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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Módulo Geral 
 
 
CONCURSO: Ministério do Trabalho e Emprego 
CARGO: Auditor-Fiscal do Trabalho 
PROFESSOR: Daniel Ârea 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, 
que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras 
providências. 
 
Rateio é crime!!! Valorize o trabalho do professor e adquira o curso de forma honesta, 
realizando sua matrícula individualmente no site concurseiro24horas.com.br 
 - CPF:
 1 / 58
 AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Direito Constitucional 
Prof. Daniel Ârea 
Aula INAUGURAL 
 
 
 Prof. Daniel Ârea www.concurseiro24horas.com.br 2|58 
 
AULA INAUGURAL 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................. 3 
2. CRONOGRAMA DAS AULAS ............................................................... 4 
3. ORIGEM E CONTEÚDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL ..................... 5 
4. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO .......................................................... 7 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ........................................... 12 
6. ENTRADA EM VIGOR DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO ...................... 17 
7. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO ............................................. 21 
8. PODER CONSTITUINTE ................................................................... 26 
9. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ......................................................... 33 
10. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ...................... 46 
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 51 
12. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ...................................................... 52 
 
 
 - CPF:
 2 / 58
 AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Direito Constitucional 
Prof. Daniel Ârea 
Aula INAUGURAL 
 
 
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1. Considerações Iniciais 
Olá, amigos concurseiros 24 horas! 
Primeiramente, vou fazer uma rápida apresentação para que vocês me 
conheçam um pouco melhor. Meu nome é Daniel Arêa, sou Auditor-Fiscal do 
Trabalho aprovado o concurso de 2013. Tenho graduação em Ciências Atuariais 
(2010) e em Direito (2014). Antes de ingressar no atual cargo que estou de 
Auditor, estive na Assessoria Jurídica da Controladoria Geral de Disciplina do 
Ceará (CGD-CE). 
O cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho é almejado por muitos não só pela 
possibilidade de adquirir estabilidade financeira (salário inicial R$14.960,00 – 
referente à Janeiro/2014), mas também por ser um cargo que enobrece a vida 
de cada um ao tentar trazer uma justiça social para os trabalhadores. 
Antes de apresentar o curso de Direito Constitucional do C24H, é muito 
importante destacar que estaremos organizando esse curso com base nas duas 
bancas que já organizaram esse concurso: Centro de Seleção e de Promoção de 
Eventos (CESPE) e Escola de Administração Fazendária (ESAF). 
Nosso curso de Direito Constitucional não exige que os candidatos tenham 
conhecimentos prévios de tal disciplina. O objetivo de cada um não é se tornar 
mestre em Direito Constitucional, mas passar no concurso de Técnico Judiciário 
do TRT. 
Dentro do curso, no desenvolvimento do material elaborado, utilizei uma 
linguagem mais acessível para o entendimento do aluno acerca da disciplina de 
Direito Constitucional. Porém, tenha consciência de que a linguagem jurídica é 
importante, pois é ela que provavelmente estará na sua prova. 
Nosso material do C24H foi elaborado para que o entendimento e a leitura 
fluam na melhor maneira possível. Todas as aulas estarão divididas 
basicamente em teoria e exercícios. Além disso, apresentarei tabelas, gráficos e 
bizús que forem pertinentes ao aprendizado de todos. 
 
Desta forma, todos poderão ter um estudo mais eficiente e, assim, conseguirão 
obter êxito na tão desejada aprovação nesse concurso público. 
Caso necessário, enviem suas dúvidas, comentários, sugestões para o e-mail 
danielalb87@gmail.com 
 
Sintam-se à vontade, estarei à disposição de vocês e responderei a todos os 
questionamentos no tempo mais breve possível. 
 
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2. Cronograma das Aulas 
AULA DATA Assunto 
01 07/11/2014 
1 - Constituição: conceito, classificação, princípios 
fundamentais, aplicabilidade e interpretação das 
normas constitucionais. 2 – Poder Constituinte: 
conceito, finalidade, titularidade e espécies, 
reforma da constituição, cláusulas pétreas. 
02 21/11/2014 
3 – Dos direitos e garantias fundamentais: dos 
direitos e deveres individuais e coletivos; dos 
direitos sociais; dos direitos de nacionalidade; dos 
direitos políticos. 
03 05/12/2014 
4 – Da organização político-administrativa: das 
competências da União, Estados e Munícipios. 
04 19/12/2014 
5 – Da Administração Pública: disposições gerais; 
dos servidores públicos. 
05 02/01/2015 
6 – Do Poder Executivo. 
06 16/01/2015 
7 – Do Poder Legislativo. 
07 30/01/2015 
8 – Do Processo Legislativo 
08 06/02/2015 
9 – Do Poder Judiciário. 
09 20/02/2015 10 – Controle de Constitucionalidade. 
10 06/03/2014 
11 – Das funções essenciais à Justiça: do 
Ministério Público; da Advocacia Pública; da 
Advocacia e da Defensoria Pública. 
11 20/03/2015 
12 – Da Ordem Econômica e Financeira. 13- Da 
Ordem Social 
12 03/04/2015 Simulado Final 
 
Inicialmente, seguiremos a cronograma com fidelidade. No entanto, poderá ser 
antecipado as aulas conforme a evolução da turma e da elaboração das aulas 
antes do prazo previsto acima. 
Não deixem acumular o conteúdo, pois como vocês podem ver o conteúdo é 
extenso e precisamos de tempo para podermos assimilar, exercitar e revisar 
alguns pontos importantes. Chega de papo. Agora, vamos fazer o máximo de 
horas bunda cadeira (HBC) possível. 
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3. Origem e Conteúdo do Direito Constitucional 
Vamos dar o pontapé inicial na nossa conversa. Seguindo a cronologia das 
nossas aulas, iniciaremos vendo a Origem e o Conteúdo do Direito 
Constitucional. Dessa forma, vamos ver repassar alguns conceitos para você. 
 
 
 
Todo Estado tem uma Constituição, em sentido amplo conforme foi acima 
conceituado. Nessa acepção ampla, a Constituição é simplesmente a forma de 
organização do Estado. Trata-se, portanto, de um conceito de Constituição que 
independe da existência de um texto escrito. 
 
O Direto Constitucional, segundo José Afonso da Silva, estabelece a estrutura 
do Estado, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e 
exercício do poder bem como a limitação desse poder, por meio, especialmente, 
da previsão dos direitos e garantias. 
 
Quanto a origem do constitucionalismo, identifica-se na Constituição dos 
Estados Unidos, de 1787, e na Constituição da França, de 1791. Ambas as 
•Organização de um povo soberano sobre determinado território.Estado
•Capacidade do povo em tornar efetivas as suas decisões e a reger a
sua vida interna sem a interferência de fatores externos.
•Poder supremo que um Estado exerce dentro de seu território nãoreconhecendo qualquer outro equivalente ou superior
Soberania
•União de pessoas que possuem os mesmos hábitos, tradições,
religião, língua e consciência nacional.
•O conceito de nação não depende de território e sim do sentimento
de unidade que as pessoas possuem
Nação
•Organização de um povo dentro de um território.
•É a maneira pela qual um povo se estrutura, interage e se organiza
em seu espaço territorial.
Constituição
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Constituições são rígidas e escritas, inspiradas nos ideais do Iluminismo do 
século XVIII. 
 
