Buscar

Questoes IED

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
 
FACULDADE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 
Curso de Bacharel em Direito 
Turma A – Unidade: Tatuapé 
 
 
 
 
Ana Maria de Paschoa 
Geraldo Paz de Santana 
Johnson Pontes de Moura 
 
 
“APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA CIÊNCIA DO 
DIREITO NA ANÁLISE DE QUESTÕES DISCURSIVAS 
DA TEORIA DOGMÁTICA DA DECISÃO” 
 
 
 
 
São Paulo 
Novembro – 2010 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 2
 
Ana Maria de Paschoa 
Geraldo Paz de Santana 
Johnson Pontes de Moura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Unidade Curricular 
Introdução ao Estudo do Direito (II) do curso de 
Bacharel em Direito da Faculdade Carlos Drummond 
de Andrade sob a orientação do Professor M.Sc. 
Rodrigo Frota. 
 
 
 
São Paulo 
Novembro – 2010 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 3
CONSIDERAÇÕES INICIAIS: 
Este trabalho acadêmico visa contribuir na Aplicação dos conceitos da 
Ciência do Direito na Teoria Dogmática da Decisão, elencando Questões analítico-expositivas 
propostas na Avaliação Continuada (2) da Disciplina Introdução ao Estudo do Direito (II), 
ministrada pelo Professor M.Sc.Rodrigo Frota na Faculdade Carlos Drummond de Andrade. 
As questões que foram realizadas neste trabalho sob um enfoque analítico-
expositivo, a explicitá-las a seguir: 
QUESTÃO (01): 
Explique com suas palavras a Função do Direito para Tércio Sampaio 
Júnior e como isto se alcança. 
QUESTÃO (02): 
Comente justificadamente a seguinte afirmação: “A dogmática é a 
única forma de se interpretar o Direito”. 
QUESTÃO (03): 
“João num ato de Fúria matou a esposa e sumiu com o corpo e com 
todos os vestígios. Pergunta-se: para o Direito, João cometeu homicídio”. Justifique. 
QUESTÃO (04): 
Comente justificadamente a interpretação que aplica uma lei marítima 
a um caso aeronáutico, quando este for omisso. 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 4
QUESTÃO (01): 
Explique com suas palavras a Função do Direito para Tércio Sampaio 
Júnior e como isto se alcança. 
RESPOSTA ANALÍTICO-EXPOSITIVA: 
1. A IDEOLOGIA NA SENTENÇA JUDICIAL 
1.1 Ciência do Direito e Decicibilidade. 
 
O problema central da ciência jurídica é a decidibilidade, pois de seus 
enunciados decorrem conseqüências programáticas de decisões legislativas, judiciárias, 
administrativas, contratuais, por criar critérios para a aplicação do direito. Em suas 
investigações, nos problemas que requerem uma solução, a ciência jurídica utiliza-se da 
argumentação tópica. 
 
 
Ao encarar a questão da decidibilidade, a ciência jurídica se articula, na 
lição de Tércio Sampaio Ferraz Jr., em modelos teóricos: 
 
 
a) O analítico, que vê a decidibilidade como uma relação hipotética entre 
conflito hipotético e uma decisão hipotética, daí ter função heurística, principalmente 
organizadora, por criar condições para classificar, tipificar e sistematizar fatos relevantes, 
embora tenha, ainda, a avaliativa e a de previsão; 
b) O hermenêutico, que encara a decicibilidade do ângulo de sua relevância 
significativa, tendo uma função heurística, mas primordialmente avaliativa, apesar de ter 
também a organizatória e a de previsão; 
c) O empírico, que vê na decidibilidade uma busca de condição de 
possibilidade de uma decisão hipotética para um conflito hipotético. Eis porque, além de ter 
função heurística, sobreleva a função de previsão, englobando ainda a organizatória e a 
avaliativa. 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 5
 Há, portanto, uma técnica cientifica. A ciência jurídica constitui uma 
arquitetônica de modelos, não sendo, porém, uma mera técnica jurídica, que corresponde ao 
trabalho dos advogados, juízes, promotores, legisladores, pareceristas etc., que está ligada à 
criação do direito. 
O jurista coloca problemas, propondo uma solução possível e viável. Isto é 
assim porque a interpretação do estudioso do direito pode ser mais ou menos justa ou 
adequada à pacificação social, mais ou menos eficiente sob ângulo econômico, mais ou menos 
repudiada pelos doutrinadores e aplicadores do direito, que se valem do conhecimento 
jurídico, apesar de suas contrariedades. Se tal interpretação for razoavelmente convincente, 
diz Fábio Ulhoa Coelho utilizando-se de recursos argumentativos, aceitos pela comunidade 
jurídica, o jurista construiu um conhecer tecnológico. 
 
