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Trabalho de Conclusão de Curso Biodiesel Fonte de Energia Alternativa e Renovável

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MAYRA DA SILVA MENEZES LOPES
BIODIESEL: FONTE DE ENERGIA ALTERNATIVA E RENOVÁVEL E SEUS IMPACTOS 
Juiz de Fora 
2011
MAYRA DA SILVA MENEZES LOPES
BIODIESEL: FONTE DE ENERGIA ALTERNATIVA E RENOVÁVEL E SEUS IMPACTOS 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Geografia.
Orientador: Prof. Eustáquio José Ragazzi
Juiz de Fora 
2011 �
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Esdeva – CES/JF
Bibliotecária: Alessandra C. C. Rother de Souza – CRB6-1944
 
FOLHA DE APROVAÇÃO
LOPES, Mayra da Silva Menezes. Biodiesel: Fonte de energia alternativa e renovável e seus impactos. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial à conclusão do curso Graduação em Geografia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, realizada no 2° semestre de 2011.
BANCA EXAMINADORA
												
Prof. Eustáquio José Ragazzi
Orientador
												
Prof. Ms. Flávia Calvano 
Membro convidado 1
												
Prof. Ms. Rosemay Martins Rinco
Membro convidado 2
Examinado(a) em: ____/____/______.
 
Dedico este trabalho com muito amor e carinho principalmente a minha avó Odette, meus pais e a toda minha família e amigos pelo incentivo durante essa etapa em minha vida. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro ao meu Dadinho e a Mamys, que em diversas ocasiões não mediram esforços para que eu pudesse perpetuar e concluir esta jornada. A minha Tia Nilceia, pelas noites que passou ao meu lado, fosse quando perdia o sono ou dando apoio para que trabalhos (e principalmente minha monografia) fossem concluídos. A minha querida Gordinha (Mayara) que apesar de todas as brigas e indiferenças existentes entre irmãs sempre me apoiou incondicionalmente em quase todas as loucuras que me propus a fazer. 
A minha avó Hercília (Tuca Véia), por me aguardar chegar da faculdade diversas vezes com o café pronto e quentinho para longas noites de estudo. A minhas tias e tios, primos e primas por todo e apoio e incentivo durante esta etapa, e em especial a tia Gilza e a Maryangela pelos helps de última hora.
Não menos importante, agradeço imensamente as MENINAS cada risada e cada lágrima derramada. Ao Diogo, por ter tornado tudo isso mais fácil e aos MENINOS VinikuY, Lucas, Renato, Tiago (Popoto), Brayan, Luiz Filipe e Manolo por tentarem sempre me fazer sorrir. 
Agradeço também a um anjo chamado Odette, que durante grande parte dessa caminhada se fez presente em corpo e hoje se faz presente em coração, saudade e espírito, e que tenho certeza que onde estiver continua me guiando, me vendo estudar e batalhar todos os dias. 
Ao meu digníssimo professor/orientador Eustáquio pela sua paciência e persistência em mim e confiança depositada e desculpa por todas as falhas.
Agradeço a Deus por ter me dado paciência, porque se tivesse me dado força. Por fim, serei eternamente grata a todos vocês amigos e familiares em geral por terem sempre acreditado e confiado que eu seria capaz.
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo fazer um breve relato do que teria sido a adaptação do homem ao território e o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas que possibilitaram estabelecer relação com o espaço até os dias atuais, onde este homem deixa o papel de "utilizador" e se torna explorador deste território. Trazendo para um cenário atual, este trabalho mostra que com o domínio das técnicas houve um desenvolvimento no setor energético mundial, transpassando pela exploração de energias em meados do séc. XVIII com a criação da máquina a vapor e a utilização do carvão, até os dias atuais com a exploração do petróleo e a geração dos biocombustíveis. O enfoque principal deste trabalho está no Biodiesel, que é tratada com uma energia renovável, inserido no que se caracteriza por combustíveis de Biomassa. É um biocombustível proveniente de matéria prima natural (grãos e sementes oleaginosas) e para sua obtenção é necessário um processo químico denominado transesterificação. Sua produção é significante uma vez que o país possui um extenso território favorável ao plantio dessas matérias primas. Ainda em processo de aprimoramento, sua produção é vista como saída para a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa, uma vez que produz o que se denomina energia limpa. 
PALAVRAS CHAVE: Técnicas, Energia renovável, Biocombustíveis, Biodiesel, Matéria Prima, Energia Limpa.
ABSTRACT
This study aimed to give a brief account of what had been the adaptation of man to the territory and the development and improvement of techniques that could establish relations with the space until the present day, where this man leaves the role of "user" and becomes explorer of this territory. Bringing a current scenario, the intention of this paper is to show that there was an area of ​​technical development in the energy sector worldwide, pierced by the exploitation of energy by mid century XVIII with the creation of the steam engine and coal use, to the present day with the oil exploration and generation of biofuels. The main focus of this work is on Biodiesel, which is treated with a renewable energy, housed in what is characterized by biomass fuels. It is a biofuel from natural raw materials(grains and oilseeds) and is necessary for the obtaining a chemical process called transesterification. Its production significantly since the country has a vast territory favorable for planting these raw materials. Still in process improvement, production and seen as a solution to reducing the emission of gases causing the greenhouse effect, since it produces what is called clean energy.
KEY WORDS: Techniques, Renewable Energy, Biofuels, Biodiesel, Raw Materials, Clean Energy
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 01 – Petróleo …………………………………………………………………. 29
Ilustração 02 – Gás renovável – Reduc ……………………………………………….. 30
Ilustração 03 – Jazida de Carvão Mineral …………………………………………….. 31
Ilustração 04 – Painel de Energia Solar …………..…………………………….......... 33
Ilustração 05 – Esquema da produção de água quente através 
dos coletores solares………………………………………….………….……………… 33
Ilustração 06 – Energia Eólica ……..…………………………………………………… 34
Ilustração 07 – Energia Eólica ………………………………………………..……….. 35
Ilustração 08 – Central Geotérmica da Ribeira Grande……………………………... 36
Ilustração 09 – Usina Hidrelétrica de Itaipú……………………………………………. 37
Ilustração 10 – Canavial ………………………………………………………………… 38
Ilustração 11 – Cadeia produtiva do Biodiesel ......................................................... 42
Ilustração 12 –O processo químico de transesterificação ........................................ 44
Ilustração 13 – Processo de transesterificação ....................................................... 45
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Viabilidade de implementação de cada oleaginosa
Tabela 02 - Características de alguns vegetais oleaginosos de potencial uso energético
LISTA DE SIGLAS
	IPT
	Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
	PNPB
	Programa Nacional de Produção do Uso do Biodiesel
	PRÓ-ÁLCOOL
	Programa Nacional do Álcool Combustível
	PRÓ-ÓLEO
	Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos
	UFCE
	Universidade Federal do Ceará
	INPIInstituto Nacional de Propriedade Intelectual
	ANP
	Agencia Nacional do Petróleo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13
2 O HOMEM, AS TÉCNICAS E A ENERGIA NO ESPAÇO GEOGRÁFICO
E NO TERRITÓRIO ..................................................................................................14
2.1 A RELAÇÃO DO HOMEM COM AS TÉCNICAS NA TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO.................................................................................................................. 14
2.2 OS RECURSO NATURAIS E A SOCIEDADE.................................................... 18
2.3 A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL – INDÚSTRIAS E A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS .............................................................................................................. 21
3 A ENERGIA NO MUNDO ..................................................................................... 25
3.1 A NECESSIDADE DA UTILIZAÇÃO DA ENERGIA PELO HOMEM ............... 25
3.2 AS FONTES DE ENERGIA (NÃO RENOVÁVEIS E RENOVÁVEIS) ............... 28
3.2.1 Fontes de energia não renováveis .................................................................. 28
3.2.1.1 Petróleo ....................................................................................................... 29
3.2.1.2 Gás Natural................................................................................................... 29
3.2.1.3 Carvão Mineral.............................................................................................. 30
3.2.2 Fontes de energia renováveis .......................................................................... 31
3.2.2.1 Energia Solar ................................................................................................ 32
3.2.2.2 Energia Eólica .............................................................................................. 34
3.2.2.3 Energia Geotérmica ..................................................................................... 35
3.2.2.4 Energia Hídrica ............................................................................................ 36
3.2.2.5 Energia de Biomassa ................................................................................... 37
4 O BIOSIESEL ....................................................................................................... 39
4.1 HISTÓRICO DO BIODIESEL .............................................................................. 39
4.2 BIODIESEL NO BRASIL ................................................................................... 40
4.3 O QUE É O BIODIESEL? .................................................................................. 42
4.4 PROCESSO DE OBTENÇÃO DO BIODIESEL ................................................. 43
4.5 MATÉRIAS PRIMAS .......................................................................................... 45
4.6 IMPACTOS ......................................................................................................... 48
4.6.1 Impactos Positivos ........................................................................................... 48
4.6.2 Impactos Negativos ......................................................................................... 50
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 51
6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 52
 
