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CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 1 www.portaldecontabilidade.com.br CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR Autor: Júlio César Zanluca Distribuição exclusiva: Portal Tributário® Publicações Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu computador, utilizando a mesma senha, no endereço www.portaltributario.com.br/downloads SUMÁRIO Dica: para pesquisar rapidamente uma palavra, tecle CTRL + L Introdução Siglas Utilizadas O que é o Terceiro Setor Tipos de Entidades Associações Fundações Associações x Fundações Cooperativas Sociais Organizações Sociais Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP Normas de Contabilidade Aplicáveis ao Terceiro Setor Livros Obrigatórios Características Básicas da Contabilidade do Terceiro Setor Recursos para Formação do Patrimônio Social Receitas e Despesas – Regime de Reconhecimento Aquisição de Ativos de Renda Doações Tipos de Doações Doação de Ativos Patrimoniais Doação de Materiais Perdão de Dívida Doação Condicional Doação Incondicional de Recebíveis Auxílios Subvenções Contribuições Mensalidades Contratos, Convênios e Termos de Parceria Recursos de Terceiros e Com Restrições Recebimento de Recursos de Convênios Contrapartida de Convênios e Contratos Obtenção de Renúncia Fiscal Gratuidades CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 2 www.portaldecontabilidade.com.br Obtenção de Serviços Voluntários Venda de Bens ou Serviços Notas sobre a Tributação de Vendas Vendas em Consignação Venda do Imobilizado Contas de Custos Alocação de Custos Indiretos Custos Diretos Custos Indiretos Critérios de Rateio Provisões Provisão de Recebíveis Provisão de Férias e 13º Salário Provisão de Verbas Rescisórias Depreciações Despesas de Publicidade Restituição de Tributos Contas de Compensação Superávit ou Déficit do Exercício Demonstrações Contábeis Prestação de Contas ao MPAS Prestação de Contas ao Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS Prestação de Contas - OSCIP Aspectos Tributários e Trabalhistas do Terceiro Setor INSS e Contribuições Sociais IRPJ – Incentivos e Benefícios Incentivos aos Patrocinadores Projetos Culturais Incentivados Atividade Audiovisual Doações aos Conselhos dos Direitos das Crianças e Adolescentes Benefícios às Organizações do Terceiro Setor Imunidade Constitucional Isenção do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro PIS Devido pelas Entidades sem Fins Lucrativos COFINS CPMF ISS ICMS IPI DIPJ – CNPJ - DACON - EFD-CONTRIBUIÇÕES - DCTF IPTU Parcelamento de Débitos - INSS Vínculo Empregatício Contribuição Sindical Patronal RAIS Entidade sem Fins Lucrativos faz jus à Assistência Judiciária Gratuita Escrituração Contábil Digital – ECD CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 3 www.portaldecontabilidade.com.br Escrituração Fiscal Contábil - ECF INTRODUÇÃO Um dos ramos da contabilidade que gera demandas de conhecimentos específicos é o chamado “terceiro setor”. Com participação crescente no PIB – Produto Interno Bruto – brasileiro, o terceiro setor exige dos contabilistas novos conhecimentos e práticas, cujas bases estão expostas neste manual. Espera o autor colaborar com seus colegas contabilistas e participar deste processo irreversível de nova ênfase das ações humanas, independentemente de ações governamentais e além do mero objetivo de lucro. SOBRE O AUTOR E A OBRA Júlio César Zanluca é Contabilista e mora em Curitiba – PR. Foi auditor e consultor de várias empresas no Paraná e Santa Catarina, participando ativamente como voluntário em várias ONGs. Atualmente, o autor é coordenador de conteúdo do site Portal Tributário, tendo escrito várias outras obras, como 100 Ideias Práticas de Economia Tributária, Manual do IRPJ – Lucro Real, Planejamento Tributário, Cooperativas, Contabilidade de Custos, Gestão do Departamento Fiscal, entre outras. Observar que todos os exemplos são meramente ilustrativos. Em situações reais, verificar a adequação dos lançamentos à efetiva realidade da operação e a legislação vigente à época. Direitos autorais REGISTRADOS. A cópia, reprodução, distribuição ou comercialização por qualquer meio somente será permitida mediante autorização POR ESCRITO do detentor de direitos autorais. Permitida a reprodução de apenas 1 (uma) cópia para uso exclusivo e pessoal do adquirente. NOTA SOBRE A LEI 11.638/2007 Entende o autor que, apesar das disposições da Lei 11.638/2007 e alterações subsequentes aplicarem-se especificamente às sociedades empresárias, é desejável uma adaptação às referidas normas contábeis, de forma voluntária, pelas entidades do terceiro setor. Entretanto, permanecem aplicáveis as demais disposições tributárias, legais e contábeis – como o Regulamento do Imposto de Renda, Código Civil Brasileiro e as NBCs. Em relação à estrutura patrimonial, sugere-se a adaptação do plano de contas à nova terminologia prevista pela Lei 11.638, não significando, porém, que as normas societárias de contabilização sejam obrigatoriamente auto aplicáveis às ONGs. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 4 www.portaldecontabilidade.com.br A presente obra procura comentar, quando cabível, as referidas adaptações ou novas situações surgidas pela reforma contábil da Lei das S/A. SIGLAS UTILIZADAS AGO = Assembleia Geral Ordinária C = Crédito CLT = Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/1943) CNAS = Conselho Nacional de Assistência Social CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica COFINS = Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Lei Complementar 70/1991) CPMF = Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (Lei 9.311/1996) CSL ou CSLL = Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (Lei 7.689/1988) CTN = Código Tributário Nacional D = Débito DCTF = Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DIPJ = Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica GPS = Guia da Previdência Social ICMS = Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (Lei Complementar 87/1996) IN = Instrução Normativa INSS = Instituto Nacional de Seguridade Social IR = Imposto de Renda IRF ou IRRF = Imposto de Renda Retido na Fonte IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica ISS = Imposto sobre Serviços (Lei Complementar 116/2003) NBC T = Norma Brasileira de Contabilidade ONG = Organizações Não Governamentais OSCIP = Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público PIS = Programa de Integração Social (Lei Complementar 7/70) RF = Região Fiscal RFB = Receita Federal do Brasil RIPI = Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Decreto 4.544/2002) RIR/99 = Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999) RPS = Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999) SRF = Secretaria da Receita Federal O QUE É O TERCEIRO SETOR Denomina-se “terceiro setor” o conjunto das organizações não governamentais (sigla ONG). Caracterizam-se como ONG as entidades que não têm finalidade de lucro e não derivam do poder público, congregando objetivos sociais, filantrópicos, culturais, recreativos, religiosos, ecológicos ou artísticos. