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Sociologia Anomia Sol Nascente..docx

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​CURSO DE DIREITO 
 DJULHIA RODRIGUES 
ELIZABETH DA SILVA SANTANA 
FELIPE CHAVES DE SANTANA 
FELIPE SANTOS DA SILVA 
JONATHAN RABELO 
LIAN DE BRITO MONTEIRO 
LUANA CRISTAL ANTISTENES DE MOURA 
MATHEUS EDUARDO CARVALHO 
PEDRO CHAVES DE SANTANA 
YASMIM BEATRIZ SILVEIRA SANTOS 
 
 
ANOMIA SOCIAL: A FALTA DE PERSPECTIVA E ACESSIBILIDADE 
ÀS GARANTIAS FUNDAMENTAIS PREVISTAS NA CF NA COMUNIDADE 
SOL NASCENTE – DF. 
 
Trabalho apresentado no âmbito do curso 
de Bacharelado em Direito das 
Faculdades Integradas Promove Brasília, 
para obtenção de nota na disciplina de 
Sociologia do Direito. 
Orientador: Antônio Thomaz Lessa Garcia Jùnior 
 
Brasília 
Junho/2018 
 
 ​DJULHIA RODRIGUES 
ELIZABETH DA SILVA SANTANA 
FELIPE CHAVES DE SANTANA 
 FELIPE SANTOS DA SILVA 
JONATHAN OLIVEIRA LIMA RABELO 
LIAN DE BRITO MONTEIRO 
LUANA CRISTAL ANTISTENES DE MOURA 
MATHEUS EDUARDO CARVALHO 
PEDRO CHAVES DE SANTANA 
YASMIM BEATRIZ SILVEIRA SANTOS 
 
 
 
ANOMIA SOCIAL: A FALTA DE PERSPECTIVA E ACESSIBILIDADE 
ÀS GARANTIAS FUNDAMENTAIS PREVISTAS NA CF NA COMUNIDADE 
SOL NASCENTE – DF. 
O presente trabalho objetiva analisar a inacessibilidade às normas jurídicas e a falta de 
perspectiva em relação ao processo de ascensão social relacionado com a precariedade no 
contexto sócio-político e cultural do setor: Sol Nascente. Preliminarmente, é necessário destacar 
que o Brasil, em sua grande totalidade, é um Estado de anomia Social, no que diz respeito a 
educação, segurança e saúde. Cabe salientar que, a anomia, geralmente, ocorre em lugares com 
maior vulnerabilidade econômica. Haja vista que, apesar de todas as pessoas terem suas 
garantias fundamentais prevista na Constituição da República Federativa do Brasil, em diversas 
áreas do Brasil nota-se a incomunicabilidade entre Estado e sociedade. Sendo assim, por meio 
desse estudo que será realizado e das sugestões apresentadas será possível destacar as 
precariedades existentes e propor medidas plausíveis de controle a urbanização desenfreada. 
 
Palavras-chave: ​Inacessibilidade; Anomia; Vulnerabilidade Econômica; Perspectiva; 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. Tema: 4 
2. Delimitação do Tema: 4 
3. Problematização 4 
4. Justificativa 5 
5. Objetivos 5 
5.1 Geral 5 
5.2 Específico 6 
6. Referencial Teórico. 6 
6.1 Anomia. 6 
6.2 Vulnerabilidade Social. 6 
6.3 Anomia: o comportamento de evasão e sua relação com a educação, no Setor habitacional 
“Sol Nascente”. 
6.4 Políticas Públicas 
6.5 Entrevistas 7 
7.0 Metodologia 8 
8.0 Conclusão 9 
9.0 Bibliografia 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Tema: 
Anomia social: a falta de perspectiva e acessibilidade às garantias fundamentais 
previstas na Constituição Federal na comunidade Sol Nascente – DF. 
2. Delimitação do Tema: 
 