1 INTRODUÇÃO
Desde que começou a construir uma relação com o território, o homem já dava indícios de que necessitaria cada vez de aprimoramento tecnológico para que pudesse então estabelecer-se numa sociedade. E com isso, o aprimoramento das técnicas, proporcionaria um grande avanço que facilitaria cada vez mais a adaptação do homem ao meio. Entre essas técnicas surgiu a utilização e geração de energia, primeiramente utilizando a força de animais, atravessando revoluções e guerras até chegar aos dias de hoje na geração de energia renovável e não renovável. Entre as atuais fontes de energia a mais utilizada e o petróleo, contudo, a diminuição cada vez mais constante de suas reservas, o elevado custo do barril e a emissão de gases nocivos a atmosfera, tem proporcionado um cenário cada vez mais instável, sugerindo uma possível crise energética mundial, temendo isso, tem sido desenvolvido cada vez mais tecnologias para este setor, sendo sugeridas novas fontes de energia alternativas e renováveis. 
Dentre as fontes geradoras de energia alternativas, há também as energias chamadas alternativas que vem se destacando no mercado consumidor como a energia eólica, a energia solar, e a energia hídrica, havendo também o aprimoramento da energia geotérmica e a que despontou no Brasil, a energia de Biomassa. O biodiesel, que está enquadrado dentro da Biomassa, vem chamando a atenção das autoridades pela sua compatibilidade com o diesel e atualmente a lei n° 11.097, de 23 de Janeiro de 2005, diz que torna-se obrigatório em todo território brasileiro o acréscimo de 5 % de biodiesel ao diesel convencional. 
 O biodiesel é um produto obtido da transesterificação de óleos e gorduras de origem vegetal, animal ou residual que possui características muito semelhantes ao diesel do petróleo. Diante disso, este trabalho tem por objetivo esclarecer de maneira sucinta o que seria esta nova fonte alternativa de energia, e suas matérias primas, uma vez que o Brasil possui um vasto território favorável ao plantio tanto de oleaginosas quanto de grãos. Por sua vez, vem explicando de maneira clara e objetiva o processo pelo qual se dá seu beneficiamento – (o processo de transesterificação), suas principais matérias primas, utilização e distribuição em todo território brasileiro, tendo em vista que o país possui um grande potencial de produção e biocombustíveis em geral devido a suas características geográficas.
2 O HOMEM, AS TÉCNICAS E A ENERGIA NO ESPAÇO GEOGRÁFICO E NO TERRITÓRIO
	Neste primeiro capítulo serão apresentadas algumas considerações sobre os utensílios, as técnicas e a energia que o homem desenvolveu e os recursos que ele explorou, desde os primórdios de sua existência (mais rudimentares) até os tempos mais recentes (domínio das máquinas – industrialização e comercialização), objetivando compreender historicamente a sua contribuição na relação do homem com a natureza, ou seja, na relação transformadora do espaço natural em espaço humanizado – espaço geográfico – e em território. Segundo Gerrhim(2009)
É essencial compreendemos também que espaço e território não são termos equivalentes, enquanto o espaço preexiste a qualquer ação, o território é uma entidade histórica, que expressa o controle social do espaço por uma dominação política institucionalizada (RAFFESTIN, 1993, p. 144; GODELIER, 1984, p. 112 apud HAESBAERT, 2002, p. 20; SANTOS, 2002, p. 62), ou seja, são resultados de múltiplos fatores concomitantes às relações políticas, econômicos, sociais etc. 
	O espaço geográfico e o território são as bases que fundamentam e contextualizam o tema energia (combustíveis), em especial, o Biodiesel. 
2.1 A RELAÇÃO DO HOMEM COM AS TÉCNICAS NA TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO
A compreensão de alguns fatos do passado da história do homem, torna-se de fundamental importância para entendermos um pouco mais como ele através da criação, utilização e desenvolvimento de utensílios e técnicas foi capaz de modificar significativamente, por meio do seu trabalho, o meio ambiente (natural) em um espaço humanizado, ou seja, em um espaço geográfico.
Inicialmente, para sobreviver às condições mais hostis impostas pela natureza, foi preciso (ainda que de maneira rudimentar) aprimorar habilidades, construir utensílios (armas, ferramentas e instrumentos) e desenvolver técnicas (de defesa,de caça, de plantio e de criação de animais) que reduzissem sua vulnerabilidade perante a natureza. Sempre buscando meios que aumentassem sua força muscular ou que prolongasse seus braços. 
De acordo com Edward Burns (1979), a história se divide em dois períodos – idade da pedra que caracteriza o período em que antecede a escrita (fase pré-literária) e a idade dos metais – que foi baseada em registros. (BURNS, 1979)
A idade pré-literária cobre pelo menos 95 por cento da existência humana e não termina senão nas proximidades do ano 3000 a.C. A idade dos metais é praticamente sinônima da história das nações civilizadas. A idade da pedra subdivide-se em paleolítico (antiga idade da pedra) e neolítico (nova idade da pedra). (Burns,1979,p.7).
	Influenciado pelos fenômenos da natureza o Homem veio buscando cada vez mais o uso da técnica para tornar sua vida mais fácil e hoje mais confortável, pois se antes buscava meios para sobreviver (necessidades básicas de alimentação, deslocamento, abrigo e proteção), passam agora a buscar meios que garantem o aumento de sua riqueza (necessidades de consumo, status e poder). 
Parece certo, por isso, contarem as comunidades do paleolítico superior com artistas profissionais e artífices especializados. Para chegarem a adquirir talentos tais, certos membros da comunidade devem ter passado por longos períodos de adestramento e dedicado todo o seu tempo à prática das suas especialidades. Conseguintemente, deviam ser sustentados pelo resto do grupo. Teria assim surgido uma aristocracia, cujos membros mais altamente colocados gozariam de bastante prestígio para se tornarem dirigentes com autoridade limitada. (Burns,1979,p.12).
	
