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Análise térmica João Tedim 2017/2018 UC: Tecnologia de Polímeros Sumário • Análise térmica (AT) • Vantagens e desvantagens de AT • Formas convencionais de AT • Calorimetria diferencial de varrimento (DSC) • Termogravimetria (TG) • Referências Tecnologia de Polímeros 2 Análise Térmica (AT) • Técnicas experimentais analíticas que investigam o comportamento de amostras em função da temperatura. • Exemplos: - Calorimetria diferencial de varrimento (DSC) - Análise térmica diferencial (DTA) - Termogravimetria (TG) - Análise termomecânica (TMA) - Análise mecânica dinâmica (DMA) Tecnologia de Polímeros 3 Tecnologia de Polímeros 4 Diferentes curvas de AT Características (vantagens) da AT • Amostras podem ser estudadas num intervalo alargado de T, usando vários programas de temperatura; • Amostras sólidas, líquidas, géis podem ser acomodados em reservatórios; • Pequena quantidade de amostra requerida (0.1 µg-10mg); • Atmosfera controlada na vizinhança da amostra; • Tempo para completar experiências: alguns minutos a horas; • Instrumentos relativamente baratos. Tecnologia de Polímeros 5 • AT fornece dados indiretos: devem ser complementados com dados estruturais obtidos com outras técnicas (RMN, FTIR e DRX) para se interpretar os processos moleculares; • Nota: a amostra estudada é medida em condições de não equilíbrio; • Dados obtidos são influenciados pelas condições experimentais (ex.: taxa de aquecimento/ arrefecimento, natureza e composição da atmosfera, história mecânica e térmica da amostra). Tecnologia de Polímeros 6 Características (desvantagens) da AT Tecnologia de Polímeros 7 Reações químicas Reações químicas mudam para T mais elevados com o aumento da taxa de aquecimento. Exemplo mostra curvas de DSC para a cura de uma resina epoxídica medida a três diferentes taxas de aquecimento. A largura do pico e a razão sinal/ruído aumenta com o aumento da taxa de aquecimento. Tecnologia de Polímeros 8 Transição vítrea Temperatura de transição vítrea muda para temperaturas mais elevadas com o aumento da taxa de aquecimento. Exemplo mostra curvas de DSC da transição vítrea do poliestireno, medida a quatro diferentes taxas de aquecimento. A largura do pico e a razão sinal/ruído aumenta com o aumento da taxa de aquecimento. Tecnologia de Polímeros 9 Reorganização Processos de reorganização podem ser suprimidos usando taxas de aquecimento mais elevadas. Isto depende da velocidade de reorganização de um material em particular e das rampas de aquecimento usadas. • Temperatura precisa da amostra não é conhecida; • O termopar não consegue distinguir gradientes de temperatura na amostra; • Sensibilidade e precisão de instrumentos de AT é relativamente mais baixa quando comparada com técnicas espetroscópicas. Tecnologia de Polímeros 10 Características (desvantagens) da AT Formas convencionais de AT Tecnologia de Polímeros 11 Propriedade Método de AT Abreviatura Massa Termogravimetria TG Diferença de temperatura Análise térmica diferencial DTA Temperatura alternada Calorimetria de corrente alternada ACC Entalpia Calorimetria diferencial de varrimento DSC Comprimento, volume Dilatometria Deformação Análise termomecânica TMA Análise mecânica dinâmica DMA Luminescência Termoluminescência TL Tecnologia de Polímeros 12 Tecnologia de Polímeros 13 Calorimetria diferencial de varrimento (DSC) Calorimetria diferencial de varrimento (DSC) • O que mede? ØVariações de calor associadas a diferentes processos (fusão, cristalização ou transição