Buscar

Recensão Crítica- As regras do método sociológico- Émile Durkheim

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Universidade do Algarve- Faculdade de Economia 
Curso de Sociologia I- 1ºAno 
Ano letivo: 2018/2019
Recensão Crítica 
As regras do método Sociológico 
Unidade Curricular: Teóricas Clássicas I
Docente: João Filipe Marques
Discente: Elka Ivanova Asenova, nº65671
Novembro 2018
 Recensão Crítica
 
 	O artigo em apreciação neste trabalho, As regras do método sociológico da autoria de Émile Durkheim foi pulicado no ano de 1895 pela Editorial Presença e é reconhecido por ser o resultado direto do próprio projeto de Durkheim em estabelecer a sociologia como uma nova ciência social.
Considerado por muitos como “o principal arquiteto das ciências sociais e pai da sociologia” este nasceu na França em 1858 e lá viveu até a sua morte, em 1917. Foi professor de Pedagogia na Universidade de Bordeaux e de Ciências da Formação, atualmente Sociologia, na Universidade de Sorbonne.[1: https://plato.stanford.edu/entries/weber/ (Página visitada em 20 de novembro de 2018)]
Diretamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte através da crença na ciência e da noção de progresso e harmonia de futuro, Durkheim dedicou todo o seu conhecimento na elaboração de uma ciência que pudesse explicar os comportamentos coletivos dos indivíduos na sociedade. 
O objetivo da obra acima mencionada é explicar a natureza dos objetos de estudo da Sociologia e determinar as fases e os procedimentos da investigação sociológicas. Contudo, neste trabalho irá ser abordado somente o primeiro capítulo: O que é um facto social? que tem como objetivo definir o facto social como objeto de estudo da Sociologia, explicar o que são factos sociais e quais as suas características. 
Numa primeira instância Durkheim especifica que não se deve determinar por facto social situações que decorrem na sociedade e que possuem interesse social tal como os indivíduos que (“… bebem, dormem, comem, raciocinam…”) (Durkheim, 1985:29). Uma vez que a sociedade se importa com qualquer comportamento humano, o objeto de estudo da sociologia iria confundir-se com o a ferramenta de estudo da área da Biologia ou Psicologia. Para não entrar em conflito com as restantes ciências naturais o facto social possuí características próprias para não entrar em correlação com os objetos de estudo das outras ciências naturais. 
O segundo aspeto abordado pelo autor é a definição dos factos sociais como sendo “… maneiras de agir, de pensar, sentir…” que se caracterizam pela sua exterioridade, coercidade e por fim generalidade.
 A primeira característica do facto social remete-nos para o que é exterior ao indivíduo pois os factos sociais existem independentemente da sua vontade ou consciência e do uso que lhes fazem. Tal como Durkheim (1988: 30) afirma, “ao nascer, os infiéis encontram já formadas as crenças e práticas da sua vida religiosa; se existem antes deles é porque existem fora deles”. Alem disso, caracterizam-se por serem impostas pela força coerciva não sendo deste modo reconhecida pelas pessoas pois estas pensam estar a agir conforme as suas opções, mas na verdade agem de livre vontade consoante os factos sociais. Não se pode ignorar ou violar essa força coerciva, caso contrário somos punidos. Noutros casos, a coerção é menos violenta mas não deixa de existir tal como o seguinte exemplo: “se não me submeto as convenções da sociedade, se ao vestir-me não tenho em conta os usos seguidos no meu país e na minha classe, o riso que provoco e a aversão que suscito produzem, ainda que de uma maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita” (Durkheim 1988:30). Partindo do carácter exterior e coercivo que os factos sociais podem assumir Durkheim distingui-os sendo estes de ordem orgânica (Biologia) que se refere a representações e ações, e os de ordem psíquica (Psicologia) que só existem na consciência individual. Podemos confirmar esta definição através do exemplo da educação das crianças, a forca coerciva atua de modo a impor nas crianças formas de pensar, sentir e atuar, as quais elas não seriam capazes de 