Anomia social, na perspectiva deste trabalho, busca trabalhar com o conceito 
elaborado pelo sociólogo norte-americano Robert K. Merton. Portanto, avalia-se que o 
progresso socioeconômico depende de variáveis sociológicas, uma das quais pode se 
caracterizar pelo fenômeno da anomia em uma sociedade. 
Desse modo, cabe salientar que a sociedade desenvolve metas culturais que 
representam valores socioculturais pré-estabelecidos que norteiam a vida dos 
indivíduos. Sendo assim, são desenvolvidos meios institucionalizados convencionados 
numa dada sociedade para que se alcancem tais metas. Porém, normalmente, esses 
meios institucionalizados não são suficientes para que as metas culturais sejam atingidas 
por toda a população. Fato esse, que resulta na inacessibilidade à plenitude do gozo dos 
direitos fundamentais previstos na CRFB pela maioria da população. De maneira 
análoga ao Brasil, as pessoas que não atingem a plenitude do gozo dos direitos 
fundamentais e que por consequência não alcançam as metas estipuladas pela sociedade, 
começam a procurar meios alternativos para alcançar um estado de “bem-estar social”. 
Contudo, de acordo com a classificação dos comportamentos, desenvolvida pelo autor 
Robert King Merton, existem pessoas que abandonam as metas culturais e os meios 
sociais ou meios institucionalizados. 
 
3. Problematização 
Atualmente, o que se percebe no Brasil é um Estado de anomia social, no que 
diz respeito à segurança, saúde e educação, em lugares com maior vulnerabilidade 
econômica. No entanto, o foco principal deste trabalho é a anomia social relacionada à 
educação, visto que mesmo que todos tenham o direito a esta e esse direito esteja 
garantido pela Constituição, em diversas áreas do país observa-se a inacessibilidade à 
instituições de ensino, além da falta de perspectiva em relação à ascensão social por 
meio do estudo. 
Toma-se como objeto de pesquisa a anomia no Setor Habitacional Sol Nascente 
– uma das maiores favelas da América Latina - localizado em Ceilândia-DF, a 34Km do 
centro de Brasília. O trabalho tem como objetivo relacionar o baixo nível de 
escolaridade com o estado de anomia, em relação à educação, em que essa comunidade 
se encontra devido a falta de oportunidades e condições socioeconômicas e culturais. 
Ademais, objetiva-se expor as deficiências de infraestrutura e saúde no local. 
Na última pesquisa oficial feita pela Codeplan em 2013, estimava-se que o 
número de habitantes nos Setores Pôr do Sol e Sol Nascente, juntos, era de 78.912. Em 
entrevista, realizada por telefone, o Prefeito comunitário da região, Pedro Barros, 
afirmou que atualmente há mais de 100.000 moradores só no Setor Sol Nascente, em 
sua maioria, numa situação de vulnerabilidade econômica. 
Fato esse, comprovado pelos dados da Codeplan no que se refere à aquisição de 
bens e serviços, que está intimamente ligado às condições econômicas. Sendo assim, a 
pesquisa mostra que apenas 12% da população possui Notebook, 38% possuem 
microcomputadores, 48% tem um automóvel por domicílio e quase ninguém possui 
aparelho de som, ar condicionado, filmadora, Tablet etc. Além disso, a Renda 
Domiciliar Média Mensal é de R$ 1.833,25. 
Em relação à educação, sabe-se que a situação é de calamidade total, visto que 
48% dos responsáveis pelos domicílios têm o ensino fundamental incompleto, seguido 
por apenas 24% que tem o Ensino Médio completo e apenas 2,16% com ensino superior 
completo. A porcentagem dos responsáveis analfabetos é de 8,05%. Da população no 
geral, 66% não estuda, 44% tem o nível fundamental incompleto, somente 18% tem o 
ensino médio completo e 1% tem o superior completo. 
No quesito atividades extracurriculares, a situação é pior ainda. Logo, isso é algo 
prejudicial, já que as atividades extracurriculares desenvolvem a socialização, 
aumentam a autoestima e enriquecem a vida acadêmica e profissional das pessoas. No 
Sol Nascente, essas atividades são pouco observadas, pois 98% da população 
declararam não frequentar nenhum tipo de atividade extracurricular. Dos que fazem 
cursos de idiomas, o de inglês é o mais procurado, mas apenas com 0,41%. 
Durantea entrevista com o Líder Comunitário Pedro Barros, perguntamos à ele 
quantas escolas existiam no Sol Nascente, e ele afirmou que só tem duas escolas 
públicas na região: Escola Classe 66 e Colégio Rural. Essa pequena quantidade não 
consegue suprir a demanda da população. Comprovamos essa afirmação por meio de 
um mapa da região. Ademais, ele nos afirmou que a precariedade do transporte público, 
dificulta o acesso das pessoas que querem estudar. 
Os fatores de acesso à cultura são importantes para entender um determinado 
grupo de pessoas. A Codeplan estimou que 96% das pessoas não frequentam 
bibliotecas, 99% não frequentam museus, 76% não frequentam cinemas e 98% não 
frequentam teatro. Além disso, o hábito de leitura é quase inexistente, haja vista que 
82% das pessoas não leem nenhum livro por ano. Ademais, das pessoas que leem, 10% 
lê de um a dois livros por ano. 
Para finalizar a problematização, é imprescindível falar sobre a infraestrutura e 
a saúde no local, uma vez que esse fator influencia diretamente na vida de todos os 
moradores e dificulta a geração de empregos no local. Segundo os dados da Codeplan, 
em 2013, apenas 6% dos domicílios tinham acesso à rede geral de esgoto e 55% tinham 
coleta de lixo por meio do serviço de limpeza urbana. Em adição, 90% dos domicílios 
tinham a rua asfaltada. Os dados alarmantes de 40% de esgoto a céu aberto mostra que 
isso é um fator que culmina na proliferação de doenças, e isso está intimamente ligado à 
saúde. Quanto à aquisição de Plano de saúde, observa-se que 91% da população não 
conta com esse serviço. 
Atualmente, ​n​o ​Trecho 1​, até o momento, 97% das obras de drenagem e 94% 
das de pavimentação e implantação de meios-fios foram executadas. No ​Trecho 2​, as 
obras de drenagem estão em andamento, tendo sido executados 85% do total. Quanto à 
pavimentação, 48% já foi finalizada. No ​Trecho 3 ​, até o momento, foram executados 
45% das obras de drenagem. A pavimentação ainda não tem data para começar. 
 
