Buscar

Teorias Clássicas- Realismo Ofensivo, Mearsheimer - Anotações

Prévia do material em texto

Teorias Clássicas
Realismo Ofensivo
O realismo ofensivo ocorreu nos anos 90, no período da tragédia entre as potências. Antes os debates que se diziam ter acontecido de fato nem sempre haviam ocorrido, já que o significado de debate é citar e embater, e foi isso de fato aconteceu, foi um debate entre realistas, eles queriam mostrar que sua leitura de realismo ofensivo fazia mais sentido, e a do intrarealismo menos sentido.
A partir disso surgiu uma grande necessidade de se olhar o realismo de outra maneira, visto que Carr não discutiu de fato sobre o realismo, ele apenas o pontuou, Morgenthau havia discutido sobre ele, porém haviam dificuldades em sua leitura sobre, Waltz que chegou de fato com uma nova forma de ver o realismo, dizia que não era necessário a guerra para se alcançar poder e sobrevivência, e aí chegou o fim da guerra. E a partir disso muitas questões surgiram, pois o neorealismo e o neoliberalismo tinham uma leitura altamente otimista dizendo que a guerra não era de fato necessária, e sob essa visão otimista se pensava que o que seria melhor no dado momento seria a democracia, pois com ela não será necessário disputas, e também que depois da guerra fria o último regime sobrevivente era a democracia. 
O fim da guerra abriu um leque de novas possibilidades dentro das relações internacionais, visto que agora que a guerra acabou a razão pela a qual ela foi criada já não existia, logo poderia focar em outros assuntos, pois a guerra não é ,mais o centro de tudo. Foi aí que Mearsheimer entrou, ele falava implicitamente da chance de uma guerra entre Estados Unidos e China, ele deixava claro que não acreditava em nada nessa leitura otimista, e que o sistema vive em intensa rivalidade, e o realismo é claro, ele quer explicar o comportamento, a guerra, e que sua categoria analítica é o poder. Mearsheimer falava que Waltz ao falar do realismo ficava sempre na defensiva, por isso sua visão sobre o realismo é ofensiva. Segundo ele Morgenthau tinha uma visão sobre o realismo muito voltada para natureza humana, lembrando que o conceito de realismo é fixo e imutável, o que pode mudar com o tempo é a categoria.
Ao falar dos estados e de poder Mearsheimer levanta duas questões, a primeira acerca de o que leva os estados a competirem por poder? A resposta está em um nível de análise, por exemplo, para Morgenthau que fala do realismo clássico o nível de análise são pelas unidades, cada estado fazendo o que quer e buscando seus interesses, pois eles são assim de natureza, já para Waltz que estuda e fala sobre o realismo estrutural , nosso nível de análise deve ser o máximo possível de coisas, pois assim podemos analisar além do nível sistêmico, chegando assim na estrutura anárquica, que é o que faz com que os estados ajam do jeito que agem, porém os estado por conta própria decidem entrar em guerra , não o sistema anárquico decidindo por eles. Mearsheimer diz que concorda em certos pontos com Waltz, partindo da mesma explicação que ele porém chegando em diferentes resultados, Waltz diz que você não se arma para gerar conflito e sim para se proteger, porém Mearsheimer diz para não nos enganarmos, visto que vivemos em uma estrutura anárquica, então os estados têm que se armar e buscar sempre mais poder, pois não sabemos o que o outro pensa como disse Waltz, Mearsheimer diz que os estados buscam poder porque a estrutura faz com que eles sejam assim para poderem se defender do que lhes é ofensivo, por isso agem de maneira agressiva, o realismo explica o mundo como ele é e não buscando muda-lo. 
A partir disso Mearsheimer levanta outra questão e se pergunta “Porque os estados buscam poder?”, e a partir disso ele levanta cinco do que ele chama de hipóteses:
A primeira fala que os estados estão em busca de poder o tempo todo, porque nosso princípio de ordenança é anárquico, é cada um por si.
A segunda diz que os estados estão sempre buscando poder, porque existem grandes potências que possuem uma forte capacidade militar o que eles consideram ofensivo, e pensam que a qualquer podem ataca-los, por isso se armam ainda mais.
A Terceira explicação para buscarem poder é que os estados nunca estão certos acerca das intenções dos outros estados.