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 5 www.portaldecontabilidade.com.br O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais, tendoobjetivo primordial o lucro. O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. TIPOS DE ENTIDADES Destacam-se os seguintes tipos de entidades do terceiro setor no Brasil: ASSOCIAÇÕES Associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se organizam para a realização de atividades não econômicas, ou seja, sem finalidades lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem. As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3 grupos principais: 1) Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem objetivo de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias. 2) As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse pessoal dos associados, e que fique sob a dependência da associação ou se torne dela autônoma, por exemplo, as associações beneficentes. Embora seus associados possam visar interesse pessoal, sua finalidade primordial é a de prover uma obra de caridade em benefício de terceiros. 3) As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma obra dirigida autonomamente por terceiras pessoas. Adiante, a legislação respectiva, constante no atual Código Civil Brasileiro, relativamente às associações: CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Lei 10.406/2002 Capítulo II - DAS ASSOCIAÇÕES (Arts. 53 a 61) Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 6 www.portaldecontabilidade.com.br IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido ao disposto no estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existência de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembleia geral especialmente convocada para esse fim. Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão, caberá sempre recurso à assembleia geral. Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: I - eleger os administradores; II - destituir os administradores; III - aprovar as contas; IV - alterar o estatuto. Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos II e IV é exigido o voto concorde de dois terços dos presentes à assembleia especialmente convocada para esse fim, não podendo ela deliberar, em primeira convocação, sem a maioria absoluta dos associados, ou com menos de um terço nas convocações seguintes. Art. 60. A convocação da assembleia geral far-se-á na forma do estatuto, garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, a instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1.º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 7 www.portaldecontabilidade.com.br atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2.º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. FUNDAÇÕES Fundações são entes jurídicos que têm como fator preponderante o patrimônio. Este ganha personalidade jurídica e deverá ser administrado de modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas pelo seu instituidor. A partir da vigência do Código Civil de 2002, somente podem ser constituídas fundações para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas. O fator primordial da fundação é o patrimônio, sendo que este deve ser formado por bens livres, ou seja, legalmente disponíveis ou desonerados. Deverá ainda ser suficiente para a manutenção da entidade e desenvolvimento de suas finalidades estatutárias. Quando o patrimônio for insuficiente para a constituição da fundação, este será incorporado à outra fundação com finalidades estatutárias iguais ou semelhantes, a não ser que o instituidor tenha disposto de outra forma no ato de instituição (escritura pública ou testamento). CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 8 www.portaldecontabilidade.com.br Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias,a incumbência caberá ao Ministério Público. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é imprescindível que a reforma: I - seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri- la, a requerimento do interessado. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. Bases: artigos 62 a 69 da Lei 10.406/2002 (Código Civil Brasileiro). CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 9 www.portaldecontabilidade.com.br ASSOCIAÇÕES x FUNDAÇÕES A seguir, um quadro resumo das principais diferenças comparativas entre Associações e Fundações: Associações Fundações Fins próprios (dos associados) Fins alheios (do instituidor) Fins alteráveis Fins imutáveis (que não se alteram) Patrimônio: Sócios vão formando Só instrumento Patrimônio: Fornecido pelo instituidor Essencial Deliberações livres Deliberações delimitadas pelo instituidor e fiscalizadas pelo Ministério Público Órgãos dominantes Órgãos fiscalizadores COOPERATIVAS SOCIAIS A Lei 9.867 de 10/11/1999 dispõe sobre a criação e o funcionamento de Cooperativas Sociais, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentadas no interesse geral da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos. Incluem-se entre as atividades das Cooperativas Sociais: 1. A organização e gestão de serviços sociossanitários e educativos; 2. O desenvolvimento de atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços. Na denominação e razão social das entidades é obrigatório o uso da expressão “Cooperativa Social”, aplicando-se-lhes todas as normas relativas ao setor em que operarem. Consideram-se pessoas em desvantagem, para os efeitos da Lei 9.867/99: I – os deficientes físicos e sensoriais; II – os deficientes psíquicos e mentais, as pessoas dependentes de acompanhamento psiquiátrico permanente, e os egressos de hospitais psiquiátricos; III – os dependentes químicos; IV – os egressos de prisões; V – os condenados á penas alternativas á detenção; VI – Os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 10 www.portaldecontabilidade.com.br As cooperativas sociais organizarão seu trabalho especialmente no que diz respeito á instalações, horários e jornadas, de maneira a levar em conta e minimizar as dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem que nelas trabalharem, e desenvolverão e executarão programas especiais de treinamento com o objetivo de aumentar-lhes a produtividade e a independência econômica e social. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documentação proveniente de órgãos da administração pública, ressalvando-se o direito á privacidade. O estatuto da Cooperativa Social poderá prever uma ou mais categorias de sócios voluntários, que lhe prestem serviços gratuitamente, e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS São qualificáveis como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos na Lei 9.637/1998. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. As entidades e organizações de assistência social sujeitam-se à regulamentação prevista no Decreto 6.308/2007, devendo estar inscritas nos Conselhos Municipais de Assistência Social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal para seu regular funcionamento, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993, aos quais caberá a fiscalização destas entidades e organizações, independentemente do recebimento ou não de recursos públicos. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO - OSCIP A Lei 9.790/1999, regulamentada pelo Decreto 3.100/1999, qualifica as OSCIP, no universo do Terceiro Setor, em organizações que efetivamente têm finalidade pública, impondo condições para tal reconhecimento. A qualificação de OSCIP acolhe e reconhece legalmente as organizações da sociedade civil cuja atuação se dá no espaço público não estatal. Para efetuar a transferência de recursos públicos para as organizações da sociedade civil, a legislação anterior à Lei 9.790/99 adota os convênios como principal forma de operacionalização, sendo obrigatório o registro no Conselho Nacional de Assistência Social CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 11 www.portaldecontabilidade.com.br - CNAS. Outra alternativa são os contratos, que devem obedecer às determinações da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei das Licitações). A Lei 9.790/1999 criou o Termo de Parceria - novo instrumento jurídico de fomento e gestão das relações de parceria entre as OSCIP e o Estado, com o objetivo de imprimir maior agilidade gerencial aos projetos e realizar o controle pelos resultados, com garantias de que os recursos estatais sejam utilizados de acordo com os fins públicos. O Termo de Parceria possibilita a escolha do parceiro mais adequado do ponto de vista técnico e mais desejável dos pontos de vista social e econômico, além de favorecer a publicidade e a transparência. A Lei 9.790/1999 traz uma novidade importante: pela primeira vez, o Estado reconhece a existência de uma esfera pública em emersão, que é pública não pela sua origem, mas pela sua finalidade, ou seja, é pública mesmo não sendo estatal. Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei 9.790/1999. A seguir, um quadro-resumo das qualificações das OSCIP e as demais entidades sociais, regidas pela legislação anterior: Lei 9.790/1999 Legislação anterior e vigente Cria a qualificação de Organização daSociedade Civil de Interesse Público/ OSCIP, concedida pelo Ministério da Justiça. A lei determina rapidez no ato de deferimento da solicitação porque a qualificação é ato vinculado ao cumprimento das exigências da lei, isto é, se a entidade entregou os documentos e cumpriu com as exigências, ela é qualificada automaticamente. No nível federal, são fornecidas duas qualificações: Declaração de Utilidade Pública Federal, pelo Ministério da Justiça; e Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social (Decreto 8.242/2014). Declarações de Utilidade Pública similares são oferecidas no nível dos estados e municípios. Tais qualificações dependem de vários documentos, cuja obtenção pode ser morosa e de custos elevados. Se o pedido de qualificação como OSCIP for negado, a entidade, após fazer as alterações indicadas na justificativa de indeferimento, feita pelo Ministério da Justiça, pode reapresentar o pedido imediatamente. Se o pedido para essas qualificações for negado, a entidade não pode proceder à reapresentação imediata, devendo esperar um período definido legalmente. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 12 www.portaldecontabilidade.com.br Nota: a qualificação como OSCIP não substitui outras qualificações anteriores: a Declaração de Utilidade Pública Federal e o de Entidade Beneficente de Assistência Social. A legislação que rege essas qualificações continua vigorando concomitantemente à Lei 9.790/1999. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL A Lei 13.019/2014 (com alterações da Lei 13.204/2015) estabelece o regime jurídico das parcerias públicas voluntárias com as organizações da sociedade civil. Considera-se organização da sociedade civil: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; b) as sociedades cooperativas previstas na Lei 9.867/1999 (cooperativas sociais); as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos; A organização da sociedade civil deverá divulgar na internet e em locais visíveis de suas sedes sociais e dos estabelecimentos em que exerça suas ações todas as parcerias celebradas com a administração pública. As informações deverão incluir, no mínimo: I - data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão da administração pública responsável; II - nome da organização da sociedade civil e seu número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB; III - descrição do objeto da parceria; IV - valor total da parceria e valores liberados, quando for o caso; CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 13 www.portaldecontabilidade.com.br V - situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data prevista para a sua apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para a sua análise e o resultado conclusivo. VI - quando vinculados à execução do objeto e pagos com recursos da parceria, o valor total da remuneração da equipe de trabalho, as funções que seus integrantes desempenham e a remuneração prevista para o respectivo exercício. Observa-se aí a grande importância da contabilidade para tais organizações, haja visto os detalhamentos exigidos, envolvendo valores liberados e prestação de contas (aplicações dos recursos), conforme respectiva lei disciplinadora - Lei 13.019/2014, em especial, escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade. REGISTRO NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Para ser qualificada perante o Ministério da Justiça, a OSCIP deverá atender aos requisitos da Portaria MJ 362/2016. Destaque-se, dentre os requisitos, a apresentação do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, assinado pelo contador e pelo representante legal, referente ao ano anterior ao pedido de qualificação e em conformidade com as normas brasileiras de contabilidade. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR Desde 1º de janeiro de 2012, entrou em vigência a NBC ITG 2002 (R1) que trata sobre as entidades sem finalidade de lucros, aprovada pela Resolução CFC 1.409/2012. Esta interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de lucros. As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit. Tais entidades, mesmo aquelas que tenham sede no exterior, mas que atuem no Brasil, devem seguir as normas contábeis brasileiras. As normas contábeis reconhecem que essas entidades são diferentes das demais e recomendam a adoção de terminologias específicas para as contas de Lucros ou Prejuízos, CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 14 www.portaldecontabilidade.com.br Capital e para a denominação da Demonstração do Resultado, com a finalidade de adequação dessas terminologias ao contexto das referidas entidades. Nesta obra, trataremos de alguns aspectos fundamentais de aplicação prática de tais normas, sendo que, obviamente, nem todas as situações que podem ocorrer estão tratadas, já que o objetivo primordial do autor é comentar os parâmetros básicos de contabilização. Dá-se ênfase aos aspectos das entidades sociais. OBRIGATORIEDADE Não há qualquer isenção, prevista em lei, que desobrigue às entidades do terceiro setor de manterem escrituração contábil completa. A manutenção de escrituração, com livros revestidos de formalidades próprias, constitui requisito para a caracterização das entidades isentas de um modo geral e, com relação à exigência de escrituração do livro diário, há expressa previsão na seara das contribuições previdenciárias, relativamente a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, conforme se depreende da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e do seu Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, assim como da IN RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009. Observe, ainda, a relevância do cumprimento integral das normas contábeis, reconhecido por outros órgãos fiscalizadores, como o CNAS. Em recente resolução, adiante transcrita, o respectivo órgão condicionou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEAS, ao cumprimento fidedigno das normas contábeis, nestes termos:RESOLUÇÃO Nº 66, DE 16 DE ABRIL DE 2003 MINISTÉRIO DA ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Dispõe sobre os critérios de análise das demonstrações contábeis apresentadas perante o CNAS. O Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, em reunião ordinária realizada nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2003, no uso da competência que lhe confere o artigo 18 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS; e considerando a necessidade de disciplinar os critérios de análise das demonstrações contábeis que instruem os processos administrativos de concessão e de renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEAS, RESOLVE: I – As demonstrações contábeis das entidades que pleiteiam a concessão ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social devem observar estritamente as resoluções expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, especialmente os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), sendo vedada a aplicação de qualquer outro entendimento que não esteja em conformidade com as citadas normas, sob pena de indeferimento do pedido. II – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 15 www.portaldecontabilidade.com.br III – Revogam-se as disposições em contrário. Antônio Brito Presidente do CNAS LIVROS OBRIGATÓRIOS As entidades não governamentais sem fins lucrativos (ONGs) deverão ter escrituração contábil para comprovar sua situação de imunidade ou isenção de tributos federais numa eventual fiscalização pela RFB. Para tanto, seguem a regra geral das demais pessoas jurídicas, devendo possuir os seguintes livros: 1. Livro Diário e 2. Livro Razão. No caso da pessoa jurídica que tenha adotado a Escrituração Contábil Digital (ECD), instituída pela Instrução Normativa SRF 787/2007, a escrituração contábil para fins societários, será a própria ECD, conforme estipulado pelo § 3º do art. 1 da Instrução Normativa RFB 967/2009. Além dos livros contábeis, a ONG deverá ter os livros fiscais quando praticar operações comerciais e industriais sujeitas a tributos específicos, como ISS, IPI e ICMS, a saber: – Livro Registro de Inventário – Registro de Entradas – Registro de Saídas – Registro Controle da Produção e Estoques – Registro de Apuração IPI, do ICMS e do ISS, quando cabíveis. Os livros fiscais referidos (exceto em relação ao ISS) poderão ser substituídos pela Escrituração Fiscal Digital (EFD). CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR A estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976) é a base da contabilidade do terceiro setor. Entretanto, algumas adaptações devem ser feitas e dizem respeito, principalmente, à nomenclatura de algumas contas a serem utilizadas. PATRIMÔNIO LÍQUIDO O conceito básico de Patrimônio Líquido é o mesmo tanto nas empresas quanto no terceiro setor. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 16 www.portaldecontabilidade.com.br A equação patrimonial clássica não se altera: Patrimônio Líquido = ATIVO - PASSIVO (exigibilidades) Entretanto, a terminologia relativa ao Patrimônio Líquido é diferenciada: - ao invés de Capital Social, utiliza-se contas de Patrimônio Social; - ao invés de contas de Reservas de Lucros e Reservas de Capital, utiliza-se, genericamente, contas de “Outras Reservas”; - ao invés de Lucros ou Prejuízos Acumulados, utiliza-se contas de Superávit ou Déficit Acumulado. 1) Contas do Patrimônio Social: Fundo Institucional = composto dos valores de formação aportados pelos associados ou subscritores. Fundos Especiais = aqueles definidos pelo estatuto, para aplicação específica. Doações e Subvenções = aportes espontâneos de bens ou direitos de pessoas físicas ou jurídicas, especificamente com o objetivo de destiná-los às atividades objeto da entidade. 