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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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Direito Administrativo para AFRFB 2017 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 18 
 
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AULA 18 
Olá pessoal! 
Na aula de hoje vamos estudar o tema Controle da Administração 
Pública, tendo como base o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Controle da Administração Pública ...................................................................................................................... 3 
Conceito ............................................................................................................................................................................ 3 
Classificações ..................................................................................................................................................................... 6 
Quanto ao alcance ......................................................................................................................................................... 6 
Quanto ao órgão ............................................................................................................................................................ 8 
Quanto ao momento .................................................................................................................................................... 8 
Quanto à natureza ...................................................................................................................................................... 10 
Controle Administrativo .......................................................................................................................................... 14 
Direito de petição ....................................................................................................................................................... 17 
Sistema de controle interno .................................................................................................................................. 22 
Controle Legislativo .................................................................................................................................................... 26 
Controle parlamentar direto ................................................................................................................................. 32 
Controle exercido pelo Tribunal de Contas ..................................................................................................... 37 
Controle Judicial ........................................................................................................................................................... 65 
Mandado de segurança ............................................................................................................................................ 67 
Mandado de segurança coletivo ........................................................................................................................... 77 
Ação popular ................................................................................................................................................................ 79 
Ação civil pública........................................................................................................................................................ 81 
Outras ações ................................................................................................................................................................. 84 
Controle social ............................................................................................................................................................... 85 
Questões de prova ....................................................................................................................................................... 86 
Jurisprudência ............................................................................................................................................................. 128 
RESUMÃO DA AULA ................................................................................................................................................... 134 
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................. 137 
Gabarito ........................................................................................................................................................................... 155 
 
 
Direito Administrativo para AFRFB 2017 
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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CONCEITO 
Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, 
órgãos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades não se 
desviem dos padrões e das normas preestabelecidas, e para que alcancem 
os resultados desejados. 
O controle é uma das funções administrativas clássicas: planejar, 
coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria 
da Administração, um sistema de controle eficaz garante que as 
atividades sejam realizadas de maneira satisfatória, na direção dos 
objetivos da empresa. Além do mais, nas grandes corporações modernas 
de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os 
verdadeiros donos geralmente estão afastados da gestão do negócio. 
Diretores executivos são contratados para administrar a empresa com o 
compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietários do 
capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de 
assegurar que o corpo executivo da companhia esteja seguindo as 
diretrizes estabelecidas pelos proprietários, além de coibir atitudes 
oportunistas dos executivos que satisfaçam seus próprios interesses em 
detrimento da organização. 
De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais 
utilizados pelo Estado não pertencem ao Presidente da República nem aos 
Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes públicos, mas sim 
ao povo, que recolhe tributos. É com esses recursos que o Estado 
disponibiliza serviços à sociedade, adquirindo materiais para o 
funcionamento das repartições, firmando contratos, realizando obras, 
remunerando seus servidores, etc. 
Mas é virtualmente impossível que o povo, por si mesmo, consiga 
administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa 
tarefa a intermediários legalmente habilitados, os gestores públicos, que 
têm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, 
obedecendo às normas aplicáveis. Paralelamente, de forma semelhante ao 
que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle 
atuando para assegurar que os governantes e demais responsáveis por 
bens e valores públicos desempenhem suas tarefas com correção, em 
consonância com o ordenamento jurídico e com princípios como os da 
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moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse 
público. 
Não é por menos que o artigo 70 da Constituição Federal impõe o 
dever de prestar contas a todos que tenham sob sua guarda qualquer 
espécie de valor público. Vejamos: 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em 
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa, 
leciona que ³FRQWUROH��HP�WHPD�GH�$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD��p�D�IDFXOGDGH�GH�
vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou 
autoridade H[HUFH�VREUH�D�FRQGXWD�IXQFLRQDO�GR�RXWUR´. 
Os termos chaves dessa definição representam os principais atributos 
do controle da gestão pública, que podem ser compreendidos da seguinte 
forma: 
¾ Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas 
normas aplicáveis. 
¾ Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao 
aperfeiçoamento das práticas de gestão e à inibição de condutas lesivas 
aos cofres públicos. 
¾ Correção: assegura o cumprimento da lei e a recomposição do patrimônio 
lesado. 
¾ Poder: como corolário do Estado Democrático de Direito, a CF instituiu um 
sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam 
mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro 
(controle externo). 
¾ Órgão: cada instituição pública possui em sua estrutura um órgão com 
atribuição de fiscalizar a própria instituição (controle interno). 
¾ Autoridade: autotutela da administração, que pode anular ou revogar 
seus próprios atos. 
Em nosso dia-a-dia, é muito comum nos depararmos com notícias 
sobre obras superfaturadas, fraudes em licitações, e outras tantas 
falcatruas que têm em comum o fato de envolverem a malversação de 
recursos públicos. Tais notícias somente vêm à tona porque alguma ação 
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de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a 
identificação da irregularidade. 
Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que 
o controle da Administração Pública pode ser feito de diversas formas e 
por diferentes agentes. Com efeito, a Administração se sujeita, por 
exemplo, ao controle judicial, realizado pelo Poder Judiciário e ao controle 
social, realizado pelos cidadãos, além de exercer, ela mesma, o controle 
sobre os próprios atos, como veremos com mais detalhes adiante. 
Ademais, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais 
de Contas, assim como o Ministério Público, exercem importante papel no 
controle da Administração Pública. 
Quando falamos em controle da gestão pública, estamos nos 
referindo à fiscalização de qualquer ato administrativo, como a compra 
de bens, admissão de pessoal, arrecadação de impostos, edição de 
normativos, outorga de autorizações de uso de bens públicos etc. Assim, 
essa modalidade de controle é mais perceptível sobre as atividades 
realizadas pelo Poder Executivo, cujas funções típicas são as funções 
administrativas, tanto na administração direta como na indireta. Mas o 
controle da gestão pública também alcança o Poder Legislativo e o Poder 
Judiciário, bem como o Ministério Público e o próprio Tribunal de Contas. 
Contudo, o controle de que estamos falando não alcança as 
funções típicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judiciário = 
julgar) e órgãos autônomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), 
mas apenas suas funções administrativas. Por exemplo: o Tribunal de 
Contas da União (TCU), a quem cabe realizar o controle externo sobre a 
gestão dos recursos da União, não tem competência para fiscalizar se o 
processo legislativo que resultou na edição de determinada lei foi 
corretamente seguido pelo Congresso Nacional; também não pode dizer 
se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou não de forma adequada em 
determinada ação direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, 
poderá sim fiscalizar as licitações, as admissões de pessoal e todos os 
demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pelo 
Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal. 
É oportuno registrar que as atividades da Administração Federal 
obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: planejamento, 
coordenação, descentralização, delegação de competência e controle, 
conforme prescreve o Decreto Lei 200/1967 (art. 6º), que dispõe sobre a 
organização da Administração Federal. Tal normativo, apesar de adstrito à 
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Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um 
Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o 
Legislativo e, no segundo caso, o Judiciário exercem controle sobre o 
Executivo. 
Por outro lado, quando o controle é exercido por órgão pertencente à 
mesma estrutura organizacional da unidade controlada, é dito 
controle interno. Normalmente, a doutrina considera ³mesma estrutura 
RUJDQL]DFLRQDO´�como o ³mesmo Poder´, fazendo com que a expressão 
³FRQWUROH� LQWHUQR´�DEDUTXH�WRGDV�DV�DWLYLGDGHV�GH�controle empreendidas 
dentro de um mesmo Poder. 
Assim, o controle que um Ministério exerce sobre os vários 
departamentos administrativos que o compõem se caracteriza como 
controle interno, simplesmente porque todos integram o Poder Executivo. 
Outro exemplo seria o controle que as chefias exercem sobre os atos de 
seus subordinados dentro de um órgão público, no exercício do poder 
hierárquico. 
Ressalte-se que o controle interno pode ser exercido por órgãos 
especializados que, embora pertençam ao mesmo Poder, não possuem 
vinculação hierárquica com os órgãos controlados. A antiga Controladoria-
Geral da União (CGU), atual Ministério da Transparência, Fiscalização e 
Controladoria-Geral da União, por exemplo, é órgão especializado que 
exerce controle interno no âmbito de todos os órgãos e entidades 
administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal1. No caso, a 
classificação do Ministério da Transparência como órgão de controle 
interno não é porque ele possui ascendência hierárquica sobre os demais 
órgãos do Executivo e sim porque ela própria, assim como os órgãos que 
controla, também é um órgão do Poder Executivo, só que com atribuições 
específicas de controle, ou seja, sob a ótica do Executivo, trata-se de um 
FRQWUROH�H[HUFLGR�³SRU�GHQWUR´2. 
 
