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THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 CONCEITO Unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como direitos e obrigações. Cunha Gonçalves Associações ou instituições formadas para realização de um fim e reconhecidas pela ordem jurídica como sujeito de direito. Silvio Rodrigues Entidades a que a lei empresta personalidade. Isto é, seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil. REQUISITOS 1. Organização de pessoas ou de bens; 2. Licitude de propósitos ou afins; 3. Capacidade jurídica reconhecida por norma; Pessoa jurídica é uma realidade jurídica. CLASSIFICAÇÃO Nacionalidade Nacional ou Estrangeira, tendo em vista a articulação á ordem jurídica que lhe deu personalidade, sem se ater a nacionalidade dos membros que a compõe e á origem do controle financeiro. * Nacional Organizada conforme a lei brasileira; Tem no País a sede de sua administração; (Arts. 1.126 a 1.133 CC) * Estrangeira Deve ser autorizada pelo poder executivo do País, independente de seu objeto; Salvo, se for acionista de sociedade anônima brasileira; Se autorizada, será sujeita as leis e tribunais brasileiros, quanto aos atos aqui praticados; Deverá ter representante no Brasil e poderá nacionalizar-se, tendo sede aqui. (Arts. 1.134 a 1.141 CC) Estrutura Interna * Universitas Personarum É a corporação, um conjunto de pessoas, que apenas coletivamente goza de direitos e deveres por meio de uma vontade única. P. ex. Associações e Sociedades. Associações e Sociedades Têm um patrimônio, que é um meio para a consecução dos fins perseguidos pelos sócios; Tem órgãos dominantes que visam atingir fins internos e comuns. * Universitas Bonorum É um patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe da unidade. P. ex. Fundações Fundações Patrimônio é o elemento primordial, junto com o objetivo a que se destina; Tem órgãos servientes (servem), miram em fins externos e alheios, estabelecidos pelo fundador. Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. DIREITO PÚBLICO EXTERNO Regulamentada pelo direito internacional; Abrange nações estrangeiras, santa sé, uniões aduaneiras, que tem por escopo facilitar comercio exterior; E organismos internacionais (ONU, INTERPOL) Estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. INTERNO * Administração Direta Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; Legalmente constituídos. THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 * Administração Indireta Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Órgãos descentralizados, criados por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público. Autarquias (Sum. STF 33, 73, 74, 79, 501, 583 e 620; STJ 497) Que tem capacidade de auto-administração, sistema que pode tornar-se independente do meio ambiente e existir por contra própria, criada mediante lei para fins específicos. INSS, INCRA , JUCESP, etc. Associações Públicas (Lei 11.107/2005, art. 1) São consórcios públicos com personalidade jurídica de direito publico, pois conjugam esforços de entidades publicas, afirmam acordos para a execução de um objeto de finalidade publica, mediante lei. Consórcio COPATI, formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no Estado do Paraná, com objetivo de preservar esse rio. Fundações Públicas (Art. 41, parg. Único CC) São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e indiretamente pelo MP, constitui um patrimônio voltado à consecução de fins de interesse público. Fundação da Biblioteca Nacional Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, realizando um fim administrativo e dotando- o de organização adequada. Agências Reguladoras Autarquias federais especiais incumbidas de normatizar, disciplinar e normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos bem o serviços de grande interesse publico por agentes econômicos públicos e privados, dotados de poder regulador e de dever, para atuarem administrativamente dentro dos estritos limites autorizados por lei, são órgãos democráticos com estrutura colegiada, realizam obrigatoriamente consultas e audiência públicas, canalizando conflitos existente entre as agências econômicas e os usuários, atendendo a um dever de oficio ao elaborar texto que receberão criticas e sugestões da sociedade naquelas consultas ou audiência publicas, exercem competências legais próprias, tendo autonomia de poder público, monitora a intervenção da administração no domínio econômico, funciona como instancia decisória dos conflitos entre concessionarias e usuários e fiscaliza a execução de serviços públicos. ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS. Agências Executivas Têm natureza especial e são autarquias ou fundações públicas dotadas pelo regime especial, qualificadas pelo Poder Executivo, desde que cumpram os requisitos: a) Ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; b) Celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. As agências tem maior autonomia de gestão do que as autarquias e fundações públicas comuns. Ampla é a sua autonomia gerencial, orçamentaria e financeira e devem firmar contrato de gestão com a adm central, comprometendo-se a efetuar as metas de desempenho que lhes foram atribuídas. Art. 41, Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. As fundações públicas são dotadas de personalidade jurídicas de direito público, porém sua estrutura é de direito privado, tem regime jurídico regido por forme especial e funcionamento, como a sua criação, modificação ou extinção que deve ser THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 autorizadas por lei, e não será lhes aplicado o art. 69 do CC. As entidades que prestam serviços públicos, empresas públicas e as sociedades de economia mista, apesar de dotadas de personalidade jurídica de direito privado, estão disciplinadas por normas administrativas tributarias e trabalhistas e seu funcionamento, pelas normas do CC, de natureza cível ou empresarial, salvo disposição legal em contrario. (arts. 173 parg. 1 a 5, 41 parg. Único e 99 parg. Único) Enunciado 141 CJF A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, diz respeito às fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional. DIREITO PRIVADO Instituído por iniciativas de particulares. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresasindividuais de responsabilidade limitada. FUNDAÇÕES Universalidade de bens, personalizadas pela ordem jurídica, com fim estipulado pelo fundador, sendo que este objetivo é imutável e seus órgãos servientes (servidores), todas as resoluções estão limitadas pelo fundador. PUCSP, FAFIMAN Recebe da lei a capacidade jurídica para realizar as finalidades pretendidas pelo seu instituidor, em atenção ao seu estatuto, conforme art. 62 desde que tenham fim de: Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos IX – atividades religiosas; I Jornada de Direito Civil, promovida pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal. Enunciado 8 – Art. 62, parágrafo único: a constituição de fundação para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, parágrafo único. Enunciado 9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. A fundação deve almejar consecução de fins nobres, para: * Proporcionar a adaptação à vida social; * Obtenção de cultura; * Desenvolvimento intelectual; * Respeito aos valores ambientais, espirituais, artísticos, materiais ou científicos. Esses fins não podem ser violados, p. ex. para satisfazer interesses pessoais do fundador. * Bens Sua natureza consiste nas disposições de bens, em vista de determinados fins especiais. Não são alienáveis Porque asseguram a concretização dos objetivos traçados pelo fundador. Salvo, comprovada a necessidade de venda (Arts. 66 e 69 CC) Se forem insuficientes Serão doados ou incorporados a outra fundação com fim igual ou semelhante (Art. 63 CC) THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 Associações Conjunto de pessoas que colimam fins ou interesses não econômicos. Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Podem ser alterados, pois seus membros deliberam livremente, já que seus órgãos são dirigentes; Não há fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado; Seu patrimônio é formado por contribuições de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, beneficentes, recreativo, morais, etc. Pode realizar negócios para manter seu patrimônio, sem proporcionar ganho para os associados, p. ex. vender aos seus membros uniformes, bolas, etc. Enunciado 534 CJF As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa. Contrato pelo qual certo numero de pessoas ao se congregar, coloca, em comum, serviços, atividades, conhecimentos em prol de um mesmo ideal, com o objetivo em consumar determinado fim não econômico ou econômico, com ou sem capital, sem intuitos lucrativos. * Finalidades Altruísticas Associação beneficente Egoísticas Associação literária, esportiva ou recreativa Econômica não lucrativa Associação de socorro mútuo * Ato constitutivo Conjunto de cláusulas contratuais vinculantes, ligando seus fundadores e novos associados que nela ingressam. Nele deverão estar, sob pena de nulidade: Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; para evitar lavagem e delitos disfarçados por atos beneficentes. V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando- se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Plena é a liberdade de associação para fins lícitos. * É vedada a formação de: Associações com fins ilícitos Proibidas por lei, tendo atividades atentatórias à moral, aos bons costumes e à ordem pública. Societas Criminis Conluio entre duas ou mais pessoas para a prática de determinado crime. Societas Sceleris Associação que tem por finalidade reunir malfeitoras para prática de crimes, organizar quadrilhas (CP art. 288) Associação política paramilitar Busca realização de objetivos políticos com organizações de caráter militar. A sociedade é uma modalidade de