1- (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O conceito de Estado possui 
basicamente quatro elementos: nação, território, governo e soberania. Assim, 
não é possível que haja mais de uma nação em um determinado Estado, ou 
mais de um Estado para a mesma nação. 
Comentários: 
A nação é caracterizada pelo sentimento de união entre seus membros, ou seja, 
pela consciência nacional. Além disso, o conceito de nação não está ligado a um 
território. Podemos ter um Estado com mais de uma nação, por exemplo, a 
Rússia. Pode haver também, uma nação sem território, como os bascos. 
Gabarito da Questão: ERRADO 
 
2- (CESPE/Promotor MPE-AM/2008) Os tradicionais elementos apontados 
como constitutivos do Estado são: o povo, a uniformidade linguística e o 
governo. 
Comentários: 
Os elementos tradicionais constitutivos do Estado são: povo, território e 
soberania. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
3- (CESPE/Promotor MPE-AM/2008) A soberania do Estado, no plano 
interno, traduz-se no monopólio da edição do direito positivo pelo Estado e no 
monopólio da coação física legítima, para impor a efetividade das suas 
regulações e dos seus comandos. 
Comentários: 
A soberania é a capacidade do povo em tornar efetivas as suas decisões e a 
reger a sua vida interna sem a interferência de fatores externos. É o poder 
supremo que um Estado exerce dentro de seu território não reconhecendo 
qualquer outro equivalente ou superior. 
Origem do 
Constitucionalismo
Constituição dos 
EUA (1787)
Constituição da 
França (1791)
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Assim, a soberania poderá ser exercida inclusive através da coação física 
legítima, como o poder de polícia. Quando a questão fala em “monopólio do 
direito positivo” significa que somente o Estado pode criar as leis, que deverão 
ser obedecidas por todos. 
Gabarito da Questão: CERTO. 
 
4. Conceito de Constituição 
4.1. Conceito Material 
Constituição em sentido material (ou substancial) é o conjunto de normas, 
escritas ou não, cujo conteúdo seja considerado propriamente 
constitucional. Ou seja, essencial à estruturação do Estado, à regulação do 
exercício do poder e ao reconhecimento de direitos fundamentais aos 
indivíduos. 
 
Portanto, sob o ponto de vista material, o que possui relevância para a 
caracterização de uma norma constitucional é o seu conteúdo, pouco 
importando a forma pela qual tenha sido inserida no ordenamento jurídico. 
 
4.2. Conceito Formal 
Constituição em sentido formal diz a respeito à existência, em um determinado 
Estado, de um documento único, escrito por um órgão soberano instituído com 
essa finalidade, que contém, entre outras, as normas de organização da política 
da comunidade e, sobretudo, que só pode ser alterado mediante processo 
legislativo mais rígido, e com maiores restrições, do que o necessário para a 
aprovação das normas não constitucionais. 
 
Constituiçã
o Material
Organização do Estado
Aquisição, exercício e 
transmissão de poder
Limitações ao poder 
do Estado (Direitos e 
Garantias 
Fundamentais)
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Ressalte-se que todas as normas em uma Constituição formal tem a mesma 
hierarquia. Ou seja, se uma norma está na Constituição, então ela tem a 
mesma validade de qualquer outra norma, independentemente se é 
materialmente constitucional ou não. 
 
Portanto, o que define uma norma como constitucional é a forma pela qual 
ela foi introduzida no ordenamento jurídico, e não pelo seu conteúdo. 
Por isso, somente faz sentido falar em Constituição formal nos Estados dotados 
de Constituição escrita e rígida como é o caso do Brasil. 
 
 
4.3. Conceito Sociológico 
Segundo Ferdinand Lassale (concepção sociológica), a Constituição é 
conhecida como fato social, e não propriamente como norma. O texto 
positivo da Constituição, seria o resultado da realidade social do País, das 
forças sociais que imperam na sociedade, em determinada conjuntura histórica. 
 
Portanto, a Constituição de um país é a soma dos fatores reais de poder que 
nele atuam. Assim, a Constituição escrita só teria validade se 
correspondesse à Constituição que tivesse suas raízes nos fatores reais 
de poder. 
 
4.4. Conceito Político 
Conforme entendimento de Carl Schmitt (concepção política), a Constituição 
é uma decisão política fundamental, qual seja, a decisão política do titular 
do poder constituinte. 
 
Portanto, a Constituição surge, a partir de um ato constituinte, fruto de uma 
vontade e política fundamental de produzir uma decisão eficaz sobre 
modo e forma de existência política de um Estado. 
 
Podemos, então, estabelecer uma distinção entre Constituição e leis 
constitucionais: 
 
Constituição Formal
Norma com ou sem 
conteúdo 
constitucional
Mesma hieraquia
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Constituição 
Dispõe somente de matérias de grande relevância jurídica, 
sobre decisões políticas fundamentais (organização do 
Estado, princípio democrático e direitos fundamentais) 
Leis 
constitucionais 
São as demais normas integrantes no texto constitucional. 
 
4.5. Conceito Jurídico 
Para Hans Kelsen (concepção jurídica), a Constituição compreende uma 
perspectiva estritamente formal, apresentando-se como pura norma 
jurídica, como norma fundamental do Estado e da vida jurídica de um 
país, paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico e instituidora da 
estrutura do Estado. A Constituição é, portanto, um sistema de normas 
jurídicas. 
 
Dessa forma, a Constituição não tem qualquer cunho sociológico, político 
ou filosófico. Trata-se de uma norma pura. Assim, a validade de uma 
norma jurídica positivada é completamente independente de sua aceitação pelo 
sistema de valores sociais vigentes em uma comunidade, tampouco guarda 
relação com a ordem moral, pelo que não existiria a obrigatoriedade de o 
Direito seguir aos ditames desta ordem moral. 
 
Podemos, ainda, propor dois sentidos para a Constituição: 
Sentido Lógico-jurídico 
A norma fundamental hipotética, cuja função é 
servir de fundamento lógico transcendental da 
validade da Constituição em sentido jurídico-
positivo. 
Sentido Jurídico-positivo 
Norma positiva suprema, ou seja, um conjunto de 
normas queregulam a criação de outras normas, 
lei nacional no seu mais alto grau. 
Documento solene que contém um conjunto de 
normas jurídicas que somente podem ser 
alteradas observando-se certas restrições. 
 
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Para facilitar o entendimento desses três pensadores, vamos elaborar um 
quadro: 
Sentido Sociológico Sentido Político Sentido Jurídico 
A Constituição é a soma 
de fatores reais de 
poder que regem uma 
nação, de forma que a 
Constituição escrita só 
terá eficácia quando em 
conformidade com tais 
fatores. 
A Constituição é uma 
decisão política 
fundamental sobre a 
definição do perfil 
primordial do Estado que 
teria por objeto a forma 
e o regime de governo, a 
forma de Estado e a 
matriz ideológica da 
nação. 
A Constituição é 
compreendida de uma 
perspectiva 
estritamente formal, 
consistindo na norma 
fundamental do Estado, 
paradigma de validade 
de todo o ordenamento 
jurídico. A Constituição é 
considerada norma 
pura. Não possui 
qualquer cunho 
sociológico, político ou 
filosófico. 
 
 
4- (CESPE/MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand 
Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política. 
Comentários: O conceito sociológico realmente era defendido por Lassale. No 
entanto, a questão deu o conceito político, proposto por Carl Schmitt. O sentido 
• SoSSiológico = LaSSale
• PolíTTico = SchmiTT
• JuridiKo = Kelsen
MNEMÔNICO
•Guarde os nomes dos três pensadores (LASSALE; SCHIMTT;
KELSEN), pois eles caem em prova.
ATENÇÃO
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defendido por Lassale dizia que a Constituição deve refletir a soma dos reais 
fatores de poder. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
5- (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido sociológico, 
a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a decisão política 
fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos 
do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis 
constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, 
destituídos de decisão política fundamental. 
Comentários: Esse é o conceito político defendido por Carl Schmitt. Para ele, 
existe a Constituição, que é formada pelas normas que organizam o Estado e 
limitam o poder estatal, e as "leis constitucionais", que são dispositivos 
inseridos no texto constitucional, mas que não trazem normas sobre a decisão 
política fundamental. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
6- (CESPE/MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer 
fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
Comentários: No conceito jurídico, defendido por Hans Kelsen, a Constituição 
é uma norma “pura” e o que importa é a formalidade, a rigidez e a supremacia 
constitucional. Para ele, realmente, a validade da Constituição não depende de 
sua aceitação ou da moral. 
Gabarito da Questão: CERTO. 
 