atingir sozinhas. Ou seja, a educação tem o objetivo de tornar a criança social, tendo como mediadores os progenitores e professores.
E por fim, os factos sociais também se podem caracterizar pela sua generalidade. Define-se pelo que é geral no domínio de uma determinada sociedade e ocorre quando os factos sociais são coletivos de forma a abranger toda a sociedade.
Durkheim (1988:39) sugere então uma definição final para facto social sendo esta a mais relevante na historia da Sociologia: “facto social e toda a maneira de fazer, fixado ou não, suscetível de exercer dobre o individuo uma coerção exterior: ou então, que em geral no âmbito de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais.
Uma das subjeções feitas a Durkheim relativamente ao individuo é que este segundo Karl Marx é especialmente condicionado pela pertença numa classe social onde o individuo se encontra em constante luta para a ascensão social: “Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes.”[2: Durkheim defende que o individuo é condicionado pela consciência coletiva na medida em que todos os indivíduos conseguem ter algo em comum como por exemplo algumas práticas políticas, sociais ou quotidianas. ][3: Marx, K. & Engles, F (1848) “Manifesto do Partido Comunista”.]
Contudo, estas críticas não ficaram por aqui. Marx procurou frisar ainda que o estudo da sociologia incidia nos modos de produção e nas suas relações sociais, ou seja, a ciência social que estuda o comportamento coletivo dos indivíduos em sociedade deveria embuçar-se sobre as relações entre opressores e oprimidos tendo como objetivo o desenvolvimento da economia que é caracterizada como sendo a base da sociologia, dito de outra forma, o materialismo histórico. Durkheim contra-argumenta esta ideia afirmando que o único objeto de estudo da sociologia seriam os factos sociais, ou seja, a principal preocupação intelectual da Sociologia reside no estudo dos factos sociais. Em vez de aplicar métodos sociológicos ao estudo de indivíduos, os sociólogos deviam antes [4: “é necessário olhar para a história analisando a estrutura económica da sociedade, as suas forças de produção e as relações de produção e não interpretando a maneira de pensar dos homens.” (Marques, J.) ]
analisar factos sociais - aspetos da vida social que determinam a nossa acção enquanto indivíduos, tais como o estado da economia ou a influência da religião. [5: (Giddens, A. (1997:9) Sociologia, 2ºedição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian) ]
Por fim, conclui-se que Émile Durkheim teve um papel fundamental no desenvolvimento da sociologia como ciência social, mas também como cadeira académica. Este contribuiu igualmente para a definição do objeto de estudo da sociologia que ainda hoje permanece intacto. Procurou ainda definir os factos sociais como “coisas” de forma a que o objeto de estudo fosse palpável e que pudesse ser analisado tal como nas ciências naturais. 
Referência Bibliográfica
Giddens, A. (1997:9) Sociologia, 2ºedição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian
Durkheim, É. (1998), As Regras do Método Sociológico, 7ºedição, Lisboa, Editorial Presença
Braga, M. Fato Social (Online) Disponível em: http://www.atenas.edu.br/Faculdade/arquivos/NucleoIniciacaoCiencia/REVISTAS/REVIST2007/4.pdf (acedido em 23 de Novembro de 2018)
Amaral, G. (2004) O Pensamento de Durkheim e Marx (Online), DireitoNet, Disponível em:https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1448/O-Pensamento-de-Durkheim-e-Marx?fbclid=IwAR0OTsBF1W4guhq12E2_MVejSFyW_-Tr9FYptLDfwTqE5k17pUrUpjyzZrM (acedido em 24 de Novembro de 2018)
Junior, R. (2012) Quadro dos Clássicos da Sociologia (Online) , SlideShare, Disponível em: https://pt.slideshare.net/camos72/quadro-dos-clssicos-da-sociologia (acedido em 26 de novembro de 2018)

Continue navegando