1 A CGU só não atua sobre a Presidência e Vice-Presidência da República, o Ministério das Relações 
Exteriores, o Ministério da Defesa, incluindo os comandos militares, e a Advocacia-Geral da União, os quais 
possuem Secretarias de Controle Interno (Ciset) próprias (órgãos setoriais do sistema de controle 
interno). 
2 A CGU é um órgão ligado diretamente à Presidência da República. O seu titular é um Ministro de Estado. 
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Controle posterior (a posteriori): efetuado após o ato administrativo 
ter sido praticado. Possui caráter corretivo e, eventualmente, 
sancionador. É a forma mais utilizada de controle. 
Exemplos de controle posterior são a homologação de um 
procedimento licitatório, o julgamento das contas dos administradores 
públicos pelo TCU e a realização de auditorias para fiscalizar a 
regularidade de atos administrativos já consumadosou os resultados 
alcançados por programas de governo. 
QUANTO À NATUREZA 
O controle da gestão pública, quanto à natureza, ou seja, 
considerando o seu foco, o aspecto a ser controlado, classifica-se em: 
Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda 
consonância com as normas aplicáveis, de qualquer espécie - leis, 
regimentos, resoluções, portarias etc. 
Ex: no controle da legalidade de uma construção de rodovia, pode ser 
verificado se a contratação da empreiteira responsável pela obra foi realizada em 
conformidade com a Lei de Licitações. 
O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro 
caso se exercido pelos órgãos da própria Administração que praticou o ato 
(poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judiciário, no 
exercício da função jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situações 
previstas na Constituição Federal. 
O resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado, a 
confirmação da validade (ratificação, homologação) de atos praticados 
em conformidade com o ordenamento jurídico ou, de outro, a anulação 
de atos administrativos ilegais. No âmbito desse controle é possível, 
ainda, a convalidação, pela Administração, de atos praticados com 
defeitos sanáveis. 
A homologação (ou não) de uma licitação pela autoridade competente 
do órgão ou entidade que realizou o procedimento constitui exemplo de 
controle de legalidade interno. De outra parte, são exemplos de 
controle de legalidade externo o exame pelo Judiciário, em mandado 
de segurança, da legalidade de um ato do Executivo e a apreciação pelo 
Poder Legislativo, com base em auditorias realizadas pelo Tribunal de 
Contas, da legalidade dos atos de gestão do Executivo. 
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1. (Cespe ± TCE/ES 2012) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é 
realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que 
contribuem para o melhor interesse da sociedade. 
Comentário: O controle judicial, ao contrário do que diz a assertiva, 
caracteriza-se por não realizar controle de mérito dos atos administrativos, 
restringindo-se ao controle de legalidade. 
Gabarito: Errado 
2. (Cespe ± TCE/TO 2008) Um sistema de controle externo se diferencia de um 
sistema de controle interno na administração pública, pois 
a) o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo Poder. 
b) correspondem, respectivamente, à auditoria externa e à interna. 
c) o primeiro tem função coercitiva e o segundo, orientadora. 
d) o primeiro tem caráter punitivo, e o segundo é consultivo. 
e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo é 
institucional. 
Comentário: Quanto ao posicionamento do órgão controlador em relação 
ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo é 
exercido por um ente não que integra a mesma estrutura organizacional do 
órgão fiscalizado enquanto que o controle interno é exercido por ente que 
também integra essa estrutura. Portanto, FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´� 
Gabarito: DOWHUQDWLYD�³D´ 
3. (Cespe ± TJ/RO 2012) O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta, 
dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao 
controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo. 
Comentário: Não há predominância entre as formas de controle. Tanto o 
controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos 
Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a 
Administração Pública, o qual assegura a harmonia entre os Poderes. 
Gabarito: Errado 
 
 
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4. (Cespe ± INPI 2013) O controle administrativo, que consiste no 
acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura 
organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder 
Executivo. 
Comentário: O item está errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro 
define o controle da Administração da seguinte forma: 
O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes 
Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de 
sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. 
Temos então, controle administrativo, judicial e legislativo como 
espécies do gênero controle da Administração. O controle administrativo é o 
poder de fiscalização e correção que o Estado-administrador efetua sobre sua 
própria atuação, nos aspectos de legalidade e mérito, seja por iniciativa 
própria ou por provocação. A função administrativa está presente em todos 
os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, os 
demais Poderes, de forma atípica, também administram. Isso se dá, por 
exemplo, quando realizam concurso público ou quando adquirem bens e 
serviços. Dessa forma, o controle administrativo é exercido no âmbito de 
todos os Poderes, não só no Executivo. Os Poderes Judiciário e Legislativo 
exercem controle administrativo ao desempenharem sua função atípica de 
administrar. 
 Gabarito: Errado 
5. (Cespe ± MPTCDF 2013) O controle administrativo é um controle de 
legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas 
próprias condutas. 
Comentário: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo é 
um controle de legalidade e de mérito...) está correta. Lembre-se de que o 
controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a 
Administração pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar 
atos inconvenientes/inoportunos (controle de mérito). 
Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle 
administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela 
Administração Pública em sentido amplo, compreendendo, portanto, a 
administração direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. 
Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judiciário, pode anular uma 
licitação promovida pelo próprio órgão para adquirir material de expediente, 
caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba 
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que o STF está atuando como Administração Pública, ou seja, exercendo 
controle administrativo sobre suas funções administrativas, ainda que não 
faça parte do Poder Executivo. 
Gabarito: Errado 
6. (Cespe ± CNJ 2013) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer 
tempo, a administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando estes 
estiverem eivados de vícios. 
 Comentário: No caso de atos dos quais decorram efeitos favoráveis aos 
administrados, o poder de autotutela da Administração se sujeita ao prazo 
decadencial de cinco anos, previsto na Lei 9.784/99; nesse caso, portanto, a 
revisão não poderá ocorrer a qualquer tempo, daí o erro. 
 Gabarito: Errado 
DIREITO DE PETIÇÃO 
Os administrados podem provocar o controle administrativo ao 
exercer o direito de petição, direito fundamental previsto no art. 5º, 
;;;,9�� ³D´�GD�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO6. Tal direito consiste na possibilidade 
que têm os administrados em geral de requerer providências e 
informações aos órgãos públicos. 
Vários são os meios pelos quais o direito de petição pode ser 
exercido. Merecem destaque: 
 Representação 
 Reclamação 
 Pedido de reconsideração 
 Recurso 
Para Hely Lopes Meirelles, representação ³p�D�denúnciaformal e 
assinada de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de 
atos da Administração feita por quem quer que seja à autoridade 
FRPSHWHQWH�SDUD�FRQKHFHU�H�FRLELU�D�LOHJDOLGDGH�DSRQWDGD´. 
A representação, portanto, é a forma pela qual o administrado, 
servidor público ou não, pode levar ao conhecimento da Administração 
qualquer irregularidade de que tenha conhecimento. Para os particulares, 
a representação é um direito, ao passo que, para os servidores públicos, 
ela é um dever. 
 