 
 O ideal dos juristas é descobrir o que está implícito no ordenamento, 
reformulando-o, apresentando-o como um todo coerente e adequando-o às valorações sociais 
vigentes. 
 
1.2 A função sistemática da ciência jurídica. 
 
A ciência jurídica articulada no modelo teórico analítico analisa as figuras 
jurídicas, encadeando-as num sistema para obtenção de decisões possíveis, preocupando-se 
com as questões da: 
 
 
a) Procura da norma vigente; 
b) Validade constitucional fática, ideal e ética; 
c) Estrutura hipotética da norma; 
d) Sistematização jurídica. 
 
1.3 Função hermenêutica da ciência do direito. 
 
 
A ciência do direito articulada no modelo teórico hermenêutico, surge 
como uma teoria hermenêutica por ter a tarefa de: 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 6
 
 
a) O ato interpretativo tem um sentido problemático, de modo que é 
pressuposto de hermenêutica jurídica a liberdade do intérprete na escolha das múltiplas vias 
interpretativas, pois deve haver uma interpretação e um sentido que prepondere, pondo um 
fim prático à cadeia das varias possibilidades interpretativas, criando, condições para uma 
decisão possível. 
b) Verificar a existência da lacuna jurídica, constatando-a e indicando os 
instrumentos integradores que levem a uma decisão possível mais favorável. 
c) Afastar contradições ou antinomias jurídicas, indicando os critérios 
idôneos para solucioná-las. 
 
 1.4 Função decisória da ciência jurídica. 
 
 
A ciência do direito aparece como teoria da decisão ao assumir o modelo 
teórico empírico, visto ser o pensamento jurídico um sistema explicativo do comportamento 
humano regulado normativamente, sendo uma investigação dos instrumentos jurídicos de 
controle de conduta. 
 
 
A doutrina tradicional analisa a decisão jurídica atendendo à questão da 
construção do juízo deliberativo pelo juiz ou autoridade, nela vislumbrando uma operação 
dedutiva ou construção silogística, onde a norma geral seria a premissa maior; o caso conflito, 
a premissa menor; e a conclusão, a decisão. 
 
 
Trata-se do problema da subsunção, onde a grande dificuldade seria, 
segundo Engisch, encontrar a premissa maior, ante o fato de haver normas que se completam 
ou se excluem. 
 
 
Sob esse aspecto, na decisão jurídica haverá dois problemas: o da 
qualificação jurídica e o das regras decisórias. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 7
 
a) Da qualificação jurídica, que não é fácil ante: 1) a vaguidade e 
ambigüidade dos conceitos gerais contidos na norma, que por tal razão requerem o emprego 
de conceitos técnicos, introduzidos por meio de definições explicativas; 2) a falta de 
informação sobre os fatos do caso, remediada pelas presunções legais e onus probandi. 
b) Das regras decisórias, pois a decisão não surge arbitraria e 
automaticamenteante: a imprescindibilidade da prova, a existência de técnica probatória, a 
proibição do non liquet e o principio da legalidade que vincula o decididor à lei e ao direito, 
mas como há casos em que o aplicador pode decidir mediante avaliações próprias, a teoria 
jurídica procura delinear os conceitos indeterminados, normativos e discricionários, dando-
lhes o conteúdo estimativo, atendo-se à valoração positiva vigente na sociedade. 
Portanto, a Função do Direito segundo Tércio Sampaio Ferraz Júnior, o 
Direito é o conteúdo da linguagem. O Direito é fundamentado como uma decisão justa de ser 
aplicada e a segurança possível jurídica, que esta se baseia nas decisões para ser justo. A 
Justiça e a segurança precisam uma da outra e para uma delas atuar, a outra também deve 
atuar- o intérprete deve se basear o que já foi interpretado e o intérprete deve ser livre para 
interpretar, caso contrário, estaríamos em situações passadas. 
 