vítrea) Cadinhos (cápsulas) Forno de DSC DSC Tecnologia de Polímeros 14 • Existem dois fornos dentro do DSC: ØForno da amostra (contém a amostra) ØForno de referência (vazia) – para permitir a correção de todas as variações de calor exceto as que estão associadas com a amostra. • Rampa de aquecimento típica: 10 ºC min‒1 • Existem dois tipos de DSC: DSC de compensação de potência e DSC de fluxo de calor. Tecnologia de Polímeros 15 Tecnologia de Polímeros 16 • Capacidade calorífica (C) de um polímero: ØQuantidade de calor necessária para aumentar a sua temperatura em 1K (unidades: J K‒1) Fluxo de calor = calor / tempo = q / t Taxa de aquecimento = ΔT / t C = q/t / ΔT / t = q / ΔT • c – capacidade calorífica específica (para 1 g) - J g‒1 K‒1 • cm – capacidade específica molar (para 1 mol) - J mol‒1 K‒1 Tecnologia de Polímeros 17 Ø A maioria dos cadinhos não é selada hermeticamente, expandindo quando é aquecida, permitindo a mudança de volume da fase gasosa ( e assim mantendo a pressão). • Capacidade calorífica pode ser medida a pressão constante ou a volume constante. • Capacidade calorífica a pressão constante– Cp • Capacidade calorífica a volume constante – Cv • Tipicamente, as mudanças de fase no DSC ocorrem a pressão constante, por isso Cp é medido. Tecnologia de Polímeros 18 Transição vítrea • Mudança de um estado rígido, frágil (semi-cristalino) para um estado viscoso com o aumento da temperatura. Tg Cp(rígido) Cp(viscoso) • Plásticos são usados abaixo da Tg; borrachas são usadas acima da Tg • Tg – temperatura média do intervalo de temperaturas a que esta mudança ocorre. • Cp(viscoso) > Cp(rígido) – maior mobilidade das cadeias poliméricas. Tecnologia de Polímeros 19 Fusão e cristalização • A maioria dos polímeros não cristaliza como um cristal perfeito (cadeias apresentam demasiados graus de liberdade) e por isso o estado sólido é amorfo ou semi-cristalino. Amorfo ou semi-cristalino Tecnologia de Polímeros 20 Fusão e cristalização • Depois da transição vítrea, obtém-se o estado viscoso (ou borrachoso). Por vezes este estado viscoso tem energia suficiente para ultrapassar a energia de ativação necessária para cristalizar. Amorfo ou Semi-cristalino Viscoso Tecnologia de Polímeros 21 • Quando a cristalização ocorre após o Tg, um sólido mais cristalino do que o estado inicial amorfo ou semi-cristalino é obtido. Amorfo ou semi-cristalino Viscoso Mais cristalino Fusão e cristalização Tecnologia de Polímeros 22 Fusão e cristalização • Como o estado cristalino é mais estável (menor entalpia) do que o estado viscoso (maior entalpia) o processo de cristalização resulta num pico exortémico (ΔcrystH = H(cr) – H(rub)) Amorfo ou semi-cristalino Viscoso (rub) Mais cristalino (cr) Tecnologia de Polímeros 23 Fusão e cristalização • Quando se continua a aumentar a temperatura, o estado sólido estado cristalino funde. Amorfo ou semi-cristalino Viscoso (rub) Mais cristalino(cr) Líquido (l) Tecnologia de Polímeros 24 • Como o líquido tem interações intermoleculares mais fracas do que no estado sólido, será menos estável e um pico endotérmico é obtido (energia é absorvida, ΔmeltH = H(l) – H(cr)). Amorfo ou semi-cristalino Viscoso (rub) Mais cristalino(cr) Líquido (l) Fusão e cristalização Tecnologia de Polímeros 25 Tecnologia de Polímeros 26 Determinação da Tg Figura mostra três pontos diferentes que podem ser usados para determinar a Tg (curva de DSC). O. V. Mazurin, Yu. V. Gankin: "Glass transition temperature: problems of measurements and analysis of the existing