6 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
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O dever de representar dos servidores públicos está previsto na 
Lei 8.112/90: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Já um exemplo importante do direito de representar que assiste aos 
administrados em geral, abrangendo qualquer pessoa física ou jurídica, 
está previsto na Lei de Licitações: 
Art. 113 (...) 
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá 
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de 
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do 
disposto neste artigo. 
Note que a representação acerca de irregularidade em procedimentos 
licitatórios não precisa ser feita por alguma autoridade ou servidor 
público: qualquer pessoa, física ou jurídica, mesmo que não seja licitante, 
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos de controle 
interno sobre alguma irregularidade ocorrida em licitação pública. 
Já a reclamação, para Hely Lopes Meirelles�� ³é a oposição 
expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses 
legítimos do administrado. O direito de reclamar é amplo e se estende 
a toda pessoa física ou jurídica que se sentir lesada ou ameaçada de 
lesão pessoal ou patrimonial por atos ou fatos administrativos´. 
Em outras palavras, reclamação é expressão genérica que designa 
qualquer forma de manifestação de discordância ou inconformismo do 
administrado quanto a um ato ou omissão da Administração que tenha 
afetado seus interesses. 
 A Lei 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo federal, 
prevê a reclamação em seu art. 48, a saber: 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos 
processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de 
sua competência. 
O Código Tributário Nacional, em seu art. 151, III, também prevê 
uma espécie de reclamação que, no caso, possui o sentido de 
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³LPSXJQDomR�DGPLQLVWUDWLYD´, com o fim de suspender a exigibilidade do 
crédito tributário: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo; 
O pedido de reconsideração, por sua vez, constitui uma espécie de 
solicitação dirigida à mesma autoridade que expediu o ato, para que ela 
o aprecie novamente e, caso reconsidere seu entendimento anterior, o 
invalide ou modifique. 
O pedido de reconsideração funciona, então, como uma ³VHJXQGD�
RSRUWXQLGDGH´ dada à autoridade que proferiu a decisão inicial, que pode 
reformular a posição adotada inicialmente. 
Na Lei 9.784/99, o pedido de reconsideração é previsto no art. 56, 
§1º 7 , o qual determina que os recursos administrativos devem ser 
propostos perante a autoridade que proferiu a decisão, a qual poderá 
reconsiderá-la no prazo de cinco dias. 
Finalmente, o direito de petição também pode ser exercido por meio 
dos recursos administrativos, expressão utilizada para designar a 
petição manejada pela parte que deseja submeter determinada matéria à 
reapreciação de outra autoridade, diversa daquela que proferiu a 
decisão original. 
 
É inconstitucional a exigência de depósito de 
recursos financeiros ou arrolamento de bens 
para que alguém possa apresentar um 
recurso administrativo. 
Os recursos administrativos podem ser hierárquicos próprios e 
hierárquicos impróprios. 
Recursos hierárquicos próprios são aqueles dirigidos à autoridade 
ou ao órgão imediatamente superior à que proferiu a decisão recorrida. 
Lembrando que, no processo administrativo federal, como destacado 
acima, antes de os argumentos apresentados serem conhecidos como 
recurso, serão encaminhados, mediante pedido de reconsideração, à 
mesma autoridade que tenha proferido a decisão administrativa inicial, a 
 
7 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 
cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. 
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qual, se não reconsiderar, encaminhará os argumentos a uma 
autoridade superior, daí sim como recurso administrativo. 
Recursos hierárquicos impróprios, por sua vez, são interpostos a 
órgão ou autoridade que não possui relação hierárquica com a 
autoridade ou órgão que editou o ato objeto de impugnação. Por não ser 
decorrente de hierarquia, o recurso impróprio só é cabível se previsto 
expressamente em lei. 
O mais comum é o recurso hierárquico impróprio ser dirigido a 
autoridade integrante de pessoa jurídica diversa daquele de onde se 
originou o ato impugnado, a exemplo do recurso endereçado ao Ministério 
contra ato praticado por uma autarquia a ele vinculada. Não obstante, 
ressalte-se que os recursos impróprios podem ocorrer dentro de uma 
mesma pessoa jurídica: o importante para caracterizar esse tipo de 
recurso é que não haja relação hierárquica entre a autoridade que proferiu 
a decisão recorrida e a responsável por apreciar o recurso. É o caso, por 
exemplo, de recursos contra atos da Receita Federal interpostos perante o 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ± CARF, que integra a 
estrutura do Ministério da Fazenda, mas não tem relação de hierarquia 
com a Receita Federal. 
Prosseguindo no assunto, é importante salientar que, ao lado dos 
recursos apresentados pelos administrados, existem, ainda, recursos 
administrativos interpostos pela própria Administração que editou a 
decisão recorrida, os chamados recursos de ofício. Os recursos de ofício 
podem ser próprios ou impróprios e são cabíveis, em regra, somente 
quando haja expressa previsão legal. 
Ainda devemos lembrar da revisão de processo que, nos termos do 
art. 65 da Lei 9.784/998, é a petição apresentada em face de uma decisão 
administrativa que tenha resultado na aplicação de sanção, visando a 
desfazê-la ou abrandá-la. A revisão pode ocorrer a qualquer tempo 
quando há fato novo superveniente, algo desconhecido até o julgamento 
do processo que resultou na aplicação da penalidade. A revisão pode 
acontecer de ofício ou a pedido e não pode resultar em agravamento 
da sanção. Diversamente, vale lembrar que o instituto do ³UHIRUPDWLR�LQ�
SHMXV´ (agravamento da sanção) é possível na apreciação de recursos 
administrativos em geral. Fiquem atentos a isso! 
 