agrupamentos, dotada de personalidade jurídica, sendo pessoa jurídica de direito privado, voltada a realização de finalidades culturais, sociais, pias, religiosas, recreativas, etc., cuja existência legal surge com o assento de seu estatuto, em forma pública ou particular, no registro competente, desde que satisfeitos os requisitos legais, tendo ela objetivo licito e estando regularmente organizada. Salvo, THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 casos em que pode ser exigida para sua constituição previa autorização governamental, que será federal. * Registro Trás personalidade jurídica para a associação; Sem ele, torna-se uma associação irregular, não personificada, sem personalidade jurídica, será uma mera relação contratual disciplinada pelo seu estatuto; Mesmo irregular, será representada pela pessoa que a administrar (CPC, art. 74 IX) * Direitos e Deveres Com a sua personificação terá aptidão para ser sujeito de direitos e deveres; Capacidade patrimonial, constituindo seu patrimônio sem relação com os associados, adquirindo vida própria e autônoma, não se confundindo com seus membros, é uma nova entidade orgânica; Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Cada um dos associados constituirá uma individualidade e a associação uma outra, tendo cada um seus direito e deveres apesar de não serem recíprocos. Art. 53. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. * Existência Legal Poderá existir “no papel”, sendo juridicamente reconhecida; Condição: somente no momento em que todos os cargos estiverem preenchidos, para suprir os interesses e fins de sua constituição. * Terceiro Há um liame obrigacional entre associação e terceiro em razão de atos negociais, p. ex. locação de prédio para sua sede, aquisição de materiais, etc.; Associações Beneficentes Finalidades caritativas, p. ex. casas de misericórdia, creches, APAE, FEPA, Alcoólicos Anônimos. Registrado no Conselho Nacional de Serviço Social; Suas rendas apuradas são destinadas ao atendimento gratuito das suas finalidades, seus direitos e associados não recebem nenhuma remuneração pelos serviços prestados; Associações de Assistência Sociais Hospitais beneficentes, hospícios, creches, asilos, orfanatos, etc.; Sem fins lucrativos; Atendem pessoas enfermas, carentes, abandonadas, marginalizadas, etc.; Com objetivo de socorre-las, auxilia-las ou integra-as na vida econômico-social, procurando ampara-las, orienta-las, higieniza-las, reeduca-las, para que premiadas pela necessidade, não se torne antissociais, indo pelo caminho da criminalidade e da improdutividade. Associações de Utilidade Pública Prestam serviços sociais e educacionais, gratuitamente; Recebem subsídios ou auxílios financeiros governamentais; Deve haver declaração de sua utilidade pública federal, estadual ou municipal; Sujeitas ao controle e à continua fiscalização da administração pública; (Leis n. 91/35, 6.639/79, 9.637/98 e 9.790/99) Associações ou Organizações Religiosas Organizadas de conformidade com as normas de direito comum; * Confrarias ou Irmandades Associação de leigos; Prestam obediência às leis civis; Embora seus deveres estejam em seus regulamentos, sofrem intervenção de atos episcopais (do bispo) na sua administração no THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 sentido de conduzi-la à fiel efetivação de suas finalidades; Sob autoridade e inspeção do bispo, destinadas a manutenção do culto, auxilio espiritual de seu membros, ao exercício de obras de piedade; Confrarias não se confundem com as devoções, estas constituem meras congregações de fato, não regidas por normas estatutárias; * Fábricas Paroquiais Conselhos constituídos por pessoas que administram bens e rendas paroquias destinadas à conservação da igreja e dos cultos, sob a fiscalização da autoridade eclesiástica; * Ordem Monástica Compostas por pessoas cuja vida individual ficará absorvida na coletiva, fazem votos de pobreza, obediência e castidade; * Os cabidos Associações de Cônegos (religioso que participa de um colegiado), conselheiros do bispo; Tem direitos e deveres, patrimônios, representação jurídica ativa e passiva, selo para expandir os atos capitulares, abrangem as corporações de clérigos para prover em serviço do culto; Art. 44, § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. Com isso fica garantido a liberdade e autonomia dos cultos. Enunciado 143 CJF A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos. Associações Espiritualistas Centros espiritas, tendas de umbanda, entidades com praticas relativas à teosofia ou a divulgação da doutrina esotérica ou kardecista; Associações Secretas Tem fins lícitos (humanitários, educativos, filosóficos, morais, religiosas, científicos) Seu fim é revelado aos iniciados ou filiados; Só serão pessoa jurídica de direito privado se registrado seus atos constitutivos; P. ex. Maçonaria, Fraternidade, etc. Associações formuladas para manutenção de escolas livres ou de extensão cultural Universidades populares