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Pedologia: Intemperismo e Pedogênese

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PEDOLOGIA – INTEMPERISMO E PEDOGÊNESE
J 15UTC outubro 15UTC 2010 por Mariana Lorenzo
IMTEMPERISMO
Segundo TEIXEIRA et al (2009):
O intemperismo é o conjunto de modificações de ordem física (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra. Os produtos do intemperismo, que são a rocha alterada (também chamada de alterita ou saprolito) e o solo, estão sujeitos aos outros processos do ciclo supérgeno – erosão, transporte e sedimentação – os quais acabam levando à denudação continental, com o conseqüente aplainamento do relevo. Os fatores que controlam a ação do intemperismo são o clima (variação sazonal de temperatura e distribuição das chuvas), o relevo, (que influi no regime de infiltração e drenagem das águas), a fauna e a flora (fornecem matéria orgânica para reações químicas e remobilizam materiais), a rocha parental (com resistência diferenciada aos processos de alteração intempérica) e, finalmente, o tempo de exposição da rocha aos agentes intempéricos.
Montanhas de rochas causadas pelos agentes intempéricos
Em função dos mecanismos predominantes de atuação, os processos são normalmente classificados em intemperismo físico e intemperismo químico. Entretanto, quando ocorre também a ação (física ou bioquímica) de organismos vivos ou da matéria orgânica, proveniente de sua decomposição, o intemperismo é denominado de físico-biológico ou químico-biológico (TEIXEIRA et al, 2009).
De acordo com LEPSCH (2002), as rochas da litosfera, se expostas à atmosfera, ficam metidas à ação direta do calor do sol e da água das chuvas, o que provoca inúmeras modificações no aspecto físico e na composição química dos minerais. A esses processos dá-se o nome de intemperismo ou meteorização, fenômeno responsável pela formação do material que dá origem ao solo.
Processos envolvidos no intemperismo, agindo mais no sentido de alterar o tamanho e formato dos minerais, são denominados intemperismo físico ou desintegração. Outros, quando modificam a composição química, são referidos como intemperismo químico ou decomposição. Depois de alterada a rocha recebe o nome de regolito ou manto de intemperização, pois forma uma camada que recobre as que estão em vias de decomposição. É na parte mais superficial do regolito que se dá a formação do solo (LEPSCH, 2002).
Rochas/solos desgastados por agentes intempéricos
PEDOGÊNESE: FORMAÇÃO DOS SOLOS
Em linhas gerais, a formação dos solos advém de processos físicos, químicos e biológicos que transformam os materiais que lhes dão origem, e, recebe o nome de “pedogênese” – do prefixo e sufixo gregos: “pedon”= solos + “gênesis” = criação. Ou seja: criação ou formação dos solos.
Convém ponderar que a pedogênese ocorre quando as modificações químicas e mineralógicas do intemperismo dão lugar a modificações estruturais, com reorganização dos minerais formadores do solo – principalmente argilominerais e óxi-hidróxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al) – nos níveis superiores do manto de alteração. Aí desempenham papel fundamental a fauna e a flora do solo que, ao realizarem suas funções vitais, modificam e movimentam enormes quantidades de material mantendo o solo aerado e renovado em sua parte superficial, como explica TEIXEIRA et al (2009).
Fauna e flora modificam e movimentam quantidades de material mantando o solo aerado
INTEMPERISMO E PEDOGÊNESE: Perfil de alteração, perfil de intemperismo, perfil do solo ou regolito
O intemperismo e a pedogênese dão origem a um perfil de alteração, também denominado de perfil de intemperismo, perfil de solo ou regolito. Como aponta TEIXEIRA et al (2009), esses materiais podem representar concentrações de substâncias minerais de interesse econômico potencial, chegando a formar jazidas. O perfil forma-se verticalmente, a partir da rocha fresca, na base, sobre a qual se formam a alterita (ou saprolito) e o solum que juntos constituem o manto de alteração. Por serem dependentes do clima e do relevo, o imtemperismo e a pegogênese acontecem de maneira distinta nos diferentes compartimentos morfoclimáticos da Terra, levando à formação de perfis de alteração compostos de horizontes de diferente espessura e composição. Em climas temperados, portanto, por causa da menor importância quantitativa de materiais intemperizados, por vezes não têm nos livros didáticos e técnicos, um grande destaque ao processo de intemperismo. Como observa TEIXEIRA et al (2009), ao contrário nos países úmidos, os mantos de intemperismo são mais bem desenvolvidos, o que leva a pesquisas específicas para estes ambientes, não sendo suficiente a simples importação da pesquisa produzida nos países de clima temperado.
Processo Pedogenético – Perfil do solo
O intemperismo e a pedogênese atuam não apenas sobre as rochas ígneas e metamórficas, como também sobre as sedimentares, cuja formação advém de materiais da erosão de antigos perfis de intemperismo.
FATORES DE FORMAÇÃO DE SOLOS
	FATORES AMBIENTAIS
	TIPO DE FATOR
	ATUAÇÃO
	Clima e organismos
	Fatores Ativos
	Fornecem matéria e energia
	Relevo
	Fator Controlador
	Controla o fluxo de materiais; superfície; erosão; profundidade; infiltração; lixiviação e translocação.
	Material de origem
	Fator Passivo
	Diversidade do material constituinte sobre o qual ocorrerá a pedogênese
	Tempo
	Fator Passivo
	Determina o tempo cronológico de atuação do processo
MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE SOLOS
	MECANISMOS
	ATUAÇÃO
	Adição
	Aporte do material do exterior do perfil ou horizonte do solo
	Remoção (perda)
	Remoção de material para fora do perfil. Exemplo: lixiviação
	Transformação
	Transformação de material existente no perfil ou horizonte. Mudança de natureza química mineralógica.
	Translocação
	Translocação de material de um horizonte para outro, sem abandonar o perfil. Exemplo: eluviação/iluviação
Mariana Lorenzo
Referências Bibliográficas:
– TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra – 2a edição. Companhia Editora Nacional. São Paulo. 2009.
– LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São Paulo. 2002.