8 Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a 
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstânciasrelevantes suscetíveis de justificar a 
inadequação da sanção aplicada. 
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. 
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9. (Cespe ± MPTCDF 2013) Caso deseje o reexame de decisão relativa a 
determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a emanou, o 
interessado deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o 
interessado se dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o 
recurso interposto será um recurso hierárquico impróprio. 
 Comentário: A questão deve ser lida em partes. A primeira frase trata do 
pedido de reconsideração, que é a solicitação dirigida à mesma autoridade 
que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso concorde com o 
VROLFLWDQWH�� LQYDOLGH�RX�PRGLILTXH�VXD�GHFLVmR�RULJLQDO��&RQVWLWXL�XPD�³HWDSD�
SUpYLD´� j� DSUHFLDomR� GRV� UHFXUVRV� DGPLQLVWUDWLYRV� �VH� D� DXWRULGDGH�
reconsiderar sua decisão, o recurso nem segue para a autoridade superior). 
Já a segunda frase descreve o recurso hierárquico impróprio, que é aquele 
dirigido a autoridade não integrante da estrutura hierárquica da que expediu o 
ato recorrido (ex: recursos dirigidos ao CARF contra atos da Receita Federal e 
recurso endereçado ao Ministério contra ato praticado por uma autarquia a ele 
vinculada). 
 Gabarito: Certo 
10. (Cespe ± AGU 2013) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é 
dirigido à autoridade de órgão não integrado na mesma hierarquia daquela que 
proferiu o ato, independe de previsão legal. 
 Comentário: O recurso hierárquico impróprio só é cabível se previsto 
expressamente em lei. 
 Gabarito: Errado 
SISTEMA DE CONTROLE INTERNO 
Como vimos, controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo 
Poder, geralmente por órgão especializado que tenha sido criado para 
essa finalidade. 
No geral, o órgão de controle interno subordina-se diretamente à 
autoridade administrativa máxima do ente, a qual dispõe, dessa forma, de 
um mecanismo de avaliação para as ações desempenhadas fora da esfera 
de suas atribuições privativas. O controle interno é um controle técnico, 
vale dizer, serve para avaliar a conduta dos agentes públicos tendo como 
parâmetro os limites delineados nas normas administrativas. 
A Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário manterão um sistema de controle interno (CF, 
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Uma das missões do controle interno é apoiar o controle externo. 
Como veremos adiante, D� H[SUHVVmR� ³FRQWUROH� H[WHUQR´�� QD� &RQVWLWXLomR�
Federal, se refere ao controle financeiro exercido sobre a Administração 
Pública pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da 
União (TCU). O trabalho do controle interno é fundamental para dar 
suporte ao controle externo, sobretudo o desenvolvido pelo TCU. 
Na prática, o controle interno apoia o controle externo por meio 
da realização de auditorias nas contas dos responsáveis do órgão ou 
entidade a que esteja vinculado, emitindo relatório, certificado de 
auditoria e parecer para subsidiar o exame e julgamento a cargo do 
Tribunal de Contas. Além disso, os órgãos integrantes do sistema de 
controle interno deverão alertar formalmente a autoridade administrativa 
competente para que instaure tomada de contas especial, sempre que 
tiverem conhecimento de qualquer das ocorrências que demandem esse 
procedimento. 
Os responsáveis pelo controle interno também têm o dever de 
comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade ou ilegalidade de 
que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária9 
(CF, art. 74, §1º). Todavia, deve ficar claro que, embora o controle 
interno tenha o dever estabelecido constitucionalmente de apoiar o 
controle externo, não há relação de hierarquia entre eles, 
há complementaridade. 
 
11. (FCC ± TCE/PR 2011) Nos termos previstos na Constituição Federal, os 
responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de 
a) demissão a bem do serviço público. 
b) responsabilidade subsidiária. 
c) responsabilidade solidária. 
d) exoneração. 
e) suspensão. 
Comentários: Nos termos do art. 74, §1º da CF, os responsáveis pelo 
controle interno que não derem ciência ao Tribunal de Contas acerca de 
 
9 As bancas gostam de tentar confundir o candidato dizendo que a responsabilidade é subsidiária. NÃO É! 
A responsabilidade é SOLIDÁRIA. 
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qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, estarão 
sujeitos a responsabilidade solidária: 
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob 
pena de responsabilidade solidária. 
Quer dizer que os servidores do controle interno responderão pela 
irregularidade ou ilegalidade em igualdade de condições com a pessoa que a 
cometeu. Vale ressaltar que a responsabilidade solidária não livra o servidor 
de outras punições administrativas, inclusive as citadas no quesito 
(demissão, suspensão ou exoneração), conforme venha a ser apurado em 
processo administrativo, se for o caso. Todavia, o que interessa para a 
questão é o que está previsto no mencionado dispositivo constitucional. 
Gabarito: DOWHUQDWLYD�³F´ 
 
 
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CONTROLE LEGISLATIVO 
O controle legislativo pode ser entendido como o controle exercido 
pelas casas legislativas (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e 
Congresso Nacional) diretamente ou por meio dos Tribunais de Contas. 
A Constituição Federal, ao tratar em seu art. 70 da fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da 
Administração Pública Federal, consagra o controle legislativo da seguinte 
maneira: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional 
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, 
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, 
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Note, inicialmente, que o controle financeiro da União, vale dizer, da 
Administração Pública Federal, será exercido mediante os seguintes 
sistemas de controle: 
9 Sistema de controle externo 
9 Sistema de controle interno 
Ressalte-se que, por força do chamado princípio de simetria 
presente no art. 75 da CF10, os sistemas de controle nos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, previstos nas respectivas Constituições e Leis 
Orgânicas, devem seguir, no que couber, as disposições relativas à União 
previstas na Carta da República11. 
Já abordamos o sistema de controle interno ao estudarmos o art. 74 
da CF. Vimos que se trata de um controle administrativo, exercido por 
órgãos especializados dentro de cada Poder. Nos interessa agora o 
sistema de controle externo, a cargo do Poder Legislativo. 
Como vimos, controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização 
exercida por um ente que não integra a estrutura na qual o fiscalizado 
está inserido.Todavia, na Constituição Federal�� D� H[SUHVVmR� ³FRQWUROH�
H[WHUQR´� VH� UHIHUH� DSHQDV� à fiscalização contábil, orçamentária e 
 
10 Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, à organização, 
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais 
e Conselhos de Contas dos Municípios. 
11 Veja bem: Dz‘� “—‡� …‘—„‡”dz, ou seja, podem ocorrer alterações nas normas locais, levando-se em 
consideração as especificidades de cada região, desde que não sejam incompatíveis com o modelo 
estabelecido para a esfera federal. 
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financeira exercida sobre a Administração Pública pelo Poder 
Legislativo, muitas vezes chamada apenas de controle financeiro. 
A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput (³$�
fiscalização... será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo���´), transcrito anteriormente, e também no art. 71: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será 
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
De fato, a expressão ³FRQWUROH� H[WHUQR´� demonstra a principal 
característica do controle legislativo, realizado por órgão exógeno aos que 
administram os recursos públicos e que representa os interesses dos 
verdadeiros donos desses recursos, a sociedade. 
Portanto, na Constituição Federal, somente o controle exercido pelo 
Poder Legislativo sobre a Administração Pública recebe a denominação 
de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo é o 
Congresso Nacional; no âmbito dos Estados, o titular é a Assembleia 
Legislativa, enquanto nos Municípios, o controle externo cabe às 
respectivas Câmaras Municipais. 
 
Segundo a CF, o titular do controle externo 
é o Poder Legislativo; na esfera federal, 
portanto, o titular é o Congresso Nacional. 
 