7- (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da 
força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da 
Carta, na solução das questões jurídico-constitucionais, devem procurar a 
máxima eficácia do texto constitucional. 
Comentários: O sentido de constituição defendido por Lassale era o 
sociológico, onde a Carta Maior deveria ser um retrato dos fatores reais de 
poder. O princípio da força normativa da CF foi desenvolvido por Konrad Hesse, 
um positivista que defendia o sentido jurídico da constituição, muito mais 
próximo, portanto, ao conceito proposto por Kelsen. 
Além disso, o princípio descrito na assertiva é um princípio de interpretação 
constitucional chamado “princípio da máxima efetividade”. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
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5. Classificação das Constituições 
5.1. Quanto à Origem 
Podem ser classificadas em OUTOGARDAS, POPULARES ou CESARISTAS. 
Outorgadas 
São impostas, ou seja, nascem sem a participação 
popular. Criada por um soberano, ditador ou monarca. 
Populares ou 
Promulgadas 
ou Votadas 
São produzidas com a participação popular, em regime de 
democracia, mediante a escolha do povo. 
Cesaristas ou 
Bonapartistas 
São unilateralmente elaboradas pelo detento do poder, 
mas dependem de ratificação popular por meio de referendo 
 
 
5.2. Quanto à Forma 
Podem ser classificadas em ESCRITAS ou NÃO ESCRITAS. 
Escritas ou 
Instrumental 
Formada por um conjunto de regras sistematizadas e 
formalizadas por um órgão constituinte, em 
documento escritos. 
Podendo ser codificada = sistematizada em um único 
documento; ou legal = formado por inúmeras leis 
esparsas ou fragmentadas 
Não Escritas ou 
Costumeiras ou 
Consuetudinárias 
Não são elaboradas por um órgão especialmente 
encarregado dessa tarefa, tampouco estão codificadas em 
documentos formais. 
Tais normas se consolidam a partir dos usos e 
costumes, das leis esparsas comuns, das convenções e 
da jurisprudência. 
 
 
5.3. Quanto ao Modo de Elaboração 
Podem ser classificadas em DOGMÁTICAS OU HISTÓRICAS. 
Dogmáticas 
Sempre escritas. São elaborados segundo os dogmas ou 
ideias fundamentais da teoria política e do Direito imperantes 
em um determinado momento. 
Históricas 
ou 
Costumeiras 
Não escritas. Resultam da formação histórica dos valores 
consolidados pela própria sociedade. 
 
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5.4. Quanto ao Conteúdo 
Podem ser classificadas em CONSTITUIÇÃO MATERIAL OU CONSTITUIÇÃO 
FORMAL 
Constituição 
Material ou 
Substancial 
Consideram-se constitucionais somente as normas que cuidam 
de assuntos essenciais à organização e ao funcionamento 
do Estado e estabelecem os direitos fundamentais. 
Leva-se em consideração o conteúdo da norma, não 
importando o processo de elaboração de tal norma ou se 
está inserida ou não em uma Constituição escrita. 
Assim, em uma Constituição não escrita e flexível, não há 
supremacia formal, pois não há distinção entre os processos 
legislativos de elaboração das normas. Nesse sentido, as 
normas constitucionais possuem apenas supremacia material. 
Constituição 
Formal 
São constitucionais todas as normas que integram a 
Constituição escrita, elaborada por um processo especial, 
independentemente de seu conteúdo. 
Não importa o conteúdo da norma constitucional, todas as 
normas integrantes da Constituição serão constitucionais. 
Portanto, podemos afirmar que, em uma Constituição escrita 
e rígida, todas as normas constitucionais possuem a mesma 
hierarquia e são dotadas de supremacia formal em relação 
às demais leis. 
 
5.5. Quanto à Alterabilidade 
Podem ser classificadas em IMUTÁVEIS, RÍGIDAS, FLEXÍVEIS OU 
SEMIRRÍGIDAS. 
Imutáveis ou 
PermanenteNão admite modificação do texto constitucional. 
Rígidas 
Exige um processo legislativo especial para a modificação 
do seu texto constitucional. Sendo, portanto, mais árduo do 
que o processo de elaboração das demais leis do ordenamento 
jurídico. 
Flexíveis 
Permite a modificação do texto constitucional pelo mesmo 
processo legislativo das demais leis do ordenamento 
jurídico. 
Semirrígidas 
Exige um processo legislativo mais difícil para a 
modificação de parte de seus dispositivos constitucionais e 
permite a mudança de outros dispositivos constitucionais 
por um procedimento mais simples. 
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5.6. Quanto à Correspondência com a Realidade 
Podem ser classificadas em NORMATIVAS, NOMINATIVAS OU 
SEMÂNTICAS. 
Normativas 
São as que efetivamente conseguem, por estarem em 
consonância com a realidade social, regular a vida políticas 
do Estado 
Nominativas 
São aquelas que, embora tenham sido elaboradas com o 
intuito de regular a vida políticas do Estado, ainda não 
conseguem efetivamente cumprir esse papel. 
Semânticas 
Não tem o fim de regular a vida política do Estado, de 
orientar e limitar o exercício do poder, mas sim o de beneficiar 
os detentores do poder de fato, que dispõem de meios para 
coagir os governados. 
 
5.6. Quanto à Extensão 
Podem ser classificadas em ANALÍTICAS OU SINTÉTICAS. 
Analíticas 
Com conteúdo extenso, que versa sobre matérias outras que 
não a organização básica do Estado. Ou seja, sobre assuntos 
fora do Direito Constitucional propriamente dito. 
Sintéticas 
Possui conteúdo abreviado e que versa somente sobre os 
princípios gerais ou regras básicas de organização e 
funcionamento do sistema jurídico estatal. Ou seja, sobre assuntos 
substancialmente constitucionais, deixando o restante para a 
legislação infraconstitucional. 
 
5.7. Quanto à Finalidade 
Podem ser classificadas em CONSTITUIÇÃO-GARANTIA, CONSTITUIÇÃO-
BALANÇO OU CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE. 
Constituição-
garantia 
Modelo clássico da Constituição. Restringem-se a dispor 
sobre a organização do Estado e imposição de limites à 
sua atuação, mediante a outorga dos direitos fundamentais ao 
indivíduo. 
Constituição-
balanço 
Disciplinar a realidade do Estado em um determinado 
período político, retratando o arranjo das forças sociais que 
estruturam o poder. 
Constituição 
Dirigente 
Define fins, programas, planos e diretrizes para a atuação 
futura dos órgãos estatais. Um programa para dirigir a 
evolução política do Estado, um ideal social a ser 
futuramente concretizado pelos órgãos do Estado. 
 
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8- (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, 
quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática. 
Comentários: A constituição do Brasil é Formal (quanto ao conteúdo), Rígida 
(quanto à alterabilidade), Escrita (quanto à forma), Analítica (quanto à 
extensão), Dogmática (quanto ao modo de elaboração) e Promulgada (quanto à 
origem) 
Gabarito da Questão: CERTO. 
 
