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NOÇÕES BÁSICAS 
SOBRE NECROPSIA, 
BIOPSIA, CITOLOGIA, 
HISTOTECNIA E 
COLORAÇÃO DE 
ROTINA
Métodos de estudo em patologia
1) Autopsia ou necropsia
� Auto (próprio), nekros (morto), opsis (ver)
� Exame anatomopatológico post-mortem
2) Biópsia
� Bios (vida)
� Fragmentos de tecidos ou peças cirúrgicas
� Exame macro e microscópico
3) Citopatologia
� Alterações morfológicas em células isoladas
� Obtenção: raspado, descamação natural ou aspiração
Necropsia
�Considerações:
�Definição:
� Abertura e o exame sistemático das diferentes 
partes de um cadáver, com o objetivo de 
determinar a sua causa morte
�História clínica:
� Tem fundamental importância
Necropsia
�História clínica:
� Espécie
� Raça
� Idade
�Número de animais atingidos
� Época de ocorrência de vacinação
Necropsia
� Sinais clínicos:
� Idéia da lesão que o animal tem ou teve, o que 
ajudará no diagnóstico
� Provas laboratoriais:
� Exames de fezes
� Sangue
� Urina
� Bioquímicos
Necropsia
� Importância:
� Determinar a causa da morte
� Avaliar lesões:
� Quanto a extensão nos órgãos
� Quanto a natureza da lesões (inflamatória, 
hemorrágica, degenerativa, necrosante)
� Relacionar as lesões com a patogenia da doença e 
com os sinais clínicos informados (história clínica)
Necropsia
� Procedimentos de importância
� Preenchimento adequado da requisição ou ficha 
(necropsia)
Identificação (nome, sexo, idade, registro)
Local de retirada
Biópsias prévias com resultado
Resumo da moléstia
Diagnóstico pré-operatório
Terapia utilizada, etc
Necropsia
� Colheita de material:
� Tecidos ou órgãos anormais, lesados, aumentados, 
diminuídos etc... Para fazer exames subsequentes.
� Avaliar desempenho clínico:
� Confirmar ou não o diagnóstico
� Conduta profilática:
� Avaliar lesões por determinação da doença
Necropsia
�Medicina Veterinária legal:
� Avaliação de conduta com o sistema jurídico
� Suspeita de MORTE CRIMINOSA
Necropsia
�Eutanásia 
(morte sem sofrimento)
�Pré-requisitos
� Método humano
� Rápido
� Correto
� Sem contágio (doenças infecto-contagiosas)
� Sem alterações graves
� Fácil aplicação
� Econômico
Necropsia
�Métodos: 
� Tiro por arma de fogo no crânio
� Eletrocução (risco ao homem)
� Trauma craniano (machadada)
� Barbitúricos
� Sulfato de magnésio (analgesia cerebral e parada 
respiratória)
� Clorofórmio (excitações)
� Éter (excitações)
Necropsia
�Métodos: 
� Sulfato de Estriquinina (excitações)
� Cianeto de potássio (excitações)
� Gás
� Cloreto de potássio (desfibrilação cardíaca)
� Curare
� Injeção de ar
Necropsia
� Equipamentos:
� Roupas:
� Macacão, avental, luvas, máscara, botas de 
borracha
Necropsia
� Equipamentos:
� Instrumental:
� Para a realização da necropsia
Necropsia
1- Serra Mathieu 
2- Serra de Wess 
3- Cizalha Liston 
4-Gancho para osso 
5-Pinça para osso 
6-Pinça Anatômica 20 cm 
7-Pinça Dente de rato 20 cm 
8-Tesoura enterótomo 
9-Tesoura Fina Fina Reta 
10-Tesoura Curva 
11-Faca para amputação larga 
12-Bisturi de Esmarch 
13-Faca Margaref 
14-Bisturi fixo grande 
15-Machadinho 
16-Formão 
17-Cx de inox p/ instrumentos 
1
2
3
4
6
7
8
9 10
11
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13
15
16
17
5
Necropsia
� Equipamentos:
� Instrumental:
� Para acondicionar o material coletado
� Para limpeza do material
Necropsia
� Período Pós-Morte para a realização da 
necropsia:
� Tempo:
� O mais breve possível
Necropsia
� Fatores que interferem na decomposição do 
cadáver:
� Espécie / tamanho
� Temperatura ambiental
� Cobertura externa
� Estado de nutrição
� Causa da morte
� Conservação do cadáver
Necropsia
� Local para a realização da necropsia:
� Sala de necropsia
� À campo:
� Boa iluminação (para observação)
� Lugar espaçoso (para evitar a mistura de cortes e 
órgãos e boa atuação)
� Fácil eliminação do cadáver 
Necropsia
� Precauções:
� À campo:
� Enterrar o cadáver
� Evitar que ocorra a disseminação de líquidos
� Evitar a retirada das vísceras de perto do 
cadáver, não espalhar, não permitir acesso de 
cães
� Proteção de pessoas 
� Precaução de zoonoses
� Evitar o acesso de pessoas, o trânsito pode 
disseminar doenças
Necropsia
� Desinfecção do local e higiene do material
� Fazer desinfecção do local:
� Queimar tudo e limpar o local, para evitar a 
contaminação do resto do rebanho
� Lavar o material com água e sabão grosso, 
desinfetante, usar forno, auto-clave
Necropsia
� Roteiro resumido da técnica de necropsia
1- Identificação do cadáver
2- Exame externo do cadáver
Em ambos os lados
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Decúbito: 
� dorsal, MELHOR POSIÇÃO
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Decúbito: 
� lateral direito > equinos
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Decúbito: 
� lateral esquerdo > ruminantes
� cabeça do animal, à esquerda do necropsista (destro).
