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MEDICINA - ARCOS DA LAPA Renan Maia –M2 Disciplina: Fisiologia Professor: Carlos Magno Resumo: Sistema Cardiovascular SISTEMA CARDIOVASCULAR Sistema gerador de pressão para que o sangue flua pelo corpo e ocorram trocas de gases e nutrientes com os tecidos e retirada de catabólitos. Componentes: Coração (Orgão gerador de pressão) e Vasos sanguíneos (condutos que permitem a chegada do sangue ao alvo) Sistema Pseudofechado: Porque pode realizar trocas entre vasos e tecidos através de capilares Definições a) Onda de Pulso (Pulsação): Energia mecânica oriunda do batimento cardíaco que se propaga pela parede dos vasos sanguíneos. É palpável. Taquiesfigmia - aumento de pulsação. Bradiesfigmia - diminuição de pulsação. b) Corrente Sanguínea (Fluxo Sanguíneo): Volume de sangue que passa por determinado ponto (região de vaso sanguíneo) em determinado tempo. c) Débito Cardíaco : Volume ejetado de sangue em cada batimento cardíaco (pós sístole do ventrículo esquerdo). Em média 70mL. Em uma unidade de tempo. DC = Vsist x FC (Frequência Cardíaca) Deve ser igual ao RV d) Retorno Venoso: É o volume de sangue que retorna através das veias cavas para o átrio direito (coração). e) Sístole e Diástole - Sístole: Contração - Diástole: Relaxamento f) Pós-Carga: Pressão da artéria a ser superada pela força ventricular para que o sangue flua g)Força de Contração Cardíaca(FCC) ou Contratibilidade Cardíaca ou Força Inotrópica (contrátil) Fisiologia Clínica: a) Insuficiência Cardíaca É uma doença que se caracteriza por uma incapacidade do coração gerar pressão. Consequentemente o bombeamento de sangue é menor (QUEDA DE DÉBITO CARDIACO E DO RETORNO VENOSO). Com o bombeamento sanguíneo sendo menor, os órgãos recebem menos sangue, tendo suas funções reduzidas ou paradas. Esse quadro pode até levar uma insuficiência múltipla dos órgãos. O sangue fica retido nas veias e nos tecidos pela insuficiência do bombeamento do coração (EDEMAS). Ex.: paciente com insuficiência cardíaca muito tempo sentado. Retenção de líquido nos membros inferiores. Aumento da pressão hidrostática (capilar é permeável tendo extravasamento de líquido para o tecido) = edema de membro inferior. A pressão arterial de um paciente com IC diminui. Ocorre menos troca gasosa porque o sangue está retido, acumulando mais CO2. Logo, a cor do tecido fica azulada pelo excesso de gás carbônico. O paciente fica eritrocianótico (o membro inferior começa a adquirir uma cor arroxeada). A região também fica quente (retém sangue no local; o sangue carreia calor). b) Hipertensão Arterial Sistêmica O sangue flui por diferença de pressão. Quando ocorre HÁ as artérias tem pressão aumentada, assim o coração tem quem aumentar a força de contração para superação a pressão que está nas artérias e permitir seu fluxo, gerando sobrecarga. (DIFICULDADE DE SUPERAR O PÓS-CARGA). Pacientes hipertensos têm o coração sobrecarregado. Pode ocasionar uma IC levando a queda do débito cardíaco. O que ocorre? #Vsist #Mecanismo: FC para aumentar o DC e compensar a Vsist Essa FC diminui a perfusão pelas coronárias já que o tempo de diástole diminui podendo causar isquemia. #Consequência: HVE OBS: ATLETAS Apresentam HVE/ Bombear mais sangue para aumentar seu DC e garantir uma boa perfusão para os músculos/ Vsist/ FC para compensar a alta bombeamento ATLETA X HIPERTENSO : atleta HVE para DC e hipertenso HVE para evitar a queda de DC c) Ateroesclerose Processo inflamatório em artéria. Presença de placa de ateroma. O coração tem que aumentar sua força de contração, para que sangue possa passar por essa barreira (placa de ateroma). Essa placa pode até se romper e provocar um trombo. d) Trombose É um coágulo dentro de uma rede venosa. Fatores de risco: anticoncepcional, tabagismo, fator hereditário, obesidade, etc. Ex.: indivíduo com um trombo na veia femoral (vaso que drena o membro inferior) tem comprometimento da drenagem