A fim de possibilitar o exercício do controle externo, a Carta Magna 
conferiu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a missão de auxiliar o 
Congresso Nacional, mediante a definição de competências próprias e 
privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71). 
&XLGDGR� FRP� R� WHUPR� ³DX[LOLDU´�� TXH� SRGH� OHYDU� D� LQWHUSUHWDo}HV�
errôneas. O TCU não é subordinado hierarquicamente ao Congresso 
Nacional! No exercício do controle externo, a Constituição reservou ao 
TCU atividades de cunho técnico, como a realização de auditorias e o 
exame e julgamento da gestão dos administradores públicos. O Congresso 
Nacional, embora titular do controle externo, não pode exercer nenhuma 
das atribuições conferidas exclusivamente à Corte de Contas. No campo 
do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho político, 
também previstas na Constituição, sem qualquer relação administrativa, 
hierárquica ou mesmo de coordenação com o Tribunal de Contas. Como se 
vê, ambos atuam em vertentes diferentes do controle externo. 
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Assim, por exemplo, o Congresso Nacional não tem competência para 
realizar diretamente uma auditoria contábil em um Ministério do Governo 
Federal. Deve solicitá-la ao TCU. Este, por sua vez, não realizará a 
referida fiscalização por causa de uma eventual subordinação ao 
Congresso, e sim porque tal atividade é da sua competência privativa, 
conferida diretamente pela Constituição (CF, art. 71, IV), conforme 
veremos adiante. 
 Pelo que foi dito, pode-se perceber que, no âmbito federal, os 
sujeitos ativos do controle externo, isto é, os órgãos que exercem as 
ações de fiscalização, são: o Congresso Nacional, na qualidade de titular 
do controle; e o TCU, com competências próprias e privativas para auxiliar 
o Congresso, mas sem lhe ser subordinado. 
Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto é, os 
agentes que sofrem as ações de controle, são todos que, de alguma 
maneira, administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, da administração direta ou da indireta, do 
Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. A condição para que se assuma 
o dever de prestar contas ao controle externo é a gestão de recursos 
públicos, conforme disposto no art. 70, parágrafo único da CF: 
Art. 70 (...) 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, 
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
O objeto do controle legislativo de caráter financeiro são os atos 
administrativos que envolvam receitas e despesas públicas. Ao 
controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em 
conformidade com a lei e com os princípios administrativos, ou, ainda, se 
atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo. 
 
 
 
 
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Economicidade 
Analisa a relação custo/benefício 
da despesa pública, isto é, se o 
gasto foi realizado com 
minimização dos custos e sem 
comprometimento dos padrões 
de qualidade. 
Verificar se o preço dos livros está de 
acordo com os referenciais de 
mercado ou, na falta, se o valor pago 
é razoável, compatível com a 
natureza e a qualidade da 
publicação. 
Além desses aspectos, a Constituição determina expressamente a 
fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas, 
cujo exame envolve avaliações de legalidade, legitimidade e 
economicidade. 
Subvenções, de acordo com a Lei 4.320/1964, são transferências de 
recursos orçamentários destinadas a cobrir despesas de custeio das 
entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenções sociais quando 
destinadas a órgãos ou entidades de caráter assistencial, cultural ou de 
educação; e em subvenções econômicas, quando se destinam a cobrir 
déficits de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, 
comercial, agrícola ou pastoril. Assim, os beneficiários deverão prestar 
contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à devida 
fiscalização dos órgãos de controle. 
Renúncia de receita, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, 
envolve benefícios que impliquem redução discriminada de tributos, tais 
como anistia, remissão, concessão de isenção em caráter não geral, 
alteração de alíquota ou alteração de base de cálculo. Assim, o Poder 
Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, deve fiscalizar os órgãos 
e entidades que tenham atribuição de conceder, gerenciar ou utilizar 
recursos provenientes de renúncia de receita. 
 
12. (Cespe ± MPTCDF 2013) Em relação ao controle externo exercido pelo 
Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao acompanhamento da 
execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas 
orçamentárias. 
 Comentário: O acompanhamento da execução do orçamento e a 
verificação dos registros adequados nas rubricas orçamentárias é objeto da 
fiscalização orçamentária. Já a fiscalização financeira diz respeito ao controle 
da arrecadação de receitas e da execução de despesas, por meio do 
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acompanhamento dos depósitos bancários, dos pagamentos efetuados, dos 
ingressos dos valoresetc. 
 Gabarito: Errado 
13. (Cespe AFT 2013) O controle da administração realizado pelo Poder 
Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado controle de 
economicidade, pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais 
econômica na aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-
benefício. 
 Comentário: O controle de economicidade relaciona-se à noção de 
racionalidade e eficiência na realização da despesa pública. Deve-se buscar 
não apenas gastar menos, mas gastar bem, adquirindo bens e serviços de 
qualidade, na quantidade necessária (nem mais, nem menos) e a preços 
compatíveis com o mercado. 
 Gabarito: Certo 
O controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e 
nos limites diretamente previstos na Constituição Federal. Nesse sentido, 
a CF prevê, no âmbito do controle externo, atribuições que são de 
caráter político e, por isso, exclusivas das casas legislativas 
(controle parlamentar direto); e atribuições de caráter técnico, 
exclusivas do Tribunal de Contas (controle técnico). Vamos estudá-
las, então! 
CONTROLE PARLAMENTAR DIRETO 
Existem algumas atribuições relacionadas ao controle externo que 
são exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o conhecido controle 
parlamentar direto ou controle político. 
O controle parlamentar direto ou político, a exemplo do controle 
judicial, decorre da estrutura de divisão de poderes, ou sistema de 
freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. 
Assim, o Legislativo é o responsável por aprovar as políticas públicas, bem 
como as regras para a arrecadação de receitas e a programação 
orçamentária da execução das despesas, as quais devem ser seguidas e 
executadas majoritariamente pelo Poder Executivo, mas também pelos 
responsáveis pelas unidades administrativas dos demais Poderes, 
obedecendo aos princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. 
Buscando o equilíbrio entre os Poderes, a Constituição definiu que a 
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prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as regras, 
o Legislativo, que é o titular de controle externo. 
Como veremos, nem todas as atribuições do controle parlamentar 
direto estão relacionadas ao controle externo financeiro. Muitas são 
atribuições essencialmente políticas, e não necessariamente envolvem o 
exame das receitas e despesas públicas, a exemplo da aprovação da 
nomeação de autoridades. 
Dentre as atribuições do controle parlamentar, o art. 49 da CF 
enumera que é da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 
X ± fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas 
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
Quanto ao inciso V, cumpre salientar que a competência para a 
sustação do ato normativo produzido pelo Executivo que exceda dos 
limites de sua competência é do Congresso Nacional (não do Senado ou 
da Câmara). Além disso, há alguns pontos que merecem atenção: 
ƒ o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos advindos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar. Não há que se falar em 
anulação, que só poderia ser feita pela própria Administração (autotutela) 
ou pelo Judiciário (controle judicial); 
ƒ os atos normativos que podem ser sustados são os do Poder Executivo 
(não do Judiciário). Lembrando que a CF atribui ao Poder Executivo, por 
intermédio do Presidente da República, a competência privativa para 
editar decretos e regulamentos visando assegurar a fiel execução das leis 
(art. 84, IV), assim como para editar decretos autônomos sobre a 
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e sobre a 
extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos. Ademais, o art. 68 
da CF prevê a possibilidade de o Presidente da República editar as 
chamadas leis delegadas, mediante delegação do Congresso Nacional. 
Toda vez que, nessas situações, o Executivo for além de seus limites 
quando da elaboração dos atos normativos, estará exorbitando do poder 
regulamentar, cabendo a sustação pelo Congresso Nacional. 
Prosseguindo no art. 49 da CF, o inciso IX se refere à competência 
do Congresso Nacional para julgar as contas do Presidente da 
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República. Mais adiante, veremos que o Tribunal de Contas não julga as 
contas do Chefe do Executivo, mas tão só as aprecia, mediante a emissão 
de parecer prévio. A competência para julgamento das contas do Chefe do 
Executivo, no caso federal, é do Congresso Nacional, e constitui 
ato político. 
Na hipótese de não apresentação das contas ao Congresso Nacional, 
no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, é competência 
privativa da Câmara dos Deputados (não do Congresso ou do Senado) 
proceder à tomada de contas do Presidente da República (CF, art. 51, II), 
sendo esse mais um exemplo de controle parlamentar. 
Quanto ao inciso X do art. 49, a doutrina aponta que a principal 
finalidade do dispositivo é explicitar que o controle da Administração 
Pública também é uma função típica do Poder Legislativo, tão importante 
quanto a função de editar leis primárias. 
Uma das formas de efetivar esse controle de forma direta consiste na 
prerrogativa que as Casas do Congresso Nacional e suas comissões 
possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente, 
informações sobre assunto previamente determinado ou na competência 
das Mesas da Câmara e do Senado para encaminhar pedidos escritos 
de informações a essas autoridades. É o que diz o art. 50 da CF: 
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de 
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer 
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República 
para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente 
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem 
justificação adequada. 
(...) 
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de 
Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, 
importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - 
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de 
informações falsas. 
Outra atribuição de controle parlamentar direto refere-se à 
competência do Senado Federal para processar e julgar as seguintes 
autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-
Presidente da República, bem como os Ministros de Estado e os 
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Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos crimes da 
mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros 
do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério 
Público; o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União 
(CF, art. 52). 
Ademais, é competência do Senado Federal aprovar previamente, 
por voto secreto, após arguição pública, a escolha de determinados 
magistrados e ministros do TCU, de Governador de Território, do 
presidente e diretores do Banco Central, do Procurador-Geralda República 
e de outras autoridades que a lei estabeleça (CF, art. 52, III). 
Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder 
Legislativo no controle da Administração Pública é a instauração das 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). As CPI possuem 
poderes de investigação próprios de autoridades judiciais para apuração 
de fato determinado e por prazo certo. Suas conclusões, se for o caso, 
serão encaminhadas ao Ministério Público para que promova a 
responsabilização civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, §3º). 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e 
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante 
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato 
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil 
ou criminal dos infratores. 
Por fim, cabe destacar as atribuições da Comissão Mista de Planos, 
Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que examina e emite 
parecer sobre as contas do Presidente da República e sobre os planos e 
programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição, 
assim como exerce o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem 
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de 
suas Casas (CF, art. 166, §1º). 
 