4. Justificativa 
Essa pesquisa se justifica por meio da epistemologia sociológica, haja vista, que os 
diferentes segmentos empregados na construção da sociedade apresentam inúmeros 
fatores que contribuem para o sucesso ou “fracasso” de uma determinada realidade 
socioeconômica e política de um dado grupo social. Desse modo, essa pesquisa se torna 
relevante, pois elucida temas importantes que abrangem direitos fundamentais pré 
estabelecidos pela CF que garantem os elementos básicos para a dignidade da pessoa 
humana na comunidade Sol Nascente, principalmente, o acesso à educação. . 
5. Objetivos 
5.1 Geral 
● Compreender a falta de perspectiva e acessibilidade às garantias fundamentais 
previstas na CF na comunidade Sol Nascente – DF. 
5.2 Específico 
● Analisar o conceito de anomia ligado a educação na comunidade Sol Nascente. 
6. Referencial Teórico. 
6.1 Anomia. 
Entende-se que anomia é um fenômeno social que surge pela ausência da ordem, 
normas e valores sociais. 
Devido a imprecisão do conceito, diversos autores escreveram sobre o tema, 
dentre eles, o autor de referência para o trabalho: Robert K. Merton. Influenciado pelo 
sociólogo Émile Durkheim, sendo anunciada pela primeira vez em 1938 em um artigo 
publicado na American Sociological Review. 
Etimologicamente falando, anomia é composto pelo prefixo "a" que significa 
"não", "ausência", "falta" com o termo de origem grega "nomia" que tem por significado 
"normas", "regras", "leis", se tornando a "ausência das normas". 
Nas palavras de CALHAU (2012): 
A anomia é uma situação social em que falta coesão e ordem, especialmente 
no tocante a normas e valores. Se as normas são definidas de forma ambígua, 
por exemplo, ou são implementadas de maneira causal e arbitrária; se uma 
calamidade como a guerra subverte o padrão habitual da vida social e cria 
uma situação em que se torna obscuro quais normais têm aplicação; ou se um 
sistema é organizado de tal forma que promove o isolamento e a autonomia 
do indivíduo a ponto das pessoas se identificarem muito mais com seus 
próprios interesses do que com os do grupo ou da comunidade como um todo 
- o resultado poderá ser a anomia, ou falta de normas. 
 
