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A ESCOLA NO CONTEXTO ATUAL E FUNCIONAMENTO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO SOCIAL Acadêmico:Daniel de Moura Professora:Jaqueline Coelho Marinho Colombi Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI Artes Visuais(ART0051) 06/06/2011 RESUMO Segundo leis e diretrizes, a escola tem o papel de formar cidadãos para contribuir na sociedade, visa-se a formação de um cidadão crítico que possa colaborar para a mesma. Pois é ali que as crianças aprendem a importância dos valores culturais, morais e sociais. No entanto, o contexto atual das escolas e seus métodos pedagógicos estão distantes da realidade em que o aluno se depara, isto é, dentro da sociedade em que está inserido. Palavras-chave: Educação, Escola, Cidadania, Sociedade 1.INTRODUÇÃO A escola deverá ser uma instituição que vise a formação de um cidadão crítico e tranformador, Integrando assim todos os segmentos da comunidade escolar para a formação integral do aluno, tornando-o consciente de seus direitos e deveres, atendendo o dispositivo nas contituições Federal e Estadual, na L.D.B, no Estatudo da Criança e do adolescente. Segundo a LDB a educação deverá abranger: Art. 1o A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1o Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2o A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. (L.D.B.1996,p.7) Já segundo o Estatudo da criança e do adolescente a educação deve : Art. 53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Il - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Conforme citações acima, pode-se perceber em que ambas aparecem as palavras sociedade e cidadania, isto é, a educação deverá formar cidadãos para a sociedade. Cidadãos que sejam transformadores e críticos e que sejam qualificados para a prática social. Contudo a realidade atual é bem distinta. Antigamente o contexto da realidade escolar era bem diferente de hoje, pois se sabe que escola foi uma criação do homem porque de início as crianças imitavam os afazeres dos adultos. Na idade média, a escola era para poucos, somente para os nobres e posteriormente para os burgueses. Com as revoluções do século 19, a escola também passou por grandes transformações, agora ela preparava mão-de-obra especializada para as indústrias. Depois de alguns anos, a escola se universalizou devido a luta da classe dos trabalhadores em prol de uma escola para todos, chegando aos dias de hoje. Atualmente, a escola é um estabelecimento de ensino em que se segue um sistema educacional imposto no qual tem se mostrado ineficiente, pois apresenta lacunas entre suas propostas e a realidade brasileira, principalmente a realidade da sala de aula. Qualquer sistema educacional, de qualquer país visa a formação completa de um cidadão mais humano e transformador, no entanto ele só é completo se conhece as leis de seus país, sua história, sua geografia, sua política e sabe seus direitos como um todo, como parte de uma nação e ainda, valorizando sua família e a obrigação que tem com ela. Sabe qual profissão escolher e de que forma poderá contribuir para a sociedade em que está inserido, fortalecendo-a e transformando-a. Contudo, no sistema atual, há uma grande diferença entre a realidade social e o que é imposto. Mas de que forma o sistema educacional brasileiro contribui para o processo social do aluno no contexto atual escolar? Como será a realidade atual? Segundo a LDB e os Parâmetros Curriculares como acontece esta contribuição e de que forma ela acontece? Será que abrange o cidadão transformador e crítico que tanto as leis e diretrizes indagam? 2.DESENVOLVIMENTO A Constituição Federal de 1988, com a Emenda Constitucional n.º 14, de 1996 e a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, instituída pela lei nº 9394, de 1996, são as leis maiores que regulamentam o atual sistema educacional brasileiro. Assim, o atual sistema compreende a educação básica em educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, e a educação superior. Além do ensino regular, faz parte também a educação especial, para os portadores de necessidades especiais; a educação de jovens e adultos para aqueles que não conseguiram ou não tiveram acesso ao estudo e a educação profissional que desenvolve aptidões profissionais e prepara para o mercado de trabalho. Este ensino é chamado de ensino de nível técnico podendo ser ou não junto com o ensino médio. Sabendo sobre a educação básica no qual o sistema educacional regulamenta, agora resta saber se o currículo escolar, inserido de acordo com o nível escolar, prepara para contribuir com o processo social em que o cidadão está inserido. Os Parâmetros Curriculares, que foram criados em 1996 para nortear e garantir a educação básica são: Por sua natureza aberta, configuram uma proposta flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais sobre currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos professores. Não configuram,portanto, um modelo curricular homogêneo e impositivo, que se sobreporia à competência político-executiva dos Estados e Municípios, à diversidade sociocultural das diferentes regiões do País ou à autonomia de professores e equipes pedagógicas.