9- (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Quanto ao modo de elaboração, a 
constituição dogmática decorre do lento processo de absorção de ideias, da 
contínua síntese da história e das tradições de determinado povo. 
Comentários: Esse é o conceito de constituição histórica. 
A constituição dogmática é elaborada em um dado momento do tempo e, por 
isso, reflete os anseios e os valores de uma sociedade nesse dado período de 
tempo. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
10- (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica 
as constituições. Quanto às classificações existentes, é correto afirmar que: 
I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita. 
•A Constituição do Brasil é classificada em FORMAL (conteúdo),
RÍGIDA (alterabilidade), ESCRITA (forma), ANALÍTICA (extensão),
DOGMÁTICA (modo de elaboração), POPULAR (origem),
NOMINATIVA (correspondência com a realidade) e DIRIGENTE
(finalidade) .
ATENÇÃO
•CAFExMO ou "cafex mocaccino"
•Esse mnemônico é formado pelas iniciais de cada classificação:
Conteúdo, Alterabilidade, Forma, Extensão, Modo de
Elaboração e Origem.
MNEMÔNICO
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II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica. 
III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada. 
IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética. 
Assinale a opção verdadeira. 
a) II, III e IV estão corretas. 
b) I, II e IV estão incorretas. 
c) I, III e IV estão corretas. 
d) I, II e III estão corretas. 
e) II e III estão incorretas. 
Comentários: I – Errado. Quanto à elaboração as constituições podem ser 
dogmáticas (elaboradas em um texto formal, em um determinado momento da 
história de um Estado), ou então históricas (se consolidaram ao longo dos 
tempos) a classificação que divide as Constituições em escritas ou não-escritas 
seria quanto à “forma”, ou seja, a formalidade em que ela se encontra no 
mundo jurídico. 
II- Errado. Motivo dito no item anterior: dogmática e histórica é modo de 
elaboração. Forma = escrita ou não-escrita. 
III- Correto. 
IV- Errado. Quanto ao conteúdo, as Constituições se classificam em material ou 
formal. A Classificação como sintética ou analítica se refere à “extensão”. 
Gabarito da Questão: Letra B. 
 
11- (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela 
que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do 
Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. 
Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é 
detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais 
dificultoso de emenda constitucional. Considerando a classificação das 
constituições e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e 
outra Constituição, é possível afirmar que 
a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e 
rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa. 
b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, 
rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética. 
c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da 
República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista. 
d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República 
Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária. 
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e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática, 
promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática. 
Comentários: Letra A - Item correto, exigindo conhecimento da Constituição 
dos EUA do candidato... a título de informação, a constituição negativa ésinônimo de Garantia, que é aquela que se limita a trazer elementos limitativos 
do poder do Estado. 
Letra B - Errado. O erro está em afirmar que a CF-88 é histórica, na verdade ela 
é dogmática, pois foi elaborada por um órgão Constituinte, consolidando o 
pensamento que determinada sociedade possui naquele momento. 
Letra C - Errado. A constituição dos Estados Unidos não é consuetudinária 
(costumeira) ela é escrita, inclusive sabemos que foi a primeira constituição 
escrita da história, diferentemente do que diz o item. A classificação da 
Constituição de 88 está correta. 
Letra D - Errado. O item inverteu características das constituições do Brasil e 
dos EUA. 
Letra E - Errado. A do Brasil não é flexível, é rígida, pois somente pode ser 
alterada por procedimento especial. 
Gabarito da Questão: Letra A 
 
6. Entrada em Vigor de uma Nova Constituição 
As normas de uma nova Constituição projetam-se sobre todo o ordenamento 
jurídico, revogando o que for incompatível; conferindo validade às disposições 
infraconstitucionais; e orientando todas as instâncias de poder. 
 
Por isso, quando uma nova Constituição entra em vigor, as leis que são 
materialmente compatíveis com a nova Constituição serão aproveitadas. 
Enquanto as leis que são materialmente incompatíveis serão descartadas. 
 
Essa verificação acerca da compatibilidade é feita pelo controle de 
compatibilidade que é subdividido em Controle de Constitucionalidade, 
Controle de Legalidade e Juízo de Recepção. 
Controle de 
Constitucionalidade 
Compatibilidade da norma em face da Constituição 
Federal vigente à época de sua elaboração. 
Acarretando, assim, na constitucionalidade ou na 
inconstitucionalidade da norma. 
 Norma Infraconstitucional vs. CF atual 
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Controle de 
Legalidade 
Compatibilidade da norma infralegal em face da Lei. 
Juízo de Recepção 
Compatibilidade material da norma elaborada sob a 
Constituição Federal antiga em face da Constituição 
Federal nova. Acarretando, assim, na recepção ou na 
revogação da norma. 
Deve-se ressaltar que a compatibilidade refere-se ao 
conteúdo da norma, não importando a forma como 
ela foi inserida no ordenamento jurídico na época da 
Constituição anterior. 
 Norma infraconstitucional vs. CF posterior 
 
6.1. Juízo de Recepção 
Como já vimos acima, o Juízo de Recepção ocorre quando comparamos a 
nova Constituição Federal com uma norma editada sob a vigência de 
Constituições anteriores. Através desse controle de compatibilidade 
saberemos se a norma pretérita a nova Constituição será recepcionada ou 
revogada. 
 
 
Considerações sobre o Juízo de Recepção 
Só se pode recepcionar as normas infraconstitucionais. A CF anterior é 
totalmente revogada, salvo por disposição expressa da nova Constituição. 
As normas infraconstitucionais anteriores à nova CF que forem materialmente 
compatíveis com a nova Carta Magna são recepcionadas. 
As normas infraconstitucionais anteriores à nova CF que forem materialmente 
incompatíveis são revogadas. 
Lei editada em desacordo com a CF vigente à época de sua elaboração, mas 
materialmente compatível com a nova CF. 
Norma 
infraconstitucional
Constituição Atual
Constitucionalidade 
ou 
Inconstitucionalidade
Constituição Posterior 
Recepção ou 
Revogação
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Uma lei inconstitucional, ou seja, que não foi editada de acordo com a 
Constituição vigente à época de sua elaboração, jamais deveria ter entrado no 
ordenamento jurídico e, em regra, não pode produzir efeitos. 
Dessa forma, ela será inválida, ainda que seja compatível com a nova CF. 
No juízo de recepção, não interessa o aspecto formal, somente o aspecto 
material (conteúdo). 
 
6.2. Inconstitucionalidade Superveniente 
Inconstitucionalidade Superveniente é o fenômeno jurídico pelo qual uma 
norma tornar-se-ia inconstitucional em um momento futuro, depois de sua 
entrada em vigor, em razão da promulgação de um novo texto constitucional, 
com ela conflitante. 
 
Dessa forma, podemos tirar as seguintes conclusões. 
 Uma lei só pode ser considerada inconstitucional ou constitucional, em 
confronto com a Constituição de sua época. 
 O confronto entre uma lei e Constituição futura não s resolve pelo juízo de 
constitucionalidade, mas sim pela revogação (lei materialmente 
incompatível) ou pela recepção (lei materialmente compatível) 
 
 
6.3. Desconstitucionalização 
A promulgação de uma Constituição não acarretaria, obrigatoriamente, a 
revogação global da Constituição passada. Seria necessário analisar cada 
dispositivo da Constituição antiga, a fim de verificar quais conflitariam com a 
nova Constituição, e quais seriam compatíveis com ela. 
 
Portanto, os dispositivos da Constituição antiga, compatíveis com a nova, ao 
serem recepcionados, ingressariam e se comportariam no novo ordenamento 
como se fossem meras normas infraconstitucionais. 
•Não existe no Brasil.
•Uma lei não fica inconstitucional ao longo do tempo, ou ela já nasce
inconstitucional ou ela é revogada por uma eventual alteração na CF.
ATENÇÃO
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6.4. Repristinação 
A nova Constituição não restaura, automaticamente, tacitamente, a vigência 
das leis que não mais estejam em vigor no momento da sua promulgação. 
 