2) Contas de Superávit ou Déficit Acumulado: Superávit do Exercício = registra a confrontação periódica de receitas x despesas, sendo o respectivo saldo credor transferido para esta conta, para aplicação nas atividades objeto da entidade. Déficit do Exercício = registra a confrontação periódica de receitas x despesas, sendo eventual saldo devedor tal é transferido para esta conta, até futura amortização pelos associados ou por superávits subsequentes. FUNDOS ESPECIFICADOS A contabilidade registra os recursos recebidos para atender atividades ou projetos específicos de forma separada (em fundos), valendo-se das restrições impostas pelos doadores externos à entidade ou mesmo observando restrições impostas pelos órgãos diretivos da entidade. Na prática existirão, em uma entidade, vários tipos de "fundos" como, por exemplo, "Fundo para Construção de Sede Social", "Fundo para Bolsas de Estudos", "Fundo de Pesquisas", etc. OUTRAS CARACTERÍSTICAS Outras características distintivas da contabilidade do terceiro setor: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 17 www.portaldecontabilidade.com.br 1) Aplicam-se a essas entidades os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade. 2) As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit. 3) O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado pela assembleia dos associados e após a sua aprovação, deve ser transferido para a conta Patrimônio Social. REGISTRO DO LIVRO DIÁRIO O livro diário deverá ser autenticado na competente serventia do Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou do Cartório de Registro de Títulos e Documentos, conforme estabelecido na legislação de organização administrativa e judiciária de cada estado ou do Distrito Federal (Solução de Consulta COSIT 144/2014). RECURSOS PARA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO SOCIAL CONTABILIZAÇÃO Fundo Institucional Na subscrição inicial ou aportes dos associados ou subscritores, debita-se a conta representativa do recurso e credita-se o Fundo Institucional. Exemplo: Associados entregam à entidade R$ 100.000,00, mediante crédito bancário, para formação do "capital inicial" da entidade. Teremos então: D. Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) C. Fundo Institucional (Patrimônio Social) R$ 100.000,00 Fundos Especiais Quando o estatuto define fundos específicos, como por exemplo, fundo para investimentos, segrega-se contabilmente os recursos alocados. Exemplo: O estatuto de determinada associação recreativa determina que a venda de cotas do clube para novos associados será destinado à ampliação, melhorias e investimentos nas áreas de lazer. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 18 www.portaldecontabilidade.com.br Considerando que determinado associado, ao entrar para o clube e ser aceito como sócio, integralizou sua cota em R$ 50.000,00, teremos então: D - Caixa ou Bancos Cta. Movimento (Ativo Circualnte) C - Fundo de Investimentos (Patrimônio Social) R$ 50.000,00 Doações e Contribuições Patrimoniais As doações, subvenções e contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, são contabilizadas no Patrimônio Social.Nota: as doações comuns (para custeio) são contabilizadas como receita. Exemplo: Doação de um imóvel, no valor de R$ 1.000.000,00, sendo R$ 200.000,00 do valor de terreno e R$ 800.000,00 do valor de edificações, na constituição da entidade e para uso desta em seus objetivos estatutários: D – Terrenos (Imobilizado) R$ 200.000,00 D – Edificações (Imobilizado) R$ 800.000,00 C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 1.000.000,00 RECEITAS E DESPESAS – REGIME DE RECONHECIMENTO As receitas e despesas devem ser reconhecidas, mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais de Contabilidade, em especial os Princípios da Oportunidade e da Competência. Em consonância com a NBC ITG 2002 (R1), os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada, identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demais atividades. Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento no resultado, a contrapartida da subvenção, de contribuição para custeio e investimento, bem como de isenção e incentivo fiscal registrados no ativo, deve ser em conta específica do passivo. SEGREGAÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social, técnico-científica e outras, bem como, comercial, industrial ou de prestação de serviços. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 19 www.portaldecontabilidade.com.br RECEITAS As receitas decorrentes de doação, contribuição, convênio, parceria, auxílio e subvenção por meio de convênio, editais, contratos, termos de parceira e outros instrumentos, para aplicação específica, mediante constituição, ou não, de fundos, e as respectivas despesas devem ser registradas em contas próprias, inclusive as patrimoniais, segregadas das demais contas da entidade. BENEFÍCIOS CONCEDIDOS Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser utilizados em prestações de contas nos órgãos governamentais. O benefício concedido como gratuidade por meio da prestação de serviços deve ser reconhecido pelo valor efetivamente praticado. PROVISÃO PARA CRÉDITOS A RECEBER A entidade sem finalidade de lucros deve constituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas sobre créditos a receber, com base em estimativa de seus prováveis valores de realização e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados. RESULTADO APURADO O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social. O superávit, ou parte de que tenha restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do Patrimônio Líquido. SEGREGAÇÃO DE CONTAS Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a apuração das informações para prestação de contas exigidas por entidades governamentais, aportadores, reguladores e usuários em geral. DOTAÇÃO INICIAL A dotação inicial disponibilizada pelo instituidor/fundador em ativo monetário ou não monetário, no caso das fundações, é considerada doação patrimonial e reconhecida em conta do patrimônio social. TRABALHO VOLUNTÁRIO O trabalho voluntário, inclusive de membros integrantes dos órgãos da administração, no exercício de suas funções, deve ser reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como se tivesse ocorrido o desembolso financeiro. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 20 www.portaldecontabilidade.com.br DOCUMENTAÇÃO As receitas de doações, subvenções e contribuições para custeio ou investimento devem ser registradas mediante documento hábil. Por documento hábil entende-se: contrato, recibo, nota fiscal, fatura ou demonstrativo (planilha, rateio ou forma semelhante) que dê suporte ao respectivo lançamento contábil. RECEITAS ESPECÍFICAS As receitas de doações, subvenções e contribuições recebidas para aplicação específica, mediante constituição ou não de fundos, devem ser registradas em contas próprias segregadas das demais contas da entidade. Exemplo: Recebimento de uma doação, mediante depósito em conta específica, para aplicação num projeto de atendimento a menores carentes, no valor de R$ 1.000,00. D – Banco Cta. Movimento – Projeto Menor Carente (Ativo Circulante) C - Atendimento a Criança (Receitas de Assistência Social) R$ 1.000,00 RECEITAS DE CUSTEIO As doações e subvenções recebidas para custeio e investimento devem ser reconhecidas no resultado, observado o disposto na NBC TG 07 (R1) - Subvenção e Assistência Governamentais. Nota: em função da ITG 2002 (R1) somente as subvenções concedidas em caráter particular se enquadram na NBC TG 07. Exemplo: Recebimento de doação em dinheiro, no valor de R$ 100,00, para fins de custeio, sem condicionalidades do doador: D – Caixa (Ativo Circulante) C – Doações Incondicionais (Receitas) R$ 100,00 AQUISIÇÃO DE ATIVOS DE RENDA Os “ativos de renda” têm objetivos de gerar recursos futuros para implementação de atividades sociais. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 21 www.portaldecontabilidade.com.br Por exemplo, a aquisição de ações para recebimento de dividendos, a compra de um imóvel para locação, etc. Tais ativos podem ser adquiridos ou recebidos em doação. Estes ativos devem ser registrados no subgrupo investimentos, para evidenciar sua caracterização de ativos destinados à obtenção de recursos futuros. Exemplo: Aquisição de 1.000 ações da Petrobrás S/A, no valor de R$ 10.000,00: D – Ações – Petrobrás S/A (Investimentos) C – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) R$ 10.000,00 Histórico: aquisição de 1.000 ações da Petrobrás S/A, visando dividendos futuros. Por ocasião do anúncio da distribuição de dividendos da respectiva empresa, a entidade contabilizará: D – Dividendos a Receber (Ativo Circulante) C - Dividendos Recebidos (Resultado) E, na ocasião do crédito dos dividendos em conta bancária: D – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) C - Dividendos a Receber (Ativo Circulante) DOAÇÕES As doações constituem-se em transferência de dinheiro ou outros ativos para uma entidade, ou um cancelamento de um passivo, sem a necessidade de uma contrapartida. Essas doações podem ser em dinheiro, gêneros alimentícios, roupas, materiais de uso e consumo, equipamentos ou outro ativo qualquer ou também por meio de prestação de serviços. As doações devem ser reconhecidas no recebimento efetivo. TIPOS DE DOAÇÕES 1) CONDICIONAL – quando sujeita ao cumprimento de certas obrigações por parte da entidade donatária. 2) INCONDICIONAL: quando o doador não impõe nenhuma condição a ser cumprida pela entidade. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 22 www.portaldecontabilidade.com.br A utilização dessa classificação é importante para o usuário externo, devendo constar do Plano de Contas da entidade. Exemplos: Recebimento de material escolar, como doação, que será utilizado em programa de atendimento de público escolar, sendo que o doador não fixou termo condicional de doação: D – Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) C – Doações Incondicionais (Receitas) Se o doador fixasse termo condicional de doação, paravincular que a distribuição se fizesse exclusivamente a pessoas de baixa renda, haveria necessidade de registros específicos da doação: 1) Por ocasião da recepção da doação condicional: D – Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) C - Doações Vinculadas a Distribuição de Materiais (Passivo Circulante) 2) Por ocasião da efetiva distribuição dos materiais: a) Pela baixa dos estoques distribuídos: D - Atendimento a Criança (Despesa de Atividade Educacional) C - Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) b) Pelo registro do cumprimento da doação condicional: D - Doações Vinculadas a Distribuição de Materiais (Passivo Circulante) C – Doações Condicionais (Resultado) Observar também a necessidade de registro da doação condicional em conta de compensação. Para maiores detalhes, acesse o tópico respectivo. DOAÇÃO DE ATIVOS PATRIMONIAIS Quando a doação ocorrer sob a forma de outros ativos patrimoniais não destinados ao custeio, a partida do registro deverá ser efetuada, observando a conta de aplicação dos recursos e a contrapartida diretamente no patrimônio social da entidade. Exemplo: Veículo recebido como doação, no valor de R$ 15.000,00, para utilização nas atividades da entidade. O registro ocorrerá da seguinte forma: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 23 www.portaldecontabilidade.com.br D – Veículos (Imobilizado) C – Doações e Subvenções (conta do Patrimônio Social) DOAÇÃO DE MATERIAIS Quando a doação não for em dinheiro, deve ser efetuada avaliação do bem doado pelo seu valor justo de mercado, menos as despesas necessárias para colocá-lo em operação ou à venda, e o valor obtido é o valor a ser registrado. A maioria das doações deste tipo que as entidades recebem são doações de gêneros alimentícios, roupas, livros e material escolar, para distribuição à pessoas carentes ou vendas em bazares. Exemplo: Entidade recebe 150 livros para distribuição à alunos carentes. Pesquisando-se nas livrarias da região, obteve-se o valor de mercado de R$ 15,00 por livro. Entretanto, haverá R$ 200,00 de despesas relativas ao frete da recepção da doação. Então teremos: Valor de mercado dos livros: 150 x R$ 15,00 = R$ 2.250,00 Valor do frete para recepção: R$ 200,00 Valor efetivo da doação: R$ 2.250,00 menos R$ 200,00 = R$ 2.050,00. Contabilização: D - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) C - Doações Condicionais (conta de Resultado) R$ 2.050,00 O registro do frete, na recepção da doação, será: D - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) C – Fretes a Pagar (Passivo Circulante) R$ 200,00 O frete, como um custo acessório ao principal, constitui-se elemento integrante do custo dos livros, a serem distribuídos. Por ocasião da efetivação da doação, o lançamento poderá ser como segue: D - 5.2.1.02 Educação (conta de Benefícios Concedidos – Gratuidade) C - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) R$ 2.250,00 CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 24 www.portaldecontabilidade.com.br Nota: o número à frente do título da conta corresponde a do modelo de plano de contas, inserido nesta obra. PERDÃO DE DÍVIDA Quando ocorre um perdão de dívida para uma entidade social, isto se caracteriza, de forma indireta, como uma doação. Tal evento natureza exigirá uma pesquisa no registro da contrapartida da dívida, com a finalidade de obter informação sobre a aplicação do bem doado, se foi utilizado para custeio ou se para investimento. Uma vez determinado a aplicação é que deverá ser efetuado o registro da doação, se em conta de resultado ou se em conta do patrimônio social. Aplicação dos recursos em Custeio Se os recursos da dívida perdoada foram destinados ao custeio, o registro contábil será a débito da conta que registra a dívida e