Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL LEITURA E ESCRITA NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA PROFESSOR DR. DOUGLAS CECCAGNO DATA: 14 DE JUNHO DE 2018 FAKE NEWS: A ERA DA (DES)INFORMAÇÃO Daniel Vedana dos Reis – Engenharia Mecânica Natalia Spindola Camello – Comércio Internacional Taíne Marchesi – Nutrição Vivemos em um tempo em que a informação está disponível em diversos meios, com uma incrível facilidade de acesso. Infelizmente nem todas essas informações são realmente verdadeiras, sendo muitas delas extremamente sensacionalistas, resultando de um jornalismo livre vítima da manipulação. A partir disso, surge então o termo em inglês “fake news” para caracterizar as notícias falsas, as quais são espalhadas como boatos, por mera curiosidade e falta de instrução. Toda informação gera conhecimento e auxilia na formação da opinião própria, mas, e quando a informação é falsa? A democracia nos presenteia a liberdade de expressão, tornando possível que qualquer um de nós produza e receba informações. Porém, Cunha (2016) afirma que, mesmo que toda essa liberdade democratize a comunicação, ela também “[...] facilita a divulgação de conteúdo feito sem responsabilidade”. É incrível a facilidade que temos em criar um website e começar a despejar quaisquer notícias, mas é preciso ter a consciência de que outras pessoas irão ler o que escrevemos, bem como tirar conclusões a partir de suas próprias curiosidades e crenças, iniciando assim uma transmissão de informações (sejam elas verdadeiras ou não). As notícias aumentadas em forma de bola de neve e publicadas sem nenhuma fonte confiável causam “[...] forte impacto, principalmente pela massiva divulgação e por encontrar audiências férteis, que as aceitam sem contestar” (QUIRÓS, 2018). Isso ocorre principalmente na divulgação „boca a boca‟, onde as notícias são lidas e repassadas da forma que as pessoas bem compreendem, correndo o risco de serem adicionadas algumas informações extras. Cunha (2018) ainda complementa que “o rumor é uma prática que pode existir em qualquer grupo ou classe social”. Para identificar se a notícia é realmente verdadeira, Wesel (2017) aconselha que seja refeito o caminho de cada história que é encontrada na internet, coletando provas a partir de fontes confiáveis, para que seja possível atestar a veracidade da informação. Seguindo o caminho de tentar lutar contra as notícias falsas, Cunha (2018) adiciona que o Facebook e o Google estão combatendo os sites que propagam esse tipo de informação falsa, proibindo que os mesmos utilizem seus serviços de publicidade. Iniciativas de grandes plataformas são de extrema importância, pois auxiliam na filtragem das informações, antes que elas cheguem ao leitor final. Sabe-se que o leitor é livre para escolher qual o tipo de informação que deseja receber e, conforme atesta Branco, “[...] pessoas diferentes dão mais ou menos importância a tipos variados de conteúdo” (2017, p. 52). Muitas vezes, uma rede social não é o local adequado para acessar notícias e reportagens, pois a disseminação de notícias falsas pode ser ainda maior. A busca dessas notícias e reportagens pode ser feita através de sites com informações mais precisas e menos manipuladas, os quais também passam por alguns filtros antes da publicação. Ler que as fake news são mais compartilhadas que as notícias verdadeiras causa certa preocupação. Como se não bastasse, uma pesquisa desenvolvida por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) observou que “no Twitter as notícias falsas se espalham mais rápido, mais profundamente e mais amplamente do que as verdadeiras” (SOARES, 2018). É perceptível que as notícias encontradas nas redes sociais, como por exemplo, Twitter e Facebook, deixam o leitor com certas dúvidas. Assim, seria adequado um conhecimento prévio do leitor, para que possa analisar as notícias de forma correta, atestando sua veracidade, antes de repassá-la. É de suma importância que o tema da disseminação das fake news seja tratado constantemente, e que tenha início já na escola, moldando desde o início as mentes dos jovens adolescentes, para que estejam atentos quando adentrar ao mundo da informação. Branco (2017) reforça que “o mais importante é investir em educação para aprender a distinguir com mais clareza informações falsas que circulam na internet” (p. 61), buscando então a alfabetização digital. Para finalizar, Soares (2018) cita como „regra de ouro‟ a busca de fontes confiáveis em diversas áreas, para que seja possível visualizar amplamente o que realmente aconteceu. É contraditório pensar que, em tempos de tanta informação disponível, buscá-las pode nos tornar ainda menos informados. É indicado fazer a leitura de todos os fatos dispostos em sua integridade e posteriormente fazer uma análise geral, para que possamos filtrar aquilo que realmente interessa e formar um pensamento crítico. REFERÊNCIAS BRANCO, S. Fake news e os caminhos para fora da bolha. Revista Interesse Nacional, n. 38, p. 51-61, ago./out. 2017. CUNHA, C. Desinformação na era da informação: o compartilhamento de mentiras e boatos na internet. Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das- disciplinas/atualidades/desinformacao-na-era-da-informacao-o-compartilhamento-de- mentiras-e-boatos-na-internet.htm>. Acesso em: 12 jun. 2018. QUIRÓS, E. A. Fake news versus jornalismo livre e independente. Disponível em: <https://www.revista-uno.com.br/numero-27/fake-news-versus-jornalismo-livre-e- independente>. Acesso em: 12 jun. 2018. SOARES, C. Combate às fake news começa na escola. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/combate-as-fake-news-comeca-na-escola-22654719>. Acesso em: 13 jun. 2018. WESEL, B. Os caçadores de “fake news”. Disponível em: <http://www.dw.com/pt-br/os- ca%C3%A7adores-de-fake-news/a-37502537>. Acesso em: 13 jun. 2018.
Compartilhar