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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 16.

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 16.
Administração Tributária. Procedimento Fiscal. Sigilo Fiscal e Prestação de Informações. Dívida ativa. Certidões e Cadastro.
Sem registro do autor original.
Atualizado por Umberto Paulini em 20/08/2012.
	1 – Considerações iniciais
	2 – Fiscalização
 – Poderes das autoridades fiscais
	A CF/88 autoriza a Administrção Tributária a entrar na intimidade econômica dos particulares, mediante identificação dos respectivos patrimônios, rendimentos e atividades econômicas (art. 145, §1º).
“Fiscalização tributária. Apreensão de livros contábeis e documentos fiscais realizada, em escritório de contabilidade, por agentes fazendários e policiais federais, sem mandado judicial. Inadmissibilidade. Espaço privado, não aberto ao público, sujeito à proteção constitucional da inviolabilidade domiciliar (CF, Art. 5º, XI) ” (STF. HC 82788 / RJ. Rel.: Min. Celso de Mello. 2ª Turma. Decisão: 12/04/05. DJ de 02/06/06, p. 43.) 
	Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los (art. 195 CTN).
	
	Por isso, o caráter sigiloso da escrituração comercial e fiscal, bem como dos documentos que comprovam os fatos escriturados, não pode ser oposto ao fisco, devendo os sujeitos passivos mantê-los (livros e documentos) até que ocorra a prescrição dos créditos decorrentes das operações a que se refiram (art. 195, p. u., CTN). Não se fala até a ocorrência da decadência pois, se um lançamento anteriormente realizado for anulado por vício formal, o prazo decadencial será reaberto (art. 173, II, CTN) e os livros deverão ser mantidos até a prescrição.
“O prazo para guarda dos livros fiscais e comprovantes pertinentes aos lan​çamentos fiscais tem seu termo com a extinção do lapso prescricional e não com o de decadência ” (TRF-1ª Região. REO 91.01.09494-7/MG. Rel.: Des. Federal Cândido Ribeiro. 3ª Turma. Decisão: 05/10/99. DJ de 17/12/99, p. 1.005.)
	A súmula 439 do STF limita a fiscalização tributária aos livros comerciais especificamente sobre os pontos objeto da investigação em curso. Fica vedado, portanto, à autoridade administrativa desviar a finalidade do procedimento e adentrar em outros pontos constantes da escrita fiscal que deveriam permanecer sigilosos.
	Insubmissão. Consequências. A insubmissão ao dever de tolerar a fiscalização e de colaborar com o Fisco implica descumprimento de obrigação acessória, pode ter como consequências, a saber: multa, lançamento por arbitramento, denuncia por desacato, requisição de força pública.
	Questão interessante foi julgada pelo STF, em relação à disposição da Constituição de São Paulo que possibilita, a título a de providencia para a fiscalização do cumprimento da legislação tributária, a retenção das mercadorias até a prova da posse legítima de quem a transporta. Discutiu-se tratar ou não de sanção política. A Min. Carmen Lucia julgou improcedente a ADI por não visualizar no dispositivo atacado qualquer lesão à garantia ao livre exercício de qualquer trabalho, pois a observância do dever jurídico de pagamento de tributos para exercício de atividades profissionais impõe-se legal e legitimamente (ADI 395). Ademais, a norma em questão não autoriza a retenção de mercadorias como forma de garantir o pagamento de tributos, mas sim possibilita a identificação do verdadeiro contribuinte, indo o âmbito de sua abrangência até aí.
	O início de qualquer fiscalização será anotada no livro fiscalizado, ou, quando não, entregue cópia dos termos necessários para o início da fiscalização à pessoa sujeita à fiscalização. A legislação fixará prazo máximo para conclusão do procedimento fiscalizatório (art. 196 e parágrafo).
	A instauração do procedimento fiscal dá-se com o Mandado de Procedimento Fiscal, que estabelece a delimitação do trabalho a ser desempenhado pelo fiscal. O prazo máximo para conclusão do MPF-Fiscalização é de 120 dias, prorrogáveis (Portaria RFB n. 11.371/07).
	O art. 197 atribui a autoridades fiscais o poder de requisitar de determinadas pessoas todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros.
“Ementa: .... V. Informações quanto à base de cálculo e data da ocorrência do fato gerador devem ser prestadas pela instituição financeira, pois não possui caráter absoluto a garantia dos sigilos bancário e fiscal, sendo possível à autoridade fiscal solicitar às ins​tituições bancárias informações para apuração do crédito fiscal, com apoio na lei, sem que isso implique quebra de sigilo. ....” (TRF-1ª Região. AMS 2000.38.00.039287-2/MG. 735 Rel. Juíza Maízia Seal Carvalho Pamponet (convocada). 7ª Turma. Decisão: 11/07/06. DJ de 22/09/06, p. 105.)
	O parágrafo único, do art. 197, do CTN manda que as autoridades guardarem sigilo profissional relativamente a seus ofícios, excetuando as mesmas do dever de prestar informações.
	