Dessa forma, utensílios foram surgindo, bem como, técnicas para produzí-los e utilizá-los, e através dos tempos pela experiência dos mais velhos, foram sendo aperfeiçoados, gerando diferentes sistemas de técnicas que ampliaram a capacidade de trabalho do homem, contribuindo assim, na diversificação das atividades desenvolvidas por estes (divisão social do trabalho). Estas experiências foram passadas de geração para geração em cada uma destas atividades, impregnando a cultura dos povos envolvidos. Utensílios e técnicas constituíram a cultura dos alimentos, vestimentas, reações do tempo e das plantas, entre outras. De acordo com Milton Santos:
De um ponto de vista propriamente geográfico, a questão se coloca de forma diferente. Devemos partir do fato de que esses diferentes sistemas técnicos formam uma situação e sendo uma existência num dado lugar, para tratar de entender como a partir desse substrato, as ações humanas se realizam. A forma como se combinam sistemas técnicos de diferentes idades vai ter uma consequência sobre as formas de vida possíveis naquela área. (Santos, 1997, p.35).
	Neste contexto, aspectos como o visível, perceptível e sensível (sentidos) se tornavam cada vez mais apurados à medida que o tempo ia passado e o homem interagia com seu meio ambiente. Experiências estas que se manifestavam no seu cotidiano, onde suas descobertas e redescobertas se tornavam cada vez mais constantes uma vez que ao fixar-se no território, criava-se o vínculo com a terra, proporcionando a ordem natural do desenvolvimento do Homem, e este servindo como agente modificador do meio em que fincou território. (SANTOS, 1997)
	O território é aqui considerado como o espaço natural (terra) que foi racionalmente apropriado, transformado e organizado (politicamente) pelo homem (sociedade), através do seu trabalho, segundo especificidades de sua cultura (objetos, ações, desejos, ideologias, crenças, costumes etc.). 
Referimo-nos ao que podemos chamar de sistemas da Natureza sucessivos, onde esta é continente e conteúdo do Homem, incluindo os objetos, as ações, as crenças, os desejos, a realidade esmagadora e as perspectivas. Com a presença do Homem sobre a terra, a Natureza está, sempre, sendo redescoberta, desde o fim de sua Historia Natural e a criação da natureza social, ao desencantamento do mundo, com a passagem de uma ordem vital a uma ordem racional. Mas agora, quando o natural cede lugar ao artefato e a racionalidade triunfante se revela através da natureza instrumentalizada, esta, portanto domesticada, nos é apresentada como sobrenatural. (Santos, 1997, p.15-16) 
A cultura em todo este processo teve papel primordial formadora de valores, hábitos, costumes que se difundiram pelo território. Tais elementos proporcionaram uma grande revolução social e econômica que favoreceram o desenvolvimento de instituições.
Os fatores que originaram essa admirável difusão não podem ser determinados com precisão cientifica. Tem-se por certo que o homem neolítico inventou os primeiros arcos e jangadas, sem os quais nunca poderia ter transposto os confins da Ásia, da África e da Europa. Mas o motivo que o levou a penetrar em selvas ardentes, redutos das montanhas e regiões áridas e desoladas como o labrador e a patagônia permanece um mistério insolúvel. Não podemos senão conjecturar que o incremento da população tenha imposto a procura constante de novas áreas de caça e talvez de terras de pastagem ou cultivo. Os indivíduos mais jovens e mais aventureiros deviam andar continuamente em busca de novas regiões, na esperança de melhorarem sua condição econômica. (Burns, 1979, p.17).
Ao logo de sua história, o Homem não teria sentido se não tivesse elaborado meios eficazes de se alimentar, se proteger da natureza e se deslocar no espaço. Entretanto, o homem foi capaz através do uso da técnica de domesticar os animais e muitas vezes até a própria natureza com o uso maciço da técnica. Dessa forma, a relação homem-natureza foi para sempre alterada mudando também sua forma de pensar de se relacionar com a natureza e com a própria sociedade na qual habitava. Dentro de suas análises, Milton Santos defini que:
O homem se torna fator geológico, geomorfológico, climático e a grande mudança vem do fato de os cataclismos naturais são um incidente, um momento, hoje a ação antrópica tem efeitos continuados, e acumulativos, graças ao modelo da vida adotado pela humanidade. Daí vêm os graves problemas de relacionamento entre a atual civilização material e a natureza. Assim, o problema do espaço ganha, nos dias de hoje, uma que ele não havia obtido jamais antes. (Santos, 1997, p.17).
Desse modo, a relação de subordinação e dominação fica mais evidente no cotidiano enquanto relação social. O poder passa agora a ser tratado como algo de extrema importância para a dominação do território e de outros semelhantes. Fica evidente que agora este homem se torna um ser dotado de racionalidades que abre para si um mundo de possibilidades. Ainda de acordo como Santos:
A história do homem sobre a terra é a história de uma rotura progressiva entre o homem e o seu entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre individuo e inicia a mecanização do planeta, armando-se de novos instrumentos para tentar dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na historia humana da natureza. Hoje, com a tecnociência alcançamos o estágio supremo dessa evolução. (Santos,1997,p17).
O homem torna-se um agente modificador do espaço em que habita, à medida que se desenvolve e aprimoram-se técnicas de sobrevivência, fixando-se no território, cria um vínculo com a terra em questão – Topofilia – fazendo dela seu lar. 
As categorias fundamentais do conhecimento geográfico são, entre outras, espaço, lugar, área, região, território, habitat, paisagem e população, que definem o objeto da geografia em seu relacionamento. (. . .) De todas, a mais geral - e que inclui as outras é o espaço". (Santos, 1988 apud A. C. da Silva,1986, pp. 28-29 ) 
	Assim, o que o homem criou ao longo de sua história, como os utensílios e as técnicas para auxiliá-lo na satisfação de suas necessidades de vida, serviu para ampliar a sua força de trabalho e através desta, modificar o espaço natural em um espaço humanizado, impregnadode marcas e de características deixadas (produzidas) por esta força, ou seja, a ação significativamente transformadora do homem sobre o meio, transformando-o em Espaço Geográfico. Este espaço geográfico criado pelo trabalho humano e organizado ao longo dos tempos de forma racionalizada (controle social do espaço por uma dominação política institucionalizada) com peculiaridades de determinadas sociedades, caracterizou o que se considera território. Assim, o espaço antecede o território. “[...] o território se apóia no espaço, mas não é o espaço.” (RAFFESTIN, 1993, p. 144).
2.2 OS RECURSOS (NATURAIS) E A SOCIEDADE
Durante muito tempo o homem teve que buscar recursos para sua sobrevivência, entretanto, essa necessidade fez com que seu desenvolvimento intelectual se aprimorasse cada vez mais, passando de ser caçador/coletor e estabelecendo vínculos com a terra plantando e colhendo, desenvolvendo armamentos ainda que rústicos, estabelecendo relações entre sociedade e suas hierarquias, a própria domesticação de animais, até a criação de uma moeda de troca. Entre outros fatores, que contribuíram para que estes recursos se tornassem de vital importância para o desenvolvimento de formas de pensar e de agir, que acabariam levando ao homem as condições para expansão de seus domínios por vários territórios.
Em muitos aspectos, a renascença e a reforma tiveram íntima relação entre si. Ambas foram produtos dessa poderosa corrente de individualismo que, nos XIV e XV, tantos danos causou à ordem estabelecida. Ambas tinham causas econômicas comuns no desenvolvimento do capitalismo e no aparecimento de uma sociedade burguesa. (Burns, 1987, p.45).
Ao passar dos tempos e com o desenvolvimento desta nova forma de sociedade, dar-se início a uma forma de capitalismo, uma vez que a produção torna-se excedente; o que é produzido em larga escala acabaria virando moeda de troca e esta sociedade passa a atuar de forma cada vez mais complexa sobre a ação do capitalismo. Este por si só começa a ditar as regras entre as relações sociais, entre os indivíduos, o comércio e o lucro. Gradativamente o comércio se expande a nível mundial proporcionando um acúmulo do capital que futuramente iria ser investido no desenvolvimento de teorias capitalistas e conhecimento, onde o crescimento das reservas de metais preciosos seria a principal característica desde novo processo, que foi decisivo para o desenvolvimento do sistema capitalista mundial. 
Os homens possuíam, agora, a riqueza sob uma forma convenientemente armazenada para uso subsequente, e é desnecessário lembrar que a acumulação de riqueza para investimento futuro constitui um característico essencial do capitalismo. Além disso, como o ouro e a prata vieram a ser empregados principalmente como símbolos de utilidades e não como utilidades em si mesmas, o ideal medieval do comércio como troca equivalente perdeu a razão de ser e foi substituído pela concepção moderna do negocio com mira no lucro. (Burns, 1987, p49). 
Todo aquele desenvolvimento elaborado como perspectiva de conquistas de outros territórios, contribuiu com o conhecimento do que até então era desconhecido ainda que na tentativa de conquistas de outros territórios. Embora voltados para exploração de recursos para custear seu desenvolvimento direta ou indiretamente explorava-se também de sua população. Desta forma notória, o conhecimento se torna trunfo a ser exercido por aqueles que desejam aumento de suas riquezas e conquista de novas terras.
Até fizemos da imagem um “objeto” em si e adquirimos, com o tempo, o habito de agir mais sobre as imagens, simulação dos objetos, do que sobre os objetos. A partir daí, devemos nos admirar se os manipulamos, se os temos manipularemos cada vez mais? Poderíamos imaginar o estudo dos sistemas de representação em ligação com as classes que detinham o poder através da Historia. (Raffestin, 1993, p145).
Esta expansão territorial gerou um lucrativo desenvolvimento comercial, aumentando a riqueza de muitos países europeus, levando a uma modificação da sociedade podendo ser analisado do ponto de vista econômico e religioso. (BURNS, 1987)