desse sangue/obstrução. Membro inferior edemaciado, eritrocianótico, temperatura aumentada (HIPEREMIA E RUBOR), presença de dor. OBS: #Dor ao caminhar = claudicação. #Obstrução Arterial Não gera edema/ Membro fica Cianótico/ Parestesia (alteração na sensibilidade)/ redução da temperatura local VE hipertrofiado fisiologicamente: VE deve gerar uma força superior à pressão da artéria aórtica (PÓS-CARGA) Mecanismos de Regulação do Bombeamento Cardíaco - Mecanismo Intrínseco - Mecanismo Extrínseco a) Mecanismo Intrínseco (Frank- Starling): Realizado pelo próprio coração - Trabalho do miocárdio. RV -Fcc (inotropismo) - DC Logo, entenderam que o coração se adapta a diferentes volumes. Pode aumentar o volume em até 3X. b) Mecanismo Extrínseco : Realizado por estruturas que não o coração -Trabalho do SNC - SNA Simpático: Fcc (inotrópico)DC (x8) FC (cronotrópico) - SNA Parassimpático: Fcc (inotrópico)DC (x8) FC (cronotrópico) REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Pressão Vascular Pressão vascular é a tensão exercida por coluna de sangue na parede dos vasos sanguíneos. Fatores Que Influenciam a Pressão Vascular a) Volemia: V Tensão Pressão b) Diâmetro Vascular: Diâmetro vascular Tensão Pressão Pressão vascular são 3: Capilar, Venosa e Arterial Pressão arterial depende de 2 fatores: DC e RVS (Resistência Vascular Sistêmica) PA = DC x RVS Onde DC representa a volemia já que DC =Vsist X FC e RSV representa Diâmetro Vascular Análise do DC: #Redução de volemia (HEMORRAGIA/DESIDRATAÇÃO): PA =DC x RVS 1°-Tenta-se compensar a queda de volemia com FC 2°-Se perdura a compensação é ineficaz, caindo o DC 3°-PA #Aumento de volemia (CONSUMO DE SOLUTO): PA =DC x RVS 1°- Vsist gerando DC 2°-PA Análise da RVS: Existem dois estados: vasoconstricção e vasodilatação Vasoconstrição: PA =DC x RVS vascular, tende a aumentar a RVS. Em casos de atividade simpática, pode provocar aumento da pressão arterial com Nora, Dopa e Adrena (ex.: exercícios físicos) Vasodilatação: PA =DC x RVS vascular, tende a diminuir a RVS. Em casos de sepse gera-se queda de PA Mecanismos de regulação da PA: -Curto Prazo: Realizado em questão de segundos (3-4s). -Longo Prazo: Realizado em questão de minutos, horas ou até mesmo dias. 1) Curto Prazo -Dependente – Barorreceptores (São estruturas encontradas ao longo dos vasos sanguíneos que reconhecem variação de pressão.) - Características: sensíveis e fácil adaptação. Se não tratar a causa, não vai adiantar manter a pressão arterial baixa por medicamentos com o objetivo de adaptar o barorreceptor. Mas se tirar o medicamento, o barorreceptor não vai estar adaptado a essa situação. Há necessidade de tratar também a causa (multifatorial), não só a consequência - como o aumento de PA -Etapas do mecanismos de regulação a curto prazo da pressão arterial: 1a: ativação dos barorreceptores Começam a gerar impulsos elétricos conduzidos pelos nervos para o SNC Nervo Hering e Nervo Glossofaríngeo (seio carotídeo e arco aórtico). 2a: Nervos conduzem o impulso para o SNC no tronco encefálico, na área bulbar que contém o centro vasomotor. 3a: Centro Vasomotor no Bulbo - Centro Vasoconstrictor: ESTÁ CONSTANTEMENTE ATIVADO MAS SERÁ INATIVADO NO PROCESSO PARA PERMITIR AÇÃO DOS OUTROS CENTROS Emite fibras sinápticas que geram vasoconstricção nos vasos Aumenta RVS e aumenta a pressão arterial. Correlaciona-se com o sistema nervoso simpático. Emite fibras que INIBEM os outros 2 centros - Centro Vasodilatador: Diminui a RVS e diminui a PA. - Centro cardioinibitório: Diminui a força de contração (FCC) e a frequência cardíaca. Consequentemente diminui o DC e a PA. ("inibe o coração"). Emite fibras parassimpáticas para o coração. Quando se quer PA o centro vasoconstrictor é inibido. Assim deixará os outros centros ativados para reduzir a PA. Só que o barorreceptor depois de 3-4segundos para o estímulo, e consequentemente o centro vasoconstrictor volta a estar ativo, inibindo os outros dois centro. Dessa maneira, a pressão arterial é oscilante. 