Porém nem sempre é assim, visto que quando o Estado falha ao valorar estes 
"princípios ético-morais" é necessário que os indivíduos resgatem tais valores. Dessa 
forma, se tal fato não acontecer por meio do Estado, pode haver uma disfunção social, 
que será afetada; por conseguinte resulta na anomia, que é a ausência de regras gerada 
principalmente pela falta de valores e princípios. 
6.2 Vulnerabilidade Social. 
Vulnerabilidade social é o conceito que caracteriza a condição dos grupos de 
indivíduos que estão à margem da sociedade, ou seja, pessoas ou famílias que estão em 
processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos. Se fizermos 
um paralelo a situação socioeconômica dos moradores do Sol Nascente veremos que 
são, em sua maioria, pessoas vulneráveis. 
Algumas das principais características que marcam o estado de vulnerabilidade 
social são as condições precárias de moradia e saneamento e os meios de subsistência 
inexistentes. ​Todos esses fatores compõem o estágio de risco social, ou seja, quando o 
indivíduo deixa de ter condições de usufruir dos mesmos direitos e deveres dos outros 
cidadãos, devido ao desequilíbrio socioeconômico instaurado. 
As pessoas que são consideradas “vulneráveis sociais” são aquelas que estão 
perdendo a sua representatividade na sociedade, e geralmente dependem de auxílios de 
terceiros para garantirem a sua sobrevivência. Diante disso, vale ressaltar que em uma 
entrevista realizada por telefone, o marido da professora Ana Laura Cartaxo, nos falou 
sobre a campanha que realizaram em Abril deste ano, de arrecadação de produtos de 
higiene pessoal para ajudar uma creche cuja a dona é voluntária. Além disso, é 
importante lembrar que o Sol Nascente possui uma Prefeitura Comunitária, esse fato, 
pode estar intimamente ligado à vulnerabilidade social e ao abandono dessas pessoas 
pelo Estado. 
Uma das hipóteses mais eficazes para garantir, a médio e longo prazo, a 
diminuição da vulnerabilidade social é o aumento da escolaridade, principalmente a 
qualidade da educação e da cultura. Logo, verifica-se a urgência na alteração do nível de 
escolaridade do Sol Nascente e dos índices de acesso à cultura, haja vista que esses dois 
fatores corroboram fortemente para a vulnerabilidade no local. Alguns sociólogos 
acreditam que, suprindo estas carências e potencializando as oportunidades profissionais 
dos indivíduos, grande parte dos outros problemas sociais seriam, por consequência, 
suprimidos. 
​O mais importante nesta investigação é constatar que a questão da vulnerabilidade 
social nos setores fundamentais atinge diretamente o princípio da dignidade da pessoa 
humana previsto na Constituição da República Federativa do Brasil. Dessemodo, é 
necessário que compreendamos que esses indivíduos encontram-se no estado de 
“desesperança” e “pseudo expectativas” quanto ao futuro e principalmente quanto às 
“leis” do Estado. 
Desse modo, cabe salientar que ​temos por dignidade da pessoa humana a 
qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo 
respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, 
um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra 
todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as 
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover 
sua participação ativa co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em 
comunhão dos demais seres humanos. 
Assim reveste-se de particular importância um estudo aprofundado sobre o 
conceito de Anomia e compreender suas características, no que diz respeito à 
construção de uma sociedade igualitária, consciente de seus direitos e deveres no meio 
social. Sob essa ótica, ganha particular relevância a análise sobre a educação. 
6.3 Anomia: comportamento de evasão e sua relação com a educação no Setor 
Habitacional “Sol Nascente”. 
 