Por isso, a vigência das leis só poderá ser restaurada pela nova 
Constituição, mediante disposição expressa no seu texto. Ocorrerá, nesse 
caso, o fenômeno denominado REPRISTINAÇÃO. 
Recepção Repristinação 
Direito pré-constitucional em vigor no 
momento da promulgação da nova 
Constituição. 
Direito pré-constitucional não mais 
vigente no momento da promulgação 
da nova Constituição. 
Fenômeno tácito, que ocorre 
independemente de disposição 
expressa na nova Constituição. 
Fenômeno que só ocorre se houver 
disposição expressa na nova 
Constituição 
 
 
 
 
12- (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são 
analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova 
constituição. 
Comentários: No juízo de recepção, são analisados somente os aspectos 
materiais da norma a ser recepcionada, ou seja, analisa-se somente se o 
conteúdo da norma é compatível com a nova CF, independente da forma. 
• Não pode ocorrer a descontitucionalização no Brasil, pois
não existe nenhuma disposição expressa quanto a esse
instituto.
ATENÇÃO
•Não existe repristinação tácita no Brasil. Só existe a repristinação
expressa.
ATENÇÃO
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Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
13- (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da constituição, 
cada país só pode ter uma constituição em vigor, de modo que a aprovação de 
nova constituição implica a automática revogação da anterior.Comentários: 
Realmente, quando da promulgação de uma nova constituição, a Carta anterior 
é totalmente revogada, não havendo possibilidade de ser recebida, nem com 
status constitucional e nem com status infraconstitucional, salvo expressa 
disposição da nova CF. 
No entanto, isso não tem nenhuma relação com o princípio da unidade da 
constituição, que diz que a CF é una, não havendo contradições em seu texto. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
6. 
7. Interpretação da Constituição 
7.1. Princípios e Métodos de Interpretação 
A Constituição Federal de 1988 foi elaborada seguindo diversos princípios que 
norteiam os operadores do Direito a seguir os ideais pretendidos pelo Poder 
Constituinte Originário. Este é responsável pela elaboração da Constituição do 
qual abordaremos nessa aula ainda. 
 
Portanto, quando houver aparentemente uma contradição dentro do 
texto constitucional deve-se sempre utilizar dos princípios e métodos 
de interpretação para sanar tais contradições aparentes. 
 
Dessa forma, podemos dizer que cabe, aos operadores do Direito e, em último 
instância, ao STF, interpretar a Constituição para que não haja contradições 
entre as normas constitucionais. 
 
Agora, vamos apresentar o seguinte princípios adotado pelo doutrinador 
Constitucionalista CANOTILHO. 
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO 
Unidade da 
Constituição 
A Constituição deve ser vista como um todo e, assim, 
procurar harmonizar todos os dispositivos 
constitucionais existentes. 
Podemos, então, verificar que todas as normas 
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constitucionais tem igual hierarquia; que não existem normas 
constitucionais originárias inconstitucionais; e que não 
existem antinomias normativas verdadeiras entre os 
dispositivos constitucionais. 
Efeito 
Integrador 
Deve-se dar prioridade aos critérios que favoreçam a 
integração política e social e o reforço da unidade 
política. 
Máxima 
Efetividade 
Deve-se atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê 
maior eficácia, mais ampla efetividade social. 
Justeza 
O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode 
chegar a um resultado que perturbe a estrutura de 
repartição de poderes e exercício das competências 
constitucionais estabelecidas pelo poder constituinte 
originário. 
Harmonização 
ou 
Concordância 
Prática 
Coordenação e combinação dos bens jurídicos, quando 
se verifique conflito entre eles, de forma a evitar o 
sacrifício de total de uns em relação aos outros. 
Os bens jurídicos constitucionalmente protegidos devem 
coexistir harmoniosamente, sem predomínio de uns sobre 
os outros. 
Força 
Normativa da 
Constituição 
Deve-se valorizar as soluções que possibilitem a atuação 
normativa, a eficácia e a permanência da Constituição. 
Não se deve negar eficácia ao texto constitucional, mas sim 
lhe conferir a máxima aplicabilidade. 
Conforme a 
Constituição 
No caso de normas com mais de uma interpretação, deve-se 
dar preferência à interpretação que seja compatível com 
o conteúdo da Constituição. 
Não se deve escolher a interpretação que seja contrária ao 
texto da Constituição. 
A regra é a conservação da validade da lei. Uma lei não 
deve ser declarada inconstitucional se for possível conferir 
uma interpretação em conformidade com a Constituição. 
A interpretação conforme também pode ser feita sem 
redução de texto, ou seja, quando o texto da norma 
permanece intacto, alterando-se apenas a forma como se 
interpreta a norma ou com redução de texto, ou seja, 
quando parte do texto da norma é declarado inválido 
Supremacia da 
Constituição 
A Constituição está no topo do ordenamento jurídico e 
nenhuma outra norma pode ser contrária a ela. 
 
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Além dos princípios, quando se faz a interpretação constitucional, também são 
utilizados os métodos de interpretação, quais sejam: 
 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
Jurídico 
(Hermenêutico 
Clássico) 
A Constituição é, para todos os efeitos, uma lei. Para 
interpretar o sentido da lei constitucional devem ser utilizado 
as regras tradicionais da hermenêutica. 
 Interpretação teleológica: busca da finalidade para a 
qual foi criada, levando-se em conta o seu fundamento 
racional. Utiliza-se os princípios constitucionais. 
 Interpretação filológico (literal): literalidade da lei. 
Deve ser usado apenas como ponto de partida, pois a 
tal interpretação pode chegar a conclusões injustas. 
 Interpretação histórica: fazer a melhor interpretação 
através de um olhar sobre os precedentes históricos 
 Interpretação sistemática: harmonizar as normas 
dando uma unidade ao ordenamento jurídico, 
analisando a Constituição como um todo. 
 Interpretação autêntica: o próprio órgão que editou 
uma norma edita outra norma, com o fim de esclarecer 
pontos lacunosos. 
Tópico 
Problemático 
Interpretação da Constituição mediante um processo aberto 
de argumentação entre vários participantes, tentando 
adequar a norma constitucional ao problema concreto. 
PRIMAZIA DO PROBLEMA SOBRE A NORMA. 
Hermenêutico 
Concretizador 
O intérprete possui uma pré-compreensão acerca dos 
elementos envolvidos no texto a ser interpretado por ele. 
Dessa forma, o intérprete extrai do texto constitucional um 
determinado conteúdo que deve ser comparado com a 
realidade. 
A partir dessa comparação, resulta a reformulação da sua 
pré-compreensão, com o intuito de harmonizar os 
conceitos por ele preconcebidos. 
Essa reformulação deve-se repetir sucessivamente até que 
se encontre uma solução harmoniosa para o problema. 
PRIMAZIA DA NORMA SOBRE O CASO CONCRETO. 
Científico 
Espiritual 
Análise das normas constitucionais, a partir da ordem de 
valores presentes no texto constitucional, a fim de alcançar a 
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integração da Constituição com a realidade social. 
Normativo 
Estruturante 
Identifica-se o conteúdo da norma mediante a interpretação 
do texto da norma e mediante a análise de sua concretização 
normativa na realidade social. 
Interpretação 
Comparativa 
Captar a evolução de institutos jurídicos nos vários 
ordenamentos jurídicos, identificando semelhanças e 
diferenças, com o intuito de esclarecer o significado que 
deve ser atribuído a determinados enunciados 
linguísticos utilizados na formulação de normas 
constitucionais. 
Essa comparação permite estabelecer uma comunicação 
entre várias Constituições e descobrir critérios aplicáveis na 
busca de uma melhor solução para determinados problemas. 
 
7.2. Correntes Interpretativas e não Interpretativas 
Essas correntes debatem sobre a liberdade, a margem de atuação dos juízes ao 
se interpretar as normas constitucionais. 
Corrente 
Interpretativista 
Consideram que os juízes, ao interpretarem a Constituição, 
devem limitar-se a captar o sentido dos preceitos expressos 
na Constituição, ou pelo menos, estejam claramente 
implícitos. 
Assim, a liberdade do Juiz está bastante limitada. Nãosignifica que o juiz deve se ater à literalidade do texto, mas 
sim que ele não pode estender muito a interpretação. 
Corrente Não 
Interpretativista 
Defendem a possibilidade e a necessidade de os juízes 
invocarem e aplicarem os valores e os princípios contra 
atos da responsabilidade do Legislativo em 
desconformidade com a Constituição 
 
 
 
14- (CESPE/Auditor-TCU/2009) Pelo princípio da supremacia da 
Constituição, constata-se que as normas constitucionais estão no vértice do 
•Na corrente interpretativista, o Juiz tem pouca liberdade, já na
nãointerpretativista, ele tem maior autonomia.
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sistema jurídico nacional, e que a elas compete, entre outras matérias, 
disciplinar a estrutura e a organização dos órgãos do Estado. 
Comentários: O princípio da supremacia da constituição diz que as normas da 
CF estão no topo do ordenamento jurídico e que nenhuma outra norma 
infraconstitucional pode contrariá-las. Também está correta a segunda parte da 
questão. Dentre as normas essencialmente constitucionais estão aquelas sobre 
a organização do Estado. 
Gabarito da Questão: CERTO. 
 