a crédito da conta de doações. Exemplo: Entidade recebe perdão de R$ 5.000,00 de dívida de empréstimo efetuado junto a associados, sendo que aplicou os referidos recursos em pagamentos de salários. Então o registro contábil será: D - Empréstimos e Créditos de Associados (Passivo Circulante) C - Doações Incondicionais (Resultado) R$ 5.000,00 Nota: se houver qualquer condição para o perdão da dívida, o registro a crédito será em conta de Doações Condicionais. Aplicação dos recursos em Investimentos Se os recursos da dívida perdoada foram destinados a formação do patrimônio social, o registro contábil será a débito da conta que registra a dívida e a crédito da conta de Doações e Subvenções (Patrimônio Social). Exemplo: Determinado credor cancela a dívida de entidade no valor de R$ 10.000,00, decorrente de saldo aplicado em aquisição de veículo pela respectiva entidade. Tal veículo é utilizado nas atividades sociais da entidade. O registro será: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 25 www.portaldecontabilidade.com.br D - Empréstimos e Créditos de Terceiros (Passivo Circulante) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 10.000,00 DOAÇÃO CONDICIONAL Pelo princípio do conservadorismo, o registro de uma doação sujeita á condições fixadas pelo doador, só deve ser registrado pela entidade quando se completarem as respectivas condições. Num evento condicional, o registro deve ser efetuado, primeiramente, em contas de compensação. Após a implementação das condições fixadas, faz-se a reversão de tal lançamento e registra-se efetivamente a receita respectiva. Doação Condicional em Numerário Na hipótese do doador efetuar doação condicional, em dinheiro, mas sujeito á cumprimento de obrigações por parte da entidade, entende-se que tal registro deva ser, primeiramente, ser efetuado em conta passiva, até que os termos da doação sejam cumpridos. Exemplo: Determinado doador efetuou uma doação a uma entidade social, em dinheiro, no valor de R$ 15.000,00, para aplicação em projeto de construção de moradias para idosos. Primeiramente, a entidade, por conservadorismo, deverá registrar o recebimento do numerário (supondo-se que tal valor fosse recebido mediante cheque): D - Cheques a Depositar (Ativo Circulante) C - Doações Vinculadas ao Projeto de Moradias (Passivo Circulante) R$ 15.000,00 Por ocasião do depósito do respectivo cheque em conta bancária: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - Cheques a Depositar (Ativo Circulante) R$ 15.000,00 Pela aplicação efetiva dos recursos no propósito do doador, ou seja, moradias a idosos, cada parcela aplicada será contabilizada como segue: D - Construções em Andamento (Imobilizado) C – Bancos Cta. Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) E, simultaneamente, o mesmo valor será registrado como doação condicional, transferindo- se a parcela do passivo para o patrimônio social: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 26 www.portaldecontabilidade.com.br D - Doações Vinculadas ao Projeto de Moradias (Passivo Circulante) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) Nota: como a doação está vinculada à formação do patrimônio para atendimento às pessoas idosas, registra-se a doação no patrimônio social, e não como receita. Uma doação que seja efetuada para custeio, será registrada em conta de resultado (Doações Condicionais). Doação Condicional em Bens Na hipótese do doador efetuar doação condicional, em bens, mas sujeito ao cumprimento deobrigações por parte da entidade, tal registro deve ser, primeiramente, ser efetuado em conta de compensação, até que os termos da doação sejam cumpridos. Para maiores detalhes, acesse o tópico “contas de compensação”. Finalizando o compromisso da entidade que recebeu a doação, reverte-se o lançamento das contas de compensação, e registra-se o bem doado, em contrapartida à conta de Doações e Subvenções (Patrimônio Social). Exemplo: Um doador efetua a transferência um terreno e uma entidade social, no valor de R$ 100.000,00. As condições da doação são a de que tal terreno seja utilizado pela entidade para construção de uma creche. Somente após a realização de tal construção, será considerado cumprido os termos da doação. Após a execução da obra civil, e averbação correspondente da edificação no registro de imóveis, a entidade registrará o cumprimento da obrigação e contabilizará a doação da seguinte forma: D – Terrenos (Imobilizado) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 100.000,00 Nota: simultaneamente, deve-se efetuar o lançamento nas contas de compensação, visando baixar a obrigação. DOAÇÃO INCONDICIONAL DE RECEBÍVEIS Na hipótese da existência de promessa de doação incondicional de recebíveis, com regularidade, o registro deverá ser efetuado em contas a receber, obedecendo à periodicidade da intenção. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 27 www.portaldecontabilidade.com.br O registro deve estar embasado em documento que comprove a existência da promessa por parte do doador de informa incondicional. Simples promessa ou compromisso verbal não pode ser registrada. Exemplo: Determinado testamento de doador falecido especificou que R$ 20.000,00 seriam doados em 10 parcelas mensais, iguais e sucessivas, de R$ 2.000,00 cada, para a entidade, de forma incondicional. 1) Pelo registro da doação dos recebíveis: D – Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) C – Doações Incondicionais (Resultado) R$ 20.000,00 2) Por ocasião da recepção de cada parcela (supondo-se que a mesma seja mediante depósito bancário na conta da entidade): D - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres (Ativo Circulante) C - Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) Nota: Não são registráveis as promessas de doações feitas em testamento enquanto o doador estiver vivo, pois não existe uma previsibilidade da doação. PROVISÃO PARA OS RECEBÍVEIS Nas situações de promessa de doação incondicional de recebíveis, é recomendável a constituição de provisão para o não recebimento, baseada no histórico dos créditos não realizados. Para maiores detalhes, acesse o tópico “Provisões”. AUXÍLIOS Os auxílios, previstos em lei orçamentária, são destinados a despesas de capital de entes públicos ou de entidades privadas sem fins lucrativos. Por exemplo, uma entidade social recebe um auxílio monetário para destinação a formação de nova unidade de atendimento. A contabilização dos auxílios seguem a rotina das doações vinculadas. Exemplo: Auxílio recebido para a construção da sede social, no valor de R$ 100.000,00. 