2) Longo Prazo -SRAA (Sistema-Renina-Angiotensina-Aldosterona) -Controla a PA através dos volumes corporais (volemia) e a resistência vascular. Exemplo: Quadro de hipovolemia. O que ocorre? 1a: Queda de PA 2a: DC cai. O débito cardíaco é fundamental pra manter as funções corporais. Órgãos vitais: cérebro, coração, pulmão, fígado e rins. 3a: Diminuição de fluxo renal (perfusão renal diminui). O rim recebe 25% do débito cardíaco por minuto. A baixa perfusão não é tolerada pelos rins. -Etapas do mecanismos de regulação a curto prazo da pressão arterial: 1°- Ativação de células justaglomerulares, que reconhecem a queda de perfusão no rins 2°: Reconhecida essa alteração de volemia no rim e faz com que as células produzam hormônio RENINA. 3°: Renina liberada no sangue. Age no fígado ou no T. Adiposo que produzem Angiotensinogênio (proteína inativa que tensiona vasos). 4°-A renina catalisa/quebra o angiotensinogênio em ANGIOTENSINA1. Um vasoconstrictor fraco. 5°-ANGIO1 Aumenta POUCO a RVS - e consequentemente aumenta pouco a pressão arterial 6°- Angiotensina 1 no sangue chega até os pulmões e nos rins e nos vasos sanguíneos dessas áreas (pulmões e rins) há presença de uma enzima produzida pelas células endoteliais chamada de ECA (enzima conversora de angiotensina1). 7°- ECA converte a angiotensina 1 em ANGIOTENSINA 2 um potente vasoconstrictor. Dessa forma, aumenta muito a RVS e a PA também. Mas não resolve a volemia. A angiotensina 2 vai até a supra-renal/adrenal (glândula), a qual produz ALDOSTERONA. 8°- Aldosterona age nos rins para que se haja uma diminuição da excreção de sódio e água, e consequentemente redução da diurese na tentativa de aumentar a volemia (resolvendo o quadro de hipovolemia inicial). Pacientes hipertensos moderados a severos vão ter esse sistema ativado; há aumento da pós carga e diminuição do débito cardíaco, logo chega menos sangue nos rins e o sitema SRAA é ativado. PACIENTES OBESOS EM GERAL SÃO HIPERTENSOS POR PRODUZIREM MUITO ANGIOTENSINOGÊNIO Exemplos: Captopril e Enalopril: inibidores da ECA impedindo que haja formação de um potente vasoconstrictor. Losartana: bloqueia o receptor de angiotensina: Evita Efeito vasoconstrictor e Aumenta diurese ECG Exame que tem por objetivo avaliar a geração e condução elétrica cardíaca Geração e condução elétrica do coração: No nó Sinusal, o determinador do ritmo, uma célula cardíaca geradora de corrente, em geral célula P promove o estimulo elétrico, que é conduzido para área atrial pelos feixes interatriais, levando a despolarização/contração atrial e para o nó atrioventricular pelas fibras internodais. No nó AV irá ocorrer uma pausa fisiológica do impulso, para que ocorra ejeção de sangue de átrio para ventrículo de maneira apropriada, e depois é renovado, por células T em geral, sendo conduzido para o feixe de His, que realiza uma curvatura para penetrar na área de septo interventricular, que se bifurcar em feixes interventriculares direito e esquerdo, atingindo a área de fibras de Purkinje, que penetram no meio externo para área interna do miocárdio, no ápice ascendendo pela área de ventrículo e depois penetrando verticalmente no miocárdio para direção de ápice para despolarização e posterior repolarização ventricular. Com o estimulo ocorre uma despolarização rápida (abertura de canais de Na e entrada de Na) alterando a polaridade para abrir Canais de cálcio lentos voltagem dependentes, que a 0mV se abrem e realizam a despolarização. Aos +30 mV ocorre repolarização precoce (inativação Na e saída de K) com abertura de canais de K, mas com manutenção do canal de cálcio lento aberto, o influxo de Ca gera um platô no gráfico. Após fechamento dos canais de Ca lentos ocorre a repolarização final com a saída de K, retornando ao potencial de repouso pela ação da Na/K ATPase. Miocardia Chagueia: Tripanossoma Cruzi destrói esse sistema de condução. Provoca