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Universidade Federal do Paraná SANTINA REBELO THAYS H. R. BRITO Ordem da Reação entre o Cristal Violeta e o Íon Hidroxila Relatório de aula prática apresentado a disciplina de Físico-Química Experimental III – CQ052, ao Departamento Acadêmico de Química da UFPR, como requisito para obtenção de nota parcial. Profª Liliana Micaroni Curitiba 2014 Abaixo serão apresentados os resultados e a discussão do experimento “Ordem da Reação entre o Cristal Violeta e o Íon Hidroxila” realizado em aula prática no dia 22 de agosto de 2014 sob orientação da professora Liliana Micaroni. Tal experimento teve como objetivo avaliar o comportamento cinético da reação entre o cristal violeta e o íon hidroxila utilizando o espectrofotômetro a fim de se determinar a constante de velocidade e, por consequência, a lei da velocidade (equação da velocidade). Resultados e Discussão Os valores experimentais utilizando 4,0mL de solução 0,1125M de NaOH encontram-se dispostos abaixo. Tabela 1. Valores de absorbância ao longo de um determinado tempo de reação, usando 4,0mL de NaOH 0,1125M. Tempo (s) Absorbância (A) ln (A) Tempo (s) Absorbância (A) ln (A) 120 0,452 -0,794 1020 0,213 -1,546 180 0,421 -0,865 1080 0,204 -1,590 240 0,406 -0,901 1200 0,185 -1,687 300 0,387 -0,949 1320 0,170 -1,772 360 0,366 -1,005 1440 0,156 -1,858 480 0,332 -1,103 1560 0,143 -1,945 540 0,316 -1,152 1680 0,131 -2,033 600 0,302 -1,197 1800 0,121 -2,112 660 0,288 -1,245 1920 0,112 -2,189 720 0,274 -1,295 2040 0,103 -2,273 780 0,259 -1,351 2160 0,095 -2,354 840 0,246 -1,402 2340 0,084 -2,477 900 0,234 -1,452 2460 0,078 -2,551 960 0,221 -1,510 2580 0,074 -2,604 O comportamento cinético da reação entre o cristal violeta e o íon hidroxila pôde ser avaliado por medidas de absorbância primeiramente porque, como o cristal violeta é fortemente colorido e seu derivado carbinol, assim como a hidroxila, são incolores, o desenvolvimento da reação é caracterizado pela descoloração gradativa do meio reacional. Em segundo lugar porque a Lei de Lambert-Beer tem como princípio a relação direta entre absorbância e concentração, e no caso experimental, a concentração pôde ser monitorada pela medida de absorbância no espectrofotômetro. Sendo assim, pela observação dos dados experimentais da Tabela 1 notou-se que os valores de absorbância diminuíam à medida que a reação transcorria e, mediante o que fora exposto acima, pode-se afirmar que a concentração do cristal violeta também estava diminuindo, esta constatação também se comprovava visualmente, pois a solução passou de uma coloração violeta intensa para outra de cor mais suave (descoloração). A lei da velocidade para a reação entre o cristal violeta e o íon hidroxila leva em conta a concentração destes dois reagentes pela equação: Como para a determinação da ordem da reação é mais conveniente trabalhar com um sistema envolvendo a dependência de um único reagente, utilizou-se neste experimento o “Método da Concentração em Excesso”, onde a concentração do íon hidróxido foi mantida muito maior que a concentração do cristal violeta. Deste modo, a concentração de OH- praticamente não iria variar com o tempo e a reação poderia ser acompanhada somente em função da concentração do cristal violeta. A equação da velocidade passaria a ser, portanto: Onde: Considerando que a reação é de primeira ordem (n = 1), a integração da Equação [2] resulta em: Considerando a relação de Lambert-Beer pode ser definida como: ou A fim de verificar se a reação comportava-se, de fato, como uma reação de primeira ordem, as variáveis “ln (A)” e “tempo” foram plotadas no Gráfico 1. Gráfico 1. “ln (A)” versus “tempo” usando 4,0mL de solução NaOH 0,1125M. Pela observação do Gráfico 1, há indícios suficientes para afirmar que tratava-se de uma reação de primeira ordem, uma vez que este apresentou um comportamento linear (R² = 0,9972). Como o coeficiente angular da reta corresponde ao valor da incógnita k’ (Equação 6), usando a Equação 3 e calculando o valor da concentração do íon OH-, pode-se obter a relação: C1 . V1 = C2 . V2 0,1125 . 4 = C2 . 50 C2 = 0,0090 mol.L-1 Pode-se notar que esta relação é dependente das incógnitas “k” e “m” e que, dá forma como está, não seria possível determiná-las. Portanto, seguindo o procedimento experimental proposto, repetiu-se o experimento, utilizando agora 8mL de solução de hidróxido de sódio, a fim de resolver um sistema matemático (2 incógnitas, 2 equações) que permita encontrar o valor de “k” e “m”. Tabela 2. Valores de absorbância ao longo de um determinado tempo de reação, usando 8,0mL de NaOH 0,1125M. Tempo (s) Absorbância (A) ln(A) Tempo (s) Absorbância (A) ln(A) 120 0,464 -0,768 1320 0,094 -2,364 240 0,379 -0,970 1440 0,084 -2,477 360 0,325 -1,124 1560 0,076 -2,577 480 0,267 -1,321 1680 0,070 -2,659 600 0,221 -1,510 1800 0,064 -2,749 720 0,182 -1,704 1920 0,060 -2,813 840 0,159 -1,839 2040 0,057 -2,865 960 0,136 -1,995 2160 0,054 -2,919 1080 0,118 -2,137 2280 0,053 -2,937 1200 0,105 -2,254 2400 0,050 -2,996 Gráfico 2. “ln (A)” versus “tempo” usando 8,0mL de solução NaOH 0,1125M. Como o coeficiente angular da reta corresponde ao valor da incógnita k’ (Equação 6), usando a Equação 3 e calculando o valor da concentração do íon OH-, pode-se obter a relação: C1 . V1 = C2 . V2 0,1125 . 8 = C2 . 50 C2 = 0,0180 mol.L-1 Resolvendo-se o sistema das Equações 7 e 8 (divide-se uma pela outra): ____________________________ Encontrou-se para “m” o valor igual a 0,4. Substituindo esse valor nas equações 7 e 8: Encontrou-se para “k” o valor igual a 0,005. Conclusão O experimento realizado se mostrou eficiente para a verificação do comportamento cinético da reação de cristal violeta com o íon hidróxido. Utilizando os conhecimentos teóricos pertinentes à disciplina CQ052 pode-se determinar o valor das constantes k’, k, m e n, encontrando para a equação da velocidade a expressão . Referências [1] MICARONI, Liliana. Material de Apoio às Aulas Práticas da Disciplina de Físico Química Experimental. Curitiba: 2014.
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