15- (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador estabelece que, 
havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras normas do ordenamento 
jurídico para integrar o vácuo normativo. 
Comentários: O princípio do efeito integrador diz que havendo confronto entre 
normas constitucionais, deve-se prestigiar as interpretações que favoreçam a 
integração política e social e reforce a unidade política. O que está descrito no 
enunciado é o uso da técnica da integração. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
16- (ESAF/AFT/2010) Praticamente toda a doutrina constitucionalista cita os 
princípios e regras de interpretações enumeradas por Canotilho. Entre os 
princípios e as regras de interpretação abaixo, assinale aquele(a) que não foi 
elencado por Canotilho. 
a) Unidade da constituição. 
b) Da máxima efetividade ou da eficiência. 
c) Da supremacia eficaz. 
d) Do efeito integrador. 
e) Da concordância prática ou da harmonização. 
Comentários: O tema interpretação constitucional trata basicamente de um 
estudo doutrinário pautado nas lições do Prof. Canotilho. Em nenhum momento 
falamos de princípio da supremacia eficaz. 
Gabarito da Questão: Letra C 
 
17- (ESAF/Advogado-IRB/2004 - Adaptada) Assinale a opção correta. 
a) O princípio da unidade da Constituição postula que, na interpretação das 
normas constitucionais, seja-lhes atribuído o sentido que lhes empreste maior 
eficácia ou efetividade. 
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b) O princípio de interpretação constitucional do "efeito integrador" estabelece 
uma nítida hierarquia entre as normas da parte dogmática da Constituição e as 
normas da parte meramente organizatória. 
c) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a colisão entre princípios 
constitucionais, um princípio não invalida o outro, já que podem e devem ser 
aplicados na medida do possível e com diferentes graus de efetivação. 
d) No sistema jurídico brasileiro, cabe, com exclusividade, ao Poder Judiciário a 
prerrogativa de interpretar a Constituição, sendo do Supremo Tribunal Federal a 
palavra decisiva a esse respeito. 
Comentários: Letra A - Errado. Segundo a doutrina, o princípio da unidade da 
Constituição pressupõe a dissipação das antinomias e contradições. Este 
princípio acima deveria ser descrito como o princípio da máxima efetividade. 
Letra B - Errado. Segundo a doutrina, o efeito integrador pressupõe a busca 
pelo sentido que fortaleça a unidade política e a integração social. Importante é 
dizer que pelo princípio da unidade da Constituição, não há qualquer hierarquia 
entre normas presentes no corpo da Lei Maior, já que ela se manifesta como 
única. 
Letra C - Correto. É o princípio da harmonização ou da concordância prática. 
Veja que quando se fala de princípios, não se fala em exclusão, já que eles 
podem ser ponderados no caso concreto e assim ser concretizados em graus 
diferentes. Isto faz com que os chamem de "mandados de otimização". Quando 
estamos diante de regras constitucionais, ou seja, normas que estabelecem 
uma conduta específica sem margem para abstrações, pode acontecer de uma 
excluir a outra, pois não existe cumprimento parcial de regras, ou são 
cumpridas integralmente ou não são cumpridas. 
Letra D - Errado. Podemos citar, por exemplo, a interpretação autêntica que é 
proferida geralmente pelo poder legislativo, editando leis interpretativas. 
Gabarito da Questão: Letra C. 
 
8. Poder Constituinte 
O Poder Constituinte é o poder de elaborar e modificar normas 
constitucionais. No Brasil, a titularidade do Poder Constituinte é o POVO, 
pois só este tem legitimidade para determinar quando e como deve ser 
elaborada uma nova Constituição, ou modificada a já existente. A soberania 
popular, que é o Poder Constituinte do povo, é a fonte única de que procedem 
todos os poderes públicos do Estado. 
 
Poremos extrair tal entendimento da titularidade do povo do art.1º, parágrafo 
único da CF, in verbis: 
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Art.1º (...) 
Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” 
 
 
Embora o Poder Constituinte seja de titularidade do povo, o seu exercício pode 
ser exercido de duas formas: democrática (poder constituinte legítimo) ou 
autocrática (poder constituinte usurpado). 
Democrático 
Poder Constituinte ocorre pela Assembleia Constituinte. O povo 
escolhe seus representantes, que formam o órgão 
constituinte, incumbido de elaborar a Constituição do tipo 
promulgada (democracia representativa). 
O povo pode ainda participar diretamente no processo de 
elaboração ou de aprovação da Constituição, por meio de 
plebiscito ou referendo, ou mediante apresentação, ao 
órgão constituinte, de propostas populares de dispositivos 
constitucionais para serem apreciadas e, se aprovadas, 
incorporadas ao texto da Constituição (democracia 
participativa). 
Autocrático 
Caracteriza-se pela outorga que é o estabelecimento da 
Constituição por um líder do movimento que alçou o poder, 
sem a participação popular. 
É um ato unilateral do governante, que autolimita o seu 
poder e impõe as normas constitucionais ao povo. Também é 
chamado de Poder Constituinte Usurpado. 
 
8.1. Poder Constituinte Originário 
Poder Constituinte Originário é o poder de elaborar uma Constituição, fazendo, 
assim, instaurar uma nova ordem jurídica. 
Poder Constituinte
Conceito: Poder de 
elaborar e modificar 
normas constitucionais
Titularidade: Povo
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Possui 5 características tradicionais apontadas pela doutrina, quais sejam: 
poder político,inicial, incondicionado, permanente e ilimitado. 
Político 
Faz nascer a ordem jurídica. Ou seja, a ordem jurídica 
começa com ele, e não antes dele. 
É o poder de criar uma Constituição quando o Estado é novo 
(Poder Constituinte Histórico), ou quando uma Constituição é 
substituída pela outra, em um Estado já existente (Poder 
Constituinte Revolucionário). 
Inicial 
É a base da ordem jurídica, pois cria um novo Estado, 
rompendo completamente com a ordem anterior. 
Incondicionado 
Não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar 
sua vontade. Não está obrigado a seguir qualquer 
procedimento predeterminado para realizar a sua obra. 
Permanente 
Não se esgota no momento do seu exercício, ou seja, na 
elaboração da Constituição. Ela subsiste fora da Constituição 
e está apto a manifestar-se novamente a qualquer tempo, 
quando convocado pelo povo. 
Ilimitado ou 
Autônomo 
Não tem que respeitar limites postos pelo direito anterior. A 
ordem jurídica anterior não limita a sua atividade de criar 
uma nova Constituição. 
 
O Poder Constituinte Originário pode manifestar-se na criação de um novo 
Estado, denominado Poder Constituinte histórico. Ou, ainda, pode ser na 
refundação de um Estado, com a substituição de uma Constituição por outra, 
denominado Poder Constituinte revolucionário. 
 
• Pode ser chamado ainda de: primário, inaugural, fundacional,
primogênito, genuíno, de primeiro grau ou inicial.
ATENÇÃO
Poder Consituinte 
Originário
Histórico
Criação de um 
novo Estado
Revolucionário
Substituição de 
uma Constituição 
por outra.
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8.2. Poder Constituinte Derivado 
O Poder Constituinte derivado é o poder de modificar a Constituição 
Federal e, também, de elaborar as Constituições Estaduais. 
 
 
Esse poder é criado pelo Poder Constituinte Originário, estando prevista e 
regulamentado no texto da Constituição. Além disso, conhece limitações 
constitucionais expressas e implícitas e, por isso, é passível do controle de 
constitucionalidade. 
 