Durante os cinco ou seis séculos que se seguiram, a cristandade latina despiu-se dos velhos agasalhos hibernais do arrependimento e da vida extraterrena e vestiu o traje mais leve do homem que disposto a viver neste mundo e a modelar o ambiente em proveito próprio. As causas dessa mudança de atitude foram muitas e variadas. [...].Mais tarde, o surgimento do comércio nos séculos XI [...]e XII e o crescimento das cidades trouxeram um surto de prosperidade que estimulou enormemente o progresso da cultura. Os resultados dessas numerosas causas refletiram-se numa brilhante civilização intelectual e artística que alcançou o zênite do seu desenvolvimento no século XIII. (Burns, 1987, p31).
Dessa forma, a cartografia aliada aos conhecimentos geográficos foi fundamental para a realização destes fatos. A dominação de outros territórios deu lugar e a exploração de seus recursos. Tal fato levaria a Europa à berço da civilização moderna com a primeira e segunda revolução industrial. (RAFFESTIN, 1993).
A cartografia moderna apareceu na renascença. Segui portanto de perto o nascimento do Estado moderno. Muito rápido, se tornou um instrumento de poder e do “poder”. Essa cartografia privilegiou uma sintaxe euclidiana que certamente não deixou de contribuir para modelar os comportamentos do poder. Essa sintaxe é muito eficaz, pois só mobiliza três elementos fundamentais: a superfície, ou o plano, a linha, ou reta, e o ponto ou momento do plano. É da combinação desses elementos que resultam as imagens ou as representações do espaço. (Raffestin,1993,p145).
A sociedade esteve sempre em busca de recursos que possam ser utilizados para a comercialização e geração do lucro dos países que dominavam a técnica de exploração dos recursos, criando formas de utilização dos mesmos, gerando assim outras alternativas para a exploração destes recursos como fonte de energia. 
A base técnica da sociedade e do espaço constitui, hoje, um dado fundamental da explicação histórica, já que a técnica invadiu todos os aspectos da vida humana, em todos os lugares. Diacrônica e sincrônica são, ambas, possíveis de explicarão em termos de técnica, ainda que nada se possa entender sem que se conheçam e avaliem as respectivas formas de organização. (Santos, 1997, p 67). 
A dinâmica crescente dos fenômenos globais pela busca constante por novas formas de recursos (poder) levou-nos a crer que não há muitas possibilidades de fontes de recursos renováveis. (SANTOS, 1997). 
Para que este tipo de exploração torna-se cada vez maior, investiu-se pesado no desenvolvimento de tecnologia. Entretanto, seu uso desenfreado no intuito de aumentar cada vez mais a produção e o acúmulo de capital. Em consequência deste ato de exploração e desenvolvimento desenfreado, quem sofreria, à longo prazo os impactos desta incessante “busca” seria o meio ambiente, pois toda matéria prima explorada era proveniente deste meio que o próprio homem castigava, ainda que na melhor das intenções, mas sem pensar num futuro não tão longínquo.
O espaço geográfico agora mundializado redefine-se pela combinação desses signos. Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das atividades, por novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas grandes migrações, pela terceirização e pela urbanização extremamente hierárquica. (Santos, 1997, p 124). 
A manifestação da ação humana nos diversos lugares através da técnica fez com que a modernização se difundisse de forma desigual por muitos territórios, gerando uma pobreza entre os lugares e entre as pessoas que são excluídas desse processo e todo seu contexto. A divisão do trabalho cada vez mais se configura em um modelo que interfere na dinâmica social ditando e impondo normas segundo seus próprios interesses ou do capital.2.3 A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL – INDÚSTRIAS E A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS.
O crescimento populacional exigiu do homem novas formas de organização no espaço e em torno do comércio, gerando um desenvolvimento de atividades urbanas. Tal fato tornou-se possível com o crescimento da circulação de pessoas, capital e de mercadoria. Assim, como o sistema capitalista buscava continuamente o lucro foi necessário o desenvolvimento de uma intensa apropriação dos recursos. Os avanços tecnológicos exigiam constantemente novos recursos para a produção de mercadorias (energia e matérias primas). 
As funções econômicas se tornaram especifica para cada lugar, definindo funções de dominação ou de subordinação. (RAFFESTIN, 1993)
Bastaria dizer que os recursos não renováveis são trunfos particularmente importantes e é fácil compreender por que as relações de poder das quais são objeto são tão tensas. As grandes nações industriais que se construíram desde século XIX consumiram, desperdiçaram mesmo, recursos não renováveis num ritmo acelerado, pois se tratava de atingir o nível máximo. Não faz muito tempo e ainda hoje, na corrida ao PNB mais alto, media-se o crescimento pelo consumo de energia, de ferro, de aço etc. por habitante. Há mais ou menos uma década, os países produtores de recursos não renováveis começaram a reagir frente ao desperdício, mas também para fazer durar aquilo que era parte de sua riqueza jogando com os preços.( Raffestin, 1993, p.233). 
Os países que detinham a tecnologia surgiam agora como grandes potencias globais com o controle da técnica, força militar, influência sobre elites locais, culturais e econômicas. A divisão territorial do trabalho aparece com clareza na Revolução Industrial sempre a procura de mercados consumidores e produtores.
Durante seu auge a Revolução Industrial viu seus interesses abalados por disputas entre as potências mundiais que queriam assumir o comando deste processo. O conflito acabou tomando grandes proporções que levaram as duas grandes guerras mundiais. Tendo os países industrializados seu espaço geográfico afetado, seja alterando suas fronteiras ou sofrendo com impactos na agricultura. (SANTOS, 1997)
A partir desse quadro, o espaço se redefine como um conjunto indissociável no qual os sistemas de objetos são cada vez mais artificiais e os sistemas de ações são, cada vez mais tendentes afins estranhos ao lugar. Em outras palavras, de um ponto de vista do lugar e seus habitantes, a remodelação espacial se constrói a partir de uma vontade distante e estranha, mas que se impõe à consciência dos que vão praticar essa vontade.( Santos,1997, p100). 
Podemos considerar o início da segunda Revolução Industrial no final do século XIX. Se a primeira utilizou como recurso fartas jazidas de ferro, carvão mineral. Na Inglaterra como combustível para as máquinas a vapor, a segunda utilizou como principal fonte de energia o petróleo e o aço. Possibilitando o surgimento de grandes indústrias de base, como metalúrgicas, petroquímicas e mecânicas Este fato projetou a Europa como a grande pioneira do desenvolvimento imperialista sempre em busca de fontes de matérias primas. (RAFFESTIN, 1993)
Os dois recursos, solo e água, [...] são objetos de relações de poder e estão no centro de estratégias múltiplas, estão integrados em técnicas que evoluem constantemente. As técnicas de utilização do solo e da água não param de ser aperfeiçoadas, para obter plantas e animais alimentares ou não. Porém, essas técnicas são consumidoras, num nível cada vez mais elevado, de recursos não renováveis e, em particular, de energia. (Raffestin,1993, p232).
Atualmente, a forma de trabalho e as relações sociais continuam se alterando em função do capital juntamente com a forma de utilização do espaço. Os avanços tecnológicos em constante evolução passam agora para a robotização do processo produtivo deixando milhares de pessoas sem empregos aumentando as disparidades sociais, generalizando fome, pobreza e a miséria. (SANTOS, 1997).
Mas nenhum objeto é depositário do seu destino final e não há razão para um desespero definitivo. Num mundo assim feito, não cabe a revolta contra as coisas, mas a vontade de entendê-las, para poder transformá-las. No século em que a revolução Industrial se afirmou, essa revolta se dava como luta contra as invenções, vontade de destruir as máquinas, como no ludismo. Hoje, sabemos que tal revolta tem de se dar contra as relações sociais inegualitárias, que esses objetos permitem. O que se impõe é conhecer bem a anatomia desses objetos e daquilo que eles, juntos representam, - o espaço. (Santos, 1997, p109). 
O homem desde sua origem utilizou sua força de trabalho seja física ou intelectual para se projetar melhor no espaço. Entretanto, cada vez mais perde este espaço para máquinas e robores sofisticados. Mudanças constantes na forma de produzir e de consumir vem tirando o trabalho braçal da fábrica. As máquinas realizam todas as tarefas quase por completo através de programas e sensores inteligentes. A chamada inteligência artificial, biotecnologia, entre outras prometem ainda grandes inovações tecnológicas suas transformações. (SANTOS, 1997)
Tudo isso é mais fácil, pois num mundo que inventa cada dia uma novidade, tornamo-nos todos cada dia ignorantes do que são as coisas novas, do que elas trazem como impulso na produção e na tecnologia. Essa criação cotidiana do homem ignorante é que impõe o discurso, impondo essa nova categoria de analise indispensável ao entendimento de que as coisas e os homens são. (Santos, 1997, p103).
Os avanços tecnológicos além de geradores de riqueza ou pobreza. Geram também desde sua produção até o seu consumo enormes impactos ambientais. Sejam eles no solo ou na água as consequências são problemas ambientais, difíceis de serem administrados pelo homem e irreversíveis a saúde da população de modo geral. Sabemos que o petróleo, gás natural, carvão e hidreletricidade são utilizados em grande escala como fontes de energia não renováveis e seus danos ao meio ambiente se tornam cada vez mais graves. Entretanto, alguns cientistas têm desenvolvido estudos em que fontes de energia renováveis são possível de serem utilizadas com sucesso nos meios de produção. Essas fontes como o biogás podem vir a gerar uma grande evolução do processo de desenvolvimento de transformação de fontes de energia renováveis. 
 