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Incisão da pele na linha média, desde o mento até o ânus.
� Rebater a pele e o membro anterior.
� Desarticular o membro posterior, articulação coxo-
femural.
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Abertura da cavidade abdominal
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Abertura da cavidade torácica
Verificar pressão negativa no tórax
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Exame das cavidades abdominal e torácica
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Remoção e exame das vísceras abdominais, inclusive 
aparelho genito-urinário e adrenais.
Retirada do baço e omento 
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Secção do reto e observação da consistência e coloração das fezes 
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Retirada dos intestinos delgado e grosso. Secção anterior que 
deve ser feita no duodeno, na parte posterior ao pâncreas 
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Exame das porções intestinais: reto, cólon, íleo, e jejuno, com cortes 
transversais segmentares de todas as porções
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Retirada do fígado e do estômago. Secção do fígado para observação de lesões
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Corte na curvatura maior do estômago, iniciando pelo duodeno e observação da 
mucosa na região do quadrilátero esofágico
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Remoção dos rins e adrenais
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Corte dos rins longitudinalmente, em duas metades iguais. Após o corte 
deve-se retirar a cápsula
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Remoção como um monobloco das seguintes vísceras: língua, laringe, traquéia, 
esôfago, coração e pulmão
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Abertura do esôfago e traquéia e observação do pulmão
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Abertura do coração no lado direito faz-se uma secção na entrada da veia cava 
cranial e caudal, indo até a ponta da aurícula e, depois, seguindo o fluxo do 
sangue pelo septo, saindo na artéria pulmonar
Necropsia
3- Abertura do cadáver
Secção do ventrículo esquerdo, através de corte longitudinal na porção média 
sobre o átrio e ventrículo, seccionando a parede
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Abertura da cavidade craniana e canal medular
Cabeça com a pele e músculos dissecados. Abertura posterior aos processos 
supraorbitais, (na altura do canto lateral da pálpebra), ventro-lateral ao arco zigomático e 
caudalmente até o forâmen magnum para incisão. Remoção da calota craniana
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Abertura da cavidade craniana e canal medular
Retirada da meninge e exposição do cérebro e cerebeloNecropsia
3- Abertura do cadáver
� Abertura da cavidade craniana e canal medular
Retirada do sistema nervoso central completo, hemisférios cerebrais, cerebelo e 
tronco ancefálico
Necropsia
3- Abertura do cadáver
� Exame dos músculos, ossos e articulações
� Final da necropsia - eliminação do 
cadáver
4- Registro escrito de todas os 
achados de necropsia
Necropsia
� Itens a considerar na descrição de uma lesão 
ou um órgão:
� Posição
� Tamanho
� Peso
� Cor
� Consistência e textura
� Odor
� Superfície do corte
� Forma
� Conteúdos
Biópsia e Necropsia
� Procedimentos de importância
� Amostragem do material
Adequada e representativa – 3 fragmentos (0,5 a 10 cm)
0,3 x 0,4 cm
� Fixação
Imediata
Acondicionamento refrigerado de 1 a 4°C
1 a 2 horas por milímetro
Biópsia e Necropsia
� Armazenamento
Frascos de boca larga
Envolver com gaze e algodão os tecidos que tendem a 
flutuar (pulmão e medula óssea)
Fixador em volume 10:1
Formalina tamponada neutra 10% (mais utilizado)
SNC 20% (não congelar)
Bouin, glutaraldeído, Carnoy - nitrogênio líquido
Cortar o tecido em fatias finas (1 a 2 cm)
Lesão e tecido com aspecto normal
Biópsia e Necropsia
� Colheitas especiais:
Raiva: SNC, bulbo, medula oblonga, cerebelo, hipocampo
Carbúnculo hemático: baço
� Doenças desconhecidas:
Enviar órgãos a mais:
musculatura e miocárdio
intestino
SNC
Lesões
Biópsia e Necropsia
� Material na necropsia pode ser colhido para:
� Histopatologia
� Citologia
� Imunohistoquímica
� Microscopia eletrônica
� Microbiologia
� Parasitologia
� Sorologia
� Toxicologia
� Hematologia
� Urinálise
� Identificação de células e sedimentos
� Diagnóstico Molecular
Biópsias e Histopatologia
�No laboratório de patologia:
� Identificação recipiente e requisição
� Exame macroscópico
� Tamanho (sistema métrico), peso, cor, 
localização das lesões
� No laboratório de patologia:
� Exame microscópico
� Processo de coloração (rotina e especiais)
� Avaliar alterações morfológicas ao nível celular
� Elaboração de diagnóstico anátomo-patológico final
� Diagnóstico das biópsias
� Laudo anatomopatológico
Biópsias e Histopatologia
Processamento do material a ser observado em 
microscópio óptico e eletrônico.