Possui 5 características tradicionais apontadas pela doutrina, quais sejam: 
poder jurídico, derivado, limitado e condicionado. 
Jurídico 
Integra o Direito, está presente e regulado no texto da 
Constituição Federal. 
Derivado 
É instituído pelo Poder Constituinte Originário, para modificar e 
complementar sua obra. 
Limitado ou 
Subordinado 
Possui limitações constitucionais expressas e implícitas, não 
podendo desrespeitá-las, sob pena de inconstitucionalidade. 
Condicionado 
Sua atuação deve observar as regras predeterminadas pelo 
texto constitucional. 
 
O Poder Constituinte Derivado ainda subdivide-se em Poder Constituinte 
Derivado Reformador e Poder Constituinte Derivado Decorrente. 
 
8.2.1. Poder Constituinte Reformador 
É o poder de modificar a Constituição Federal de 1988, desde que 
respeitadas as regras e limitações impostas pelo Poder Constituinte Originário. 
Esse poder de modificação do texto constitucional baseia-se na ideia de que o 
povo tem sempre o direito de rever e reformar a Constituição. 
 
•Pode ser chamada ainda de: instituído, constituído, secundário, de segundo
grau.
ATENÇÃO
Poder 
Constituinte 
Derivado
Reformador
Decorrente
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Dessa forma, a Constituição Federal de 1988 pode ser modificada através de 
dois procedimentos: Emenda Constitucional ou Revisão Constitucional. 
 
 
Emenda 
Constitucional 
É a modificação do texto da CF através do procedimento 
previsto no art. 60, § 2º, ou seja, 2 turnos de votação e 
aprovação por 3/5 dos votos em cada Casa do Congresso 
Nacional. Este tipo de reforma pode ser feita a qualquer 
tempo. 
Revisão 
Constitucional 
É a modificação do texto da CF através do procedimento 
previsto no art. 3º do ADCT (Ato Das Disposições 
Constitucionais Transitórias). A Revisão Constitucional é um 
procedimento mais simplificado de alteração da CF e só 
pode ser feito uma ÚNICA vez: 5 anos após a promulgação 
da CF. Dessa forma, este tipo de reforma não pode mais ser 
feito. 
 
8.2.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente 
É o poder que a Constituição Federal de 1988 atribui aos Estados-
membros para se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas 
próprias Constituições. Portanto, é a competência atribuída pelo Poder 
Constituinte Originário aos Estados-membros para criarem suas próprias 
Constituições, desde que observadas as regras e limitações pela Constituição 
Federal. 
 
 
O mesmo não podemos dizer para os Municípios, pois, embora dotados de 
autonomia política, administrativa e financeira, com competência para elaborar 
suas próprias Leis Orgânicas, não dispõem de Poder Constituinte Derivado 
Decorrente. 
Poder Constituinte 
Derivado Reformador
Emenda 
Constitucional
Revisão 
Constitucional
•STF: A Lei Orgânica do Distrito Federal é a norma equiparada à COnstituição
Estadual, possuindo natureza de verdadeira Constituição local.
JURISPRUDÊNCIA
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8.3. Poder Constituinte Difuso 
É o poder de fato que atua na etapa de mutação constitucional, meio 
informal de alteração da Constituição. Portanto, cabe a ele alterar o 
conteúdo, o alcance e o sentido das normas constitucionais, mas de modo 
informal, sem qualquer modificação na literalidade do texto da Constituição. 
 
Podemos sintetizar as características do Poder Constituinte Difuso da seguinte 
maneira: 
Difuso Não vem positivado no texto das Constituições. 
De Fato Nascido do fato social, político e econômico. 
Informal 
Manifesta-se por intermédio das mutações constitucionais, 
modificando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma 
alteração do seu texto expresso. 
 
18- (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-
formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se 
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas 
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam 
mediante lei orgânica. 
Comentários: O DF possui uma Lei Orgânica. No entanto a LODF possui status 
de constituição estadual, sendo fruto, portanto, do poder constituinte derivado 
decorrente. Já as leis orgânicas municipais realmente não possuem status de 
constituição municipal. Assim, os municípios não possuem o poder constituinte 
derivado decorrente. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
19- (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer 
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e 
também pelo derivado revisor. 
Comentários: De fato, a CF pode ser alterada a qualquer momento pelo poder 
constituinte derivado reformador. No entanto, o poder constituinte derivado 
revisor só pôde ser usado uma única vez, 5 anos após a promulgação da CF. 
Assim, não cabe mais esse tipo de reforma constitucional. 
Gabarito da Questão: ERRADO. 
 
20- (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que 
a) o poder constituinteoriginário é inicial, ilimitado e incondicionado. 
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado. 
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c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é 
limitado, porém incondicionado. 
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou 
materiais. 
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário. 
Comentários: Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da 
nova ordem jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa tratar e 
incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido. 
Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é limitado e 
também limitações procedimentais, por isso é incondicionado. 
Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típico de Federações e não de 
Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados membros em editar 
suas próprias constituições. Por ser derivado, também é limitado e 
condicionado. 
Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há limitações 
temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente elas existem. Assim, as 
limitações temporais seriam aquele lapso temporal, antes do qual o Poder 
Derivado não poderia ser exercido, por expressa previsão do Poder Originário. 
As circunstanciais seriam impedimentos para o exercício do Poder Derivado 
quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, 
estado de sítio e estado de defesa) e as materiais seriam as limitações de 
conteúdo a ser tratado, as famosas "cláusulas pétreas". 
Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é um Poder 
Político que expressa a vontade do Povo em organizar o Estado, através da 
elaboração de sua Constituição. 
Gabarito da Questão: Letra C. 
 
21- (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da 
suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A 
respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que 
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a 
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com 
essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar. 
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para 
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para 
realizar sua constitucionalização. 
c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração 
do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na 
própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional. 
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d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e 
convenção. 
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista 
ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então 
vigente para sua implantação. 
Comentários: Letra A - Errado. O Poder Constituinte Derivado Reformador 
(PCD Reformador) é o poder de se modificar o texto constitucional através de 
emendas constitucionais, alterando aquilo que está escrito na Constituição. 
Como se trata de um procedimento bastante peculiar, não pode ser usado de 
forma indiscriminada, tendo a Constituição estabelecido expressamente, em seu 
art. 60 (e seus parágrafos) procedimentos e limitações especiais para que se 
consiga efetivar as respostas. Destacamos a impossibilidade de suprimir as 
cláusulas pétreas (CF, art. 60 §4º) que são as chamadas "limitações materiais", 
além de diversas limitações chamadas de "circunstanciais", "procedimentais" e 
"formais". 
Letra B - Errado. O Poder Constituinte Originário (PCO) é o poder inicial, 
político, que é responsável por concretizar no texto constitucional a vontade 
suprema do Povo, por este motivo, é um poder incondicionado (não possui 
nenhuma limitação procedimental) e também ilimitado (não possui nenhuma 
limitação quanto ao conteúdo que será tratado) 
Letra C - Errado. Esta seria a definição do PCD Reformador. O PCD Decorrente é 
o poder que os Estados-membros de nossa federação (Rio de Janeiro, São 
Paulo, Goiás...) possuem para elaborar suas próprias constituições estaduais. 
Letra D - Correto. É isso aí. Basicamente a Constituição pode ter origem em 
uma "outorga" (imposição unilateral da vontade) ou em uma "convenção" 
(formação da assembleia constituinte para manifestar a vontade do povo) 
Letra E - Errado. O PCO é um poder supremo, por este motivo é inicial, 
autônomo, incondicionado, ilimitado. 
Gabarito da Questão: Letra D. 
 
 
9. Princípios Fundamentais 
Agora, vamos entender o que são princípios. Princípios são os alicerces pelos 
quais são construído a ciência estudada, no nosso caso a ciência jurídica. 
Portanto, os princípios fundamentais da CF/88 são as diretrizes que guiam sua 
estruturação e organização do Estado e do seu Poder Político. 
 