e institutos educacionais particulares; Formados por grupos de professores. Associações Culturais Científicas, literárias, musicas ou artísticas; Dentre elas, as que se destacam são: As associações de titulares de direitos de autor e dos que lhe são conexos, as academias de letras, os observatório astronômicos, as associações de geologia e geografia, as associações culturais de intercambio internacional e as comissões organizadoras de exposições ou os comitês promotores. Associação de Profissionais Liberais Profissionais que exercem a mesma atividade; P.ex. Associações dos Advogados, atendem a defesa dos interesses da classe e o aprimoramento da profissão, mediante cursos, publicação de trabalhos, formação de biblioteca, manutenção de fichário de jurisprudência, etc. Associações Desportivas Autonomia resguardada pela CF, quanto a sua organização e funcionamento (art. 217 I); Entidades básicas que buscam organizar, ensinar e fomentar a pratica dos desportos; P. ex. aeroclube, clube de caça e de tira ao alvo; Associações Recreativas Visam o entretenimento ou o divertimento de seus associados; THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 Como clubes sociais, intercâmbios, promovem festas, reúnem em federações. Associações de Amigos de Bairro Se reúnem não só para a proteção de seus imóveis contra dano eventual, mas também para a defesa do bairro, obtendo melhorias e evitando atos lesivos ao meio ambiente; Caixas de Socorro Formados por empregados de companhia, fabricas, usinas, etc.; Buscam obtenção de subsídios, inclusive pensões, aos associados e familiares, mediante contribuição de cada empregado componente. Sindicatos Profissionais que representam uma categoria profissional idêntica, similar ou conexa, formados pela livre adesão de assalariados de uma empresa (CLT art. 511 e ss); Para fins de estudo, coordenação e defesa de interesses profissionais e econômicos, coletivos ou individuais, participam nas negociações coletivas do trabalho; Sem necessidade de autorização estatal para sua fundação, ressalvado o registro no órgão competente, vedando-se a interferência do poder público na organização sindical; P. ex. sindicato dos metalúrgicos, sindicato agrícola ou rural, etc.; Associação Garimpagem Para o exercício da garimpagem nas áreas e nas condições estabelecidas pela União; Estado poderá favorecer a sua organização em cooperativa, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros; Terá prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas minerais garimpáveis, na sua área de atuação fixada pelo governo. Cooperativas Associações sob forma de sociedade, numero aberto de membros; Objetivo de estimular a poupança, a aquisição e a economia de seus associados, mediante atividade econômica comum, para atingir um fim econômico não lucrativo, em prol de seus integrantes, agindo juntamente com eles ou com terceiros; Constituem-se por contrato, reunindo cooperação de pessoas físicas e excepcionalmente de pessoas jurídicas; Formada em razão de qualidades pessoais de seus associados (Art. 1.093 a 1.096 CC); Tem princípio da adesão livre, pois seus associados podem entrar e sair quando quiserem, salvo em exigências estatutárias; Não dependem de autorização para sua criação, sendo vedada qualquer interferência estatal no seu funcionamento (Art. 5 XVIII CF), salvo se for cooperativa de crédito, lei complementar disporá sobre seu funcionamento (Art. 192 CF); Art. 192. CF O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. Constituem uma forma de organização de atividade econômica, tendo por finalidade a produção (Art. 187 VI CF) agrícola ou industrial ou a circulação de bens ou de serviços; Estrutura de prestação de serviços, voltada ao atendimento de seus associados, possibilitando exercício de uma atividade econômica comum, sem objetivar lucro; Vendem as mercadorias por preço baixo apenas aos associados ou lhes conseguem fundos sem intuitos lucrativos; THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 Regidos pelo princípio da mutualidade, suas decisões não obedecem à força do capital investido por cada um dos cooperadores, mas subjetivamente ao valor da pessoa natural ou jurídica que as compõe; Cooperativas buscam uma cooperação para a obtenção de um fim econômico e no a interposição lucrativa das sociedades. O atual CC considera-as como sociedades simples, e não como associações (art. 982, parg único, 1.093 a 1.096); Associações de Agentes de Seguro Colocam em comum suas comissões decorrentes de suas operações, para reparti-las proporcionalmente; * Seguros Mútuos Formados por pessoas que seu unem, por meio de estatutos; Intuito de repartir entre os associados o ressarcimento de dano, que eventualmente um deles possa vir a sofrer em razão de certo sinistro, p. ex. incêndio. * Tontinas Sem intenção lucrativa, determinadas pessoas, mediante operação aleatória mercantil, colocam em comuns bens ou dinheiro, para que os rendimentos ou capitais dos que premorrerem acresçam