Segundo Kessel, 2001
ML: microscopia óptica
ME: microscpia eletrônica
Processamento do tecido -
Histotecnia
Endurecimento do tecido para ponto de corte
Fixação ⇒ desidratação ⇒ clarificação ⇒ inclusão
Processamento do tecido
�Fixação
�Objetivo: preservação do tecido
�Formol (aldeído fórmico 36%) 10% 
(ou formalina), Bouin, outros
�Mordentes: substâncias que 
facilitam a ação dos corantes (tanino 
ou alúmen)
Processamento do tecido
� Desidratação
� Objetivo: remoção da água para ação das substâncias 
clarificadoras
� Álcool: 
50%
60%
70%
80%
90%
100% (absoluto)
Coloração de rotina
Processamento do tecido
� Clarificação
�Objetivo: permitir o embebimento na parafina
� Xilol (toluol) = solvente
� Inclusão
� Parafina líquida à 56ºC ⇒ blocos de parafina ⇒
corte
Água + álcool / álcool + xilol / xilol + parafina 
Processamento do tecido
56°C
Processamento do tecido
aqui é colocado o
material a ser cortado
aqui é colocada
a navalha
com a rotação
desta manivela, 
o material é aproxi-
mado da navalha e
cortado em fatias.
Coloração de rotina
� Corantes
� Eletrônico: substâncias que tornam algumas 
estruturas mais densas aos elétrons (ex: 
tetróxido de ósmio)
�Óptico: substâncias quimicamente ácidas ou 
básicas
�HE
�Hematoxilina (básico) roxo
� Eosina (ácido) róseo
Coloração de rotina
� Desparafinização
� Xilol
�Hidratação
100% (absoluto)
90%
80%
70%
60%
50%
Água
Coloração de rotina
� Corante
� Hematoxilina
� Água
� Desidratação
50%
60%
70%
80%
90%
100% (absoluto)
Coloração de rotina
� Corante
� Eosina
� Desidratação
50%
60%
70%
80%
90%
100% (absoluto)
Coloração de rotina
� XILOL
�Montagem
� Bálsamo ou permout
A lâmina apresentada a seguir, possui um corte parafinizado
Agora, a lâmina com esse corte seguirá o processamento:
xilol 100 90 70 50 água H E 50 70 90 100 xilol 
álcoois (graus GL)
lâmina
Montagem 
(colocação do bálsamo
e da lamínula)
Lâmina pronta para observação 
álcoois (graus GL)
veja a bateria de reagentes
a lâmina será mergulhada em cada um deles
A “bateria” para coloração 
apresentada é apenas um 
exemplo, variando de um 
laboratório para outro o número de 
vezes e o tempo que a lâmina é
colocada em cada reagente, bem 
como a graduação dos álcoois.
Coloração de rotina
Desparafinização (xilol)
⇓
Hidratação 
(álcool, concentrações decrescentes)
⇓
Coloração
⇓
Desidratação
(álcool, concentrações decrescentes)
⇓
Montagem
(resinas, ex. bálsamo do Canadá)
⇓
Microscópio
Coloração de rotina
� Coloração depende do tecido e do que se busca observar
� Corantes:
� HE – universal 
� Sangue: Giemsa, May Grünwald, Wright, Leishman 
� Cortes (conjuntivo, epitelial e muscular): tricômicos 
Mallory, Gomori , Masson e Van Gieson 
� Tecido nervoso: impregnação por prata ou ouro
� Gordura: Sudan IV e negro
� Proteoglicanos e glicídeos: ácido periódico + reativo de 
Sciff (PAS)
Colorações Especiais
Técnica Estruturas Visualizadas
PAS Glicogênio, muco
Reticulina Retículo
Vermelho-Congo Substância amilóide
Fontana Masson Células argentafins, melanina
Grimelius Células argirofílicas
Mucicarmim Muco
Orceína Antígeno de superfície do vírus B 
da hepatite, fibras elásticas
Von Kossa Cálcio
Tricrômico de Masson Tecido conjuntivo
Oil-red Lipídios
Grocott Fungos
Ziehl-Nielsen Bacilos álcool-ácido resistentes
Leitura da lâmina

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