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Relação da educação jesuítica e Comenius

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Alunas: Larissa Santos, Nathália Morais e Geovana. UFG Pedagogia-Matutino
O Renascimento emerge como movimento compreendido no período entre os séculos XV e XVI, o qual desencadeou uma retomada dos valores greco-romanos, cuja intenção era desvincular o saber da questão religiosa, incentivando o povo a se preocupar mais com as questões cotidianas em detrimento das questões divinas. O renascimento faz parte de uma ampla gama de transformações culturais, econômicas, socias e religiosas, que caracteriza a transição do feudalismo para o capitalismo. Desse modo, o renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural com a estrutura medieval e é importante ressaltar, que tais mudanças não ocorreram de uma hora pra outra, o processo foi lento. O renascimento então, promove uma nova visão de mundo, provocando assim uma mudança de idéias, que eram típicas na Idade Média, para o campo secular, isto é, para fora da igreja, e voltando assim, a atenção para o mundo e para a realidade humana, e por consequência disso, deixando de lado a religiosidade ligada ao saber. E desta forma, a atenção voltou-se para o 'humanismo'(estudo e glorificação do ser humano). O humanismo foi o veículo por meio do qual os renascentistas tomaram consciência de seu tempo, e por constituir a parte intelectual do renascimento, o humanismo se tornou um de seus mais importantes elementos definidores.
Tudo isso resultou na reformulação dos ideais e dos conteúdos das obras educacionais. Toda ação educativa deveria consistir, essencialmente, em um esforço de se traduzir, no estilo de vida individual e social, a inspiração formativa que se atribuía à literatura antiga, tornando os homens mais perfeitos e mais latinizados. O período do Renascimento influenciou diretamente o campo educacional. Educar torna -se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. A meta da escola agora não se restringe apenas à transmissão de conhecimentos, mas também à formação moral. O Renascimento foi um período contraditório. A classe burguesa, enriquecida, aspirava a uma Educação que permitisse formar o homem de negócios. Por outro lado, as escolas religiosas multiplicavam-se na Europa. No Brasil, acontece então o início da colonização e catequese dos índios, por meio da atividade missionária. Isso acaba facilitando a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a Educação assume papel de agente colonizador. Dentre as consequências já discutidas, ressalta-se que o Renascimento acarretou a Reforma Protestante, que trouxe consigo a idéia de que deveriam existir mais cidadãos cultos, instruídos e bem educados. Para os reformistas era importante que meninos e meninas fossem instruídos desde a infância, sendo que a escola deveria formar homens capazes de governar um Estado. O projeto da nova escola, baseava em educar em três anos, o que nas escolas antigas demoraria uma vida inteira, além disso, esses reformadores acreditavam que as escolas seriam o princípio de tudo, porque acreditavam que todas as pessoas nasciam más e que a qualquer momento poderiam ser influênciadas pela sociedade, para eles a escola ensinaria controlar a sí próprio, acreditavam também que sem a devida instrução ninguém conseguiria governar, o que para eles, todos poderiam ser não apenas governados mas governantes. Esta reforma tecia críticas à igreja medieval e, como consequência desses questionamentos, propunha uma retomada de conceitos anteriores, nos quais era incentivada a consulta direta aos textos bíblicos sem intermédio da igreja, e ao dar iguais condições de leitura e interpretação da Bíblia a todos, a Educação tornou-se importante instrumento para a divulgação da Reforma. O principal nome da Reforma Protestante foi Martinho Lutero, que defendia uma escola com uma Educação universal e pública e criticava veemente os castigos e o verbalismo da Escolástica. A principal consequência da Reforma Protestante foi a transferência da escola para as mãos do Estado, nos países protestantes. A ruptura de Lutero com o Catolicismo é uma clara decorrência da aceitação dos ideais renascentistas, más, a escola pública defendida por Lutero não é laica, mas, sim religiosa e também não perde o seu caráter elitista, uma vez que ele entendia que a Educação pública destinava-se, em primeiro lugar, às classes superiores burguesas e, em segundo lugar, às classes populares, aos quais deveriam ser ensinados apenas os elementos imprescindíveis, entre os quais a doutrina cristã reformada. A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante com a chamada Contra reforma. A contra reforma foi contra a extensão da instrução, de ensinamentos para as classes populares e contra também a inivação cultural. Esta mesma, foi criada pelos conservadores da cultura medieval, que com medo da extinção de seus costumes criaram barreiras para dificultar a prática reformadora. A igreja procurava dificultar a reforma, porque temia que com isso perderia o poder que tinha sob a população que era alienada e desprovidas do saber. Na contra reforma os livros eram proibidos, as escolas também foram reorganizadas a realizar apenas as antigas tradiçoes, o ensino da gramatica foi regulamentado sendo todo ato fiscalizado pelos bispos e que dessa maneira, toda a educação tinha um objetivo que era religioso. Essa ação teve o intuito de combater a proliferação do protestantismo de Lutero, por meio da criação de ordens religiosas, sendo a Companhia de Jesus uma delas. A Companhia de Jesus, para orientar a sua prática no campo educacional, escreveu o manual de estudos Ratio atque Institutio Studiorum. A partir de 1599, esse manual passou a fornecer aos sacerdotes-professores os planos, os programas e os métodos de Educação católica. Quanto a isso, no Brasil, com a morte do Padre Manuel da Nóbrega, os jesuítas passaram a seguir fielmente os preceitos educacionais da Companhia de Jesus, a partir de 1600, embasados na Ratio atque Institutio Studiorum e, desse modo, desenvolveram uma Educação que atuava em duas frentes: a formação de elites dirigentes e a formação catequética das populações indígenas. Em síntese, nesse período houve uma tentativa de desvinculação entre ciência e fé, a dessacralização da consciência, a decadência da Escolástica, o surgimento da Reforma Protestante, que descentralizou o poder da Igreja e modificou o ensino, dando ênfase à missão educativa do Estado e à obrigatoriedade escolar. 
