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RESUMO DE TGP II GA 1. SUJEITOS DO PROCESSO E AUXILIARES DA JUSTIÇA: Conceito de parte “São os polos ativos e passivo da relação jurídica processual em ângulo”. Capacidade de ser parte Capacidade de, em tese, ser sujeito (ativo ou passivo) de relação jurídica ou assumir situação jurídica processual. Toda pessoa é capaz de ser parte. Capacidade de estar em juízo Tem capacidade de estar em juízo aqueles que estiverem no exercício de seus direitos e deveres, excluídos assim os incapazes em geral (absoluta ou relativamente), que necessitam a integração da capacidade. Capacidade postulatória JUS POSTULANDI, é a aptidão para praticar atos técnicos dentro do processo (formular petição inicial contestação, recursos.). É a capacidade que detém o advogado, regularmente inscrito na OAB com procuração da parte. Termo amplamente utilizado na linguagem jurídica, exprime o sentido de “estar apto” à realização de um dado evento previsto na lei. A capacidade postulatória, assim, é apenas um das muitas manifestações de capacidade legal, que no caso é exigida daquele que pretende postular a defesa de direitos em juízo, daí porque se chama de capacidade para postular, ou capacidade postulatória ou aptidão para postular direitos em juízo. AUXILIARES DA JUSTIÇA Tratam-se de todos aqueles que participam do processo no sentido de implementar a prestação jurisdicional. Suas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária. São eles: o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. Desse conceito se encontram excluídas as partes, as testemunhas, o Ministério Público e os advogados. São permanentes ou eventuais. Os permanentes são os auxiliares que aparecem em todos ou quasee todos os processos, por exemplo, o escrivão, o oficial de justiça e o distribuidor. Já os eventuais são os auxiliares que atuam em certos tipos de processos, aparecendo nas relações processuais de forma esporádica, como, por exemplo, os intérpretes ou os peritos. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL Em regra, a titularidade da ação vincula-se à titularidade do pretendido direito material subjetivo, envolvido na lide (legitimação ordinária). Há, por exceção, casos em que a parte processual é pessoa distinta daquela. Quando isso ocorre, dá-se a substituição processual (legitimação extraordinária), que consiste em demandar a parte, em nome próprio, a tutela de um direito controvertido de outrem. Caracteriza-se ela pela cisão entre a titularidade do direito subjetivo e o exercício da ação judicial. SUCESSÃO PROCESSUAL É a alteração subjetiva da demanda, que ocorre quando a parte vem a falecer, sendo sucedida por seu espólio ou seus herdeiros. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-à a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores. LITISCONSÓRCIO O que é litisconsórcio? Litisconsórcio é um fenômeno que ocorre sempre que uma ação judicial possui mais de um autor e/ou mais de um réu. Quando a ação possui mais de um autor, chamamos de litisconsórcio ativo e quanto a ação possui mais de um réu chamamos de litisconsórcio passivo. A primeira classificação ,é a que classifica o litisconsórcio em ativo, passivo ou misto. Será ativo quando tiver 2 ou mais autores, será passivo quando tiver 2 ou mais réus e será misto quanto tiver litisconsórcio no polo ativo e passivo da demanda. LISTISCONSÓRCIO INICIAL E ULTERIOR O que é litisconsórcio inicial? É aquele que se forma no momento da propositura da demanda. Já o litisconsórcio ulterior é aquele que surge após o procedimento já ter se formado. LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO E LITISCONSÓRCIO SIMPLES Essa classificação refere-se ao resultado final do processo em relação aos litisconsortes. Se o resultado, obrigatoriamente tiver que ser o mesmo para todos eles, diz-se que será litisconsórcio unitário; se, porem, for possível, em tese, que o juiz dê soluções diferentes a cada um, será litisconsórcio simples. PRESSUSPOS DO LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO Litisconsortes discutindo uma única relação jurídica Essa relação jurídica discutida seja indivisível Com esses pressupostos, fica claro que nos casos de obrigação solidária embora haja uma relação jurídica única, ela poderá ser divisível. Importante frisar que credores ou devedores solidários poderão ser litisconsortes unitários (se a obrigação solidária for indivisível) ou simples (se a obrigação for divisível). LITISCONSÓRCIO SIMPLES OU COMUM O que é litisconsórcio simples? É aquele em que a decisão judicial sobre o mérito pode ser diferente para os litisconsortes. Nada impede que a decisão judicial seja igual, mas basta que haja a mera possibilidade da decisão ser diferente para que o litisconsórcio seja simples. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO E LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO Essa classificação leva em consideração se a formação do litisconsórcio será obrigatória ou não para que o processo possa seguir o seu curso normalmente. Quando a formação de litisconsórcio é obrigatória, sob pena de o processo não prosseguir, diz-se que há um litisconsórcio necessário. Quando é opcional, há um litisconsórcio facultativo. No caso do litisconsórcio necessário, é preciso que haja a ocorrência de um dos dois fatores abaixo: Imposição legal determinando a formação do litisconsórcio: Para que a sentença produza seus efeitos será necessário que todos os litisconsortes tenham sido devidamente citados. Uma das hipóteses que temos de litisconsórcio necessário por imposição é a que ocorre nas ações de usucapião, nos termos do art. 246, § 3°, do CPC, determina a citação daquele em cujo nome o imóvel estiver registrado, bem como de todos os confinantes e dos terceiros interessados. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO SEM IMPOSIÇÃO LEGAL Outra hipótese de litisconsórcio necessário sem que haja a imposição da lei são nos casos onde a relação jurídica é uma e indivisível. Em situações assim nem precisava a lei determinar a formação do litisconsórcio. A própria natureza da relação jurídica sub judice impõe a sua formação, pois se trata de litisconsórcio necessário unitário. Entretanto, também há hipóteses em que há uma norma jurídica que impõe a sua formação (litisconsórcio necessário), mas a sentença não precisa ser igual para todos os litisconsortes (litisconsórcio simples). Trata-se então de litisconsórcio necessário simples. É o que ocorre, por exemplo, nas ações de usucapião, em que o pedido, tal como formulado pelo autor, poderá ser acolhido em relação a alguns confrontantes, mas não a outros. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO: A EXCEÇÃO. Vimos anteriormente que, via de regra, o litisconsórcio necessário ocorre sempre que a formação de litisconsórcio for obrigatória e que o litisconsórcio unitário ocorre sempre que o resultado tem que ser igual para todos. Contudo, há uma exceção para essa regra. São os casos em que a lei prevê expressamente a possibilidade da legitimação extraordinária. Sendo assim, nos processos em que houver a obrigatoriedade de formação do litisconsórcio e o resultado for igual para todos e, ainda, houver previsão legal de legitimação extraordinária, estaremos diante de um litisconsórcio facultativo unitário. LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA E O LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO Um dos exemplos de legitimação extraordinária que cria o litisconsórcio facultativo unitário é a que envolve os condomínios. Nos condomínios um único bem pertence a vários titulares. Imagine, por exemplo, um imóvel que possui três proprietários. Cada um é dono de uma fração doimóvel. E ao ingressarem com uma ação de despejo o resultado dessa demanda judicial tem que ser igual para todos. Logo estamos diante de um litisconsórcio unitário. Além disso, há uma faculdade de formação de litisconsórcio por causa da legitimação extraordinária. Isso acontece porque a legitimação extraordinária permite que apenas um dos 3 donos do imóvel provoque o judiciário em nome próprio para defender interesses alheios. O litisconsórcio não é uma obrigação, é uma faculdade, por isso trata-se de um litisconsórcio facultativo unitário. Um dos condôminos que tiver sendo autor ou réu de uma ação judicial será substituto processual dos outros 2 donos do imóvel que optaram por não ser litisconsorte desse condômino. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO SIMPLES O litisconsórcio facultativo simples é mais comum que o litisconsórcio facultativo unitário e o mais simples de se entender. Como vimos antes, ocorrerá sempre que a formação do litisconsórcio for uma faculdade e que a decisão judicial sobre o mérito puder ser diferente cada litisconsorte. INTERVEÇÃO DE TERCEIROS INTRODUÇÃO O projeto do Novo CPC modifica significativamente o instituto da intervenção de terceiros no processo civil. Para que se possa entender os casos de intervenção, faz-se necessário, antes de tudo, fixar o conceito de terceiro. A melhor doutrina diz que terceiro é aquele que não é parte originária no processo, sendo justificável sua intervenção em razão de o processo poder produzir efeitos sobre sua esfera jurídica. 1 Há intervenção de terceiros, portanto, quando alguém participa do processo sem ser parte na causa originária, com o intuito de auxiliar ou excluir os litigantes e para defender algum direito ou interesse próprio que possa ser prejudicado pela sentença. No atual CPC estão previstos cinco casos de intervenção de terceiros: (1) assistência, (2) oposição, (3) nomeação à autoria, (4) denunciação à lide e (5) chamamento ao processo. O projeto do Novo CPC trata da intervenção de terceiros em seu título III, permanecendo a assistência, a denunciação da lide e o chamamento ao processo. Os referidos casos de intervenção de terceiros que são mantidos no projeto, podem ser divididos em: intervenção voluntária, que engloba a assistência e a intervenção forçada ou coacta, que abrange a denunciação da lide e o chamamento ao processo. 2 3 Para Pontes de Miranda, a intervenção voluntária pode ser: (a) autovoluntária, quando o interveniente mesmo a suscita; (b) voluntária alheia, quando é uma das partes que provoca a intervenção, e (c) mista, reunindo ambos os modos. 4 A oposição, prevista atualmente nos artigos 56 a 61, do CPC, deixa de ser caso de intervenção de terceiros, passando a ser um procedimento especial, previsto nos artigos 682 a 686 do projeto do Novo CPC 5 . O projeto também dispõe que o terceiro pode interpor o chamado recurso de 1 CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros, 2005. Há situações em que a lei permite que embora já integrada a relação processual ( juiz-autor-réu), ingresse um terceiro no processo. 2 OLIVEIRA, Carlos Alberto de. MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. São Paulo: Atlas, 2010, p. 197. 3 Em outro sentido entende Nelson Nery que toda a intervenção de terceiros é voluntária, uma vez que o terceiro não está obrigado a fazer parte da relação processual. Classifica desta forma a intervenção em espontânea ou provocada. NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e legislação Extravagante. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 108. 4 PONTES DE MIRANDA, Pontes de. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, Tomo II, 1977, p. 85. 5 Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da ação. Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. terceiro prejudicado, com fulcro em seu art. 996 6 . E mais, prevê que este poderá ainda manejar ação rescisória, enquadrando-se nas hipóteses de legitimidade previstas no art. 967. 7 Apesar da coloção dos dispositivos em outra parte do Código, fora do título da intervenção de terceiros, não ocorreram mudanças significativas na oposição no Novo CPC. Para recordar, oposição é a demanda do terceiro que se considera titular de direito sobre o qual controvertem as partes de um processo em curso, a fim de ver reconhecido esse seu direito. 8 Nos moldes da nova sistemática o opoente pode ajuizar nova ação, que será apensada ao processo principal, visando à celeridade e a economia processual. Tal solução poderia ser utilizada atualmente, pois nada obstaria que esse terceiro ajuizasse uma demanda referente ao objeto que pretende para si e que está sendo discutido pelas partes na ação em que hoje poderia se valer da oposição. Nesse caso, a nova ação seria conexa à anteriormente ajuizada, desde que não houvesse sentença proferida na primeira demanda. Assim, a solução adotada pelo legislador no projeto poderia ser utilizada atualmente, bastando que o titular do direito controvertido ajuizasse sua demanda requerendo a conexão ao processo que está em curso. Poderá ainda esse terceiro aguardar o término da ação em andamento e propor uma demanda contra aquele que ficou com a coisa. Outra alteração do projeto do Novo CPC diz com a nomeação à autoria, a qual deixa de existir como caso de intervenção de terceiros; porém, permanece a possibilidade de correção da legitimidade passiva 9 . A nomeação à autoria, que tem por fim fazer o acertamento da legitimidade ad causam passiva, no projeto do Novo CPC passa a ser uma preliminar de contestação, consoante redação do art. 338 do projeto. 10 11 Nesse caso não haverá ônus para o nomeante, que será reembolsado das despesas e honorários do procurador do réu excluído. 6 Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. 7 Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II – o terceiro juridicamente interessado; III – o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindendaé o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação; IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte. 8 CÂMARA, Alexandre de Freitas. Lições de Direito Processual Civil. São Paulo: Atlas, 2012, volume 1, p. 213. 9 MEDINA, Miguel Garcia. Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 100. 10 Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. Os casos de intervenção de terceiros que permanecem no projeto do Novo CPC são admissíveis em todas as formas de processo de conhecimento, mas poderão, em certos casos, ocorrer também no processo de execução. 