	Atenção! O poder de requisição deve ser interpretado em consonância com as garantias individuais, dentre elas a da inviolabilidade do domicílio.
	2.1.1 – O art. 6º, LC 105/2001 
	Art. 6º: As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. 
        Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.
	Tal artigo possibilitou à administração tributária a requisitar às instituições enumeradas no inc. II do art. 197 CTN informações protegidas por sigilo bancário, sem necessidade de interveniência da autoridade judicial, desde que haja 1) procedimento administrativo instaurado e, 2) tais exames seja indispensáveis.
STJ, REsp 1249300: Esta Corte, quando do julgamento do Recurso Especial repetitivo n. 1.134.665/SP, na sistemática do art. 543-C, do CPC, entendeu que a Lei 8.021/90 (que dispôs sobre a identificação dos contribuintes para fins fiscais), em seu artigo 8º, estabeleceu que, iniciado o procedimento fiscal para o lançamento tributário de ofício (nos casos em que constatado sinal exterior de riqueza, vale dizer, gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte), a autoridade fiscal poderia solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos de contas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto no artigo 38, da Lei 4.595/64. 
	Curiosamente, o STF segue entendimento diametralmente oposto. Após, num primeiro momento, autorizar a quebra do sigilo de dados bancários pelo Fisco, o Tribunal voltou atrás entendendo pela sua inconstitucionalidade: 
“SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídico-tributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte” (RE 389808).
Observação importante: essa decisão foi proferida por cinco votos a quatro, ausente o Ministro Joaquim Barbosa. Desta maneira, ainda há uma possibilidadede que o STF venha a alterar novamente o seu posicionamento.
Fundamentos contra a quebra de sigilo: 
- a vida em sociedade pressupõe segurança e estabilidade, e não a surpresa. E, para garantir isso, é necessário o respeito à inviolabilidade das informações do cidadão. É necessário assegurar a privacidade. A exceção para mitigar esta regra só pode vir por ordem judicial. Faz-se presente, no caso, a necessidade de reserva de jurisdição. Isto em nada compromete a competência para investigar atribuída ao poder público, que sempre que achar necessário, poderá pedir ao Judiciário a quebra do sigilo.
Fundamentos a favor da quebra de sigilo: 
- a lei que regulamentou a transferência dos dados sigilosos das instituições financeiras para a Receita Federal respeita as garantias fundamentais presentes na Constituição Federal. Não existe quebra de privacidade do cidadão, mas apenas a transferência para outro órgão dos dados protegidos.
– Deveres das autoridades fiscais
	 2.2.1 - dever de documentar o início do procedimento: art. 196. 
		
Três efeitos tem esse dever: 1) precisar o termo inicial do prazo para conclusão; 2) antecipar a contagem do prazo decadencial (173, p.u.); 3) afastar a espontaneidade do sujeito passivo, para efeitos da denúncia espontânea.
2.2.2 - o dever de manter sigilo e suas exceções
		Previsto no caput do art. 198: Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades 
		Exceções ao sigilo (art. 198, §§ 1º, 2º e 3)
		1) Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:  I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.
O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.
 Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para fins penais; II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou moratória. 
Obs.: para fins penais, a representação fiscal somente será encaminhada ao MP após proferida decisão final na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário (art. 83, Lei 9.430). Isto porque, antes desta decisão, pode nem haver lançamento, com o quê, não haverá materialidade para crimes (ao menos crime contra a ordem tributária – Lei 8137 - SV 24).
Obs. 2: CADIN (Cadastro informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades federais)– a inscrição no CADIN e a obstaculização do exercício de direitos (p. ex., contratação de crédito público): sanção política? 
“O poder público não está impedido de manter um cadastro de devedores. Todavia, o que não se permite é que as empresas inscritas possam ser privadas das operações declinadas no art. 6º da MP 1490/12 (ADIN 1178-2). II – Em face da decisão do STF, devem as empresas, quando da realização de qualquer das operações enumeradas naquele art., postular não a exclusão do CADIN, mas sim o direito a tal operação, demonstrando o dano que sofrerão caso não possam efetuá-las (TRF1, AMS 1997.01.00.051678-9/MG, Cândido Ribeiro).
Tal entendimento, porém, não se aplica a débitos previdenciários, por aplicação do disposto no art. 195, §3º da CF – débitos com a seguridade, impedem certas contratações com o Poder Público.
			