 
 
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14. (Cespe ± TCE/ES 2012) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados 
suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes 
tenham exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos 
respectivos órgãos legislativos. 
Comentário: A questão trata do controle parlamentar/político exercido 
sobre a Administração Pública diretamente pelos órgãos do Poder Legislativo. 
A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do 
Congresso Nacional e não da Câmara dos Deputados isoladamente, nos 
termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o 
caso, somente pode sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do 
estadual, municipal ou distrital. Nessas esferas, a competência é das 
Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais ou da Câmara Legislativa 
no caso do DF. Portanto, o quesito está incorreto. 
Gabarito: Errado 
15. (Cespe ± TCU 2010) Considerando as normas constitucionais relativas a 
controle externo, julgue o item a seguir: o Supremo Tribunal Federal não se sujeita 
a controle externo exercido pelo Congresso Nacional. 
 Comentário: Os órgãos administrativos de todos os poderes constituídos 
± incluindo, portanto, o Judiciário no qual está inserido o STF ± são sujeitos 
passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no âmbito federal, é o 
Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas lembre-se: 
somente as funções administrativas, ou seja, as que envolvem receitas e 
despesas de recursos públicos, tais como aquisição de bens, contratação de 
serviços, admissão de pessoal etc., estão sujeitas ao controle externo. Assim, 
uma decisão do STF tomada no exercício de suas atribuições típicas, como no 
julgamento de uma ADIN, não se sujeita ao controle externo do Congresso ou 
do TCU. 
Gabarito: Errado 
16. (Cespe ± TCDF 2014) O controle legislativo é tanto político quanto financeiro. 
O controle financeiro, no âmbito parlamentar, é exercido por meio de suas casas e 
respectivas comissões. Há comissões permanentes e temporárias, entre as quais 
as CPIs. No caso do DF, cabe precipuamente à Comissão de Economia, 
Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa (CLDF) fiscalizar a execução 
orçamentária e financeira. 
Comentário: Afirmativa correta. Trata-se da comissão permanente 
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constituída na CLDF equivalente à Comissão Mista de Planos, Orçamentos 
Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional, responsável pelo 
acompanhamento e a fiscalização do orçamento público. 
Importante ressaltar que o controle legislativo é precipuamente de 
caráter político, mas também contempla atividades de controle financeiro, 
como quando susta despesas não autorizadas e quando exerce o 
acompanhamento e a fiscalização da execução orçamentária e financeira por 
intermédio da comissão permanente. 
Gabarito: Certo 
17. (Cespe ± MPU 2013) No exercício do controle legislativo, compete ao Senado 
Federal, em caráter privativo, sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar, bem como os contratos que padeçam de 
ilegalidade, neste último caso mediante solicitação da Comissão Mista de 
Orçamento do Congresso Nacional. 
 Comentário: A competência para sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V), bem como os 
contratos administrativos que padeçam de ilegalidade (CF, art. 71, §1º) é do 
Congresso Nacional, e não do Senado Federal. Ademais, a sustação de 
contratos pelo Congresso ocorre após a comunicação do Tribunal de Contas, 
e não da Comissão Mista de Orçamento (CF, art. 71, IX, X e §1º). 
Gabarito: Errado 
CONTROLE EXERCIDO PELO TRIBUNAL DE CONTAS 
Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituição Federal, 
o Congresso Nacional é o titular do controle externo praticado sobre a 
Administração Pública Federal. Mas, para que esse controle seja efetivo, a 
Constituição estabelece que o Parlamento deve contar com o auxílio 
técnico indispensável do Tribunal de Contas da União, que, mediante 
sua ação fiscalizadora, o chamado controle técnico, de caráter 
contábil-financeiro, busca garantir que a Administração arrecade, gaste 
e administre os recursos públicos dentro dos limites da lei e do interesse 
geral. 
 