12 A novidade está na seção IV do capítulo V (da intervenção de terceiros), incluindo o título “do amicus curiae”, assunto este que será abordado em capítulo específico nesta obra. I - ASSISTÊNCIA 13 A assistência, que, no atual CPC, encontra-se fora do capítulo da intervenção de terceiros, passa, na redação do projeto do Novo CPC, a integrar o capítulo “da intervenção de terceiros”. A disciplina do projeto, com as duas modalidades de assistência, fica assim dividida: assistência simples (arts. 119,120, 121, 122, 123) e assistência litisconsorcial (arts. 119, 120 e124). Em simples palavras, quando o interesse do assistente for indireto, a assistência será simples, quando o interesse for direto, ou seja, o assistente estiver defendendo direito próprio, será assistência litisconsorcial, caracterizando um litisconsórcio unitário facultativo ulterior. ASSISTÊNCIA SIMPLES O principal fundamento da assistência simples consiste em que o assistente tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes. O interesse jurídico que legitima a 11 A nomeação à autoria no atual CPC é modalidade de intervenção forçada, que tem como fim corrigir a legitimidade passiva. CÂMARA, Alexandre de Freitas. Lições de Direito Processual Civil. São Paulo: Atlas, 2012, volume 1, p. 215. 12 SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fabio Luiz. Teoria Geral do Processo Civil. São Paulo: RT, 2006, p. 173. 13 DA ASSISTÊNCIA Seção I Disposições Comuns Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. Seção II Da Assistência Simples Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 26 Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. a existência de alegações ou de provas de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. Seção III Da Assistência Litisconsorcial Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Parágrafo único. A intervenção do colegitimado dar-se-á na qualidade de assistente litisconsorcial. assistência está no fato de que o resultado do processo deve repercutir na relação jurídica que o terceiro tem com a parte. 14 O assistente é titular de relação jurídica que mantém estreita ligação com o litígio sub judice. Possui, porém, relação jurídica com uma das partes do litígio distinta daquela sub judice, mas que será afetada pela sentença. Dessa forma, na assistência simples o assistente tem relação jurídica diferente da que está no processo, mas a ela está subordinada. Um exemplo largamente utilizado pela doutrina é o do sublocatário interveniente na ação de despejo em que são partes o locador e o locatário. O art. 119 do projeto do Novo CPC corresponde ao art. 50 do CPC atual, não tendo havido alterações significativas nesse dispositivo. Quanto ao art. 120, prevê o projeto que o pedido do assistente poderá ser deferido caso não haja impugnação dentro de 15 dias ou rejeição liminar. No caso de impugnação quanto à falta de interesse jurídico do assistente, o juiz determinará a produção de provas nos próprios autos, sem suspensão do processo. Da mesma forma que ocorre no atual CPC, o assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercendo os mesmo poderes e estando sujeito aos mesmos ônus. No caso de revelia do assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. A atual sistemática prevê para esse caso que o assistente será seu gestor de negócios. A assistência simples não obsta que o assistido reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda ação ou transija sobre os direitos controvertidos. Nesses casos, havendo o término do processo, cessará a intervenção do assistente. Dessa forma, na assistência simples o assistente está subordinado ao assistido podendo praticar todos os atos que não sejam contrários a este. É importante salientar que o assistente não será atingido diretamente pela sentença, pois não é titular da relação jurídica discutida em juízo conforme anteriormente demonstrado, aplicando- se a ele o disposto no art. 123 do Novo CPC, não podendo em processo posterior discutir a justiça da decisão, salvo nas hipóteses previstas no referido artigo. 15 ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL Na assistência litisconsorcial o titular do direito material discutido em juízo ingressa ulteriormente no processo para aderir à posição de uma das partes para assisti-la frente ao embate que trava com o adversário que lhes é comum. 16 Faz-se necessário que a sentença a ser proferida no processo venha, efetivamente, a decidir relação jurídica do assistente, motivo pelo qual se equipara à figura de uma modalidade de14 Segundo Marinoni a assistência simples pode ocorrer em qualquer dos polos da relação processual, tendo por objetivo a colaboração do assistente à parte original, sendo por isso chamada de intervenção ad coajuvandum. MARINOMI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, volume 2, p.177. 15 Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 16 O assistente litisconsorcial é o titular do direito discutido em juízo que ingressa ulteriormente no processo, sendo atingido pela coisa julgada. MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, volume 2, p.175. litisconsórcio, considerando o assistente litisconsorcial como parte no processo. Existem críticas na doutrina acerca da condição de parte do assistente litisconsorcial. Não se pode negar, porém, que ele adere ao pedido formulado anteriormente pelo autor. A circunstância de ele não ser admitido a expressar pedido autônomo deve-se não à sua condição no processo, mas sim à estabilidade da demanda, que impede o autor original de alterar pedido ou causa de pedir. Dessa forma, o assistente litisconsorcial é parte interveniente no curso do processo já instaurado, e por isso recebe pelo direito processual tratamento idêntico ao dispensado à parte, em termos processuais, restringindo-se-lhe, todavia, os poderes diante do princípio da demanda, porque esta já fora instaurada e já se encontra estabilizada. 17 Esse tipo de assistência corresponde à formação de um litisconsórcio ulterior, em que o assistente voluntariamente ingressa após o início do processo, para defender interesse próprio a ser julgado pela sentença. O direito postulado em juízo é do assistente litisconsorcial, sendo que o assistido somente poderá reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou transigir com seu consentimento, considerando-se, desta forma, que sua atuação não é subordinada ao assistido. O regime de tratamento do assistente litisconsorcial é o mesmo do litisconsórcio unitário, sendo que os atos benéficos praticados por um aproveitam a todos, mas os prejudiciais só valem se praticados por todos, do contrário, são ineficazes até mesmo para aquele que os praticou. Quanto aos efeitos da sentença, o assistente litisconsorcial será atingido diretamente pela sentença, pois é o titular da relação jurídica subjacente. É atingido pela coisa julgada, como se parte fosse, e ainda, em razão de ser o substituído processual, será atingido pela coisa julgada, intervenha ou não no processo. II -DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 18 17 Segundo Wambier o assistente litisconsorcial é figura híbrida, ficando entre parte e terceiro, pois será atingido pela coisa julgada, mas não formula pretensão porque integrou o processo quando este já estava em curso. WAMBIER, Luiz Rodrigues; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 292. 18 CAPÍTULO II DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. § 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. § 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma. Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131. Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: I – se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; II – se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; A denunciação da lide consiste em uma ação regressiva in simultaneus processus, proponível tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante terá uma pretensão indenizatória, pretensão de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir. 19 Trata-se de demanda incidente em processo já em curso, ficando o processo, dessa forma, com a demanda principal e a incidental. A sentença decidirá não apenas a lide entre autor e réu, mas também a que se criou entre a parte denunciante e o terceiro denunciado. Consequentemente a denunciação acarreta a ampliação objetiva e subjetiva ulterior do processo. Se o denunciante sair vitorioso na demanda, a ação regressiva restará prejudicada, não tendo seu pedido examinado. De outra banda, sucumbindo o denunciante, a denunciação terá seu mérito apreciado, podendo ser julgada procedente ou improcedente. O instituto não sofreu grandes alterações no projeto do Novo CPC. O art. 125 do projeto encontra semelhança com o previsto no art.70, incisos I e III do CPC atual. A hipótese tratada atualmente no inciso II, do art. 70, foi suprimida. 20 Igualmente foi retirada do projeto a expressão "obrigatória", apesar de que a doutrina e a jurisprudência atuais já vinham firmando entendimento quanto a não obrigatoriedade da denunciação à lide. 21 A denunciação poderá ser requerida na petição inicial pelo autor, ou no prazo para contestar pelo réu. O artigo 125, parágrafo primeiro, do projeto do Novo CPC, prevê que o denunciado deverá ajuizar ação autônoma contra seus antecessores na cadeia dominial em eventual direito regressivo, pois não é permitida a denunciação sucessiva, exceto no caso do parágrafo segundo do referido artigo quanto ao sucessor imediato. Do mesmo modo, deverá ajuizar ação autônoma em face dos responsáveis a indenizá-lo quando não for promovida a denunciação, ou ainda nos casos em que denunciação for indeferida. Esse regramento tem por objetivo a celeridade processual, uma vez que não ficarão à disposição do denunciado denunciações sucessivas, que poderiam causar uma demora no trâmite do III – se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. Parágrafo único. Procedente opedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado. 19 Segundo Marinoni na denunciação inclui-se nova ação, justaposta à primeira, mas dela dependente, para ser examinada, caso o denunciante venha a sofrer prejuízo diante da sentença judicial relativa à ação principal. MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, volume 2, p.184. 20 Inciso II, art. 70 CPC (suprimido no projeto) - II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; 21 ARRUDA ALVIN. Manual de Direito Processual Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 674. processo originário. Na sistemática do atual CPC, o juiz poderá, em decisão fundamentada, limitar as denunciações sucessivas que venham a comprometer o andamento do processo. 22 Já o artigo 127 do projeto do Novo CPC prevê que a denunciação feita pelo autor possibilita ao denunciado assumir a posição de litisconsorte daquele, podendo acrescentar seus argumentos na petição inicial. A posição do litisdenunciado não é ontologicamente de litisconsorte. Ele tem interesse em que o denunciado seja vencedor na ação principal para que a denunciação seja prejudicada. Pode-se dizer, dessa forma, que o denunciado tem um interesse similar ao do assistente simples, mas atua com poderes de litisconsorte em razão da disposição da lei. 23 O artigo 128 do projeto do Novo CPC tem correspondência com o artigo 75 do CPC atual. O inciso I retirou a palavra "aceitar" de sua redação, concluindo que se o denunciado contestar a o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado. Já o inciso III desse mesmo dispositivo, estabelece que o denunciado confessando os fatos alegados pelo autor na ação principal, facultará ao denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir ao reconhecimento, pedindo apenas a procedência na ação de regresso. 24 Quanto ao inciso II, houve alteração com relação ao atual CPC, possibilitando ao denunciante em caso de o denunciado ser revel, poder se abster de prosseguir em sua defesa, bem como de recorrer, podendo sua atuação restringir-se à ação regressiva. Já o parágrafo único do artigo 128, do projeto do Novo CPC, dispõe que “procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação desta na ação regressiva”, possibilitando ao autor o cumprimento da sentença diretamente em face do denunciado, nos limites da condenação na ação regressiva, isto é, nos limites da responsabilidade deste. Essa é uma regra que visivelmente visa à celeridade e à efetividade processual, uma vez que facilita o cumprimento da condenação. O artigo 129 do projeto do Novo CPC, com parcial correspondência ao art. 76 do atual CPC, prevê que, uma vez o denunciante seja vencido na ação principal, a sentença julgará a denunciação da lide. Caso o denunciante seja o vencedor, será declarada extinta a denunciação, sem prejuízo quanto às verbas de sucumbência em favor do denunciado. III - DO CHAMAMENTO AO PROCESSO 25 22 WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. Processo Civil Moderno, Parte Geral e Processo de Conhecimento. vol. 1.São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013, p. 107 23 ARRUDA ALVIN; ASSIS, Araken; ARRUDA ALVIN, Eduardo. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 239. 24 Art. 75 do CPC. Feita a denunciação pelo réu: I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado; II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que lhe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa. 25 CAPÍTULO III DO CHAMAMENTO AO PROCESSO Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; O chamamento ao processo objetiva a inclusão do devedor principal ou dos coobrigados pela dívida para integrarem o polo passivo da relação já existente, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a responsabilidade de cada um. Ingressa, dessa forma, um terceiro em relação processual já existente, gerando um litisconsórcio ulterior passivo facultativo. 26 Existe, assim, mais de uma lide: uma formada entre o autor e o réu originário, e outra formada entre o autor e o chamado ao processo. 27 A finalidade desse instituto é a criação de um título executivo para posterior sub-rogação nos direitos do credor. 28 Há, no entanto posição divergente na doutrina, referindo que na realidade o chamante e os chamados respondem diretamente ao autor, podendo este executar diretamente todos os coobrigados. 29 Não houve modificação significativa no projeto do Novo CPC quanto ao chamamento ao processo. Poderá ocorrer o chamamento ao processo em processos de conhecimento, ordinários e excepcionalmente no sumário. Nos processos que se convertem em ordinários depois da defesa do réu, em tese, é admissível o chamamento ao processo. 