– Permuta de informações sigilosas entre entes tributantes
		Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio
 Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.
“Ementa: .... II. Não há qualquer óbice à utilização pelo Fisco Federal de autos de infração lavrados pelo Fisco Estadual. Ao contrário, tal procedimento é expressamente previsto no art. 199, do Código Tributário Nacional e é de extrema utilidade para a apu​ração de ilícito fiscal cometido pelo contribuinte, já que, comprovada a insuficiência do recolhimento do ICMS, presume-se a omissão do imposto de renda (IRPJ). ....” (TRF-1ª Região. AC 1998.01.00.026264-5/BA. Rel. Juiz Wilson Alves de Souza (convocado). 3ª Turma Suplementar. Decisão: 16/06/05. DJ de 04/08/05, p. 107.)
	
	O art. 200 do CTN:
	Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção.
	STF: os agentes do fisco só podem ingressar em escritórios de empresas quando autorizados por quem de direito (sócio, gerente, etc). Em caso de recusa, não podem os agentes simplesmente requerer auxílio da força pública. “Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no testo constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional. (…)”
	Também não é obrigado o administrado exibir documentos que o auto-incrimine.
3 – Dívida ativa
– Conceito
Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. 
	Na esfera federal, a “repartição administrativa competente” para inscrição da dívida é a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
	O único objeto da inscrição do crédito tributário como dívida ativa é possibilitar futura execução fiscal.
	Não se exige a notificação da inscrição. Isto porque, a notificação do lançamento supre eventual contraditório a ser instaurado.
	