3 A ENERGIA NO MUNDO
	Este capítulo irá retratar a utilização da energia pelo homem durante a primeira e segunda Revoluções Industriais e as fontes de energia utilizadas durante este período histórico, dando enfoque principal nos séculos XVIII, XIX e XX.
3.1. A NECESSIDADE DA UTILIZAÇÃO DA ENERGIA PELO HOMEM
	Desde que o homem passou a se fixar num dado território criando um vínculo com a terra, passou a criar também uma dependência, pois deixa de ser caçador e coletor para começar o que se caracterizaria o início de uma sociedade, onde são atribuídas a cada membro suas funções. Ao passar das eras, quando essa sociedade torna-se cada mais funcional, a necessidade de obter o alimento torna-se cada vez mais de suma importância, levando o "homem" a deixar de ser coletor, passando a utilizar de técnicas de plantio e se fixando cada mais próximo de cursos d'água. Desde então, as técnicas foram se tornando cada vez mais aprimoradas, utilizando a força de animais e métodos para que diminuísse a força feita pelo homem (como o moinho de vento, posterior os moinhos hidráulicos).
Nas Revoluções Industriais dos séculos XVIII e XIX ocorreram a ampliação da substituição da energia humana e animal pela inanimada, com eficiência multiplicada; a aceleração da troca da capacidade humana por instrumentos mecânicos; e a descoberta e/ou melhoria de métodos de obtenção e elaboração de matérias primas.
No século XVIII, a pioneira na criação de maquinário voltado para a indústria têxtil, no intuito de aumentar a quantidade de matéria prima e a qualidade foià Inglaterra, que teve como principal incentivo de produção a mercantilização e o aumento da urbanização do país. Contudo, essas fábricas continuavam dependentes de quedas d'água para geração de sua energia. (Mantoux, 1928 apud Dathein, 2003). 
Juntamente com o despontar da indústria têxtil, a indústria do ferro veio se destacando em inovações; usava-se o carvão feito de madeira, entretanto, o uso desenfreado desta fonte caracterizava uma tendência a extinção das matas, então, este foi substituído pelo coque, que possibilitou um avanço importante pois melhorou a qualidade do ferro utilizado devido aos processos de descarbonização e laminação do coque em âmbitos consideravelmente favoráveis ao desenvolvimento da grande indústria férrea na Inglaterra (Hobsbawm, 1994).
Com o desenvolvimento desta nova indústria do ferro, foram também desenvolvidos maquinários para a produção de vagões e trilhos para o transporte de carvão e minérios. Foi necessária também uma maior precisão nas máquinas, que passaram a ser usadas para fabricar outras máquinas. O desenvolvimento da engenharia também proporcionou a construção de pontes de metal, sendo a primeira ponte, construída em 1779, e de barcos de ferro, sendo o primeiro construído em 1787, na Inglaterra. Em 1788 o metal foi utilizado na fabricação de condutores de água. (Dathein, 2003).
As transformações na indústria metalúrgica somadas a intensa urbanização foram os fatores que, estimularam fortemente o crescimento do setor de bens de capital. A força motriz da água não era mais suficiente, fazendo com que a máquina a vapor fosse utilizada para bombear a água das minas e levando-o para reservatórios, onde esta seria utilizada na geração de energia hidráulica por quedas d'águas artificiais. 
	Em meados do século XVIII, as principais formas de energia eram aquelas cuja disponibilidade na natureza era de fácil acesso: o vento e a água utilizados para produzir energia mecânica e a queima de madeira para a geração de calor. Com o acontecimento da Primeira Revolução Industrial, a invenção da máquina à vapor e do tear mecânico para a produção têxtil, o carvão mineral passou à principal fonte de energia dominante no processo fabril. A partir de 1785 a fábrica têxtil usou plenamente a energia a vapor, tendo antes ocorrido o uso do vapor como força auxiliar da máquina hidráulica. Dessa forma, as fábricas podiam finalmente sair dos vales às margens dos rios e aproximar-se dos mercados. A força do vapor passou a ser utilizada nas minas, nas tecelagens, na metalurgia e nos transportes, por exemplo. (Mantoux, 1928 apud Dathein,2003)
A máquina a vapor exigia como fonte de energia o carvão, sendo que, ao mesmo tempo, possibilitou o aumento de produção e produtividade nas minas e no transporte. O carvão foi utilizado para gerar calor, luz e potência para o transporte e para a indústria, principalmente.
	Já em meados do século XIX, houve uma Segunda Revolução Industrial. Enquanto a Primeira baseou-se na energia a vapor do carvão e no ferro, a Segunda baseou-se na eletricidade e no aço, ocorrendo importantes desenvolvimentos na química, nas comunicações e a introdução do petróleo, foram utilizados também o tungstênio, o manganês, o cromo e o níquel, só que não nas mesmas proporções. 	Dentre as características que diferenciam a Primeira Revolução Industrial da Segunda Revolução Industrial , as que mais se destacam é a organização e automatização e o desenvolvimento de pesquisas ligadas a indústria química e elétrica. Por fim, houve um grande aumento de escala das empresas, via processos de concentração e centralização de capital, gerando uma economia diversificada. (Hobsbawm, 1994). 
A criação da energia elétrica possibilitou o dinamismo dos centros ingleses, intensificou o desenvolvimento de indústrias e das comunicações, favoreceu a circulação e o aumento do capital. Uma vez que não havia muita perda de energia durante sua transmissão pois permitia que os motores fossem projetados juntamente com as peças geradoras da energia, facilitando o desenvolvimento de indústrias e diminuindo o custo de produção devido a pouca perda de energia. Cabe ressaltar também a possibilidade da transformação desta energia em luz, calor e som. 
Dentro do século XIX, após a utilização da energia elétrica e seus aprimoramentos, foi sendo introduzido, dentro do mercado de capital, a utilização do petróleo. Para sua utilização, havia a necessidade de refino por ter um grau de viscosidade muito acentuado, sendo desenvolvida pelo químico escocês James Young em 1850. (Cipolla, 1974 apud Dathein,2003).
O custo do carvão ainda que mais barato que o petróleo não, intimidou a ascendência desta nova fonte de energia, pelo fato desta alternativa produzir quase duas vezes mais energia que o próprio carvão, e ter se tornado relativamente barata com o uso de novas técnicas de refino. (Landes, 1969 apud Dathein,2003)
Estas fontes de energia, novos materiais e novos processos tecnológicos formaram a base técnica que, juntamente com as mudanças nos processos de trabalho e com o surgimento da grande empresa oligopolista, moldaram a indústria e a civilização do século XX. 
No século XX, o petróleo tornou-se a fonte mais significativa de energia. É uma fonte existente em diversos locais do mundo, porém com uma maior concentração no Oriente Médio, região dominada pelos países industrializados até à Segunda Guerra Mundial. Os acessíveis preços do petróleo bruto levaram muitos países a investir neste produto. O gás natural, outro hidrocarboneto, tem uma distribuição mais alta do que a do petróleo e, hoje em dia, é considerado uma fonte de energia pouco dispendiosa. A tendência de consumo deste produto está a aumentar, apesar de se apostar em energias alternativas como o reaproveitamento do carvão e a energia nuclear, para além da eólica, solar, geotérmica ou da biomassa. Esses tipos de energias tanto não renováveis e renováveis serão apresentadas no próximo tópico. 
3.2 AS FONTES DE ENERGIA (NÃO RENOVÁVEIS E RENOVÁVEIS)
3.2.1 Fontes de energia não renováveis
	As fontes não renováveis são aquelas que são encontradas diretamente na natureza cuja reserva, embora de certa forma inestimável, são esgotáveis devido seu processo de formação ser muito lento comparado ao tempo de utilização do consumo humano. São considerados energia não renovável aqueles que são provenientes de combustíveis fosseis como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, sendo consideradas também energias de grande impacto ambiental uma vez que seu beneficiamento provoca danos para o meio ambiente em geral. A seguir, as fontes de energia, não renováveis, serão um pouco mais detalhadas.
Petróleo
	É um óleo mineral de origem fóssil, formado a partir da decomposição de materiais orgânicos nas rochas sedimentares, possui uma alta viscosidade, cor escura e cheiro forte. (Petrobrás) 
	Constituído de compostos orgânicos em principal hidrocarbonetos . Basicamente utilizado em transportes, é uma das maiores fontes de poluição atmosférica e motivo de disputas econômicas. Por ser um combustível com uma produção muito lenta, estima-se que as reservas se esgotem aproximadamente em 40 anos. (Fontes não renováveis e renováveis)
	Ilustração 01: Petróleo
	Disponível em: http://aldoadv.wordpress.com/2007/05/06/o-lado-negro-do-verde/
	Acesso em: 28 de Novembro de 2011
Gás Natural 
	 O gás natural, assim como o petróleo, forma-se a partir da decomposição de sedimentos de animais e plantas em jazidas subterrânea, processo esse que leva milhões de anos. Atualmente é utilizado como gás natural veicular, por ser uma matéria prima abundante e de preço acessível e em larga escala industrial. (Fontes não renováveis e renováveis)�
		Ilustração 02 – Gás renovável - Reduc
		Disponível em :http://www.iesa.com.br/informativo/022006/
	Acesso em: 28 de Novembro de 2011
 Carvão Mineral 
	É um combustível fóssil de origem orgânica, constituído basicamente de carbono. Foi uma das primeiras fontes deenergia a ser utilizada para a produção de energia elétrica em larga escala. De todos os combustíveis fosseis, é o que estima-se ter mais tempo de utilização devido ao maior número de jazidas (aproximadamente 200 anos). Tem como principal problema em sua utilização, seu processo de obtenção, pois a produção de energia proveniente desta fonte é feita a partir da sua queima, o que libera toxinas poluentes diretamente na atmosfera. (Fontes não renováveis e renováveis)
		 Ilustração 03 – Jazida de Carvão Mineral 
	 Disponível em: : http://www.brasilescola.com/geografia/carvao-mineral-combustivel.htm
		 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
3.2.2 Fontes de energia renováveis 
	Entre as alternativas de energias, é correto denominá-las como alternativas ao invés de renováveis, entre as formas de energia está a energia solar, a energia eólica, a biomassa (retratada neste trabalho na forma do biodiesel), a energia geotérmica, a energia hídrica e a energia dos oceanos. Entre as vantagens da utilização das energias renováveis pode-se dizer que são pouco ou nada poluentes, são descentralizadas, estando assim mais próximo dos consumidores, estando disponíveis em todos os países, ainda que com recursos e potenciais distintos. A utilização das energias renováveis conduz também a uma redução dos custos energéticos, pois a utilização da maioria dos recursos renováveis é gratuita (sol, vento, geotermia, hídrica, oceanos) ou mais barata (biomassa).
	Como barreiras à sua utilização mais generalizada, a mais importante diz respeito ao seu elevado custo inicial: as energias renováveis necessitam de equipamentos que são geralmente mais caros no momento da sua aquisição, representando assim uma dificuldade para as pessoas interessadas na sua utilização.
	Não podemos esquecer que as tecnologias associadas aos combustíveis fósseis tiveram muitos anos de grande desenvolvimento e de utilização generalizada. Por outro lado, algumas tecnologias que utilizam energias renováveis ainda são pouco conhecidas ou testadas, provocando algumas inseguranças pessoas ou empresas que poderiam estar interessadas na sua utilização. Dentre esses tipos de energia estão: 
 3.2.2.1 Energia Solar 
A energia solar é gerada a partir do aproveitamento da radiação emitida pelo Sol e que chega à Terra. A energia total que atinge determinada área da superfície da terra é composta pela radiação direta (luz solar direta) e pela radiação solar difusa (energia refletida pelo meio envolvente e pela atmosfera). Isto significa que mesmo num dia de Sol encoberto, temos disponível cerca de metade da radiação solar que se verifica num dia sol intenso. (Energia Solar) �
A energia solar pode ser utilizada diretamente para aquecimento – energia solar térmica – ou para a produção direta de eletricidade – energia solar fotovoltaica. Os sistemas fotovoltaicos captam a radiação solar, e a convertem em diretamente em energia elétrica. Esta conversão é efetuada por materiais chamados semicondutores, sendo o de uso mais generalizado o silício. A partir do silício são produzidas células fotovoltaicas que depois são reunidas em painéis fotovoltaicos. Os painéis fotovoltaicos, tal como os coletores solares térmicos, também devem ser montados em locais isentos de sombras, orientados a Sul (no hemisfério norte) e Norte (no hemisfério Sul) e, de preferência com uma ligeira inclinação relativamente ao plano horizontal.
 lustração 04: Painel de energia solar 
 Disponível em: http://werennajessica305.blogspot.com/
			 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
Por sua vez, a energia solar térmica divide-se frequentemente em dois grupos: os sistemas ativos e os sistemas passivos. 
Os sistemas ativos convertem a energia solar em calor utilizando dispositivos chamados coletores solares. Nestes coletores circula um fluido (geralmente a água, mas também pode ser o ar ou outro), que é aquecido e irá transportar o calor até ao local de utilização ou de armazenamento da energia (depósito).
 Ilustração 05: Esquema da produção de água quente através dos coletores solares
 Disponível em: http://leaveyourprint.webs.com/energiasolar.htm
 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
 