QUESTÃO (02): 
Comente justificadamente a seguinte afirmação: “A dogmática é a 
única forma de se interpretar o Direito”. 
RESPOSTA ANALÍTICO-EXPOSITIVA DA ASSERTIVA: 
 
A ciência jurídica constitui uma arquitetônica de modelos, não sendo, 
porém, uma mera técnica jurídica, que corresponde ao trabalho dos advogados, juízes, 
promotores, legisladores, pareceristas etc., que está ligada à criação do direito. 
O jurista coloca problemas, propondo uma solução possível e viável. Isto é 
assim porque a interpretação do estudioso do direito pode ser mais ou menos justa ou 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 8
adequada à pacificação social, mais ou menos eficiente sob ângulo econômico, mais ou menos 
repudiada pelos doutrinadores e aplicadores do direito, que se valem do conhecimento 
jurídico, apesar de suas contrariedades. O ideal dos juristas é descobrir o que está implícito 
no ordenamento, reformulando-o, apresentando-o como um todo coerente e adequando-o às 
valorações sociais vigentes. 
A ciência do direito articulada no modelo teórico hermenêutico., 
estabelecendo alternativas de decisão possível por meio de construções dogmáticas, 
neutralizando a pressão exercida pelos problemas de distribuição de poder, de recursos etc. O 
intérprete deve interrogar o texto normativo, destacando tudo que neles se contém como 
adequado àquela finalidade prática, ajustando-o à atual situação, mediante uma avaliação 
ideológica, ao determinar os fins e objetivos da norma, permitindo, assim, um controle da 
mens legis e sua interpretação. O intérprete procura apreender o sentido do texto normativo, 
apresentando várias soluções possíveis, atendendo às pautas valorativas vigentes numa 
sociedade, em certo momento; com isso afasta-se de suas preferências pessoais, de sua 
opinião, de seu querer ou vontade. A interpretação jurídica assume um compromisso com a 
tomada de decisões ou com a solução de possíveis conflitos. A função da dogmática jurídica é 
a construção das condições do juridicamente possível, em termos de decidibilidade, ou seja, a 
determinação das possibilidades de construção jurídica de casos jurídicos. Disto se infere que 
a interpretação, além de argumentativa e dialética, é ideológica. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 9
A decisão do juiz não é incondicionada, pois as suas valorizações não são 
projeções do critério avaliativo pessoal do magistrado, uma vez que ele emprega as pautas 
axiológicas consagradas na ordem jurídica, interpretando-as em relação às situações fatídicas 
que deve solucionar. Toda sentença pressupõe uma certeza objetiva do sistema jurídico 
entendido em seus subconjuntos de normas, de fatos e de valores, em que se apoiou, 
acrescentando o juiz à ordem jurídica a norma individual que edita ao julgar o caso, 
inspirando-se nesse mesmo ordenamento. 
Ensina-nos Tércio Sampaio Ferraz Jr. que nenhuma das duas teorias da 
interpretação resolve, de modo satisfatório, a questão de saber se é a mens legis ou se é a mens 
legislatoris que deve servir de guia ao intérprete. A subjetiva favorece, em certa medida, o 
autoritarismo, por preconizar a preponderância da vontade do legislador; a objetiva, ao dar 
posição de destaque à equidade do intérprete, deslocando a responsabilidade do legislador, no 
que atina à criação da norma, para o intérprete, favorece o anarquismo. Trata-se de uma 
polêmica insolúvel, mas que nos aponta alguns pressupostos hermenêuticos: se interpretar é 
compreender uma outra interpretação afixada na norma, há dois atos: o que dá à norma seu 
sentido e o que tenta captá-lo, e a norma deve ser vista como um dogma; logo um dos 
pressupostos da hermenêutica jurídica é o caráter dogmático de seu ponto de partida. 
A hermenêutica estabelece alternativas de decisão possível por meio de 
construções dogmáticas, neutralizando a pressão exercida pelos problemas de distribuição de 
poder, de recursos etc. O intérprete deve interrogar o texto normativo, destacando tudo que 
neles se contém como adequado àquela finalidade prática, ajustando-o à atual situação, 
mediante uma avaliação ideológica, ao determinar os fins e objetivos da norma, permitindo, 
assim, um controle da mens legis e sua interpretação. O intérprete procura apreender o sentido 
do texto normativo, apresentando várias soluções possíveis, atendendo às pautas valorativas 
vigentes numa sociedade, em certo momento; com isso afasta-se de suas preferências 
pessoais, de sua opinião, de seu querer ou vontade. A interpretação jurídica assume um 
compromisso com a tomada de decisões ou com a solução de possíveis conflitos. A função da 
dogmática jurídica é a construção das condições do juridicamente possível, em termos de 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 10
decidibilidade, ou seja, a determinação das possibilidades de construção jurídica de casos 
jurídicos. Disto se infere que a interpretação, além de argumentativa e dialética, é ideológica. 
 
 
QUESTÃO (03): 
“João num ato de Fúria matou a esposa e sumiu com o corpo e com 
todos os vestígios. Pergunta-se: para o Direito, João cometeu homicídio”. Justifique. 
RESPOSTA ANALÍTICO-EXPOSITIVA: 
Será realizada uma explanação analítico-argumentativa para esta situação 
específica. 
3. SUBJETIVIDADE NA SENTENÇA JUDICIAL 
3.1 Poder normativo do juiz. 
 