	Declaração de débito pelo sujeito passivo como suporte para a inscrição em dívida ativa: as declarações prestadas pelo contribuinte ao sujeito ativo da obrigação tributária, seja no cumprimento de obrigações acessórias, seja pela confissão de dívida para parcelamento, são consideradas pelos tribunais como supletivas da necessidade de lançamento por parte da autoridade fiscal que pode simplesmente encaminhá-las para inscrição em dívida ativa.
	Também a declaração de compensação constitui confissão de dívida que, quando não homologada ou providos recursos do contribuinte, enseja a inscrição do débito em dívida ativa.
	Inscrição do valor declarado e inscrição posterior de lançamento suplementar: 
	Art. 2º, § 2º, LEF: a dívida ativa abrange atualização, juros, multas e demais encargos
	Encargo de 20% do DL 1025/69: quando a dívida ativa da União, suas autarquias e fundações, é inscrita, passa a ser devido o encargo legal de que trata o DL 1025, de 10% antes de ajuizada a execução fiscal e de 20% após o ajuizamento. 
STJ:“A Segunda Turma, ao julgar o REsp 1.234.893/SP, sob a relatoria do Ministro Herman Benjamin, DJe de 8.9.2011, enfrentou questão semelhante à dos presentes autos, em que o Tribunal de origem, em interessante análise do encargo de que trata o art. 1º do Decreto-Lei n. 1.025/69, consignou que se trata de quantia que serve a dois propósitos distintos: a) honorários advocatícios; e b) custeio de despesas associadas à arrecadação da dívida ativa federal. Consoante anotado pelo Ministro Herman Benjamin, a natureza do encargo legal previsto no Decreto-Lei 1.025/1969 foi amplamente debatida no julgamento do Recurso Especial 1.110.924/SP, de relatoria do Ministro Benedito Gonçalves, no rito do art. 543-C do CPC. Ratificou-se naquela oportunidade a orientação de que, após a modificação introduzida pela Lei 7.711/1988, tal verba não se confunde com honorários advocatícios, pois constitui receita do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividadesde Fiscalização - FUNDAF, instituído pelo Decreto-Lei 1.437/1975. Embora a matéria então analisada tivesse por objeto a definição quanto à possibilidade de cobrança - nos autos da execução fiscal - do encargo previsto no Decreto-Lei 1.025/1969, é evidente que os seus fundamentos se aplicam ao caso dos autos. A natureza legal do encargo previsto no art. 1º do Decreto-Lei 1.025/1969 é de receita que compõe Fundo de natureza contábil. O aludido encargo não constitui despesa suportada pela União "para fazer parte na falência".
	Art. 202: O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente: I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
	Nome do responsável: a inscrição do nome de um responsável tributário depende da prévia apuração administrativa de tal pressuposto de fato específico da responsabilidade, com resguardo do direito de defesa do apontado responsável. Ressalva-se a hipótese de sucessão, em que ocorre a simples sub-rogação. Constando o nome do responsável do título, a execução poderá ser redirecionada a ele; não constando, possível o redirecionamento, contanto que o exequente prove a responsabilidade daquele que deseja ver incluído no polo passivo da ação. Jamais poderá constar o nome do responsável da CDA quando fundada em declaração do contribuinte. Ex: no caso de crédito tributário executado com base em declaração de débitos tributários feitos em nome da sociedade, será sempre inválida a inclusão do nome dos sócios na CDA, dada a ausência de lançamento tributário comprobatório da responsabilidade do sócio-gerente nos termos do 135 do CTN.
	STJ, Info 452: Discute-se a possibilidade de incluir viúva meeira no polo passivo da ação de execução fiscal de créditos de IPTU na condição de contribuinte (coproprietária do imóvel), após o falecimento do cônjuge. É sabido que o falecimento do contribuinte não obsta o Fisco de prosseguir na execução de seus créditos, sendo certo que, na abertura da sucessão, o espólio é o responsável pelos tributos devidos pelo de cujus nos termos do art. 131, III, do CTN. É verdade que o cônjuge meeiro deve ser incluído no lançamento do crédito tributário e, a fortiori, na CDA, para viabilizar sua letigimatio ad causam passiva para a execução fiscal. No entanto, o falecimento de um dos cônjuges no curso da execução fiscal, com base em lançamento feito somente em nome do de cujus, por si só, não permite a execução direta contra o cônjuge sobrevivente. Pois, conforme é cediço no STJ, o cônjuge supérstite não é sucessor do cônjuge falecido, mas sim titular da metade do imóvel. Além disso, sumulou-se o entendimento de que a Fazenda Pública pode substituir a CDA até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução (Súm. n. 392-STJ). No caso, a viúva meeira é coproprietária do imóvel tributado, sendo irrefutável que os lançamentos de ofício do IPTU e da TLCVLP foram feitos tão somente em nome do de cujus por opção do Fisco, que poderia tê-los realizados em nome dos coproprietários. Com essas considerações, entre outras, a Turma deu provimento ao recurso. Precedente citado: REsp 1.045.472-BA, DJe 18/12/2009. 
STJ, Info 439: No caso dos autos, a controvérsia está em determinar se houve a prescrição tributária, tendo em vista que houve anterior executivo fiscal extinto sem julgamento de mérito, devido à nulidade da certidão de dívida ativa (CDA), sendo ajuizada nova ação executiva lastreada no mesmo débito, transcorridos mais de cinco anos da ocorrência do fato gerador. (...)Sendo exercido o direito de ação pelo Fisco, diante do ajuizamento da execução fiscal, encerrou-se a inação do credor, revelando-se incoerente a interpretação de que o prazo prescricional continuaria a fluir desde a constituição definitiva do crédito tributário até a data em que ocorresse o despacho da citação do devedor (parágrafo único do art. 174 do CTN). Dessa forma, a citação válida em processo extinto sem julgamento do mérito, excepcionando-se as causas de inação do autor, interrompe a prescrição. Destarte, o prazo prescricional interrompido pela citação válida somente reinicia seu curso após o trânsito em julgado do processo extinto sem julgamento do mérito; pois, se assim não o fosse, a segunda ação também seria extinta por força da litispendência.
Atenção: caso o nome do sócio conste da CDA, em execução ajuizada apenas contra a PJ, o ônus da prova compete ao sócio, porque aquela goza de presunção de liquidez e certeza.
	Origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado. Origem: tipo de lançamento, declaração de contribuinte, confissão. Natureza: tributário ou não, multa, modalidades de obrigação principal (art. 113, §1º CTN).
	