	Os sistemas passivos não recorrem a equipamentos específicos. São sistemas que captam, armazenam e usam diretamente a energia solar. Os edifícios são um bom exemplo, pois através das suas janelas captam a radiação solar, as paredes e outros elementos construtivos armazenam essa energia e aquecem depois o ar no seu interior.
 Ilustração 06: Energia Eólica 
 Disponível em: http://www.infoescola.com/tecnologia/energia-eolica/
	 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
 3.2.2.2 Energia Eólica 
 A energia eólica, é proveniente da energia das massas de ar em movimento, (vento) que produzem energia cinética. Seu processo de produção se dá a partir da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação. 
 Trata-se de uma forma de energia que já é usada desde tempos antigos, sendo um bom exemplo da sua aplicação os barcos à vela. A energia eólica converte a energia cinética do ar em energia mecânica (moinhos para moer os cereais ou bombagem de água) ou em energia elétrica, que é a aplicação mais usual na atualidade, através dos chamados aero-geradores. 
Os locais mais favoráveis a instalação destas hélices, seriam nos arredores de zonas costeiras, devido a intensa atividade dos vento, e ate mesmo em regiões montanhosas. (Fontes Renováveis de Energia)�
	 Ilustração 07: Energia Eólica 
 Disponível em: http://www.infoescola.com/tecnologia/energia-eolica/
 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
 3.2.2.3 Energia Geotérmica 
É a energia proveniente da atividade do interior da Terra, À medida que se avança para o interior da Terra o calor aumenta - é o chamado gradiente geotérmico. À superfície terrestre, o gradiente geotérmico é normalmente de cerca de 3°C por cada 100 m. No entanto, em certas zonas como as zonas vulcânicas, o gradiente geotérmico pode atingir 50 °C por 100 m. O valor do gradiente geotérmico permite considerar dois tipos de energia geotérmica: de alta entalpia (elevada temperatura) ou de baixa entalpia (baixa temperatura). (Energia Geotérmica) 
A energia geotérmica de alta entalpia liberta calor do interior da terra a uma temperatura rotativamente elevada (superior a 150 °C), geralmente sob a forma de vapor. Este vapor pode ser conduzido a uma turbina, que assim é acionada, a qual acoplada a um alternador produz energia elétrica. A energia geotérmica de baixa entalpia resulta da existência de gradientes geotérmicos médios ou ligeiramente superiores à média. Estes gradientes aparecem em virtude da existência de aquíferos a grande profundidade (entre 1000 a 2000 m), com temperaturas de fluido entre os 50 a 100 °C. O fluido (água, por vezes com elevada salinidade) é extraído por meio de bombas circuladoras de água, sendo o seu calor aproveitado para aquecer edifícios, tanques de piscinas. (Energia Geotérmica) �
 Ilustração08: Central Geotérmica da Ribeira Grande - Ilha de S. Miguel, Açores 
 Disponível em: http://www.eccn.edu.pt/ap/energiaparavida/Energias_Renovaveis.htm
 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
 3.2.2.4 Energia Hídrica
A energia hídrica provém da água dos rios em movimento. O movimento ou a queda da água contém energia cinética que pode ser aproveitada como fonte de energia. Atualmente, a maioria do aproveitamento da energia hídrica tem por finalidade a produção de energia elétrica nas chamadas centrais hidroelétricas. Estas centrais necessitam geralmente da construção de barragens, podendo a energia hídrica resultar da queda de água ou do seu movimento horizontal (caudal). A energia cinética da água é convertida em trabalho mecânico ao passar por uma turbina hidráulica, a qualassociada a geradores/alternadores, produz energia elétrica. (Fontes Renováveis de Energia)� 
 Ilustração 09: Usina Hidrelétrica de Itaipu
 Disponível em: http://www.eccn.edu.pt/ap/energiaparavida/Energias_Renovaveis.htm
 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
3.2.2.5 Energia da Biomassa
A energia da biomassa é proveniente da matéria orgânica que constitui as plantas e os animais, incluindo os seus resíduos, derivados ou detritos. A energia de biomassa é aquela fornecida por materiais de origem vegetal renovável ou obtido pela decomposição de dejetos. O Brasil tem desenvolvido tecnologia há vários anos para a utilização da biomassa como fonte geradora de energia. Hoje são conhecidas diversas fontes renováveis de biomassa como: lenha, carvão vegetal, babaçu, óleos vegetais, resíduos vegetais, biogás, cana de açúcar (bagaço da cana, palha e álcool). (Energia de Biomassa)�
Ilustração 10: Canavial 
Fonte: http://www.canaldacana.com.br/novo/view/noticias/?act=listar&pag=2&noticia_id=4533
Acesso em: 28 de Novembro de 2011
4 O BIOSIESEL
Neste capítulo serão apresentadas algumas definições sobre o tema central do presente trabalho - O BIOSIESEL – sua parte histórica, sua implantação no país, suas matérias primas, seu processo de obtenção e seus impactos de forma geral.
4.1 HISTÓRICO DO BIODIESEL
O primeiro motor a diesel criado que funcionou de forma eficiente, foi criado por Rudolf Diesel, em Augsburg, Alemanha em 1893. Durante a Exposição Mundial de Paris, em 1898, um motor diesel foi apresentado ao público funcionando com óleo de amendoim. Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais motores eram alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e até mesmo por óleos de peixe. Em 1911 e 1912, Rudolf Diesel fez a seguinte afirmação: 
 “O motor a diesel pode ser alimentado por óleos vegetais, e ajudará no desenvolvimento agrário dos países que vierem a utiliza-lá[...] O uso de óleos vegetais como combustível pode parecer insignificante hoje em dia, mas com o tempo irá se tornar tão importante quanto o petróleo e o carvão atualmente”¹
Pioneira na utilização do óleo vegetal proveniente de transesterificação - é a troca de um álcool de um éster por um outro álcool em um processo similar ao da hidrólise - foi a África do Sul, que utilizou o combustível em seus carros pesados antes da Segunda Guerra Mundial. O processo chamou a atenção de pesquisadores norte-americanos durante a década de 40, quando buscavam uma maneira mais rápida de produzir glicerina para alimentar bombas no período de guerra.
Após a morte de Rudolf Diesel, a indústria do petróleo criou um tipo de óleo que denominou "Óleo Diesel" que, por ser mais barato que os demais combustíveis, passou a ser largamente utilizado. Foi esquecido, desta forma, o princípio básico que levou à sua invenção, ou seja, um motor que funcionasse com óleo vegetal e que pudesse ajudar na formação do desenvolvimento da agricultura dos diferentes países. A abundância de petróleo aliada aos baixos custos dos seus derivados fez com que o uso dos óleos vegetais caísse no esquecimento. Mas os conflitos entre países e o efeito estufa foram elementos que marcaram de forma definitiva a consciência do Desenvolvimento Autossustentável pelos ambientalistas. Dessa maneira, a fixação do homem no campo e o aumento do consumo de combustíveis fósseis fez com que houvesse, mais uma vez, a preocupação com a produção de óleo vegetal para ser utilizado em motores. 
A disseminação desses motores se deu na década de 50, com a forte motivação de rendimento, resultando em baixo consumo de combustível. Além dos baixos níveis de consumos específicos, os motores dieseis modernos, produzem emissões, de certa forma aceitáveis, dentro de padrões estabelecidos.
Entretanto, o uso dos óleos vegetais como combustível foi rapidamente superado pelo uso de óleo diesel derivado de petróleo por fatores tanto econômicos quanto técnicos, uma vez que se desenvolviam tecnologias que possibilitavam uma maior exploração do petróleo e seus derivados. 
Porém, naquela época, os aspectos ambientais, que hoje privilegiam os combustíveis renováveis como o óleo vegetal, não foram considerados importantes. 
4.2 BIODIESEL NO BRASIL
Com a primeira crise mundial do petróleo em 1956, o governo de Juscelino Kubitschek cogitou a idéia de desenvolver um programa que viabilizasse a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, este receberia o nome de Programa Nacional do Álcool Combustível, o PRÓ-ALCOOL. No entanto, foi em 1975 quando houve a segunda crise mundial do petróleo, que essa proposta foi realmente consolidada e implantada pelo governo militar, tendo em vista um projeto que gerasse uma rentabilidade econômica, estratégica, comercial e tecnológica para o país. 
E não poderia ter sido diferente, com toda a extensão territorial do país o governo militar, incentivou a grilagem de terras para o cultivo da cana e fez “vista grossa” em relação às violações de direitos trabalhistas forçando os usineiros a produzirem álcool ao invés de açúcar.
Juntamente com a implantação do PRÓ-ÁLCOOL, foi sendo desenvolvido também um "programa paralelo" o Pro-Óleo ou Pró-Diesel, cuja intenção era criar uma fonte de produção de combustíveis renováveis provenientes de matéria prima oleaginosa. (PEGADO 2008)
O uso energético de óleos vegetais no Brasil foi proposto em 1975, originando o Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (Pró-óleo). Seu objetivo era gerar um excedente de óleo vegetal capaz de tornar seus custos de produção competitivos com os do petróleo. Previa-se uma mistura de 30% de óleo vegetal no óleo diesel, com perspectivas para sua substituição integral em longo prazo. Nesta época foram desenvolvidos por institutos e universidade alguns projetos e estudos que visassem uma diversificação de matérias primas que pudessem dar origem a essa nova forma de energia, tendo grande destaque o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Estado de São Paulo e a Universidade Federal do Ceará (UFCE).
A primeira patente do biodiesel desenvolvida no Brasil foi em 1980, pelo Professor/Doutor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará. O número desta patente é PI-8007957, requerida ao INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. Contudo, na época (anos 80) como incentivo para a disseminação desta nova tecnologia foram feitos apenas testes em frotas. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Europa, que iniciaram suas pesquisas posteriormente ao Brasil, avançaram consideravelmente desde essa época até 2005, tendo como país precursor a Alemanha, considerado o país mais adiantado neste segmento, com isso, o Brasil, com todas as necessidades de desenvolvimento, atualmente continua desenvolvendo a pesquisa sobre a questão. (PENTEADO, 2005) 
Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, idealizou-se a retomada do antigo Pró-Diesel, implantando o Programa Nacional de Produção do Uso do Biodiesel (PNPB), sendo permitido à mistura de 5% de biodiesel e 95% de diesel derivado do petróleo. (PARENTE, 2003 apud PEGADO, 2008).
Para que seja finalizada a produção deste combustível renovável, é necessário que haja diversas etapas desde a plantação/produção, colheita da matéria prima, distribuição da matéria prima para as usinas de beneficiamento. A partir do processo de produção findado, o combustível in natura (biodiesel) segue para as distribuidoras para serem “acrescidos” os 5% de biodiesel ao Diesel convencional e então ser distribuídos ao seu destino final, que seriam os postos de combustíveis, para assim chegarem ao consumidor final (basicamente quem faz uso de veículos cujos motores são alimentados a diesel). Esta sequência é ilustrada de forma mais objetiva na ilustração 11.
ILUSTRAÇÃO 11- Cadeia produtiva do Biodiesel 
Fonte: Adaptado por Nappo, 2005 apud ZOT,2006
4.3 O QUE É O BIODIESEL?
É um combustívelnatural e renovável e biodegradável, obtido comumente a partir da reação química dos óleos ou gorduras, de origem vegetal ou animal, com um álcool na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). (PEGADO, 2008) 
A definição brasileira para Biodiesel, através da Resolução 042 do dia 24.11.2004, Artigo 2º, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) é que:
I-biodiesel - B100 combustível composto de alquil-ésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais conforme a especificação contida no Regulamento Técnico nº 4/2004, parte integrante desta Resolução;
II - mistura óleo diesel/biodiesel - B2 - combustível comercial composto de 98% em volume de óleo diesel, conforme especificação da ANP, e 2% em volume de biodiesel, que deverá atender à especificação prevista pela Portaria ANP n° 310 de 27 de dezembro de 2001 e suas alterações;
III - mistura autorizada óleo diesel/biodiesel - combustível composto de biodiesel e óleo diesel em proporção definida quando da autorização concedida para testes e uso experimental conforme previsto pela Portaria ANP n° 240, de 25 de agosto de 2003;
IV - Distribuidor de combustíveis líquidos - pessoa jurídica autorizada pela ANP para o exercício da atividade de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel, mistura óleo diesel/biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e outros combustíveis automotivos;
V - Batelada - quantidade segregada de produto que possa ser caracterizada por um “Certificado da Qualidade”. 
A lei 11.097 de 13 de Janeiro de 2005, que obriga a introdução do biodiesel na matriz do diesel em seu artigo 2º  foi sancionado que:
Fica introduzido o biodiesel na matriz energética brasileira, sendo fixado em 5% (cinco por cento), em volume, o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final, em qualquer parte do território nacional.
O Biodiesel é todo combustível que possa, vir a substituir, total ou parcialmente um combustível de origem fóssil, produzido principalmente através do processo de transesterificação, onde se separa a glicerina do óleo vegetal. Seu processo produtivo poderá gerar um aumento no número de empregos na área rural, uma vez que beneficiará produtores tanto em grande ou pequena escala, pois 
utilizará sementes e grãos para sua produção. No âmbito ambiental, o Biodiesel representa um avanço no que se refere à redução das emissões de gases poluentes. (BONOMI, 2004 apud PENTEADO 2005). 
4.4. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO BIODIESEL
Para que seja agregado os 5% de biodiesel aos 95% de diesel convencional, é necessário que haja todo um processo físico-químico de beneficiamento das matérias primas que darão origem a essa fonte de energia. Esse processo se dá a partir de três formas: a pirólise, a micro emulsificação e a transesterificação.
O processo de pirólise consiste em uma conversão química causada pela aplicação de energia térmica, na presença de nitrogênio. O processo da micro emulsificação são dispersões isotrópicas, termodinamicamente estáveis de óleo, água, �surfactante e geralmente uma molécula pequena de �cosurfactante . Todavia, o mais utilizado para a obtenção do biodiesel convencional é o processo de transesterificação que envolve duas matérias primas: uma principal a reação do óleo vegetal (triglicerídeos) com um álcool, utilizando como um catalizador (ex:soda cáustica). O resultado desta reação é um éster (biodiesel puro) e como subproduto a glicerina; este processo químico é demonstrado de maneira mais técnica na imagem. A transesterificação, também chamada alcoólise, é a troca de um álcool de um éster por um outro álcool em um processo similar ao da hidrólise. Os álcoois que podem ser utilizados são o metanol, etanol, propanol, butanol ou o álcool amílico. Metanol e etanol são utilizados mais frequentemente. (MACEDO E MACEDO, 2004, p. 39)
Depois de findado o processo de transesterificação, a massa reacional (resto da matéria prima) é dividida em duas fases, separadas por decantação e/ou por centrifugação. A fase mais pesada é composta de glicerina bruta, impregnada dos excessos utilizados de álcool, de água e de impurezas inerentes à matéria prima. A fase menos densa e constituída de uma mistura de ésteres metílicos ou etílicos, conforme a natureza do álcool originalmente adotado. (PENTEADO, 2005).
ILUSTRAÇÃO 12 – O processo químico de transesterificação
Fonte: PRAMANIK; TRIPATHI (2005) apud ZOT (2006) 
 