 
A decisão do juiz não é incondicionada, pois as suas valorizações não são 
projeções do critério avaliativo pessoal do magistrado, uma vez que ele emprega as pautas 
axiológicas consagradas na ordem jurídica, interpretando-as em relação às situações fatídicas 
que deve solucionar. Toda sentença pressupõe uma certeza objetiva do sistema jurídico 
entendido em seus subconjuntos de normas, de fatos e de valores, em que se apoiou, 
acrescentando o juiz à ordem jurídica a norma individual que edita ao julgar o caso, 
inspirando-se nesse mesmo ordenamento. 
 
 
A atividade jurisdicional é um fator de continuidade do ordenamento 
jurídico, por colocá-lo em funcionamento, assegurando a realização dos princípios, dos fatos e 
dos valores que o fundamentam; um fator de evolução, por fazer com que a ordem jurídica se 
reajuste, adaptando-se aos fatos no tempo; e um fator de progresso, por redescobrir a fonte de 
cognição que lhe fornece a seiva vivificante e contribui para desenvolver o seu 
aperfeiçoamento conjunto. 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 11
3.2 A influência da doutrina na legislação e na decisão judicial. 
 
 
Os magistrados usam da doutrinajurídica ao prolatar suas decisões, para 
justificá-las ao dar solução razoável aos problemas que lhe são apresentados, sempre baseados 
no critério de justiça. A escolha da norma aplicada pelos órgãos judicante é indicada, na 
maioria das vezes, por ensinamentos doutrinário-jurídicos, transmitidos por juristas de 
prestígio, em seus comentários ao direito positivo, onde apresentam suas interpretações e a 
sistematização jurídica. Por tal razão a doutrina é, sem duvida, um ponto de apoio ao 
Judiciário em sua função de distribuir a justiça, visto que todo juiz procura dar sentenças bem 
fundamentadas e justas, para que não venham a sofrer ulterior modificação ou reforma na 
segunda instância. 
 
À luz dos argumentos teóricos supracitados, o Juiz escolherá o fato como 
uma Interpretação do evento: a decisão parte de uma consciência de informação e o 
sofrimento leva a um momento de decisão e, por sua vez, a emissão da imagem. 
Na Teoria Clássica é de acordo como o fato se encaixava na norma (se 
João num ato de fúria e sumiu com o corpo e com todos os vestígios), caso seja comprovado 
o homicídio segundo a Constituição Federal, logo ocorrerá Pena de cinco a seis anos; neste 
caso específico, no qual João sumiu com o corpo e todos os vestígios que comprovariam a 
morte de sua esposa, o Direito na Teoria Clássica achava-se Deus pela simples ocorrência do 
mundo fático. 
O problema da Teoria Clássica é que o Direito era onisciente, onipresente. 
Começou-se a Interpretar só a subsunção da norma se há um relato em 
Linguagem Apropriada (provas do homicídio, inquérito, autos de infração). A decisão até 
chegar a emissão para trabalhar com a norma em Linguagem apropriada, com elementos do 
tipo: local onde aconteceu, a jurisprudência para o juiz saber em que direção irá aplicar a 
norma corretamente. 
 3.3 Aplicação do direito. 
 
 
É a aplicação da norma geral ao caso individual. A tarefa da subsunção 
apresenta duas dificuldades: 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 12
 
a) A falta de informação sobre os fatos do caso, que é solucionada por 
presunções legais e pelo ônus probandi; 
b) Indeterminação semântica dos conceitos gerais contido na norma, 
resolvida pela introdução de definições explicitas. Daí a necessidade da interpretação para 
saber qual a norma que incide sobre o caso sub judice. 
 
 
Integração - se órgão judicante não encontra a norma aplicável ao caso por 
haver lacuna, deverá aplicar os arts. 4º e 5º da Lei de introdução ao Código Civil, para 
preenchê-la. Trata-se de da integração, que é um desenvolvimento aberto do direito, dirigido 
metodicamente. 
 
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se 
dirige e às exigências do bem comum. 
 