30 O artigo 131 do projeto do Novo CPC prevê que a citação do chamado deve ser requerida pelo réu no prazo da contestação, e se efetivar no prazo de 30 dias, sob pena de o chamamento ficar sem efeito. Se o chamado residir em outra comarca ou estiver em lugar incerto, o prazo para citação será de 60 dias. Caso a citação não ocorra por falha na prestação do serviço judiciário, não se poderá aplicar esse regramento. No chamamento ao processo há ampliação subjetiva passiva da relação processual. Dessa forma, aquele que chama alguém ao processo não tem pretensão em relação ao chamado, tem este, na realidade, obrigação em face do autor, assim como aquele que fez o chamamento. 31 Por fim, o artigo 132 do projeto do Novo CPC, repetindo a regra do atual art. 80, prevê que a procedência da sentença valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, afim de que este possa exigi-la por inteiro do devedor principal ou dos codevedores proporcionalmente às suas cotas. II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. Art. 132. A sentença de procedência valerácomo título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 26 DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. São Paulo: Atlas, 2012, p. 215. 27 ARRUDA ALVIN; ASSIS, Araken; ARRUDA ALVIN, Eduardo. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 244. 28 WAMBIER, Luiz Rodrigues; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 300. 29 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 202. 30 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 203. 31 ARRUDA ALVIN; ASSIS, Araken; ARRUDA ALVIN, Eduardo. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 251. O artigo 283 do Código Civil estabelece que o devedor que satisfizer a dívida por inteiro tem direito de exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes dos codevedores. 32 No caso do fiador há o benefício de ordem estabelecido no art. 827 do Código Civil, que lhe possibilita exigir do credor que sejam executados os bens do devedor em primeiro lugar. Há hipóteses, tais como a renúncia ao benefício de ordem, insolvência ou falência do devedor, em que não poderia ser possível a nomeação de bens a que alude o referido art. 827 do CC. No caso de haver benefício de ordem, e em decorrência do chamamento chamante e chamado forem condenados, poderá o fiador posteriormente, na fase de cumprimento de sentença, fazer valer o benefício de ordem, nomeando à penhora os bens livres e desembaraçados do devedor. (art. 827, parágrafo único, do CC) Caso os bens do devedor sejam insuficientes à satisfação do direito do credor, os bens do fiador ficarão sujeitos à execução. CONSIDERAÇÕES FINAIS A intervenção de terceiros foi mantida no Novo CPC com pequenas alterações conforme demonstrado nesta pesquisa. Foram mantidas a assistências, nas duas modalidades (simples e litisconsorcial), a denunciação da lide e o chamamento ao processo. A oposição saiu do título da intervenção de terceiros, passando para o título dos procedimentos especiais, sendo a demanda do oposto apensada aos autos do processo que está em curso. Quanto à nomeação a autoria, esta efetivamente foi retirada do sistema, porém o réu que for parte ilegítima poderá no prazo da contestação, consoante o disposto no artigo 338 do Novo CPC, alegar a ilegitimidade, possibilitando ao autor corrigir o polo passivo da demanda. Conclui-se que a nova sistemática da intervenção de terceiros visa, acima de tudo, um sistema processual célere, com todas as garantias para que o processo se desenvolva de maneira regular, promovendo a pacificação social, que é o escopo do processo no Estado Democrático de Direito. ATOS E TERMOS PROCESSUAIS 1. Definição de ato processual Atos processuais são atos das partes, juiz e auxiliares da Justiça que provocam consequências jurídicas no processo. Os atos processuais impulsionam o processo no sentido de obter uma decisão final. 2. Classificação dos Atos Processuais A classificação dos atos processuais adotada pelo CPC é a denominada classificação subjetiva, verificando de quem emana o ato processual. Assim, temos: I – atos da parte (arts. 158-161) II – atos do juiz (arts. 162-165) III – atos do escrivão ou do chefe de secretaria (arts. 166-171) 32 Ibidem, p. 253. Referida classificação, embora refletida no CPC e defendida por Giuseppe Chiovenda, apresenta-se incompleta, dado que não contempla outras pessoas que, igualmente, podem praticar atos processuais, tais como peritos, terceiros, Ministério Público, testemunhas, leiloeiros, entre outros. 3. Formas processuais A declaração de vontade,seja unilateral ou bilateral necessita ser vertida em linguagem competente para se tornar ato jurídico processual. Assim, a importância da forma para dar nascimento ao ato processual. “Forma é o conjunto de solenidades que se devem observar para que o ato jurídico seja plenamente eficaz.” (Clóvis Beviláqua, Teoria Geral do Direito Civil, 1975) Pelo CPC prevalece sobre a forma a substância e a finalidade do ato processual. É o princípio processual da instrumentalidade das formas. Os atos realizados de modo distinto que o prescrito em lei serão considerados válidos se preencherem sua finalidade essencial. Art. 154 - Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencheram a finalidade essencial. Assim, há relevância nas formas prescritas pelo CPC. Entretanto, em geral, a inobservância das formas não é causa de nulidade do ato, se este atingiu a sua finalidade essencial. Como exemplo temos o comparecimento espontâneo do réu aos autos para se defender que supre a falta de citação, art. 214, §1 o do CPC. Via de regra, somente quando não se atinge o fim visado pelo ato processual é que deve ser reconhecida a invalidade. 4. Tempo e lugar dos atos processuais Do Tempo O CPC utiliza determinações de tempo para a prática dos atos processuais sob dois ângulos: a) o do momento adequado ou útil para a atividade processual; b) o do prazo fixado para a prática do ato. Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994) Assim, via de regra, entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense. Ocorre que, uma interpretação sistemática revela que o domingo é considerado feriado forense. (art. 175 CPC). Portanto, Sábado não é feriado, razão pela qual podem ser praticados atos processuais. Para efeito de contagem de prazo, entretanto, o sábado é considerado dia não útil, porque nele não há expediente forense. § 1 o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994) Quando o ato tiver sido iniciado antes das vinte horas, a lei permite sua continuação se o adiamento puder causar grave dano ou puder prejudicar diligência. § 2 o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o , inciso Xl, da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994) O ingresso de oficial de justiça na residência de alguém para efetuar citação, penhora, ou outro ato processual, somente pode ser feito fora do horário legal (6h às 20h), bem como nos domingos e feriados, em situações excepcionais, mediante autorização expressa do juiz, sob pena de ferir direitos e garantias individuais. § 3 o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994). Apesar do Código estabelecer horários limites para a prática de atos processuais em geral, o horário de expediente do órgão judiciário e do funcionamento de seu protocolo deve ser regulamentado por lei de organização judiciárialocal respeitando os preceitos do CPC. Não necessita respeitar obrigatoriamente o horário das 6h às 20h. O horário de expediente de cada localidade deverá ser respeitado na contagem dos prazos processuais. Para o processo eletrônico, quando implantado pelos Tribunais, a Lei 11.419 institui regra diferente da fixada pelo art. 172, §3°, do CPC: as petições serão consideradas tempestivas quando remetidas por meio eletrônico até as vinte e quatro horas do último dia do prazo (Lei 11.419, arts. 3°,parágrafo único, e 10, §1º). A regra, porém, só será observada quando o sistema de comunicação eletrônica de atos processuais estiver realmente implantado e a remessa da petição eletrônica observar as cautelas dos arts. 1° e 2° da Lei 11.419, relativas à observância da assinatura eletrônica e ao credenciamento prévio no Poder Judiciário. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 154. Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil. § 2° . Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei (Lei 11419/2006) Lei 11419/2006. Art. 4° Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. § 1° O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada na forma da lei específica. § 2° A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal. § 3° Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. E a tendência moderna da evolução digital. O virtual, o digital se sobrepõe ao papel meio físico e encontra respaldo no Código de Processo Civil. Exemplo: e proc, diário de justiça eletrônico, assinatura digital, entre outros. Desde 1999, de certa forma, começou o caminho para a evolução digital, com a Lei 9.800 de 26 de maio de 1999, admitindo a prática de atos processuais pelo sistema de transmissão de dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar. Pela lei referida, o ato será cumprido tempestivamente sempre que a mensagem chegar ao órgão judicial dentro do prazo legal. Entretanto, incumbirá à parte apresentar os originais em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu término. (arts. 1° e 2/ da Lei 9.800/1999). Quando não houver prazo, os originais deverão ser entregues em cartório, até cinco dias da data da recepção do material (art. 2°, parágrafo único da Lei 9.800/1999). O prazo de cinco dias é contínuo e não se interrompe pela eventual intercalação de sábado, domingo ou feriado no respectivo fluxo. ATOS DA PARTE Podem ser considerados como atos da parte, os atos processuais praticados: - Pelo Autor; - Pelo Réu; - Pelos Terceiros Intervenientes; - Pelo Ministério Público; Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença. O ato processual produz imediatamente efeito no que tange aos direitos processuais desde que levado para dentro do processo. ATOS DO JUIZ Cadeia de atos a serem praticados até a prolação da sentença. Gradativa construção de um provimento final. A enumeração dos atos do juiz está feita pelo próprio CPC: a) sentença; b) decisão interlocutória; c) despachos. Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Autorização para que o escrivão pratique atos de mero expediente, sem cunho decisório § 4° Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994) O acréscimo do §4° ao CPC 162 legaliza procedimento que já vinha sendo adotado em alguns Estados, por meio de norma de organização judiciária. O dispositivo permite a desburocratização de serviços meramente ordinatórios do processo, sem a necessidade de que deles participe o juiz. Apenas quando surgir alguma questão sobre eles é que o juiz é chamado a decidir. Do ato do servidor não cabe nenhum recurso. O ato do juiz que cause gravame (decisório) à parte é recorrível. GB INVALIDADES PROCESSUAIS Ato viciado x Ato Nulo (invalidade do ato processual) Convém distinguirmos, inicialmente, que ato viciado e ato nulo não são expressões com o mesmo significado. Na seara processual, o ato viciado pode não ser declarado nulo e assim continuar irradiando seus efeitos para o processo. Digo isso, porque o ato nulo, na verdade, é o ato viciado que após análise do juiz foi assim declarado. Resumindo, o ato que não se adéqua às formalidades estabelecidas pelo Código é viciado e, caso seja declarada judicialmente sua invalidade, será também nulo. Todo ato viciado, ou seja, que desrespeito alguma formalidade processual, gera seus efeitos normalmente, até que decisão judicial o invalide. No nosso ordenamento, não existe, portanto, ato nulo de pleno direito. Ex: Citação inválida. Imagine que uma citação deixou de ser realizada por descuido de um serventuário da justiça. Temos aqui um vício no ato, que poderia gerar a sua nulidade. Pois bem, mas o réu, apesar de não ter sido citado, compareceu a todos os atos do processo, apresentou defesa no tempo oportuno etc. Qual a nulidade a ser declarada? Percebam que, apesar de estarmos diante de ato viciado, o juiz não declarará a sua nulidade, por um simples motivo, não houve prejuízo e o ato atingiu a sua finalidade. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF (INVALIDADE do ato processual) Essa expressão em latim significa “Não há nulidade sem prejuízo”. É preciso entender que o processo não é um fim em si mesmo, ele é apenas instrumento colocado à disposição das partes para resolução de alguma demanda. Neste sentido, norma de cunho formal (apesar de importante para a segurança jurídica) não pode estar acima ou ser mais importante do que o próprio direito em discussão. Por isso, não será declarada nulidade no caso em que o ato viciado não tenha gerado prejuízo. Nas palavras de Didier (2015:404) haverá prejuízo sempre que o defeito impedir que o ato atinja sua finalidade. Não basta afirmar a violação a uma norma constitucional para que o prejuízo se presuma. O prejuízo, decorrente do desrespeito a uma norma, deverá ser demonstrado caso a caso. O art. 188 do Código de Processo Civil (CPC) consagra o chamado princípio da instrumentalidade das formas: ART. 188. OS ATOS E OS TERMOS PROCESSUAIS INDEPENDEM DE FORMA DETERMINADA, SALVO QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE A EXIGIR, CONSIDERANDO- SE VÁLIDOS OS QUE, REALIZADOS DE OUTRO MODO, LHE PREENCHAM A FINALIDADE ESSENCIAL. Por este princípio, mesmo que o ato não tenha observado determinada formalidade prevista em lei, será válido desde que tenha atingido o seu objetivo. CLASSIFICAÇÃO DAS INVALIDADESApenas com o fim de apresentar uma sistematização mínima para as invalidades, optei pela classificação proposta por Gonçalves (2017) que as classifica como: meras irregularidades, nulidades e ineficácia. MERAS IRREGULARIDADES São aqueles que desobedecem uma formalidade não relevante para a sua validade. Exemplo: a existência de rasuras, que não tragam dúvida sobre a autenticidade do ato. (Gonçalves, 2017:439) NULIDADES PROCESSUAIS Ocorre quando o ato é praticado sem a observância de um requisito de validade. Distingue-se da irregularidade, porque esta não provoca nenhuma consequência; e da ineficácia porque, a partir de determinado momento, será também sanada. (Gonçalves, 2017:439) Importante distinguir que apenas os atos do juiz e dos auxiliares da justiça são passíveis de nulidade. Via de regra, os atos das partes realizados sem a observâncias das formalidades determinadas em