aos dos associados sobreviventes. Modalidade de seguro de vida, exclusão dos segurados originários em razão de sobrevivência do último deles. Convenção Coletiva de Consumo Formado por entidades civis de consumo e as associações de fornecedores ou sindicatos econômicos; Regular relações de consumo, que tenham por objeto não só esclarecer condições relativas ao preço, qualidade, quantidade, garantia e as características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo. Trustes ou Ententes Formado entre produtores que fazem um acordo para evitar o envilecimento do preço (redução do preço), fixando o valor das mercadorias, pretendendo uma economia trustificada; Com a cooperação econômica, há uma monopolização no mercado, eliminando concorrência e impondo preços. Associações Políticas ou Partidos Políticos Pessoas com ideias comuns, com finalidade de conquistar o para a consecução de um programa; Associações civis que visam assegurar, no interesse do regime democrático, autenticidade do sistema representativo e defender os direitos fundamentais; Adquirem personalidade jurídica com o registro de seus estatutos mediante requerimento ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas da capital federal e ao Tribunal Superior Eleitoral. * Partidos Políticos Poderão ser livremente criados, com autonomia para definir sua estrutura interna, organização, funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seu estatuto estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária; Proibido receber recursos financeiros ou de governo estrangeiro; Deve prestar contas à Justiça Eleitoral; Com a criação da associação, se tem: a. Estruturação em normas estatutárias (Art. 54 I a VII CC) b. Interesse especial de utilidade geral, sem fins lucrativos, se dele desviar-se a entidade governamental poderá cessar ou pedir sua dissolução judicial; THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 c. Regulamentação uniforme e severa no estatuto dos direitos e deveres dos associados, em busca da impossibilidade de impedir o exercício do direito ou da função conferida ao associado, salvo em casos estabelecidos pelo estatuto ou pela lei, e também de poder exigir o cumprimento das obrigações; d. Natureza contratual que une o membro a associação, deve-se observar as normas estatutárias. O estatuto é um contrato social que disciplina as relações internas, logo, terceiros não ficarão obrigados às suas instruções. e. Pagamento inicial, em regra, pelos associados, por seu ingresso no grupo e de contribuições periódicas pecuniárias, podendo ficar convencionada a prestação de serviços pessoais; f. Não há existência de direitos e deveres recíprocos entre os associados, mas existe um liame obrigacional entre associados e terceiros (alugar sede), nas relações entre associação e associados exitem direitos e deveres apenas estatutários. g. Abster-se de atos que venham a ofender os fins da associação, sejam eles econômicos ou não; h. Invulnerabilidade de direitos individuais especiais p. ex. direito à presidência, ao voto reforçado, etc. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido conferido, salvo casos previsto em lei ou no estatuto (Art. 58 CC). A assembleia não poderá efetivar todas as deliberações da maioria, há certos direitos essenciais do associados, oriundos do pacto social, insuscetíveis de violação. O ato constitutivo poderá, acatando o princípio da isonomia associativa, apesar de os associados deverem ter direito iguais, criar posições privilegiadas ou outorgar vantagens, direito especiais ou preferencias para certas categorias de membros (Art. 55 CC); i. Seu funcionamento é por meio da diretoria que é baseada nas normas do estatuto. Ela tem o mandato para representar os associados e afiliados, judicialmente e extrajudicialmente (Art. 5, XXI CF); j. Manutenção de quota social à finalidade associativa; k. Intransmissibilidade (gratuita ou onerosa) inter vivos ou causa morts, do associado à terceiro sem o consenso da associação ou sem permissão estatutária (art. 56). Se vier perder tal qualidade por p. ex. morte ou exclusão, ninguém assumirá por indicação sua, exceto se no estatuto houver cláusula admitindo essa transmissibilidade ao seu sucessor; l. Não há lucro, portanto à ausência de repartição de lucros. m. Participação na assembleia geral com direito de voto (art. 55), todos os associados tem direito ao voto, garante-se a um quinto dos associados a convocação dos órgãos deliberativos, apresentando a diretoria requerimento por eles escrito (art. 60); n. Para destituição de diretoria ou alteração do estatuto segue-se o princípio da maioria simples, voto dos presentes, quórum estabelecido por estatuto, que também deve conter os THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 critérios de eleição dos administradores (art. 59); o. Os que discordam dasdecisões tomadas pela maioria, cabem somente o direito de retirar-se da entidade; p. Estipulação no estatuto da competência da assembleia