(PCNs,1997,p.13) Assim, para a elaboração do currículo, segue –se uma base nacional e depois uma parte diversificada: Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da realidade social e política, enfatizando-se o conhecimento do Brasil. Também são áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Educação Física, necessariamente integrada à proposta pedagógica. O ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna passa a se constituir um componente curricular obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamental (art. 26, § 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, ou seja, constituidisciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33). O ensino proposto pela LDB está em função do objetivo maior do ensino fundamental, que é o de propiciar a todos formação básica para a cidadania, a partir da criação na escola de condições de aprendizagem para: “I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisiçãode conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (art. 32). Verifica-se, pois, como os atuais dispositivos relativos à organização curricular da educação escolar caminham no sentido de conferir ao aluno, dentro da estrutura federativa, efetivação dos objetivos da educação democrática.(PCNs,1997,p. 13,14) Fica claro, segundo os PCNs, que o currículo tem a função maior de propiciar a formação básica para a cidadania. No entanto uma educação de qualidade com professores formados e qualificados é essencial para concretizar a teoria proposta, além de todo o aparato pedagógico para que aconteça a aprendizagem. Nas disciplinas básicas que prepara o aluno para exercer o papel de cidadão e a qualidade da proposta educacional, os PCNs afirmam: Para isso faz-se necessária uma proposta educacional que tenha em vista a qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. O ensino de qualidade que a sociedade demanda atualmente expressa-se aqui como a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos culturais relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social. O domínio da língua falada e escrita, os princípios da reflexão matemática, as coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepção do mundo, os princípios da explicação científica, as condições de fruição da arte e das mensagens estéticas, domínios de saber tradicionalmente presentes nas diferentes concepções do papel da educação no mundo democrático, até outras tantas exigências que se impõem no mundo contemporâneo.(1997,p.27) Já no contexto atual, os PCNs asseguram que : No contexto atual, a inserção no mundo do trabalho e do consumo, o cuidado com o próprio corpo e com a saúde, passando pela educação sexual, e a preservação do meio ambiente são temas que ganham um novo estatuto, num universo em que os referenciais tradicionais, a partir dos quais eram vistos como questões locais ou individuais, já não dão conta da dimensão nacional e até mesmo internacional que tais temas assumem, justificando, portanto, sua consideração. Nesse sentido, é papel preponderante da escola propiciar o domínio dos recursos capazes de levar à discussão dessas formas e sua utilização crítica na perspectiva da participação social e política.(1997,p. 27) Conforme os PCNs, no contexto atual , a escola como um todo, deverá atender e propor uma prática educativa de acordo com as necessidades políticas, trabalhistas, econômicas, sociais e culturais envolvendo a realidade brasileira de cada região, a realidade em que o aluno está inserido e para isso o interesse , a motivação e a participação do aluno durante as aulas deve ser efetiva e não só com teoria, a prática deve estar presente no dia a dia e de como este novo aprendizado poderá contribuir para ser um método transformador na sociedade, exercendo assim a prática. Contudo, a realidade escolar em que se encontram os estabelecimentos de ensino brasileiro é muito precária. Há falta de professores formados, de material pedagógico, estrutura para receber os alunos, sem falar no baixo salário dos docentes, isto tudo faz com que não haja interesse pela profissão e fica cada vez mais escasso a procura pelo curso de licenciatura. O contexto atual da escola contribui em partes para o processo social, como podemos ver nas citações acima das leis que regem o sistema educacional brasileiro. O convívio com outras crianças, já é uma contribuição para o processo social, pois ali as crianças aprendem a interagir uns com os outros e aprendem valores essenciais para uma vida em sociedade. Já no âmbito escolar a escola deve estar voltada para: Assim sendo, a educação, no âmbito escolar, deve estar voltada para oportunizar a democratização e a transformação do ser humano, proporcionando-lhe, além