 
Correção- Se o magistrado não pode subsumir o fato a nenhuma norma, 
por haver incoerência no sistema, ante existência de várias soluções incompatíveis, ou seja, de 
antinomia, deve lançar mão de uma interpretação corretiva. 
3.4. O SISTEMA JURÍDICO 
 
Sistema: é uma construção cientifica composta por um conjunto de 
elementos que se inter-relacionam mediante regras. Essas regras, que determinam as relações 
entre os elementos do sistema, formam sua estrutura. 
 No sistema jurídico os elementos são as normas jurídicas, e sua estrutura é 
formada pela hierarquia, pela coesão e pela unidade, a hierarquia vai permitir que a norma 
jurídica fundamental (a Constituição Federal) determine a validade de todas as demais normas 
jurídicas de hierarquia inferior. 
A coesão demonstra a união íntima dos elementos (normas jurídicas) com 
o todo (o sistema jurídico), apontando, por conexão, para ampla harmonia e importando em 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 13
coerência, a unidade dá um fechamento no sistema jurídico como um todo que não pode ser 
dividido: qualquer elemento interno (norma jurídica) é sempre conhecido por referência ao 
todo unitário (o sistema jurídico). 
 
3.5 As lacunas nas normas jurídicas 
 
Na realidade, por mais que as normas jurídicas – e os legisladores – 
queiram, elas não conseguem acompanhar a dinâmica de transformações da realidade social. 
No sistema jurídico brasileiro a própria LICC, em seu art. 4º, dispõe que, 
“quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais do direito”, isto é, no Brasil o próprio ordenamento jurídico, já antevendo 
sua eventual omissão, estipulou regra visando a saná-la. 
 
3.6 Os meios de integração. A constatação e o preenchimento das 
lacunas 
 
Quando o intérprete, ao procurar no sistema jurídico a norma a ser 
aplicada, encontra apenas o costume jurídico, não há lacuna, pois o costume é norma própria 
do ordenamento jurídico e, como tal, um elemento que faz parte do sistema. Se não há lei, 
mas há costume jurídico, não há lacuna. 
A analogia é tratada, via de regra, pelos lógicos, dentro do campo do 
raciocínio indutivo. A indução, como se sabe, é o raciocínio que, partindo de casos 
particulares, chega a uma conclusão geral (ao contrário da dedução, que, partindo do geral, 
chega a um particular). 
São exemplos dos princípios gerais do Direito no Brasil: a Justiça, a 
dignidade do homem, a isonomia, a anterioridade para fins de cobrança de impostos, o 
sistema republicano etc. Os princípios gerais do Direito são o penúltimo reduto de onde o 
intérprete deve retirar a resposta para o problema da lacuna. 
Caso ele aí não a encontre, cabe-lhe, então, recorrer à equidade, como 
forma última de preenchimento da lacuna. 
Equidade é uma colmatação justa da falha do ordenamento jurídico. 
 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 14
QUESTÃO (04): 
Comente justificadamente a interpretação que aplica uma lei marítima 
a um caso aeronáutico, quando este for omisso. 
RESPOSTA ANALÍTICO-EXPOSITIVA: 
O problema das lacunas e das antinomias, tal como aparece atualmente, 
surgiu no século XIX, porque nele se consolidaram condições políticas (soberania nacional, 
separação de poderes) e jurídicas (preponderância da lei como fonte jurídica, controle da 
legalidade das decisões judiciárias e concepção do direito como sistema), incorporadas pelo 
processo de positivação do direito. 
 
 
4.1. OPERAÇÕES TÉCNICAS 
 
-construção de conceitos jurídicos e ordenação sistemática do direito pela 
ciência jurídica 
-determinação da existência da norma jurídica no espaço e no tempo, pelo 
órgão 
-interpretação da norma pelo jurista e pelo órgão 
-Interpretação, pelo órgão 
-investigação corretiva do direito pelo órgão e pelo jurista 
-Determinação, pelo órgão, da norma aplicável 
-estabelecimento de uma relação entre a norma individual, criada pelo 
órgão para o caso sub judice, com outras do ordenamento que se sabe válidas. 
 
 
INTERPRETAR é descobrir o sentido e alcance da norma, procurando a 
significação dos conceitos jurídicos. É explicar, esclarecer, dar o verdadeiro significado do 
vocábulo, extrair da norma tudo o que nela se contém, revelando seu sentido apropriado para 
a vida real e conducente a uma decisão. 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 15
A interpretação acrescenta Miguel Reale, é um momento de 
intersubjetividade: o ato interpretativo do juiz, procurando captar e trazer a ele o ato de 
outrem, no sentido de se apoderar deum significado objetivamente válido. O ato 
interpretativo implicaria uma duplicidade, onde sujeito e objeto estão colocados um diante do 
outro. 
É a hermenêutica que contém regras bem ordenadas que fixam os critérios 
e princípios que deverão nortear a interpretação. A hermenêutica é a teoria científica da arte 
de interpretar, mas não esgota o campo da interpretação jurídica, por ser apenas um 
instrumento para sua realização. 
 