geral. A alteração estatutária feita sem deliberação da assembleia geral será nula; q. Imposição de sanção disciplinar aos associados que infringirem as normas ou que praticarem atos prejudiciais ao grupo, que podem chegar a expulsão desde que haja justa causa, podendo o associado defender-se e impor recurso (art. 57); r. Pode o associado retirar-se a qualquer momento, mediante apresentação de pedido de demissão, não podendo ser obrigado a permanecer filiado à entidade (art. 5, XX CF); s. Continuidade da existência da associação; Art. 56, Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. t. Perda da propriedade de cada um dos bens conferidos à associação, no instante da dissolução, cada associado terá direito à cota de comunhão. u. Admissibilidade de acréscimo da quota dos bens do associado, que antes da dissolução da entidade, vier a perder sua qualidade de membro, à dos outros. v. Não é possível em caso de dissolução a partilha entre coassociados, não havendo disposição estatutária ou deliberação social relativa ao destino do acervo. Se a entidade for altruística, o que sobrar será designado a entidades com fins idênticos ou similares, se não existir entidade publica ou não ter as características necessárias será entregue à Fazenda Pública do Estado, DF ou União. Não sendo altruística o associado pode receber uma quota liquida, exceto se o estatuto dispuser o contrário. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. w. Se houver empregados, para os efeitos exclusivos da relação empregatícia, está sujeito as normas de legislação trabalhista (art. 2, parg. 1 CLT) x. Mandado de segurança coletivo por partido politico com representação no Congresso Nacional e por organização sindical, entidade de classe, ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 membros ou associados (art. 5, LXX a e b CF); y. Legitimidade para mover ação de responsabilidade civil por dano causado ao patrimônio artístico ou cultural, ao meio ambiente e ao consumidor. Sociedades Art. 44, § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. Assim aplicam-se também os Arts. 53 a 61 CC, exceto as sociedades limitadas, os arts. 57 e 60. Se houver previsão contratual, pode-se os sócios deliberarem sobre a exclusão por justa causa, extrajudicialmente, assegurando o direito de defesa de acordo com o art. 1.085; Deliberações sociais podem ser convocadas pela iniciativa dos sócios que representam 1/5 do capital social, na omissão do contrato. Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. Sociedade Simples Art. 997 a 1.038 Visa um fim econômico ou lucrativo, repartido entre os sócios, alcançado pelo exercício de uma profissão ou prestação de serviços técnicos. P. ex, sociedade imobiliária, sociedade de advogados, sociedade de médicos, etc. Pratica eventualmente, atos peculiares ao exercício de uma empresa, tal fato não a desnatura, o que importa para a identificação da natureza da sociedade é a atividade principal por ela exercida; Tem autonomia patrimonial e atua em nome próprio; Sua existência é distinta dos sócios, seus débitos não são dos sócios e vice-versa. Sociedade Empresárias Visam lucro mediante atividade mercantil. Formas Sociedade em nome coletivo; Sociedade em comandita simples; Sociedade em comandita por ações; Sociedades limitadas; Sociedade anônima ou por ações; Empresária Simples Seu objeto é o exercício das atividades econômicas organizadas para produção ou circulação de bens ou de serviços, sujeito a registro. Art. 982 CC Não exercer tais atividades, mesmo que adote qualquer forma empresarial. Art. 983 CC Também a empresário rural, constituída de acordo com um dos tipos de sociedade empresaria, requerido inscrição no Registro das Empresas da sua sede. Art. 984 CC Exceto se for anônima ou em comandita por ações, serão empresarias. Art. 982 parg. único CC Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada Art. 980-A CC Uma pessoa é a titular da totalidade do capital social, não inferior a 100x o maior salario mínimo vigente no Brasil, regidas pelas normas da sociedade limitada, seu nome deve incluir Eireli. THAIS LAVORATTO – PESSOA JURÍDICA P. 275 a 312 Empresa Pública De direito privado, tem patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada para a exploração de atividade que o governo seja levado a exercer por forca de contingencia ou de conveniência administrativa. P. ex., a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, etc. Regidas por normas voltadas ao direito empresarial e trabalhista, com cautela do direito público, p. ex. licitações, porque lidam com recursos e capitais públicos. Sum. 501 STJ Compete à Justiça Ordinária Estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Sociedade de Economia Mista De direito privado, criada para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima,cuja ações pertencem a união ou a atividade administrativa indireta. Súm. 42 e 39 STJ, 8, 76, 501, 517 e 556 STF.
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