Os princípios fundamentais estão dispostos na CF/88 de maneira explícita, ou 
seja, estão escritos na Constituição. Ou de maneira implícita, podendo ser 
interpretados a partir da leitura do texto constitucional. Esses princípios estão 
dispostos na Constituição Federal logo no inicio do seu texto: art.1º ao art.4º. 
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Não podemos confundir de forma alguma os princípios fundamentais com os 
princípios gerais do Direito. Enquanto estes são aplicáveis a vários 
ordenamentos jurídicos, aqueles estão positivados na Constituição. 
 
3.1. Forma de Estado e a Forma de Governo 
 
No art. 1°, em seu caput, a CF estabelece as características essenciais do 
Estado brasileiro. Podemos extrair de seu texto a forma de Estado (Federação) 
e a forma de Governo (República), além de enunciar a ideia de soberania 
depositada no povo (Estado Democrático de Direito). Vale destacar que o 
Brasil possui, como Sistema de Governo, o presidencialismo. 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito... 
... 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Vamos analisar cada característica de forma organizada a seguir: 
 
3.1.1. Forma de Estado 
A forma de Estado relaciona-se com o exercício do poder político dentro de um 
território. Trata-se de como o Estado se divide. Podendo ser classificado, 
basicamente, em Federação, em Estado Unitário ou em Confederação. 
 
A Federação pressupõe a união indissolúvel de entidades regionais dotadas de 
autonomia política dentro do mesmo território. Isto é, possuem capacidade de 
autogoverno, auto legislação e autoadministração. 
 
O Brasil adota esse modelo de Estado Federal, porque é formado pela união 
indissolúvel da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Todos dotados de 
autonomia política estabelecida na Constituição Federal. 
 
Além disso, a RepúblicaFederativa do Brasil tem uma peculiaridade de incluir os 
municípios como entes federados. Ao contrário do modelo tradicional, que é 
restrito à União e aos Estados. 
 
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Deve-se destacar que a forma federativa de Estado no Brasil é cláusula pétrea. 
Ou seja, em nenhuma hipótese pode ser objeto de proposta de emenda 
constitucional tendente a aboli-la pelo Poder Constituinte Derivado. 
 
Já o Estado Unitário é aquele em que não há divisão espacial e política do 
poder, sendo todas as competências políticas centralizadas no poder central. 
Possui as competências do Estado centralizadas em um único ente, não 
havendo unidades autônomas. Podem até haver subdivisões territoriais, porém, 
com efeitos meramente administrativos. 
 
Por fim, a Confederação também apresenta mais de um poder político no 
território. No entanto, esses poderes políticos são organizados no texto de um 
tratado internacional, são dotados de soberania. Portanto, podem se separar 
quando entenderem ser conveniente. 
 
 
3.1.2. Forma de Governo 
 
A forma de governo trata-se de como se dá a relação entre governantes e 
governados no tocante à aquisição e ao exercício do poder. Podendo ser 
classificado, basicamente, em República e Monarquia. 
 
A República que vem do latim res publica (coisa pública), significa que o governo 
é feito para o povo através da escolha de representantes para a gestão da coisa 
pública. Estes representantes, no entanto, não se apoderam da coisa pública 
para fins particulares. O Brasil adota a República como forma de governo. 
Forma de 
Estado
Federação (adotado pelo 
Brasil)
Unitário
Confederação
Forma de 
Governo
República
Monarquia
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A seguir passo a mostrar as características essenciais da República: 
Temporalidade 
Nenhum representante permanecerá no poder 
ilimitadamente. Haverá alternância de representantes que 
possam gerir a coisa pública do povo. 
Eletividade 
Os cargos políticos serão providos através da vontade do 
povo por meio das eleições. 
Responsabilidade 
dos governantes 
Os representantes do povo devem gerir a coisa pública 
com a finalidade para o interesse público. Portanto, não 
poderão usar o poder conferido pelo povo para gerir o 
patrimônio público como bem entenderem. 
 
Nesse sentido, a adoção da forma republicana pelo Brasil reflete na nossa 
ordem constitucional através de mandatos com prazo certo, voto periódico, 
controles interno e externo. 
 
Vale destacar o seguinte o entendimento que vem prelecionado na obra de 
Direito Constitucional Descomplicado de Vicente de Paulo e Marcelo 
Alexandrino: 
A forma de governo adotada pelo Brasil não está configurada como cláusula 
pétrea em nossa Constituição Federal de 1988. No entanto, a forma republicana 
é um princípio constitucional sensível (art. 34, VII, da CF), ou seja, um princípio 
que se não for observado poderá ensejar em uma intervenção federal. 
 
 
Enquanto, a Monarquia é o sistema de governo no qual o monarca governa um 
país como chefe de Estado. A transmissão do poder ocorre de forma hereditária, 
portanto, não há processo eletivo para a escolha de um novo monarca. Este 
governa de forma vitalícia. 
 
Podemos destacar as seguintes características da Monarquia: 
Hereditariedade A transmissão do poder dar-se-á para os herdeiros do 
representante do poder (monarca). Ou seja, os poderes 
serão transmitidos de pai para filho. 
Vitaliciedade O poder do representante do governo (monarca) 
permanece com ele até a sua morte. 
Irresponsabilidade 
perante os 
governados 
O monarca não tem responsabilidade política, não 
responde por seus atos perante ao seus governados ou 
à qualquer órgão. 
 
 
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3.1.3. Sistema de Governo 
O sistema de governo escolhido por determinada sociedade determinará como 
dar-se-á a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo do Estado. Isto é, se 
vai haver maior independência ou interdependência entre eles. Podem ser 
classificados, basicamente, em sistema parlamentarista e sistema 
presidencialista. 
 
 
Assim, uma das características do sistema presidencialista é que o Presidente 
da República exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e a chefia de 
Governo. 
 
Porém, vocês podem se perguntar o que seria chefia de Estado e chefia de 
Governo. Muita calma nessa hora. Vamos por partes! 
 
 
 
 
 
3.2. Fundamentos da República Federativa do Brasil 
•Há maior interdependência e colaboração entre os Poderes
Executivo e Legislativo. Os representantes destes poderes
possuem mandato com prazo incerto e chefia dual. Vale
lembrar que a chefia dual consiste no exercício do poder da
chefia de Estado e de chefia de Governo por pessoas distintas.
Sistema 
Parlamentarista
•Caracterizado pela independência dos Poderes Executivo e
Legislativo. Os representantes destes poderes possuem
mandato com prazo certo; e a chefia monocrática ou
unipessoal, que é o exercício das chefias de Estado e de
Governo por uma mesma pessoa.
Sistema 
Presidencialista
•Significa representar o país frente a outros Estados soberanos ou
perante organizações internacionais, bem como quando corporifica
internamente a unidade nacional
Chefia de Estado
•Caracteriza-se por administrar negócios internos de interesse da
sociedade.
Chefia de 
Governo
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Conforme preceitua o art. 1º da Constituição Federal de 1988, temos o 
seguintes fundamentos: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Vamos explicar de forma objetiva cada um desses fundamentos para 
entendermos e não ficarmos só no decoreba. 
 
Conforme leciona Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino: 
 
 
•Soberania significa o poder do Estado brasileiro, na ordem interna, é
superior a todas as manifestações de poder, não é superado por
nenhuma outra forma de poder, ao passo que, em âmbito
internacional, encontra-se em igualdade com os demais Estados
independentes.
SOBERANIA
•Para efetivamente ter-se cidadania, é necessário que o Poder Público
atue, concretamente, a fim de icentivar e oferecer condições propícias
à efetiva participação política dos indíviduos na condução dos
negócios do Estado.
CIDADANIA
• A dignidade da pessoa humana como fundamento da República
Federativa do Brasil consagra, desde logo, nosso Estado como uma
organização centrada no ser humano, e não em qualquer outro
referencial.
DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA

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