do acesso, a apropiação do conhecimento e da tecnologia, o avanço do grau de consciêcia pela instrumentalização científica e técnica, fomentando as capacidades intelectuais, as atitudes e a conduta crítica em relação a sociedade em que está inserido. Ao estar mediando essse processo, a escola estará, ainda, possibilitanto ao aluno intepretar a realidade e interegir com ela de forma conscienciosa, analista e produtiva. ( SANTOS, 2008) Além de saber interagir, transformar, analisar e se apropiar do conhecimento tecnológico, Vicelli escreve que o problema maior na escola para aquisição destes objetivos é: O problema na escola é como conceder a lida com o saber. Um assunto tão simples pode virar um problema. A função da escola, é tornar um indivíduo, em um transmissor de conhecimento, para que as pessoas possam cumprir funções sociais, importantes na sociedade, onde mais conhecimento pode gerar um sucesso profissional. Um indivíduo, tem que ocupar um lugar na sociedade, mas ocupar com o esforço adquirido, para que ele possa exercer essas funções. Um outro problema, está relacionado com o ensinar respostas sem que o aluno tenha feito a pergunta, ou estimular as perguntas e menosprezar a importância de se obter a resposta. Na atualidade são usados vários recursos para estimular o aluno a fazer perguntas sobre variados assuntos. O importante é perguntar. A escola deve ensinar e estimular os alunos não só a perguntar, mas também a valorizar as respostas. Saber é perguntar, saber é conhecer as respostas. Esta instituição deve saber articular estas duas atividades.(Viceli, 2010) Percebe-se que o conhecimento é um bem importante para contribuir com a sociedade, pois é com ele que se conhece e se exerce as funções sociais. É por meio da aquisição do conhecimento da cultura, da história, da geografia, da matemática, da ciência, das leis, da política, da líteratura, da língua, da economia, das belas artes da humanidade que o aluno poderá desenvolver o seu melhor e para isso a escola deverá zelar pelo desenvolvimento tanto do aluno quanto da sociedade, ensinando indivíduos capazes de criar e recriar o espaço onde vive. Para isso a escola deverá ser inovadora e iserir dentro do cotidiano do aluno a realidade da sociedade, assim ele poderá conhecer melhor o espaço onde vive e terá mais clareza para inovar, criticar, contribuir, transformar o processo social . A escola não pode e não poderá ser um espaço isolado do mundo atual e as teorias pedagógicas por si só não preparam a criança para o convívio em sociedade, sem que haja contato com o mundo exterior, durante todo o processo para a formação básica para a cidadania. 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando todo o contexto e todas as propostas de ensino feitas pelas LDB, PCNs, ECA, Propostas Curriculares, todos têm como objetivo maior a formação para a cidadania, para viver em sociedade, para transformar a sociedade, para ser um cidadão crítico. E se chegar em qualquer escola e pedir o PPP, está lá escrito, formar cidadãos críticos e transformadores para o convívio em sociedade. A lei manda, propõe, no entanto as escolas, em geral, se deparam com uma realidade totalmente diferente do que se propõe a lei. A falta de estrutura, tanto física quanto pedagógica, acabam criando brechas que desestimulam o professor e o aluno para a aquisição do conhecimento. Não há condições propícias para o desenvolvimento de aprendizagem e muitos alunos saem do ensino médio defasadospor causa da baixa qualidade de ensino e da incapacidade dos sistemas educacionais. Sem contar os muitos que não conseguem terminar nem o ensino médio. No entanto a pergunta maior é; de que forma a escola contribui para a formação de um aluno para o processo social? Segundo os PCNs, O aluno deverá sair da escola com o pleno domínio do: “I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social” (art. 32). .(PCNs,1997, P.14) Verifica-se, pois, que a escola que cria condições para que isso se concretize , estará formando um cidadão capaz de ser crítico e tranformador. Se a escola trabalha de forma articulada com a sociedade também estará desenvolvenvo o exercício da cidadania . A escola atual só contribuirá para o processo social se trabalhar com a realidade do cotidiano do aluno, pois só assim ampliará o conhecimento de mundo que possibilitará a transformação de uma vida melhor, uma sociedade melhor, um mundo melhor. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2006. BOCK, Ana Macês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEE, 1997. BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Cortez, 1990. 181p. CAMBI, Franco. História da pedagogia ; tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Unesp, 1999. FORQUIN, J.C. Escola e Cultura. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.disponível em < http://www.monografias.com/trabajos21/proposta-mudanca/proposta-mudanca.shtml>. 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