	Número do processo administrativo de que se originar o crédito: se extraviou o processo, é nula a CDA, porque retira do contribuinte a amplitude de defesa (STJ, RESP 686777, 2005).
	É necessário protesto da CDA para execução fiscal? Se a CDA goza de presunção de certeza e liquidez, o inadimplemento é caracterizado como elemento probante, sendo um fato extintivo do direito da autor (STJ).
	
	  Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
	Após o reconhecimento da deficiência do título, o Exequente pode, através do órgão apropriado, promover o cancelamento da certidão nula e a lavratura de nova certidão, sem os vícios formais da anterior, solicitando, nos autos da execução, a substituição da primeira pela segunda. Desse modo, a execução prosseguirá com suporte na CDA substituta, adequando-se ao que nela contido.
	Atenção! A substituição da CDA é uma faculdade do credor. Não pode ser determinada pelo magistrado. A pena para a inércia da exequente é a declaração de nulidade do título, com a consequente extinção da execução.
	Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.
        Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a queaproveite.
	A qualidade de prova pré-constituída da CDA inverte o ônus de prova no tocante à qualidade dos sócios-gerentes indicados pelo título. Assim, se o INSS, p. ex., com base no ato constitutivo da empresa, arrola na CDA pessoas que não exercem, efetivamente, função de administrador, diretor, etc, caberá a eles a demonstração de dirimentes ou excludentes da hipótese previstas para responsabilidade de terceiros.
	CERTIDÕES NEGATIVAS
	Só por lei é que a pratica de atos pode ser condicionada à apresentação de certidões negativas de débitos, o que se pode extrair diretamente dos art. 5º, II e XIII da CF, e resta expresso no art. 205 do CTN. Mas nem mesmo a lei poderá exigir a apresentação de CND incorrendo em irrazoabilidade ou compromentendo desproporcionalmente direito do contribuinte, o que configuraria o que há muito se designa como sanção política. Atos normativos infralegais não podem restringir direitos.
	STJ, Info 413: Não é lícito exigir uma nova certidão negativa de débitos (CND) para o desembaraço aduaneiro da importação, se a comprovação da quitação dos tributos já foi apresentada quando da concessão do benefício fiscal de drawback.
Art. 195, §3º, CF: - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
	Inconstitucionalidade do condicionamento do levantamento de precatório à apresentação de CND. Lei 11033, art. 19 – ADI 3453, Carmen Lucia, nov/06).
	Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
        Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.
	É imprescindível para que seja válida a recusa de expedição de CND que o Fisco aponte quais os débitos que lhe impende, informando a que tributo e período se refere, bem como qual o montante atualizado, expedindo para tanto uma certidão positiva de débitos.
	Falta de apresentação de GFIP: embora o art. 32, IV e § 10, da Lei 8212 estabeleça a falta de 	
	Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
	O pagamento parcelado na execução fiscal, previsto no art. 745-A do CPC, autoriza o devedor a obter a certidão do art. 206.
STJ, Info 419: No recurso representativo de controvérsia (art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008-STJ), a Seção reiterou que é legítima a recusa do Fisco de fornecer certidão de regularidade fiscal (Certidão Negativa de Débitos – CND), em virtude da existência, por si só, de irregularidade em guias de recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social (GFIPs), a despeito da ausência de lançamento de ofício da suposta diferença constatada. 
STJ, Info 417: Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o crédito tributário nasce, por força de lei, com o fato gerador, e sua exigibilidade não se condiciona a ato prévio levado a efeito pela autoridade fazendária, perfazendo-se com a mera declaração efetuada pelo contribuinte, razão pela qual, em caso do não pagamento do tributo declarado, afigura-se legítima a recusa de expedição da certidão negativa ou positiva com efeitos de negativa. 
STJ, Info 380: A alegação de compensação é verdadeira causa extintiva do direito do Fisco. Ela pode ser alegada pelo contribuinte na esfera judicial ou na administrativa. Na última, tem o efeito de suspender a exigibilidade do tributo (art. 151, III, do CTN). Assim, enquanto pendente a análise daquele pedido administrativo, suspende-se a exigibilidade do tributo, hipótese em que não há como negar a expedição de certidão positiva de débitos com efeito de negativa (art. 206 do CTN). REsp 980.017-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 9/12/2008.

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