospedeiro * * Vejamos, então, o grau de solubilidade, no estado sólido, do níquel no cobre que formam uma solução sólida substitucional. 1. Os raios atômicos são: Ni = 0,125nm e Cu = 0,128nm diferença de raios atômicos de -2,3 %. 2. Ambos possuem estruturas cristalinas CFC. 3. As eletronegatividades são: Ni = 1,8 e Cu = 1,9. 4. As valências são: Ni = +2 e Cu = +1. Conclusão: o Ni e o Cu são completamente solúveis um no outro. * * E o Fe com o C ? Formam soluções sólidas ??? De que tipo ??? Sim. Formam uma solução sólida intersticial,quando o C é adicionado ao Fe em uma concentração máxima de aproximadamente 2%. Raio do C = 0,071nm Raio do Fe = 0,124nm São os AÇOS!!!!!! * * Solução Sólidas Interticiais Os átomos de impurezas ocupam os espaços dos interstícios. Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto, as posições intersticiais são relativamente pequenas. Geralmente, no máximo 10% de impurezas são incorporadas nos interstícios. * * Tipos de defeitos Pontuais associados com uma ou duas posições atômicas. Lineares unidimensionais Interfaciais duas dimensões Volumétricos três dimensões * * Defeitos lineares discordâncias O que é uma discordância ????? É um defeito em torno do qual alguns átomos estão desalinhados. * * Defeitos lineares discordâncias As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais) A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e rompimento dos materiais A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de deformação e/ou por tratamentos térmicos * * Discordâncias Aresta ou cunha Espiral ou hélice Mista aresta + espiral * * Discordância aresta Envolve um plano extra de átomos. * * Discordância aresta - quando o semiplano adicional está localizado na fração superior do cristal. T - quando o semiplano adicional está localizado na fração inferior do cristal. * * Discordância espiral Formada por uma tensão cisalhante. A região da esquerda do cristal é deslocada a uma distância atômica para cima em relação à fração da direita. * * Vetor de Burger (b) Dá a magnitude e a direção de distorção da rede Corresponde à distância de deslocamento dos átomos ao redor da discordância * * Vetor de Burgers É perpendicular à discordância. É paralelo à direção da linha de discordância. Vetor de Burgers Expressa a magnitude e a direção da distorção da rede cristalina. Discordância aresta Discordância espiral * * São originadas durante a solidificação dos materiais cristalinos, por deformação ou como uma conseqüência das tensões térmicas que resultam de um resfriamento rápido . A presença deste defeito é responsável pela deformação plástica dos metais. * * Considerações Gerais A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de deformação e/ou por tratamentos térmicos. Com o aumento da temperatura há um aumento na velocidade de deslocamento das discordâncias favorecendo o aniquilamento mútuo das mesmas e formação de discordâncias únicas. Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno das discordâncias formando uma atmosfera de impurezas. * * Tipos de defeitos Pontuais associados com uma ou duas posições atômicas. Lineares unidimensionais Interfaciais duas dimensões Volumétricos três dimensões * * Defeitos interfaciais Envolvem fronteiras ou contornos (de duas dimensões) e normalmente separam as regiões dos materiais que possuem diferentes estruturas cristalinas e/ou orientações cristalográficas. Interfaciais Superfícies externas Contornos de grão Contornos de fases Contornos de macla Falhas de empilhamento * * Interfaciais: superfícies externas É a superfície na qual a estrutura do cristal termina. Os átomos da superfície não estão ligados ao número máximo de vizinhos mais próximos, e assim, estão em um maior estado de energia. Assim, os materiais tendem a minimizar essa energia através da redução da área total da superfície. Exemplo: líquidos gotículas esféricas. Com os sólidos não é possível, pois estes são mecanicamente rígidos. * * Interfaciais: cortornos de grão Estão presentes em materiais policristalinos e corresponde à região (ou contorno) que separa dois ou mais cristais de orientações diferentes. * * Grão A forma do grão é controlada: - pela presença dos grãos circunvizinhos O tamanho de grão é controlado - Composição - Taxa de cristalização ou solidificação * * Nos materiais metálicos... ... formam-se durante a solidificação, quando os cristais, gerados a partir de diferentes núcleos, crescem simultaneamente e se encontram. A forma dos limites de grão é determinada pelas restrições impostas pelo crescimento dos grãos vizinhos. Limitam a deformação plástica. * * Cortonos de grão * * * * Contornos de Macla ou Twins É um tipo especial de contorno de grão Os átomos de um lado do contorno são imagens especulares dos átomos do outro lado do contorno O twin ocorre num plano definido e numa direção específica, dependendo da estrutura cristalina * * * * * * Tipos de defeitos Pontuais associados com uma ou duas posições atômicas. Lineares unidimensionais Interfaciais duas dimensões Volumétricos três dimensões * * Defeitos volumétricos Presentes em todos os tipos de materiais sólidos e são muito maiores do que todos os já mencionados. Estes incluem poros, trincas e outras fases. São normalmente introduzidos durante as etapas de processamento e fabricação. * * Defeitos volumétricos Inclusões -Impurezas estranhas Porosidade - origina-se devido a presença ou formação de gases - Fases - devido à presença de impurezas (ocorre quando o limite de solubilidade é ultrapassado) * * Exemplo: Inclusões Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%) laminado a frio e recozido a 800o C. * * Exemplo: Porosidade Pó de ferro compactado após sinterização a 1150oC durante 120 min. Os poros são originados devido a presença ou formação de gases. * * Exemplo: Partículas de Segunda Fase A microestrutura é composta por veios de grafita sobre uma matriz perlítica. Cada grão de perlita, por sua vez, é constituído por lamelas alternadas de duas fases: ferrita (ou ferro-A) e cementita (ou carbonato de ferro).
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