A quarta explicação para a busca de poder o tempo todo é que a finalidade principal das potências é sobrevivência
A quinta é que as grandes potências são os atores principais, o que gera uma medo nos outros atores.
 Mearsheimer diz que os estados buscam poder agressivamente, ou seja, estão se armando porque vão usar desse armamento, e já Waltz dizia que eles faziam isso simplesmente para se proteger, Mearsheimer avisa que se estão se armando, eles de fato não só podem como devem usar desse poder para aumentar sua capacidade em relação aos outros países.
Porém essa busca por poder tem consequências:
A primeira consequência dessa busca por poder é o medo, os estados vão agir de forma preventiva o tempo todo por medo, se torna uma incerteza automática 
A segunda consequência é os estados agirem segundo o princípio da auto ajuda, ou seja, os estados agem de forma a se ajudar somente, visto que eles têm medos e incertezas acerca de como os outros vão agir 
A terceira consequência que acontece devido a busca pelo poder é a Maximização de poder, visto que os estados querendo mais poder nunca vão ficar satisfeitos, e vão acabar desgastando seus recursos para se colocar em uma posição maior. 
O estado tem alguns objetivos 
Essa maximização de poder acontece de forma relativa, pois os estados querem uma posição privilegiada, estão sempre tentando ser potências.
A competição por poder é uma característica permanente do sistema anárquico, isso leva os estados a terem um comportamento esperado, sempre é esperado que os estados façam guerra.
Recapitulando então para Waltz os estados por estarem constrangidos se armam, e para Mearsheimer o constrangimento por parte dos outros estados que faz com que eles se armem. Mearsheimer X Waltz
Existe uma grande impossibilidade de haver uma única hegemonia global, nunca houve uma só potência, pois sempre vai haver um domínio emergente para competir.
O dilema de segurança é um reflexo da lógica básica do realismo ofensivo que é a de que o constrangimento por parte dos outros estados faz com que os estados se armem cada vez mais, logo os dois são diferentes porém ligados 
O acúmulo de poder pela insegurança sempre vai acontecer, pois as potências apesar de causarem medo também não estão livres dessa, e suas capacidades militares são de fato ofensivas, não é porque ela tem poder mas não sofre tanta insegurança, apesar de sempre ter, que ela não vai usar sua capacidade militar ofensiva. O que rege a relação entre os estados é o dilema de segurança.
O Realismo ofensivo reforça o dilema de segurança , o que contribui muito para esse comportamento ofensivo na anarquia, e se o estado tem arma ele vai usar, e se tiver capacidade agirá de forma ofensiva, por que anarquia é instabilidade.
Para diferentes autores a ameaça gera diferentes resultados.
O objetivo dos estados é se tornar hegemônico, ou seja, tão poderoso que consegue controlar os outros, porém existe uma impossibilidade de existir uma hegemonia global, pois cada vez que um estado se arma o outro com medo/insegurança se arma também pra ficar no nível da capacidade ou mais alto.
 A água se torna um método de impedir/bloquear, visto que com a água o transporte se torna mais difícil ou até mesmo inviável
No mundo ideal todos deveriam poder buscar a hegemonia global, só que isso não é possível, então o mais fácil de se conseguir é a hegemonia regional, pois em uma região é possível existir apenas uma hegemonia regional, mas caso haja duas elas entrarão em conflito.
Uma hegemonia tem uma capacidade de causar danos reais, e ela deve ser capaz de evitar que outras emerjam, as potências devem agir como agente equilibrador, e evitar que um ganhe mais poder que o outro, e nunca estar 100% nesse caso,mas agir como um terceiro.
Existem algumas características que são do sistema internacionalque contribuem para um receio mútuo entre os Estados:
1. A primeira é a ausência de uma autoridade central que se situe acima dos Estados e seja capaz de os proteger uns dos outros;
2. Capacidade militar ofensiva dos Estados;
3. Insegurança, por parte dos Estados, com relação às intenções dos demais Estados
Sendo assim as potências tem quatro objetivos principais:
Ser uma hegemonia regional, pois no mundo ideal é muito mais vantagem ser uma hegemonia regional, pois não precisa se meter em assuntos internacionais caso não queira.