A grande potencialização da produção de biodiesel podem apresentar características diferentes em relação aos compostos glicerídeos e não glicerídeos, assim como os ácidos graxos. Esta potencialização de produção que gerará um óleo de boa qualidade, está diretamente ligada às condições em que o produto foi manuseado, produzido e processado, bem como a qualidade da matéria prima e a natureza em que foi produzida. (MORETTO & FETT, 1989 apud PEGADO, 2008).
No Brasil, a grande oferta do etanol e 30 vezes maior que a do metanol. No processo de transesterificação o álcool mais utilizado é o etanol, que é proveniente de biomassa (cana-de-açúcar), o que implica no aumento do potencial de redução de emissão de gases de efeito estufa e o desenvolvimento social, desde que esta gere empregos reais. (OLIVEIRA, 2005 apud PENTEADO, 2005). 
 
 
 ILUSTRAÇÃO 13: Processo de transesterificação
 Disponível em: NAPPO(2005) apud ZOT (2006)
			 Acesso em: 28 de Novembro de 2011
4.5. MATÉRIAS PRIMAS
As matérias primas que darão origem ao biodiesel podem ser tanto oleaginosas ou grãos. (PEGADO 2008).
É necessário que a matéria prima tenha o mínimo de acidez, o que é possível submetendo-se a um processo de neutralização, através de lavagem com uma solução alcalina de hidróxido de sódio e de potássio, em seguida de uma operação de secagem ou desumifacação. (PENTEADO, 2005).
Atualmente há diversas matérias primas que originarão o biodiesel, entre elas estão os óleos vegetais, como o de soja, canola, mamona, amendoim, coco, milho, também podem ser utilizados óleos e gorduras de animais como o óleo de peixe e o sebo de bovino, bem como o óleo residual de frituras. (PLÁ, 2002 apud ZOT, 2006). 
Dentre todas as literaturas pesquisadas, as informações coletadas sobre as matérias primas que poderiam originar o biodiesel, foram não só as citadas acima mais também o dendê, amêndoa do coco de dendê, amêndoa do coco de babaçu, semente de girassol, amêndoa do coco da praia, caroço de algodão, grão de amendoim, semente de maracujá, polpa de abacate, caroço de oiticica, semente de linhaça, semente de tomate e de nabo forrageiro. 
Há também plantas nativas que apresentam bons resultados em laboratórios, como o pequi, o buriti e a macaúba.
Dentro dessas possibilidades de obtenção do óleo, têm-se diversas matérias primas sendo que cada uma possui suas individualidades, bem como seu tempo de plantio e coleta (vide tabela 01). Quando já passado esse processo inclusive o de beneficiamento da matéria prima, o próximo passo o processo de transesterificação para separar o éster da glicerina.
	DISPONIBILIDADE
	ÓLEO USADO + METANOL IMEDIATA
	ESCUMA + METANOL IMEDIATO
	SEBO + METANOL IMEDIATA
	GRAXOS + METANOL IMEDIATA
	MAMONA + METANOL PREPARAÇÃO DE ÁREA + 6 MESES
	MAMONA + ETANOL PREPARAÇÃO DE ÁREA + 6 MESES
	SOJA + METANOL PREPARAÇÃO DE ÁREA + 6 MESES
	GIRASOOL + METANOLPREPARAÇÃO DE ÁREA + 3 MESES
	SOJA + ETANOL PREPARAÇÃO DE ÁREA + 6 MESES
	GIRASOOL + ETANOL PREPARAÇÃO DE ÁREA + 3 MESES
	CASTANHA + METANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	BABAÇU + METANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	BURITI + METANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	CASTANHA + ETANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	BABAÇU + ETANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	 BURITI + ETANOL ESTRUTURAR MANEJO + IMEDIATA
	DENDÊ + METANOL PREPARAÇÃO DA ÁREA + 4 ANOS
	COCO + METANOL PREPARAÇÃO DA ÁREA + 4 ANOS
	DENDÊ + ETANOL PREPARAÇÃO DA ÁREA + 4 ANOS
	COCO + ETANOL PREPARAÇÃO DA ÁREA + 4 ANOS
TABELA 01 – Viabilidade de implementação de cada oleaginosa 
Disponível em: PENTEADO, 2005
Acesso em: 28 de Novembro de 2011
As fontes de óleos vegetais são diversificadas variando sua plantação de acordo com a região do país. Numa maior abrangência territorial, a principal oleaginosa a ser produzida no país, em escala suficiente para a produção do biodiesel, é a soja, de onde vem o equivalente a 90% da produção do óleo. (MEIRELLES, 2006 apud ZOT, 2006). A cana é o principal insumo produzido no Brasil ainda que seja para produção do etanol (álcool) e açúcar. Embora seja a principal produção do país no intuito de produzir o biodiesel, a soja não é a principal fornecedora do óleo necessário para a produção do biodiesel, como pode-se verificar na tabela 02. 
 