lei, apenas deixarão de produzir os seus efeitos. O exemplo mais comum que a doutrina apresenta é o caso da contestação apresentada fora do prazo. É um ato viciado, contudo, sua nulidade não será declarada. No caso, o juiz não acolherá a contestação, e o réu será considera revel. Percebam que como se trata de ato da parte, não há nulidade a ser declarada, o ato apenas não atingirá a sua finalidade. A lei não enumera quais são as nulidades. Mas, de forma genérica, aduz que serão nulos os atos que não respeitam determinado requisito legal. São exemplos: (Gonçalves, 2017: 440) – As decisões prolatadas por juízes impedidos ou por juízos absolutamente incompetentes; – A falta de intervenção do Ministério Público, quando obrigatória; – A citação realizada sem obediência às formalidades legais; – A sentença que não observe a forma prescrita em lei. As nulidades processuais se dividem em relativas e absolutas. NULIDADE ABSOLUTA X NULIDADE RELATIVA (invalidade do ato processual) Em ambas, há inobservância de forma prescrita em lei. A diferença é que, na absoluta, a forma terá sido imposta em observância ao interesse público, e na relativa, aos das próprias partes. (Gonçalves, 2017:440) Existem algumas regras para o tratamento dessas nulidades: – A nulidade absoluta pode ser decretada de ofício e a qualquer tempo; já a relativa deve ser alegada pela parte interessada na primeira oportunidade que tenha para falar no processo. Outra forma de diferenciação: Quando a nulidade é cominada por lei (em razão do interesse público), quase sempre é absoluta. São exemplos: os atos praticados por juízo absolutamente incompetente ou juiz impedido; a falta de intervenção do Ministério Público ou do curador especial, quando necessária. São exemplos de nulidade relativa os atos praticados por juiz suspeito, ou em que haja incompetência relativa do juízo. (Gonçalves, 2017) Reconhecida a nulidade, o juiz determinará a sua correção e também declarará nulos os atos subsequentes a ele interligados, o que a doutrina denomina de efeito expansivo da nulidade. Até mesmo após o trânsito em julgado é possível essa correção, mas neste caso através de ação rescisória, que deve ser intentada no prazo de 02 anos. OS ATOS PROCESSUAIS INEFICAZES (invalidade do ato processual) Algumas doutrinas admitem os chamados atos processuais ineficazes. O que os distingue das nulidades é que apenas os atos ineficazes são capazes de gerar um vício que não se sana pelo simples transcurso do tempo. (Gonçalves, 2017:441) Enquanto algumas nulidades podem ser arguidas mesmo após finalizado o processo através de ação rescisória (prazo máximo de 02 anos), os atos ineficazes podem superar esse prazo. O instrumento adequado para invalidação do ato ineficaz é a ação declaratória (querela nullitatis insanabilis), que não possui prazo para o seu ingresso. Ex: Citação inválida, inexistência de jurisdição ou de demanda e capacidade postulatória. OBS. Atos e prazos processuais Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. § 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. § 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. § 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. § 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. OBS. Contagem de prazos processuais (legais e judiciais): somente em dias úteis Atos prematuros são tempestivos. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO. Formação Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. Suspensão Art. 313. Suspende-se o processo: I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; II - pela convenção das partes; II - pela convenção das partes; III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; V - quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; VI - por motivo de força maior; VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; VIII - nos demais casos que este Código regula. VIII - nos demais casos que este Código regula. IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar- se pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. § 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. § 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte: I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazoque designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. § 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. § 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. § 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. § 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. § 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4o. § 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4o. § 6o No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 6o No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 7o No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença. Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. TUTELA PROVISÓRIA. O novo CPC modificou todo o sistema de tutela judicial fundada em cognição sumária. Isto é, a tutela antecipada e a tutela cautelar passaram a respeitar o mesmo regime legal, diferentemente do Código de 1973. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência: Tutela de Urgência - será concedida quando forem demonstrados elementos que indiquem a probabilidade do direito, bem como o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional; Tutela da Evidência - dispensa a demonstração do perigo da demora, nos seguintes casos: ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas mediante prova documental e houver tese firmada em demandas repetitivas ou em súmula vinculante; se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito; a petição inicial for instruída com prova documentalsuficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. A tutela de urgência é subdivida em cautelar e antecipada, com ambas podendo ser concedidas em caráter antecedente ou incidental. A tutela de evidência só ocorre em caráter incidental. Resumo: Tutela Provisória: Tutela de Urgência: 1. Tutela de Urgência Cautelar 2. Tutela de Urgência Antecipada Tutela de Evidência Com isso, a Tutela de Urgência e a de Evidência são espécies de Tutelas Provisórias. Por sua vez, a Tutela de Urgência subdivide-se em Tutela Cautelar e Antecipada, que serão estudadas linhas à frente. Quanto ao momento em que são requeridas, a tutela de urgência pode ser pleiteada em caráter antecedente ou incidente. Por sua vez, a tutela de evidência só pode ser requerida incidentalmente. É plenamente possível pleitear a tutela de urgência em caráter preparatório (antecedente) ou no curso de um processo que já esteja em andamento (incidente). A tutela de urgência antecipada assegura a efetividade do direito material. O autor deve demonstrar para o juiz que, além da urgência, o meu direito material estará em risco se eu obtiver a concessão da medida. O autor, ao receber a concessão da medida, precisará apenas de sua confirmação posteriormente, pois a tutela antecipada já o satisfaz (e garante o direito material). Ex: necessidade de urgente internação. A concessão da tutela de urgência antecipada garante o direito à internação. Já a tutela de urgência cautelar assegura o direito processual, pois está em risco a efetividade do processo futuro e não