DO REQUERIMENTO DA FALÊNCIA Empresarial

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DO REQUERIMENTO DA FALÊNCIA 
 
Necessidade de se observar os requisitos do art. 282 do CPC: 
 
Art. 282. Art. 282. A petição inicial indicará: 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, 
profissão, domicílio e residência do autor e do 
réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido; 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
Haverá a necessidade de ser por meio de advogado: 
Art. 36. A parte será representada em juízo 
por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-
á lícito, no entanto, postular em causa 
própria, quando tiver habilitação legal ou, 
não a tendo, no caso de falta de advogado no 
lugar ou recusa ou impedimento dos que 
houver. 
 
 
 
Despacho inicial e citação 
 
Estando formalmente adequada e com os documentos que a 
instruem, o juiz determinará a citação da Empresa Requerida. 
 
Nos casos de Impontualidade Injustificada ou Execução 
Frustrada o juiz fixará os honorários. Art. 98, Parágrafo único. 
 Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar 
contestação no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos 
incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o 
devedor poderá, no prazo da contestação, 
depositar o valor correspondente ao total do 
crédito, acrescido de correção monetária, 
juros e honorários advocatícios, hipótese em 
que a falência não será decretada e, caso 
julgado procedente o pedido de falência, o 
juiz ordenará o levantamento do valor pelo 
autor. 
 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTA DO DEVEDOR 
 
 
1 – Contestação 
 
Art. 98, caput. 
 
É a apresentação da contestação pura e simples no prazo de 10 dias. 
 
Poderão ser apresentadas as defesas processuais – art. 301 do CPC 
 
 Petição Inicial 
Apresentar Pedido de 
Recuperação Judicial 
art. 95. 
Contestar o Pedido em 
10 dias 
art. 98 
Depósito Elisivo 
art. 98, P. Único 
Depósito Elisivo Com 
Contestação 
Depósito Elisivo Sem 
Contestação 
Citação 
Defesas meritórias, tais como: art. 96 da Lei 11.101/2005. 
 
2 - Depósito Elisivo Art. 98, p. único 
 
Significado: eliminar – suprimir. 
 
Deverá abranger o valor total do crédito, acrescido de juros, correção 
monetária e honorários. 
Art. 98, p. único 
Súmula 29 do STJ. 
No pagamento em juízo para elidir falência, 
são devidos correção monetária, juros e 
honorários de advogado. 
 
O depósito desfigura a ideia de insolvência. 
 
Depósito incompleto 
Necessidade de arguição de que se está cobrando acima do valor 
devido. 
Admite-se posterior complemento do depósito. 
 
Admite-se apenas nas causas fundadas em Impontualidade 
Injustificada e Execução Frustrada. 
 
Nas causas baseadas nos atos de falência, não se aplica, pois, o 
requerimento é baseado na má-fé do devedor, bem como, o depósito 
não tem o condão de desfigurar a insolvência. 
 
DESPOSITADO O VALOR, PODERÁ O DEVEDOR: 
 
Não apresentar contestação: 
Caberá ao credor o levantamento do valor depositado. 
Não há julgamento procedente. 
Julga-se elidido o pedido de falência. 
 
Depósito com apresentação da Contestação 
Haverá discussão a respeito do crédito depositado. 
O juiz decidirá quem irá levantar o valor depositado. 
Denegará – caso acolha o pedido do devedor. 
Julgará elidido – caso acolha as razões do credor 
 
 
CONCILIAÇÃO, SANEAMENTO E INSTRUÇÃO 
Após a instauração da relação triangular, o processo passa a seguir o 
procedimento ordinário. 
 
 O juiz poderá julgar conforme o estado do processo (art. 
329 do CPC). 
 
 Designar audiência de conciliação (art. 331 do CPC) – não 
há na lei de falência específica previsão legal para designar audiência. 
– aplica-se subsidiariamente o CPC art. 189 da Lei 11.101/2005 
 
 Obtida a conciliação extingue-se o processo sem 
decretação da falência. 
 
 Não obtida a conciliação – o juiz fixará os pontos 
controvertidos, proferirá despacho saneador e determinará a 
produção das provas, com designação de audiência de instrução, se 
houver necessidade. 
 
 
DECISÃO DO PEDIDO DE FALÊNCIA. 
 
 Denegada; 
 
 Decretada. 
 
FALÊNCIA DENEGADA 
 
A sentença que denegar a falência, condenará a parte vencida nas 
custas processuais e honorários de sucumbência. 
 
Poderá ser denegada por diversos motivos: depósito elisivo, ausência 
dos pressupostos... 
 
Art. 100. Da decisão que decreta a falência 
cabe agravo, e da sentença que julga a 
improcedência do pedido cabe apelação. 
 
Da sentença que denegar a falência caberá apelação (art. 100) no 
prazo de 15 dias. 
 
Indenização por Danos Causados ao Devedor 
 
 Requerimento doloso – art. 101. 
 Art. 101. Quem por dolo requerer a falência 
de outrem será condenado, na sentença que 
julgar improcedente o pedido, a indenizar o 
devedor, apurando-se as perdas e danos em 
liquidação de sentença. 
 
No pedido doloso, o juiz poderá, na própria sentença de 
denegação, condenar o Requerente ao pagamento de 
indenização por danos causados. 
 
Ausente a manifestação do juiz, nada impede que o lesado 
possa propor ação própria visando a reparação dos danos 
sofridos. 
 Requerimento por Culpa ou Abuso de Direito 
Havendo culpa ou abuso de direito, apenas da falta de previsão 
específica, poderá propor ação própria, sem prevenção do juízo 
falimentar. 
Fundamentação jurídica – art. 186, 187 e 927 do CC. 
 