TABELA 02- Características de alguns vegetais oleaginosos de potencial uso energético 
Disponível em: NOGUEIRA et al. (2000) apud ZOT (2006)
Acesso em: 28 de Novembro de 2011
O desenvolvimento deste novo combustível é sem dúvida um grande avanço para o país num todo, uma vez que se fazendo necessário o plantio de inúmeras formas de matérias primas para sua obtenção, todo o território brasileiro é utilizado, cada um com suas particularidades. Como exemplo pode-se citar a região centro oeste e sul na produção da soja como principal produto de beneficiamento no país, a região nordeste na produção de dendê (palma) e mamona. 
O fato de que no Brasil a soja é o principal produto para a produção do biodiesel, não significa que não há outros que possam ser produzidos, nesse contexto de produção, segundo literaturas consultadas, ocorre também à produção de mamona e dendê, entretanto cada um possui suas particularidades. A soja, por exemplo, seu custo de produção é superior ao do diesel convencional, e possui períodos de entressafra, o que poderá prejudicar a produção do biodiesel se esta vier a tornar-se escassa no mercado, por conta ate mesmo da grande quantidade de exportação; a mamona por sua vez não é tão oportuna sua produção como a da soja e seu custo de produção é bem superior ao diesel convencional e o dendê além de ser uma matéria prima com grande nível de acidez, seu período de plantio é superior ao das outras duas fontes de matéria prima. (PENTEADO, 2005). 
Contudo, a produção principalmente de oleaginosas para que num futuro possa vir a introduzir uma quantidade maior de biodiesel no diesel convencional, é uma nova proposta que ainda está se consolidando por todo o mundo. Entretanto, como surgiu no intuito de amenizar a utilização do petróleo e seus derivados, pois estes ocasionavam muitos impactos tanto sociais e ambientais, esta nova matriz energética acarretará também seus impactos, que serão discutidos no capítulo seguinte.
4.6 IMPACTOS 
Neste tópico serão apresentados os possíveis impactos positivos e negativos que essa nova matriz energética poderá originar. 
4.6.1 Impactos Positivos
Mesmo misturando com o diesel mineral, o biodiesel melhora as características do combustível fóssil, pois possibilita a redução dos níveis de ruído e melhora a eficiência da combustão pelo aumento do número de cetano. Além da compatibilidade técnica, a adoção do biodiesel, mesmo em proporções pequenas, ou seja, adições de 2% a 5% no diesel de petróleo, proporcionará impactos positivos no meio ambiente, reduzindo as emissões de óxido de enxofre e gases que contribuem para o efeito estufa (RAMOS et al., 2003 apud ZOT, 2006). 
Além dos benefícios ao meio ambiente o uso de biodiesel também contribui com a manutenção da saúde humana, já que estudos demonstraram que a queima de biodiesel pode emitir em média 48% menos monóxido de carbono; 47% menos material particulado (que penetra nos pulmões); 67% menos hidrocarbonetos. (GOES, 2011) 
O Biodiesel, por ser um combustível renovável, cuja matéria-prima é abundante em nosso país, possibilitará um aumento na geração de emprego na área rural, apresentará uma diminuição na emissão de Gás Carbono na atmosfera (BONOMI, 2004 apud PENTEADO, 2005)
Devido a matéria prima para fabricação do biodiesel ser abundante no Brasil, principalmente as de origem vegetal, o país dá um passo muito importante frente a questão energética global, e ainda, uma vez que o processo de fabricação do biodiesel é ecologicamente correta, já garante a minimização dos efeitos nocivos ao meio ambiente, fato este de alta relevância frente ao cenário internacional. (GOES, 2011). 
O biodiesel que é facilmente biodegradável, ou seja, em caso de vazamento ou liberação ao meio ambiente, de maneira acidental, não haveria prejuízo para os demais seres vivos. (ZOT, 2006)
Acredita-se que o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, precisaria priorizar a região Nordeste por concentrar o maior número de agricultores familiares e para a região Norte pelo potencial da terra, especialmente em função da possibilidade de aproveitamento de áreas degradadas. A produção de oleaginosas em lavouras familiares faz com que o biodiesel seja uma alternativa importante para a erradicação da miséria no país, pela possibilidade de ocupação de enormes contingentes de pessoas. Na região semiárida nordestina vivem mais de 2 milhões de famílias em péssimas condições de vida. 
A inclusão social e o desenvolvimento regional, especialmente via geração de emprego e renda, devem ser os princípios orientadores básicos das ações direcionadas ao biodiesel, o que implica dizer que sua produção e consumo devem ser promovidos de forma descentralizada e não-excludente em termos de rotas tecnológicas e matérias primas utilizadas. 
4.6.2 Impactos Negativos
	Em pesquisa proposta para o presente trabalho, nota-se que o aparecimento de impactos negativos desta nova fonte de energia alternativa são praticamente nulos, sendo considerada apenas a questão da monocultura e a automatização da colheita; questões que geram grande preocupação no que diz respeito à possível redução da produção de alimentos para o mercado interno consumidor e de oferta de emprego até mesmo no setor agrícola.O país, possui uma vasta extensão territorial que é favorável ao plantio das matérias primas e mão de obra abundante, contudo, ainda não houveram casos relatados deste tipo de impacto, pois cada região do Brasil atua como produtora de grãos e oleaginosas.
Grandes discussões são sugeridas para que essa possibilidade de geração de uma nova energia seja aceita dentro de um mercado tomado pelo consumo de combustíveis fósseis. Contudo, ainda há muito o que se aprimorar, a necessidade de políticas públicas, incentivos a pesquisa, incentivos financeiros serão de fundamental importancia para que haja um maior desenvolvimento e investimento neste ramo energético que poderá beneficiar a toda uma sociedade. 
 
5 CONCLUSÃO
No transcurso e após o desenvolvimento do presente trabalho que objetivou, modestamente dentre outros retratar o biodiesel como uma fonte de energia alternativa e renovável, possibilitou também, mostrar um pouco como o país vem trabalhando esta questão,

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