 
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O Tribunal de Contas da União (assim como os demais tribunais de 
contas do País) é órgão administrativo que auxilia tecnicamente o Poder 
Legislativo no controle externo da gestão pública, sem, porém lhe ser 
subordinado ou pertencer à sua estrutura. A Carta Magna assegura ao 
TCU, inclusive, autonomia funcional, administrativa, financeira e 
orçamentária, garantindo-lhe quadro próprio de pessoal (CF, art. 73), e 
estendendo-lhe, no que couber, as atribuições relativas à auto-
organização do Poder Judiciário, previstas no art. 96 da CF, como elaborar 
seu Regimento Interno, organizar sua Secretaria e propor, 
privativamente, projetos de lei relativos à sua organização interna. 
O Tribunal de Contas da União é um órgão colegiado, composto por 
nove Ministros 13 , os quais se equiparam, em termos de garantias, 
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens, aos Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça (CF, art. 73, §3º). 
É importante salientar que o 7&8��DSHVDU�GH�VHU�XP�³7ULEXQDO´ e de 
seus Ministros se equipararem aos Ministros do STJ, não pertence ao 
Poder Judiciário e, por conseguinte, não exerce jurisdição, isto é, não 
decide com definitividade o direito aplicável a um caso concreto litigioso. 
Suas decisões possuem natureza administrativa e, como tal, podem ser 
objeto de impugnação perante o Poder Judiciário em caso de 
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade. 
O TCU tampouco, como já destacado,pertence ao Poder Legislativo, 
apesar de auxiliar o Congresso Nacional no controle externo da 
Administração Pública. De fato, o TCU não está subordinado 
hierarquicamente a nenhum dos três Poderes: o Presidente do TCU não 
deve obediência ao Presidente do Congresso Nacional, titular do controle 
externo, e muito menos ao Presidente do STF ou ao Presidente da 
República. Similarmente, o Presidente de um Tribunal de Contas Estadual 
também não responde ao Presidente da Assembleia Legislativa ou ao 
Governador do Estado, tampouco ao Presidente do TCU. 
Por outro lado, da mesma forma que o Ministério Público, o TCU 
também não constitui, por si só, um Poder. Diz-se que a tripartição 
clássica dos Poderes do Estado ± Executivo, Legislativo e Judiciário ± não 
é suficiente para abarcar o perfil de instituições como o TCU e o Ministério 
Público, órgãos de estatura constitucional que possuem competências 
 
13 Diversamente, os demais Tribunais de Contas do País são compostos por sete Conselheiros (CF, art. 75, 
parágrafo único). 
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próprias e privativas, sem estarem ligados hierarquicamente a nenhum 
dos três poderes clássicos. 
As principais competências do TCU relacionadas ao controle externo 
estão expressas nos incisos do art. 71 da Constituição Federal. 
Ressalte-se que tais competências são próprias e privativas do TCU, o 
que denota sua independência em relação ao Congresso. Vamos, de forma 
sucinta, estudar as competências da Corte de Contas mais relevantes para 
o nosso objetivo. Lembrando que, em vista do princípio da simetria, tais 
competências também são exercidas pelos demais tribunais de contas do 
País. 
Emitir parecer prévio sobre as contas do Presidente da República 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu 
recebimento; 
O TCU aprecia ± não julga! - as contas anuais do Presidente da 
República e emite parecer prévio. O prazo para emissão do parecer 
prévio é de até 60 dias a contar do recebimento das contas pelo 
Tribunal. 
Por força do art. 49, IX da CF, compete privativamente ao 
Congresso Nacional o julgamento das contas do Presidente da 
República. O TCU, saliente-se, somente as aprecia e emite parecer prévio. 
 
Quem julga as contas do Presidente da 
República é o Congresso Nacional. 
O TCU apenas emite parecer prévio. 
As contas prestadas pelo Presidente da República constituem as 
chamadas contas de governo, de natureza política, que propicia uma 
visão macro do desempenho da economia e das políticas sociais, em 
confronto com as normas constitucionais, legais e regulamentares. 
O parecer prévio emitido pelo TCU pode ser pela aprovação, com ou 
sem ressalvas e recomendações, ou pela rejeição das contas. Todavia, 
embora o parecer prévio seja conclusivo, é meramente opinativo, não 
vinculando o julgamento a cargo do Congresso Nacional. 
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19. (Cespe ± TCE/RS 2013) Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas 
anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos municipais, nos termos da 
Lei Orgânica do TCE/RS. 
 Comentário: O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder 
Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem julga é o Poder Legislativo, 
nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional (Presidente 
da República), Câmara Legislativa (Governador de DF), Assembleias 
Legislativas (Governadores dos Estados) e Câmaras Municipais (Prefeitos dos 
Municípios). 
Gabarito: Errado 
20. (Cespe ± TCE/BA 2010) Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional 
apreciar e julgar anualmente as contas de governo, consideradas em seu sentido 
mais amplo. 
Comentário: A exclusividade conferida pela Constituição ao Congresso 
Nacional refere-se apenas ao julgamento das contas do Presidente da 
República (CF, art. 49, IX). Também as apreciam o TCU, que emite parecer 
prévio (CF, art. 71, I), e a Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), 
que emite parecer, na forma de projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, 
§1º, I). 3RUWDQWR��D�SDODYUD�³DSUHFLDU´�WRUQD�R�TXHVLWR�LQFRUUHWR� 
Gabarito: Errado 
21. (Cespe ± TCE/ES 2012) Uma das incumbências do tribunal de contas do 
estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal, que 
deverá ser aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria 
absoluta. Sendo divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal deixará 
de prevalecer por decisão de três quartos dos membros da câmara municipal. 
 Comentário: Primeiramente, cabe enfatizar que a competência para emitir 
o parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal é do Tribunal de 
Contas responsável pelo controle externo do Município, o qual, na maior parte 
dos casos, é o Tribunal de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Ceará, 
Goiás e Pará, todavia, esse parecer compete ao respectivo Tribunal de Contas 
dos Municípios (órgão de controle externo estadual responsável pelo controle 
externo de todos os Municípios do Estado), enquanto que nos Municípios do 
Rio de Janeiro e de São Paulo, o parecer prévio sobre as contas do Prefeito 
compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os casos, o 
julgamento das contas compete à respectiva Câmara de Vereadores. 
 Quanto à assertiva, o erro está na expressão ³DSURYDGR�RX�rejeitado pela 
câmara municipal, sempre por maioria absoluta´, eis que o parecer prévio só 
poderá ser rejeitado por decisão de dois terços dos membros da Câmara 
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É importante saber que, como consequência do julgamento das 
contas, o TCU tem competência para condenar o responsável a 
ressarcir o prejuízo causado ao erário (imputar débito). O TCU 
também pode aplicar-lhe sanções, como a imposição de multa. 
Conforme o art. 73, §3º da CF, as decisões do TCU de que resulte 
imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo 
extrajudicial. Isso significa que o débito imputado (obrigação de 
ressarcir o prejuízo) ou a multa aplicada podem ser levados diretamente 
ao Poder Judiciário para cobrança, em ação de execução, sem 
necessidade de discussão prévia em uma ação judicial de conhecimento, 
como ocorre nas ações executórias em geral. Assim, em razão da força de 
título executivo, se o responsável não honrar no prazo a multa ou o débito 
oriundos da decisão do TCU, a execução judicial dessa dívida tende a ser 
mais rápida. 
 