Preliminarmente, é necessário destacar como funciona o comportamento de 
evasão. Segundo Robert K Merton, notamos esse comportamento nas pessoas que estão 
na sociedade, mas não sentem que fazem parte dela. 
A ​evasão é aquele que se caracteriza pelo fato de abandonar as metas e os meios 
sociais. É negativo (-) quanto às metas e negativo (-) quanto aos meios. Percebendo que 
as metas sociais são muito elevadas e os meios, escassos, foge da sociedade, 
renunciando a tudo que ela oferece ou determina. Como acentuou Merton, os adeptos 
deste comportamento estão na sociedade, mas não são dela; vivem no meio social, mas 
a ele não aderem, ou dele retiram a adesão antes dada. 
Desse modo, observa-se que a questão da educação está diretamente sofrendo 
um processo de evasão. Haja vista que no Sol Nascente as escolas existentes 
encontram-se em situação de calamidade e não são suficientes para atender a toda 
população, fato esse, que exige a locomoção dessas pessoas para outros lugares. Porém, 
o problema não se restringe a isso, uma vez que o transporte público também não atende 
às necessidades de locomoção dessas pessoas. A existência de duas escolas para uma 
população que consiste em mais de 100.000 habitantes é totalmente desproporcionais. 
Sendo assim podemos destacar inúmeros problemas que contrariam o que está previsto 
na nossa Constituição Federal Capítulo III Art. 205. 
Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Com base nos dados supracitados na problematização, percebemos que esse 
fenômeno anômico não acontece só no que se refere à educação. Há um abandono do 
governo em relação a essa área, principalmente no que tange a questão da infraestrutura, 
cultura e geração de empregos. 
Partindo-se do pressuposto de que o comportamento de evasão é exclusivo, é 
possível afirmar que essas pessoas são excluídas de coisas fundamentais da sociedade, 
visto que pelo baixo nível de escolaridade, essas pessoas não têm acesso ao básico, que 
é o conhecimento. Dizem que o conhecimento é libertador, e isso não é uma utopia, uma 
vez que uma população bem instruída sabe dos seus direitos e deveres previstos na 
Constituição, e além de saber, essas pessoas lutam para que lhes sejam garantidos todos 
esses direitos previstos. Logo, quando não se tem conhecimento, há o abandono das 
expectativas de mudança; por consequência resulta na evasão, haja vista que gera o 
abandono das metas culturais e dos meios institucionalizados. 
A Educação é um direito fundamental que ajuda não só no desenvolvimento de 
um país, mas também de cada indivíduo. Sua importância vai além do aumento da renda 
individual ou das chances de se obter um emprego. ​Por meio da Educação, garantimos 
nosso desenvolvimento social, econômico e cultural. Sendo assim, quando o Estado 
dificulta ou não fornece o acesso a esta, automaticamente são atrasados todos os outros 
processos de desenvolvimento. Outro fator importante do comportamento de evasão, é 
não sentir-se parte da sociedade em que vive, e é exatamente esse o sentimento das 
pessoas que vivem vulneráveis socialmente. 
Quando as pessoas vulneráveis percebem que as metas culturais estão quase 
impossíveis de serem conquistadas e que os meios são escassos, elas simplesmente 
aceitam que não alcançarão seus objetivos, gera-se com isso, um estado de desesperança 
e falta de perspectiva com o futuro. 
Portanto, é necessário medidas imediatas de intervenção a fim de amenizar esse 
estado de anomia e esse comportamento de evasão. 
 
 
6.4 Políticas Públicas 
As políticas públicas são programas gerados pelo Estado para colocar em execução 
direitos previstos na constituição e em leis, sendo alguns deles educação, saúde, 
moradia e transporte. 
 