 
É tarefa do interprete, enquanto jurista, apenas determinar mediante ato de 
conhecimento não só o sentido exato e a extensão da formula normativa, mas também 
fornecer ao aplicador o conteúdo e o alcance dos conceitos jurídicos. 
 
 
Ao se interpretar a norma, deve-se procurar compreendê-la em atenção aos 
seus fins sociais e aos valores que pretende garantir. O ato interpretativo não se resume, 
portanto, em simples operação mental, reduzida a meras interferências lógicas a partir de 
normas, pois o intérprete deve levar em conta o coeficiente axiológico e social nela contido, 
baseado no momento histórico em que esta vivendo. 
 
 
4.1.1. Questões da vontade da lei ou legislador como critério 
hermenêutico. 
 
A teoria subjetiva entende que a meta da interpretação é estudar a vontade 
histórico-psicológica do legislador expressa na norma, 
A teoria objetiva, por nós acatada, preconiza que, a interpretação, deve-se 
ater à vontade da lei, que, enquanto sentido objetivo, independe do quer subjetivo do 
legislador,porque após o ato legislativo a lei desliga-se do seu elaborador, adquirindo 
existência objetiva. 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 16
4.2. TÉCNICAS INTERPRETATIVAS 
 
São os processos, lógicos ou não, utilizados para desvendar as varias 
possibilidades de aplicação da norma. 
Técnica gramatical- Por meio dela, o interprete busca o sentido literal do 
texto normativo, alicerçando-se em regras lingüísticas, atendendo à pontuação, colocação dos 
vocábulos, origem etimológica etc. 
Processo lógico – Procura desvendar o sentido e o alcance da norma, 
estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os 
entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. 
Processo sistemático- Considera o sistema em que se insere a norma, 
relacionando-a com outras, relativas ao mesmo objeto. 
 Técnica-histórica – Baseia-se na averiguação dos antecedentes da norma, 
às condições culturais ou psicológicas sob as quais o preceito normativo surgiu (occasio 
legis), tendo sempre em vista a razão da norma (ratio legis), isto é, os resultados que visa 
atingir. 
 Interpretação extensiva- Ao admitir que a norma abrange, implicitamente, 
certos fatos-tipos, o intérprete tenta ultrapassar o núcleo do conteúdo normativo, avançando 
até o seu sentido lateral possível. Essa interpretação apenas reintegra o sentido literal do texto 
normativo, estabelecendo-lhe as legítimas fronteiras; a norma é distendida somente para a 
compreensão dos casos que não estão expressos em sua letra, mas que nela se encontram, 
virtualmente, incluídos. 
Interpretação restritiva- Limita a incidência do comando normativo, 
impedindo que produza efeitos injustos ou danosos, porque suas palavras abrangem hipóteses 
que nelas, na realidade, não se contêm. 
Interpretação declarativa- Se houver correspondência entre a expressão 
lingüística legal e a voluntas legis. 
 
 
 