22. (CGU ± AFC 2012 ± ESAF) As contas de gestão do TCU são julgadas pela(o) 
a) Congresso Nacional. 
b) Câmara dos Deputados. 
c) Tribunal de Contas da União. 
d) Senado Federal. 
e) Supremo Tribunal Federal. 
Comentário: O art. 71, II da CF, que trata do julgamento das contas de 
gestão, preceitua: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e 
sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles 
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao 
erário público; 
Portanto, quaisquer contas de gestão que envolvam recursos públicos 
federais são julgadaspelo TCU, inclusive as dele próprio, referentes às suas 
atividades administrativas (contratação de pessoal, aquisição de bens etc), 
cujos responsáveis são os servidores da Secretaria e o Presidente do 
7ULEXQDO��3RU�LVVR��FRUUHWD�DSHQDV�D�DOWHUQDWLYD�³F´� 
Vale ressaltar que o §2º do art. 56 da LRF, que não foi suspenso pelo 
STF, determina que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) emita parecer 
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sobre as contas do TCU. 
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo 
previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da 
Con tituição ou equivalente da Ca a Legi lativa e taduai e municipai 
Perceba que o Poder Legislativo não julga as contas do Tribunal. A CMO 
apenas emite um parecer. Os gestores do TCU recebem quitação do próprio 
Tribunal e não do Congresso Nacional. E o TCU não precisa aguardar o 
parecer da CMO para julgar suas próprias contas, pois esse parecer não 
vincula o julgamento. Na verdade, ante a suspensão do caput do art. 56, não 
tem qualquer função prática. O que acaba acontecendo é que o TCU envia 
suas contas para a CMO quase que a "título de conhecimento". 
Por fim, saliente-se que essa sistemática (TC julga suas próprias contas) 
não necessariamente é replicada nas demais esferas de governo. No DF, por 
exemplo, as contas do TCDF são julgadas pela Câmara Legislativa, conforme 
disposto na Lei Orgânica distrital. Nesse caso, o TCDF não se pronuncia 
sobre suas próprias contas. Seus gestores recebem quitação da Câmara 
Legislativa. E o parecer emitido pela comissão equivalente à CMO possui uma 
função mais efetiva, que é subsidiar o julgamento a cargo do Parlamento. 
Cabe ressaltar que essa sistemática (Legislativo julga as contas do TC) não 
segue o modelo estabelecido na CF (TC julga suas próprias contas), mas sua 
legitimidade e constitucionalidade foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal 
Federal na ADI 1.175/DF. 
Há ainda o caso dos Tribunais de Contas dos Municípios, responsáveis 
pelo controle externo dos municípios do Estado (existentes na BA, CE, GO e 
PA). Segundo entendimento do STF na ADI 687, tais tribunais, por serem 
órgãos estaduais, devem prestar contas perante o Tribunal de Contas do 
Estado (responsável pelo controle externo dos recursos estaduais), e não 
perante a Assembleia Legislativa. Dessa forma, por exemplo, os gestores do 
TC dos Municípios da Bahia devem prestar contas perante o TCE/BA, e não 
perante o próprio TC dos Municípios da Bahia ou à Assembleia Legislativa, e 
assim sucessivamente. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´ 
23. (Cespe ± TRT10 2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as 
contas dos administradores de sociedades de economia mista e empresas públicas, 
visto que a participação majoritária do Estado na composição do capital não 
transmuda em públicos os bens dessas entidades. 
 Comentário: Por disposição constitucional expressa (CF, art. 70, caput) 
as entidades da administração indireta estão sujeitas ao controle externo. Há 
uma decisão antiga do STF que retirava as sociedades de economia mista 
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Apreciar para fins de registro significa que todo ato administrativo 
que tenha como objeto a admissão de pessoal ou a concessão de 
aposentadorias, reformas e pensões somente se completará com o 
respectivo registro pelo TCU. Efetuado o registro, o ato é confirmado; caso 
contrário, o ato é desconstituído. Assim, se o Tribunal considerar ilegal a 
aposentadoria concedida a um servidor, por não preencher os requisitos 
de tempo de serviço, por exemplo, o registro do ato será negado e o 
órgão de origem deverá cessar o pagamento dos proventos. 
O TCU aprecia, para fins de registro, a legalidade dos atos de 
admissão de pessoal, a qualquer título, compreendendo as admissões 
de empregados públicos, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), da mesma forma que os servidores estatutários, regidos pela 
Lei 8.112/1990. Na apreciação da legalidade dos atos de admissão de 
pessoal, o TCU avalia, fundamentalmente, se foi obedecido o princípio do 
concurso público e se não está havendo acumulação ilegal de cargos. 
As nomeações para cargo em comissão e função de confiança 
constituem a única exceção, sendo dispensadas da apreciação pelo TCU 
para fins de registro em vista da precariedade do vínculo com a 
Administração, pois são de livre nomeação e exoneração. Vale ressaltar, 
contudo, que tais nomeações somente não são submetidas a registro, 
mas continuam sujeitas às demais formas de fiscalização do 
Tribunal, como auditorias e inspeções, pois, apesar de serem de livre 
nomeação e exoneração, devem observância aos ditames constitucionais e 
legais. 
Por exemplo: é vedada a nomeação para cargo em comissão de 
parentes até 3º grau da autoridade nomeante (Súmula Vinculante nº 13 
do STF). Além disso, as nomeações para cargo em comissão devem 
observância aos limites da LRF para gastos com pessoal. Assim, o TCU 
pode realizar uma auditoria em determinado órgão e verificar se as 
nomeações para cargos de provimento em comissão estão ou não de 
acordo com essas regras, embora não aprecie tais nomeações para fins de 
registro. 
Quanto às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, 
o dispositivo somente alcança os benefícios que são pagos com recursos 
do Tesouro Nacional aos servidores públicos federais, civis e militares ou 
seus beneficiários. Assim, o TCU não aprecia as aposentadorias dos 
empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia 
mista, integrantes da administração indireta, concedidas à conta do 
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Detalhe interessante é que esse prazo de cinco anos não é aquele 
prazo decadencial previsto na Lei 9.784/99. Trata-se apenas de um prazo 
que o STF considerou razoável para o TCU examinar a legalidade dos atos 
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão sem a 
necessidade de contraditório e ampla defesa prévios. Na falta de um 
prazo constitucional ou legal expresso, o STF arbitrou o período de cinco 
anos (tomando por analogia o prazo previsto na Lei 9.784/99, é verdade). 
Como consequência, o transcurso desse prazo razoável de cinco anos 
não implica decadência da prerrogativa do TCU de efetuar o exame de 
legalidade do ato para fins de registro. Em outras palavras, o registro do 
ato a cargo do TCU pode ser promovido a qualquer tempo, observando, 
porém, a necessidade de possibilitar contraditório e ampla defesa após 
transcorridos cinco anos entre a entrada do ato no TCU e a respectiva 
apreciação para fins de registro. 
O prazo decadencial de cinco anos previsto na Lei 9.784/99, por 
outro lado, aplica-se à anulação de atos sujeitos a registro pela própria 
Administração. Ressalte-se que aqui, de fato, diferentemente da 
situação anterior, é o prazo de decadência previsto na lei. 
Para a Administração, o prazo decadencial tem início a partir da 
publicação do registro no Tribunal de Contas. Antes da decisão do 
Tribunal de Contas, não há que se falar em decadência, pois não há ato 
perfeito, acabado. Assim, caso a Administração queira anular determinada 
aposentadoria concedida ilegalmente, tem até cinco anos para fazê-lo, 
contados após o registro do ato no Tribunal de Contas. 
De forma semelhante, se o Tribunal de Contas já tiver concedido o 
registro e, com base no seu poder de autotutela, pretender rever de 
ofício essa decisão ±

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