 
6.5 Entrevistas 
11/06/2018 
''Nós lutamos pela melhoria da nossa comunidade'', disse o Líder Comunitário do Setor 
Habitacional Sol Nascente, Pedro Barros. Vigilante, casado com uma Pedagoga, criou 
seus dois filhos no Sol Nascente. Ele conta que chegou no local em 1997, e que 
atualmente, um de seus filhos é formado em Biomedicina (UNIP), graças ao esforço do 
mesmo e ao PROUNI (Programa Universidade para Todos). Ademais, ele declara que 
seus filhos sempre estudaram em escolas públicas que não ficavam no Sol Nascente, 
visto que o ensino no local é precário. Além disso, ele só tem conhecimento de duas 
escolas no local: EC 66 e Colégio Rural. 
Perguntamos a ele o que acha da situação econômica e do acesso à educação das 
pessoas que moram no Sol Nascente, e ele afirma que a maioria são pessoas muito 
carentes. Sendo assim, ele acrescenta que o Governo do Distrito Federal deveria dar 
condições adequadas para as pessoas estudarem, já que muitas dessas pessoas até 
almejam o estudo. Mas o acesso ao estudo lhes é dificultado. 
Segundo Pedro Barros, a dificuldade de locomoção devido a precariedade do transporte 
público, somado a falta de escolas na região, faz com que se acentue cada vez mais a 
inacessibilidade à educação, visto que para estudarem, as pessoas precisam se 
locomover para escolas em outras localidades. Ele acrescenta que, no que se refere ao 
transporte público, a quantidade de ônibus é pouca, e que não é suficiente para 
transportar os moradores. Segundo o mesmo, isso ocorre porque só há uma empresa que 
fornece o transporte. 
É importante frisar que duas escolas são totalmente insuficientes para um local que 
possui mais de 100 mil habitantes. Ao iniciarmos as perguntasrelacionadas às Políticas 
Públicas, ele nos informou que o Projeto de 2008 de Urbanização gerou efeitos no 
Trecho II, que agora possui rede de esgoto, pavimentação e energia. Porém, ele afirma 
que muitas famílias têm conhecimento de Políticas Públicas do Governo, e não 
procuram devido a burocracia exacerbada. Diante disso, ele acrescentou também que 
muitas famílias que gozavam dos benefícios do Bolsa Família, tiveram seus benefícios 
suspensos. Ademais, muitas das famílias que ainda recebem o benefício, ganham apenas 
R$40,00 por criança. 
No que se refere ao acesso à internet, ele diz que é difícil, haja vista que a internet no 
local ainda é, em sua maioria, via rádio. Mas, esse problema não se restringe ao Sol 
Nascente, já que ao ligarmos para o CEF 28, uma das escolas listadas no Google com 
endereço de Sol Nascente, que na realidade é no P.Norte, a Secretária escolar nos 
informou que a escola abriga muitas crianças do Sol Nascente, e que a escola possui 
sala de informática que não funciona por falta de internet. 
Para ressaltar a situação de abandono e carência das crianças que habitam no Sol 
Nascente, ligamos para a professora Ana Laura Cartaxo, que lançou em 2017, uma 
campanha para arrecadação de materiais escolares, com o intuito de manter uma escola 
de reforço, no Sol Nascente, funcionando. Contudo, quem atendeu o telefone foi o 
marido dela, que nos informou que o casal se sensibilizou com a situação de carência e 
abandono, e que pelas poucas vezes que foram lá, era tudo muito precário, com o esgoto 
a céu aberto. Ademais, ele acrescentou que eles lançaram uma campanha em Abril deste 
ano, para ajudar uma Creche, cuja a dona é voluntária e cuida de crianças carentes com 
ajuda de doações, para arrecadar produtos de higiene pessoal, visto que muitas crianças 
vão para a escola sem tomar banho. 
Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/01/27/interna_cidadesdf,568779
/campanha-ajuda-professora-que-mantem-escola-de-reforco-no-sol-nascente.shtml​) 
 
 
➢ As entrevistas foram realizadas na tarde do dia 11/06/2018, por ligação 
telefônica. 
 
➢ Ligamos para o Líder Comunitário Pedro Barros, para a escola CEF 28 e para a 
professora Ana Laura Cartaxo. 
 
 
➢ As conversas não foram gravadas. Porém, segue abaixo, as imagens de uma 
conversa com o Líder Comunitário Pedro Barros, para comprovar a veracidade 
da entrevista. 
 
 
 
7.0 Metodologia 
Este trabalho está apoiado metodologicamente em três momentos. 
A pesquisa bibliográfica será fundamentada em autores como: Robert K. 
Merton(1938), Calhau(2012) e outros. 
A pesquisa documental foi feita através de entrevistas e dados bibliográficos 
disponíveis por sites estatísticos confiáveis e na CF. 
A pesquisa empírica foi realizada através do estudo de campo realizado pelos 
integrantes do grupo. 
8.0 Conclusão 
 