 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 17
 
4.3. PAPEL DA IDEOLOGIA NA APLICAÇÃO 
JURÍDICA 
 
Intima é a relação entre ideologia e aplicação jurídica, tanto na subsunção, 
na integração, como na correção, porque em todas essas hipóteses deve-se ater à finalidade da 
norma aplicável, tal como concebida no momento atual. 
O órgão, ao sentenciar, deve relacionar a norma a aplicar a fatos e valores, 
buscando realizar a justiça, um sistema jurídico numa dada situação concreta de decisão deve 
neutralizar à realidade através da ideologia. 
Tércio Sampaio Ferras Jr. atribui à ideologia um papel neutralizador do 
valor, na medida em que através dela se valoram os próprios valores. A ideologia, portanto, é 
um conceito axiológico que tem a função seletiva do valor, pois neutraliza os programas 
valorativos ao determinar os fins, as condições, meios, justificações, tornando-se assim uma ¨ 
concretização finalística condicional ¨ , e os campos valorativos, ao criar regras de 
hermenêutica, caso em que se converte numa ¨ concretização finalística ¨. A valoração 
ideológica torna, portanto, rígida a flexibilidade do momento valorativo. De certa forma, com 
a ideologia o valor subjetivo passa a ser objetivo. 
É a ideologia que permite ao órgão judicante decidir-se, num caso 
concreto, por uma norma na qual possa fundar sua decisão, constatar a falta da referida 
norma, identificar antinomias, indicando os meios para que possa prolatar uma decisão. Há 
sempre uma ideologia da política jurisdicional, pois a aplicação é uma operação lógico – 
valorativa. Os magistrados, p. ex., na sua função de preencher lacunas, são inspirados em 
considerações fundadas em avaliações ideológicas, que estabelecem orientações gerais. 
O juiz deve ¨ ler ¨ a norma não sob a luz de seus valores e ideologia 
redimensionados por ocasião da elaboração da norma, porem dos valores e ideologias da 
própria norma. 
Tércio Sampaio Ferraz Jr. assevera, ainda, que o problema das lacunas não 
pode ser entendido: 
a) Se se desligar a norma de seu conteúdo axiológico, pois não se trata de 
uma inadequação do texto normativo em relação a um sistema de valores. 
b) Olvidando-se a relação entre discurso da norma e discurso judicial, pois 
ambos se ligam, intimamente, pelo caráter decisório; 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 18
c) Se não se analisar a diferença entre função do valor e função ideológica, 
o que nos permite explicar certas disfunções dentro da própria norma; 
d) Se se entender o discurso da norma como sendo dialógico-com 
(cientifico), pois assim torna-se inexplicável o aspecto total e sem exceções do momento 
ideológico- monológico. Nestes termos, observa ele, pode-se dizer que a lacuna é um recurso 
ideológico do discurso da norma que: 
a) permite o discurso judicial como discurso persuasivo, partidário, que 
busca uma decisão favorável; 
 b) encobre o conflito legalidade-equidade, dando ao intérprete condições 
para apresentar fatores extra positivos como positivos ou positiváveis; 
c) regula o emprego da analogia, delimitando-lhe o alcance; 
d) permite ao discurso da norma uma sistematização 
O sistema jurídico está embebido de ideologia valorativa; logo, o 
magistrado, ao aplicar o direto, também o está, pois há, de sua parte, uma previa escolha, de 
natureza axiológica, dentre as varias soluções possíveis. 
 
4.4 Limites do ato de decisão judicial. 
 
-Obediência às normas processuais 
- Limitação, em seu exame, aos fatos em que se funda a relação jurídica 
litigiosa e aos constantes dos autos. 
-Observância das normas legais sobre prova dos atos jurídicos. 
-Consideração das presunções legais e do espírito informador do 
ordenamento jurídico, ao preencher lacunas, atendo-se ao complexo das convicções sociais 
vigentes, que integram o subsistema valorativo, bem como ao disposto nos arts. 4º e 5º da Lei 
de Introdução ao Código Civil. Sua decisão está condicionada pelo sistema jurídico em seus 
três subconjuntos: normativo, fático e valorativo. 
O juiz, ao aplicar o direito, não deve exceder aos ditames jurídicos - legais, 
nem prejudicar terceiros. 
Se, noscasos de lacuna, o magistrado julga sem lei, até mesmo contra ela, 
para preencher omissão legal, atendendo às necessidades emergentes da vida social e aos 
reclamos da justiça, é o sistema, em seu todo, que o autoriza a criar norma individual sem 
relação lógica de subalternação a uma lei. A norma individual possui, portanto, um limite, que 
seria a sua plena e pacifica compatibilidade com o ordenamento jurídico a fim de nele poder 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 19
penetrar sem causar-lhe incongruências. Se assim não fosse, a ciência do direito não teria 
como considerar válida a norma individual do juiz, que julga caso inédito. A tarefa do órgão 
judicante é criadora, por dar como explicito algo já implícito no sistema jurídico, 
estabelecendo a norma individual relativa ao caso sub judice. 
 
4.4.1 A interpretação jurídica 
 
Interpretar é extrair do objeto tudo aquilo que ele tem de essencial. 
No ato na interpretação leva-se em conta a norma jurídica e também todo o 
sistema jurídico ao qual ela pertence. O intérprete, domina técnicas aprendidas na Ciência do 
Direito para, aplicando-se ao sistema jurídico, extrair deste o melhor resultado – técnico – 
possível. 
Submetendo-se o sistema à sua forma prévia de vê-lo, o intérprete elege 
uma série de premissas possíveis e que surgem pela melhor ou pior manipulação de sua 
técnica, para, depois, por força de uma decisão, escolher a que lhe parece mais adequada, a 
que lhe surge como mais eficaz. 
 
“Há, de fato, uma aproximação entre Interpretação Jurídica e 
Hermenêutica, sendo certo que ambas são utilizadas muitas vezes como sinônimas, como 
adverte Carlos Maximiliano (Hermenêutica e aplicação do direito, Rio de Janeiro, Forense, 
1988, p. 2).” 
 