data"; Proceedings, International Congress on Glass, July 1-6, 2007, Strasbourg, France. Nota: o valor de Tg é função das rampas de aquecimento e das rampas de arrefecimento antes da medição. Resultados entre diferentes sistemas devem ser obtidos nas mesmas condições. Tecnologia de Polímeros 27 Tg é geralmente definida como o ponto de inflexão na curva de DSC.Tecnologia de Polímeros 28 Vantagens e desvantagens na determinação do Tg por diferentes técnicas Tecnologia de Polímeros 29 Sensibilidade da transição vítrea depende da mudança no sinal medido. Diferentes técnicas medem diferentes parâmetros e consequentemente apresenta diferentes sensibilidades no que diz respeito à transição vítrea. Tecnologia de Polímeros 30 Termogravimetria (TG) Termogravimetria (TG) • O que mede? ØVariação da massa da amostra em função da temperatura ou tempo numa atmosfera controlada. TG Forno (vista de cima) Tecnologia de Polímeros 31 Termogravimetria (TG) • Que tipo de informação? ØAnálise composicional de materiais com vários componentes; ØEstabilidade térmica; ØEstabilidade oxidativa; ØEstimativa do tempo de vida de produtos; ØCinética de decomposição; ØEfeitos de atmosferas reativas nos materiais; ØConteúdo inorgânico, enchimento (fillers), nos materiais; ØHumidade e conteúdo de voláteis. Tecnologia de Polímeros 32 TG-Estabilidade térmica • Polímero Nylon 6,6 sofre degradação térmica a 482 ºC com um total de perda de massa de 99%. • Apenas uma pequena quantidade de resíduo inerte é detetada (0.15 %). 482 ºC – início da degradação Tecnologia de Polímeros 33 TG – Quantidade de humidade • O polímero Nylon 6,6 é um pouco higroscópico e para temperaturas entre 56 e 150 ºC é possível detetar-se a libertação de cerca de 0.86% de água. 56 ºC ~150 ºC Tecnologia de Polímeros 34 TG – Quantidade de enchimento • É importante saber a quantidade de enchimento porque este afeta a expansão térmica do material. Se um determinado material usado como enchimento é muito estável e não apresenta reatividade numa atmosfera de oxigénio, este processo pode ser usado para o quantificar. 440 ºC Perda de massa 57.4 % 650 ºC – Mudança de gás inerte (N2) para oxigénio Perda de massa 10.5 % - “queima” de resíduos de carbono 31.8 % de material inerte (enchimento de vidro)(aplicações eletrónicas) Tecnologia de Polímeros 35 TG – Quantidade de enchimento • A maior quantidade de enchimento na garrafa de sabão é muito súbtil, mas faz com que a embalagem seja opaca enquanto que a garrafa de água é transparente. Resíduo (enchimento) 2.1 % Resíduo (enchimento) 0.65 % Tecnologia de Polímeros 36 TG – Compostos voláteis • Neste caso, as medições em função do tempo são importantes porque as resinas de PET podem ser usadas em embalagens de bebidas e mesmo baixos níveis de compostos voláteis podem alterar o sabor das bebidas com o passar do tempo. Baixo nível de voláteis numa resina de PET a 130 ºC 10 h Tecnologia de Polímeros 37 References • T. Hatakeyama, F.X. Quinn, Thermal Analysis: Fundamentals and Applications to Polymer Science, Second Edition, John Wiley and Sons, 1999. • DSC - https://polymerscience.physik.hu-berlin.de/docs/manuals/DSC.pdf • TG - http://depts.washington.edu/mseuser/Equipment/RefNotes/TGA_Notes.pdf • Thermal Analysis – Introduction Handbook, Vol. 2, Mettler and Toledo. • ASTME1356-03 Standard Test Method for Assignment of the Glass Transition Temperatures by Differential Scanning Calorimetry, Annual Book of ASTM standards, Vol 09.01. Tecnologia de Polímeros 38
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