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA 
 
Como já visto, a falência só existirá a partir do momento em que o 
juiz decretar. 
 
Elementos – art. 99: 
 
1 - Síntese do Pedido, Identificação do Falido e dos 
Administradores da Sociedade Falida 
 
Art. 99, I. 
 
Ao decretar a falência o juiz apresentará: uma síntese do pedido, 
relatando um resumo do que fora requerido pelo requerente. 
 
FALIDO: entende-se como o próprio devedor, os sócios de 
responsabilidade ilimitada e qualquer outra pessoa que seja considera 
falida. 
 
 - A identificação do falido é de suma importância, pois, servem para 
limitar o âmbito de arrecadação dos bens que irão formar a massa 
falida. 
 
- Somente os identificado terão seus bens submetidos ao processo 
falimentar. 
 
ADMINISTRADORES: são aqueles que podem praticar atos pela 
sociedade falida. 
 
Importância: o falido terá uma série de deveres no curso do processo 
falimentar, especialmente prestação de informações e entrega de 
documentos em juízo. 
 
2 - Termo Legal: 
 
É o marco inicial, mesmo que presumidamente, da insolvência do 
empresário devedor. 
 
Permitirá a determinação do período anterior à decretação da 
falência. 
 
O período serve de referência para a realização de auditoria dos atos 
praticados pelo falido. 
 
A identificação desse período servirá para tornar ineficaz certos atos 
praticados em detrimento dos credores. 
 
OBS. 
 
Não se trata de retroatividade dos efeitos da falência, mas uma 
tentativa de identificação do período de insolvência. 
 
 
 
 
PRAZO: 
 
Impontualidade Injustificada – em até 90 dias do primeiro 
protesto por falta de pagamento. 
 
Não há a necessidade de que seja o protesto realizado no título que 
originou o pedido de falência. 
 
Autofalência, Atos de Falência e execução frustrada – em até 
90 dias contados da distribuição do pedido. 
 
Recuperação Convolada em Falência– em até 90 contados do 
protocolo da Recuperação Judicial. 
 
 
3 - Formação da Massa Falida – art. 99, III 
 
Massa Falida Subjetiva – massa de credores – relação de credores. 
 
Massa Falida Objetiva – conjunto de bens que são abrangidos pelo 
processo de falência para satisfação dos créditos. 
 
MASSA FALIDA SUBJETIVA 
 
Ao decretar a falência o Juiz determinará: 
 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do 
devedor, dentre outras determinações: 
 
 III – ordenará ao falido que apresente, no 
prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação 
nominal dos credores, indicando endereço, 
importância, natureza e classificação dos 
respectivos créditos, se esta já não se 
encontrar nos autos, sob pena de 
desobediência; 
Após a apresentação dos créditos, com base no Parágrafo Único do 
Art. 99, o juiz determinará publicação de edital. 
 
Pedir para lei Parágrafo Único do art. 99. 
 
Uma vez publicado do edital, terão os credores prazo de 15 (quinze) 
dias para habilitarem seus créditos. 
 
Art. 7º, § 1º: 
 
 Art. 7o A verificação dos créditos será 
realizada pelo administrador judicial, com 
base nos livros contábeis e documentos 
comerciais e fiscais do devedor e nos 
documentos que lhe forem apresentados 
pelos credores, podendo contar com o auxílio 
de profissionais ou empresas especializadas. 
 
 § 1o Publicado o edital previsto no art. 
52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 
desta Lei, os credores terão o prazo de 15 
(quinze) dias para apresentar ao 
administrador judicial suas habilitações ou 
suas divergências quanto aos créditos 
relacionados. 
 
O prazo conta-se a partir da publicação do edital. 
 
Caso haja necessário, o prazo poderá sofrer dilação. 
 
FORMAÇÃO MASSA FALIDA OBJETIVA 
 
A sentença que decretar a falência, determinará o envio de ofícios 
aos órgão e repartições públicas, para que informe a existência de 
bens. 
 
Art. 99, VI 
 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do 
devedor, dentre outras determinações: 
 
VI – proibirá a prática de qualquer ato de 
disposição ou oneração de bens do falido, 
submetendo-os preliminarmente à 
autorização judicial e do Comitê, se houver, 
ressalvados os bens cuja venda faça parte 
das atividades normais do devedor se 
autorizada a continuação provisória nos 
termos do inciso XI do caput deste artigo; 
 
4 – Suspensão das Ações e da Prescrição Contra o Devedor 
 
Na sentença o juiz determinará a suspensão da prescrição e ações 
contra o devedor. 
 
Tal medida visa evitar recebimento de créditos fora do processo de 
falência. 
 
 
 
Não serão suspensas: 
 
 Ações que demandam quantias ilíquidas – AÇÕES DE 
CONHECIMENTO; 
 
 Reclamações Trabalhistas. 
 
LER: 
 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do 
devedor, dentre outras determinações: 
 
 V – ordenará a suspensão de todas as ações 
ou execuções contra o falido, ressalvadas as 
hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 
6o desta Lei; 
 
 Art. 6o A decretação da falência ou o 
deferimento do processamento da 
recuperação judicial suspende o curso da 
prescrição e de todas as ações e execuções 
em face do devedor, inclusive aquelas dos 
credores particulares do sócio solidário. 
 
§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual 
estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
 
§ 2o É permitido pleitear, perante o 
administrador judicial, habilitação, exclusão 
ou modificação de créditos derivados da 
relação de trabalho, mas as ações de 
natureza trabalhista, inclusive as 
impugnações a que se refere o art. 8o desta 
Lei, serão processadas perante a justiça 
especializada até a apuração do respectivo 
crédito, que será inscrito no quadro-geral de 
credores pelo valor determinado em 
sentença.