o direito material em si. A parte precisa demonstrar, além da emergência, que a efetividade do futuro processo estará em risco se eu obtiver a medida de imediato. Ex: autor que descobre que o réu está dilapidando o patrimônio para não pagar as dúvidas; deve apresentar uma tutela de urgência cautelar para indisponibilidade do patrimônio, com vistas a garantir o processo de cobrança da dívida. Se a urgência ocorra no curso de algum processo, o autor deve informar ao juízo a emergência surgida, pleiteando, em caráter incidente, a tutela cautelar. A tutela de evidência só ocorre em caráter incidente (no curso de um processo que já esteja em andamento), porque, pela sua própria natureza, a pretensão está relacionada com a antecipação da sentença. Até porque, desde o início do processo, a pretensão já foi elaborada com fins à obtenção de uma sentença de mérito e sem urgência. Peculiaridades da Tutela Provisória: A tutela provisória requerida em caráter incidental (no curso de um processo que já esteja em andamento) NÃO depende do pagamento de custas. Até porque o pedido de tutela provisória incidental seguirá no processo principal. A tutela provisória (urgência ou de evidência) conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. A tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo, salvo decisão judicial em contrário. Se o processo for suspenso por qualquer motivo, a tutela provisória será mantida eficaz, salvo se decisão fundamentada determinarem sentido contrário. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória (poder-dever geral de cautela do Juiz). A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. Todas as decisões judiciais devem ser motivadas, inclusive as que decidem acerca de tutela provisória (art. 93, IX, da CF-88). Competência: A tutela provisória será requerida ao juízo da causa principal (pedido incidente) ou ao juízo competente para conhecer do pedido principal (quando for pedido antecedente). Em regra, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito, no respectivo Tribunal (Turma, Câmara, Relator, etc – conforme Regimento Interno da Corte). Tutela de Urgência. Disposições Gerais. São requisitos para a concessão da Tutela de Urgência (antecipada ou cautelar): quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni iuris - plausibilidade jurídica) – isto é, aparência do direito alegado, sendo um juízo de probabilidade de acolhimento das alegações deduzidas pelo autor em sua Petição Inicial. perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). A despeito do preenchimento de tais requisitos, o Juiz pode exigir como garantia, caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer. Esta caução pode ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. A tutela de urgência pode ser concedida desde o início do processo (liminarmente) ou após justificação prévia. A tutela de urgência de natureza ANTECIPADA NÃO será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Somente será concedida a tutela antecipada se for possível a reversão dos efeitos concretos concedidos pela decisão provisória. Como a concessão da tutela é de forma antecipada, com base em juízo sumário e não exauriente dos elementos constantes do processo, é necessário que a medida possa, em tese, ser revertida, caso o réu, ao final consagre- se vencedor da lide. Ex: não poderá ser concedida tutela antecipada para derrubar casarão tombado pelo patrimônio histórico, sob alegação de que não representa mais os valores difusos protegidos; caso venha a ser derrubado antes da finalização do processo, não poderá ser reconstruído da mesma forma (a medida autorizada é irreversível). Com isso, é preciso que as partes possam retornar ao status quo anterior, caso a Tutela Antecipada não se confirme no julgamento final do processo. A tutela de urgência de natureza CAUTELAR pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Para evitar tumulto processo, o CPC determina que a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, além de possível reparação por dano processual, se ocorrer algumas das hipótese abaixo: a sentença lhe for desfavorável; obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 DIAS; ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. A responsabilidade será consubstanciada por meio de indenização liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. Procedimento da Tutela Antecipada Requerida em Caráter Antecedente. A demora do processo pode atingir de forma decisiva o direito pleiteado pela parte. O legislador, atento a tal fato, criou a figura da Tutela Antecipada requerida em caráter antecedente, com o objetivo de conceder aos sujeitos do processo formas de afastar os prejuízos gerados pelo tempo total até a ultimação do processo. A regra é que a parte receba os efeitos da decisão jurisdicional somente com seu trânsito em julgado. A tutela antecipada implica exatamente em entregar ao autor os mesmos efeitos da decisão final, só que de forma antecipada, antes do trânsito em julgado, desde que preenchidos certos pressupostos. Nos casos em que a urgência for contemporânea (atual) à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com: a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Caso o magistrado acate o pedido de tutela antecipada, deverão ser adotadas as seguintes medidas: o AUTOR deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 DIAS ou em outro prazo maior que o juiz fixar; o RÉU será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação; não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado da data da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; Peculiaridades da Petição Inicial: Se não for realizado o aditamento da inicial, o processo será extinto SEM resolução do mérito. O aditamento será realizado nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. Na petição inicial o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. O autor indicará na petição inicial que pretende valer-se do benefício (requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final). Se o Juiz entender que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 DIAS, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Estabilização da Tutela de Urgência Antecipada. Se não for manejado recurso (agravo de instrumento) em face da decisão de concessão da tutela antecipada, ela tornar-se-á estável. O recurso cabível é o agravo de instrumento. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; Com a estabilização da decisão de tutela de urgência antecipada, o processo será EXTINTO. Contudo, qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada. A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação manejada para esses fins. Ademais, qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação para revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada estabilizada. O desarquivamento pode servir para instrução da ação. O juízo da concessão da tutela antecipada é prevento para o julgamento desta ação. A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes. O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após 2 ANOS, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo. Se decorrido o prazo
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