O século XVII marca o surgimento da chamada Pedagogia realista, que estabelece um momento de transição entre a Pedagogia do Renascimento e a Pedagogia Iluminista do século XVIII. Nesse período, surgem contribuições científicas bastante relevantes na história recente da sociedade e da Educação. A Pedagogia realista busca substituir o conhecimento verbalista anterior pelo conhecimento das coisas. Para tanto, procura criar uma nova didática, dando individualidade do educando, advoga o princípio da tolerância, do respeito à personalidade e de fraternidade entre os homens. 
Na Pedagogia realista, de maneira geral, as escolas continuam ministrando um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas . Além disso, começam a aparecer os indícios da escola tradicional, que surgirá a partir do século XIX. O grande nome deste período foi Galileu Galilei, que valorizou a experiência e propôs uma nova ciência, denominada de “ciência moderna”. A partir do seu trabalho, depois enriquecido por Newton, a experimentação une-se à Matemática e a ciência une-se à técnica, até então desvalorizada e relegada ao plano dos trabalhos manuais típicos de escravos e servos. A Pedagogia do século XVII sofreu uma influência das duas correntes filosóficas: a empírica, com Francis Bacon, e a racionalista, com John Locke. O primeiro apregoava que o conhecimento era proveniente da experiência, das percepções sensoriais. O segundo lança as bases do liberalismo econômico, teoria condizente com o pensamento burguês de ampliação dosmercados e que busca minimizar a influência do Estado na economia, entidade esta legitimada, segundo ele, pelas pessoas. Seguindo na mesma direção, mas invertendo os papéis e privilegiando a razão, o racionalista René Descartes, parte da dúvida metódica. O ponto de partida busca uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. Por isso, converte a dúvida em método. Começa duvidando de tudo, das afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, dos testemunhos dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da realidade de seu próprio corpo. O método de Descartes constituirá as bases da nova didática. Nesse período, quando a técnica passou a ser valorizada e o método escolástico perdeu espaço, ganha força a Pedagogia realista, influenciada pelas ideias do Renascimento científico. Com maior interesse no método e realismo na Educação, busca metodologias que a tornem mais agradável (componente humano) e eficaz (componente técnico). Essa Pedagogia privilegia o rigor das ciências naturais em detrimento da tradição literária e estética do Humanismo renascentista. O pedagogo Jan Amos Comenius, foi uma significativa liderança religiosa, foi o criador da pedagogia moderna, produziu extensas obras,onde defende a otimização do ensino e a escola democrática para a vida “ensinar tudo a todos”. O ponto de partida da aprendizagem é sempre o conhecido, indo do simples para o complexo, do concreto para o abstrato. Em seus trabalhos denota especial atenção ao método, à organização do conhecimento, ao emprego racional do tempo de estudo, à noção de programa, ao cuidado com o material didático e à valorização do mestre como guia do processo de aprendizagem. Pregava a ideia de que, o ensino levasse em conta a evolução mental do aluno. Para isso, a escola desenvolve primeiramente a intuição sensível, depois a memória, as ideias abstratas, e, por último, a capacidade de julgar. Sua intenção, era de que o homen fosse educado para a vida eterna, porque ele acreditava que ele era espirito destinado à imortadlidade. Dessa forma, seus aprendizados deveriam ir além de seus desejos e ideais materiais. A doutrina pedagogica de Comenius, provoca a mente a abrangir diversas fontes de conhecimento, e suas obras visam contribuir para a evolução do homem, passando da infância, a seguir pela juventude e depois vá rumo à perfeição espiritual e intelectual. Comenius não é escolástico, nem moderno, mas com base em seus trabalhos há fatores muito fortes, tanto para o misticismo religioso da idade media, como também conteúdos de racionalidade científica, sendo assim considerado homem de dois momentos, do Medievo e da Modernidade. Seus diálogos foram em duas direções, com relação ao saber, critica a escolástica e quanto a segunda direção se trata dos governantes, criticando a primeira por seu método de ensino, por ser elitista e dar prioridade à elite, servindo muito mais para a promoção do que para a formação humana, e em cintradição à escolástica, relata que a educação deve ser acessível a todos. E quanto aos governantes, critica suas presentes ações naquele determinado momento, em que eles menosprezam a educação e junto a isso pede aos mesmos que valorizem mais a educação, pois com ela, Comenius acreditava que seria capaz de resolver problemas da humanidade e portanto deveria ser ultilizada pelo Estado. Nesse contexto histórico, inicia-se então o movimento de Revolução Industrial, motivado e fortalecido pela retomada das questões científicas e o avanço da burguesia associado às ideias liberais. Assim, emerge um novo paradigma educacional, onde será priorizada a razão humana para interpretar e reorganizar o mundo. O Brasil, no século XVII, por se tratar de uma sociedade agrária e escravista, ainda não demonstra interesses pela Educação elementar, o que explica a grande massa de iletrados nessa fase. No campo da Educação, enquanto a Europa estabelecia uma contradição entre o ideal da Pedagogia realista e a Educação conservadora, no Brasil, a atuação da Igreja continuava forte, dominante e duradoura. Assim, conclui-se que nesse período o ensino no Brasil não sofreu muitas alterações. O ensino jesuítico manteve a escola conservadora, alheia à revolução intelectual. Centrada no nível secundário, a Educação visava à formação humanística, privilegiando o estudo do latim, dos clássicos e da religião e interessava apenas a poucos elementos da classe.

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