lesão no nó sinusal e fibras internodais. Esse paciente passa ter um ritmo anormal, arritmia. O nó AV passa a assumir o controle do ritmo do coração, sendo que este gera impulsos de frequência mais lenta, caracterizando uma bradicardia. Além disso, o coração do indivíduo com chagas aumenta. Cardiomegalia. Mecanismo compensatório para compensar a Fcc menor por meio do volume de sangue que pode comportar, aumentando a câmara. Analisando o ECG: Analise de Vetores Resultantes para cada área, sabendo que o Ictus é o polo positivo ONDA P: Despolarização atrial Como os vetores para átrios se anulam o vetor resultante será em direção ao polo positivo, para o nó AV, caracterizando a subida na onda P Ao chegar ao nó AV, o impulso desaparece por conta do esqueleto fibroso e a parada fisiológica, caracterizando a descida na onda P COMPLEXO QRS: Despolarização Ventricular No nó AV o vetor, inicialmente, é menor e aponta para o polo negativo por conta da curvatura do Feixe de His, caracterizando a leve descida antes do complexo QRS, chamada ponto Q. Posteriormente a passagem do feixe, formam-se as fibras interventriculares esquerda e direita em direção ao Ictus, e então o vetor se torna grande e ascendente, já que aponta para o ictus, caracterizando a subida no complexo QRS. Ao passar o impulso para as fibras de purkinje essas seguem em sentido ao polo negativo, formando um grande vetor resultante, caracterizando a descida no complexo QRS ONDA T: Repolarização Ventricular As fibras de purkinje penetram na área ventricular posicionando-se horizontalmente, de modo que os vetores gerados irão se anular, o que caracteriza o ponto isoelétrico antes da onda T Após a penetração as fibras de purkinje posicionam-se em direção ao Ictus formando o vetor para o polo positivo que caracteriza a subida da onda T. Com o desaparecimento progressivo do estimula ocorre a descida da onda T Derivações: BIPOLARES: DI ,DII, DIII DI: Espiculado Positivo (Fisiologicamente o vetor é paralelo à derivação) DII: Espiculado positivamente (Fisiologicamente o vetor é paralelo à derivação) DIII: Achatado (Fisiologicamente o vetor é perpendicular à derivação ) BIPOLARES AUMENTADAS: (AVR, AVL, AVF) AVR: Espiculado Negativo (Vetor está oposto à derivação) AVL: Achatado (Vetor está perpendicular à derivação) AVF: Espiculado Positivo (Vetor está paralelo à derivação) OBS: Cor pulmonário: HVD resultante cardíaca entre 90°-120° (sobrecarga de VD) DERIVAÇÕES UNIPOLARES OU PRÉ-CORDIAIS: Possuem apenas 1 polo O eletrodo é considerado o polo positivo. Toda a carga que se aproxima dele o aparelho reconhece como positiva, e toda a carga que se afasta/ aponta contra dele o aparelho reconhece como negativa. V1 e V2: Espiculado Negativo (sendo V2 mais brando) V3,V4,V5 e V6: Espiculado positivo (Sendo progressivo de maior para menor de V4 para V6, já V3 é brando) Determinação do Eixo: -150graus - desviado a direita. Hipertrofia Ventricular Direita AVR: Espiculado. DII: negativo Fibrilação Atrial: Não tem ritmo. As distâncias dos pontos R são anormais. Quem tem arritmia não da pra ver onda P. Só vê o complexo QRS. Provável origem do nodo sinoatrial. Fibrilação Ventricular: Não possuem nem onda P e nem complexo QRS. Muito grave. Obs.: Extra-sístole ventricular. O ventrículo vai despolarizar duas vezes, ao invés de uma. Geralmente o problema é no nodo atrioventricular ou no feixe de His. Infarto Agudo Complexo QRS alterado e arrítmico. Supradesnivelamento de ST ou Infranivelamento de ST. O impulso é gerado normalmente e passa pro nodo atrioventricular. Possui QR, mas não tem ponto S. A carga do lado infartado não passa, logo gera um ponto isoelétrico no ECG. A carga elétrica passa pelo lado do coração sadio, que não infartou. Então você tem uma queda para gerar o ponto P, mas forma-se uma linha isoelétrica logo em seguida. A onda T se forma porque a carga passa pelo lado sadio.
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