Diante de todos os dados apresentados por pesquisa e fatos relatados por meio de 
entrevista, nitidamente nota-se a necessidade de mudanças, a fim de minimizar os 
problemas educacionais e estruturais do Sol Nascente. Sendo assim, verifica-se a 
necessidade de intervenção e participação ativa do Estado no que se refere à 
comunidade. 
Visto que a baixa no nível de escolaridade está intimamente ligada à situação 
socioeconômica dos moradores, medidas devem ser tomadas no sentido de incentivar o 
comércio local, por meio de incentivos fiscais à empresas privadas, de modo a gerar 
emprego e, portanto, renda aos moradores. Isso pode ser feito principalmente no Trecho 
I e II, haja vista que eles possuem melhores condições de infraestrutura. No que se 
refere ao Trecho III, é necessário que o Governo Federal conclua as obras de 
urbanização, com o intuito de deixá-lo como os outros dois trechos. 
Além disso, nota-se a necessidade de construção de escolas e creches públicas 
na comunidade, haja vista que as duas escolas no local não são suficientes à demanda 
da população. No entanto, como medida urgente ao problema do acesso à escola, 
propomos a criação, por parte do governo distrital, junto à administração da Ceilândia, 
de um sistema de transporte exclusivo para levar e buscar os alunos às escolas fora da 
comunidade. Essa criação é necessária devido a pouca quantidade de linhas de ônibus. 
Mas, é preciso que o Governo continue criando mais linhas a fim de amenizar as 
dificuldades de acesso. 
Em relação ao baixo nível de atividades extracurriculares, ponto importante a 
socialização e acesso à cultura, atentamos para o fato de que a comunidade está 
abandonada, no que se refere a políticas públicas, e portanto torna-se urgente a 
intervenção e participação do governo. Precisa-se atentar também para as creches e 
escolas de reforço voluntárias que já existem no Sol Nascente, para que essas 
instituições não dependam apenas da doação das pessoas, e sim do apoio do Governo do 
Distrito Federal para fornecer materiais essenciais para realização desses trabalhos 
voluntários. 
A criação de uma fundação pública que desenvolva projetos extracurriculares, 
principalmente no que tange a cultura e educação, no Setor Sol nascente traria, além de 
benefícios no que diz respeito à inclusão e acessibilidade à cultura, a possibilidade dos 
assistidos pelos projetos desenvolverem habilidades e aptidões, tornando-os assim mais 
capacitados a ascender socialmente. Além disso, a implementação da obrigatoriedade da 
realização de idiomas nos Centros Interescolares de Línguas, que substitua a nota de 
inglês e espanhol na escola pela nota que o aluno vai obter no curso de idiomas. 
Contudo, para que isso aconteça, seria interessante a construção de mais dois Centros de 
Línguas na Ceilândia, a fim de propor parcerias com pelo menos três ou quatro escolas 
públicas. 
Por fim, sabemos que a falta de conhecimento de programas sociais, de 
vestibulares e de programas de estágios para jovens, fazem com que os jovens e adultos 
da região não acessem esses recursos. A fim de atenuar o nível baixo da escolaridade, 
podemos propor a divulgação de projetos como o BORA VENCER, que é um curso 
gratuito preparatório para o vestibular do ENEM. Além disso, a divulgação do 
PROUNI. Essa divulgação se daria por meio de voluntários responsáveis por esse 
programa (Bora Vencer), que realizassem seminários em todos os três trechos do Sol 
Nascente. É importante que ocorra a divulgação do ENCEJA, que é a prova que 
concede o diploma de conclusão do ensino médio. Para melhorar a educação, o 
incentivo é essencial, já que esse incentivo alimenta a esperança dessas pessoas em 
relação ao estudo, e só assim conseguiremos combater o comportamento de evasão no 
Setor Habitacional Sol Nascente. 
 
9.0 Bibliografia 
 
CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. 4. ed. revista ampliada e 
atualizada. Niteroi, RJ. Impetus, 2012. 
PÁDUA, Vinicius Alexandre. Teoria da Anomia.Disponível em: 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,teoria-da-anomia,53366.html. Acesso em: 
13 de junho de 2018. 
 
http://www.vidasraras.org.br/site/politicas-publicas/424-qual-e-a-importancia-da-educac
ao 
https://thaishanesaka.jusbrasil.com.br/artigos/400562249/fenomenos-sociais-e-a-teoria-
de-robert-merton 
http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/PDAD-P%C3%B4r-do-Sol
-Sol-Nascente.pdf 
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5787/A-dignidade-da-pessoa-humana-com
o-principio-absoluto 
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/topicos/sol-nascente/

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