4.4.2 A distinção da tradição jurídica consiste no seguinte: 
 
- A interpretação é um trabalho prático elaborado pelo operador do Direito, 
através do qual ele busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas ou das “expressões 
do Direito”. 
- A Hermenêutica é a Teoria Científica da Interpretação, que busca 
construir um sistema que propicie a fixação do sentido e alcance das normas jurídicas. 
 
O objeto da Hermenêutica é, então, o próprio ato interpretativo, a 
interpretação em si. 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 20
A possibilidade de produzir uma hermenêutica, no sentido querido pela 
doutrina tradicional, é tão restrita quanto a de se produzir Ciência do Direito não dogmática. 
A hermenêutica não é estudada como uma ciência autônoma, como quer a tradição, mas 
apenas fornece instrumentos (já preparados), que são impostos de forma dogmática pela 
escola de Direito. 
 
 4.4.3. O problema da linguagem 
 
 É pela linguagem escrita que a doutrina se põe, que a jurisprudência se 
torna conhecida etc.; é pela linguagem escrita e falada que os advogados, os procuradores, os 
promotores defendem e debatem causas e os juízes as decidem; é pela linguagem escrita e 
falada que os professores ensinam o Direito e os estudantes o aprendem. Acima de tudo, é 
pela linguagem que se conhecem as normas jurídicas. 
A norma jurídica contém: palavras, termos, expressões, proposições etc. 
que se inter-relacionam (função sintática); palavras, termos, expressões, proposições etc. que 
apontam significados (função semântica); tais termos, proposições etc. são usados por pessoas 
e para pessoas num contexto social (função pragmática). 
 A busca de termos claros, precisos e que não deixem margem a dúvidas é 
meta prioritária de qualquer ciência, pois é por intermédio da linguagem precisa que a ciência 
constrói suas leis, verifica suas hipóteses, elabora seus sistemas. 
 O objeto da Ciência do Direito é basicamente a norma jurídica e esta é 
essencialmente norma jurídica escrita, produzida pelo Estado, guardando aí, nessa produção, 
forte influência da terminologia técnica da Ciência Dogmática do Direito. 
O Direito é “dever ser” criado, imposto e aplicado, por meio da linguagem; 
e a Ciência Dogmática do Direito, no estudo dessa linguagem, acaba por construir e oferecer 
ao meio social em que está inserida verdadeiros “modelos” de conduta, Ciência Dogmática do 
Direito e seus métodos de interpretação não só descrevem as normas jurídicas como 
prescrevem ações e condutas, influindo no meio social. 
 
 “IN CLARIS CESSAT INTERPRETATIO”? 
 
As normas jurídicas claras são compreendidas como linguagem natural, 
que, pela evidência, dispensam fixação de sentido e alcance, as que não são claras 
naturalmente precisam do trabalho de interpretação. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br
 21
 
“MENS LEGIS” ou “MENS LEGISLATORIS”? 
 
Neste contexto, a Interpretação que se aplica a uma Lei marítima a um caso 
aeronáutico, quando este for omisso, pôde-se concluir que o limite do Direito é o limite de sua 
produção de Linguagem, ou seja, é de acordo com seu Código. Está se tratando como chegar 
o conteúdo da norma: a Lei brasileira utiliza de vários instrumentos de integração como é este 
caso específico do “Quase-Lógico”- ou seja, é utilizado a partir do bom senso, por exemplo, 
uma Analogia do marítimo para o aeronáutico. O marítimo trata de uma forma diferente das 
condições para a criação da norma em relação ao aeronáutico; portanto, é quase-lógico, pois 
estão sendo utilizadas analogias para situações muito próximas. 
A analogia é o processo lógico que autoriza a criação de uma regra 
jurídica, derivada da lei, aplicável a um fato omisso. Situa-se, pois, no setor de aplicação do 
direito, onde opera como elemento supletivo da lei. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
Refletir sobre a evolução dos conceitos que norteiam questões referentes 
à Ciência do Direito é de fundamental relevância para a compreensão das circunstâncias do 
mundo contemporâneo, e também para a compreensão dos desafios lançados aos que se 
propõem a construir uma civilização norteada pelos valores de dignidade da pessoa 
humana, da ética, da responsabilidade partilhada. 
 
REFERÊNCIAS 
 
MIGUEL REALE, Lições Preliminares de Direito, 25.ª ed., São Paulo, 
Saraiva, 2000, p. 16, n. 2. 
 FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito, 2a. 
ed., 1994, São Paulo. p. 73 a 82. 
 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito, 2a. ed, trad. João Batista 
Machado, São Paulo, Ed. Martins Fontes, 1987. 
 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
Envie seu artigo, monografia, peças jurídicas paraa publicação: editorial@conteudojuridico.com.br

Continue navegando