Maximização da riqueza relativa, ou seja riqueza econômico e militar que são a base precisamos de ambos. O quanto? O máximo possível, ou pelo menos mais que outro estado, que é onde entra o princípio da auto ajuda
Ele deve buscar também o domínio do equilíbrio de poder regional, pois dessa maneira conseguirá conter avanços de potências se emergindo dentro da região, e pois poderá ser considerado como um que tem potencial de dominar.
E também como de praxe buscar a superioridade nuclear, pois com isso poderá ter mais poder e se defenderá com mais êxito, apesar de que a corrida nuclear não torna a guerra impossível apenas mais clama segundo Mearsheimer 
Existem algumas estratégias para se obter poder 
A primeira é como sempre a Guerra, pois apesar da guerra ser uma coisa ruim, visto que ela faz com que as coisas estagnem aconteçam racionamentos, etc, porém ignorando seus efeitos negativos , uma guerra bem traçada pode trazer muitos efeitos positivos como a conquista de novos territórios podendo assim explorar os recurso dessa nova terra , e adquirir maior espaço.
A segunda estratégia é através de chantagem , onde você pode alcançar poder a custo do seu rival, você nem mesmo gasta poder, não altera a distribuição de poder, mantém a maior parte das coisas estáveis, porém a chantagem pode escalar o conflito para uma guerra. Porém deve se saber quem se chantageia, o ideal é estados que são potências X potências, e não estado Fraco X Estado Potência .
A terceira estratégia é o atiçamento , que é quando se atiça um estado contra outro, e o terceiro envolvido que causa a briga se privilegie a partir da nova distribuição de poder, porém esse pode piorar estratégias entre estados, ou até mesmo fragiliza-las .
O quarto é Sangria, resumindo fazer com que estados em conflito, ou até mesmo querendo iniciar um conflito vão com tudo incentivá-los a isso, para assim fazer com que seus recursos sejam gastos e assim haver uma sangria de recursos das potências. Ou seja deixar sangrar até a morte , para assim o estado conseguir se manter constante e com recursos
Estratégias para se evitar agressores 
A primeira é equilibração, para tal se te Três medidas possíveis para a equilibração: a. A primeira delas é enviar sinais claros ao agressor que há um compromisso com o equilíbrio de poder,ou seja, que você tem interesse em impedir que uma potência ganhe a supremacia sobre as demais, pois tentar equilibrar o poder mobiliza o agressor mesmo que isso leve à guerra; b. A segunda é a criação de uma aliança defensiva que ajude a conter a ameaça; c. E a última é contrabalançar um agressor mobilizando por si próprio recursos adicionais.
A segunda forma de evitar agressores é a Delegação, que é quando se precisa conter um estado então se usa de um terceiro para lidar com o estado agressor, tendo ao mesmo tempo uma amizade com o estado que se quer conter, porém isso não pode acontecer de forma clara, e com o estado delegado agir de forma fria porém ainda demonstrar que quer manter relações. A participação do estado deve ser indireta, porém isso não controla os resultados, pois a parte difícil é que o estado delegado deve ter interesses e ver benefícios e ainda sair ganhando, é difícil estabelecer esse comportamento, pois o estado é racional.
Estratégias que devem ser evitadas
A primeira é o seguidismo, ou seja, seguir potências, apesar de os estados terem objetivos próprios , e só darem uma “força”, seguir o mais forte não lhe dá mais poder relativo,e pode deixá-lo ainda mais inseguro.
Apaziguar, como apaziguar situações, fazem isso ao atender condições do estado agressor e não buscar seu próprio interesse, pois o estado agressor vai querer ainda mais segundo Mearsheimer . Nessa situação os estados mais fortes devem evitá-la com todas forças, pois os mais fracos muitas das vezes não tem nem escolha
Existe uma questão da imitação das práticas bem sucedidas: Waltz e o realismo defensivo, tendo em vista que reprodução de comportamentos leva ao equilíbrio 
Relação de poder X medo, os estados buscam poder para se protegerem, pelo medo que existe dentro deles de o outro acumular poder proporcional ao medo deles retroalimenta a insegurança do sistema.
Existem 2 dimensões de poder 
Existe o poder potencial que é quanto recurso pode se transformar em real (economia), nesse entra capacidade militar.
E o poder real que é quanto de recursos já transformado tem pronto

Continue navegando