1) Pelo recebimento do auxílio: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 28 www.portaldecontabilidade.com.br D – Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - 2.1.8.04 Auxílios Vinculados a Despesas de Capital (Passivo Circulante) R$ 100.000,00 2) Pela aplicação dos recursos na sede social: D – 2.1.8.99 (-) Doações e Auxílios Aplicados (Passivo Circulante – Conta Redutora) C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 100.000,00 3) Pela prestação de contas do auxílio e respectiva aprovação do mesmo, pelo ente governamental: D - 2.1.8.04 Auxílios Vinculados a Despesas de Capital (Passivo Circulante) C – 2.1.8.99 (-) Doações e Auxílios Aplicados (Passivo Circulante – Conta Redutora) R$ 100.000,00 4) Pelo registro da aplicação de capital: D - 1.3.2.02 Edificações (Imobilizado) C - 4.1.1.03 Subvenções, Contribuições e Auxílios (Receitas) R$ 100.000,00 SUBVENÇÕES Subvenção é a contribuição pecuniária, prevista em lei orçamentária, concedida por órgãos do setor público a entidades públicas ou privadas, com o objetivo de cobrir despesas com a manutenção e o custeio destas, com ou sem contraprestação de bens ou serviços da beneficiária dos recursos. As subvenções devem ser reconhecidas no recebimento efetivo. As transferências a título de subvenção que correspondam ou não a uma contraprestação direta de bens ou serviços para a entidade transferidora, são contabilizadas como receita na entidade recebedora dos recursos financeiros. Exemplo: Recebimento de Subvenção municipal no valor de R$ 3.000,00, relativamente á manutenção de pessoal: 1) Registro do recebimento da verba, na conta bancária: D – Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C – Subvenções Municipais (Receitas) CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 29 www.portaldecontabilidade.com.br R$ 3.000,00 2) Registro nas contas de compensação: D – Subvenção Municipal – Destinação de Recursos Humanos (Conta de Compensação Ativa) C – Subvenção Municipal a Destinar – Recursos Humanos (Conta de Compensação Passiva) R$ 3.000,00 Por ocasião do efetivo pagamento das despesas de pessoal (folha de pagamento, férias e 13o salário), baixa-se as contas de compensação, pelo lançamento: D - Subvenção Municipal a Destinar – Recursos Humanos (Conta de Compensação Passiva) C - Subvenção Municipal – Destinação de Recursos Humanos (Conta de Compensação Ativa) R$ 3.000,00 CONTRIBUIÇÕES Contribuições são as transferências derivadas da lei orçamentária e concedidas por entes governamentais a autarquias e fundações e a entidades sem fins lucrativos, destinadas à aplicação em custeio e manutenção destas, sem contrapartida direta do beneficiário dos recursos em bens e serviços, ou determinadas por lei especial anterior, para o atendimento de investimentos ou inversões financeiras. As transferências a título de contribuição, mesmo que não correspondam a uma contraprestação direta de bens ou serviços para a entidade transferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedora dos recursos financeiros. Exemplo: Recepção de contribuição governamental de R$ 10.000,00 para aplicação em entidade social – destinadas a custeio: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - 4.1.1.03 Subvenções e Contribuições (Resultado) R$ 10.000,00 Nota: o código á frente do título da conta se refere ao plano de contas modelo de entidade social, em anexo á presente obra. Por ocasião do pagamento de despesas de custeio a que se destina a contribuição respectiva: D – conta do passivo ou da respectiva despesa CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 30 www.portaldecontabilidade.com.br C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ (o valor pago) MENSALIDADES As entidades, como as associações, que preveem cobrança de mensalidades de seus associados, registram tais valores, pelo regime de competência: D – Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) C – Receitas de Mensalidades (Resultado) Entretanto, como é notório, há enorme inadimplência das mensalidades em qualquer associação. Por isso, recomenda-se que seja efetuado provisão para devedores duvidosos, quando a mensalidade do associado esteja atrasada por 3 meses ou mais. O lançamento daprovisão será o seguinte: D – Provisão para Devedores Duvidosos – Mensalidades (Resultado) C - Provisão para Devedores Duvidosos (conta redutora do Ativo Circulante) Na eventualidade de alguma de tais mensalidades virem a ser quitadas, o lançamento seria: D – Caixa ou Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) C - Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) Neste caso, haveria necessidade de reversão da provisão anteriormente constituída, desta forma: D - Provisão para Devedores Duvidosos (conta redutora do Ativo Circulante) C - Reversão da Provisão para Devedores Duvidosos (Resultado) CONTRATOS, CONVÊNIOS E TERMOS DE PARCERIA Contratos, convênios e termos de parceria são instrumentos jurídicos e operacionais utilizados pelas Entidades na consecução de seus objetivos. Convênio, em direito administrativo, é o acordo de cooperação e atuação conjunta/complementar entre órgãos públicos. Ocorre quando dois entes públicos se juntam na consecução de um mesmo objetivo. Eventualmente, firma-se contrato de convênio entre as entidades públicas e uma organização de interesse público. O Termo de Parceria, descrito no artigo 9° da Lei 9.790/1999, é o instrumento destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público. São firmados entre órgãos públicos e entidades que possuem a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 31 www.portaldecontabilidade.com.br É relevante que o contabilista examine, nesses instrumentos, as cláusulas de prestação de contas e as de remuneração. Como tais contratos podem ser firmados tanto com entidades públicas como privadas, se houver remuneração, tal receita deve ser apropriada pelo regime de competência, ou seja, à medida da execução do respectivo contrato. Observe-se que os recursos totais recebidos a título de convênios, contratos e termos de parceria não se caracterizam como uma receita, pois sua aplicação é definida pelo próprio contrato, sendo uma obrigação (passivo) da entidade. RECURSOS DE TERCEIROS E COM RESTRIÇÕES Os recursos financeiros de terceiros em poder da entidade em virtude de parcerias devem ser depositados em contas bancárias específicas, para que não se misture com os recursos próprios da entidade. Á medida de sua liquidação, ou seja, da realização de pagamentos vinculados ao projeto, baixa-se na correspondente conta. Eventuais valores de terceiros que venham ser aplicados no mercado financeiro devem também ser destacados contabilmente. Os rendimentos auferidos por tais aplicações são recursos do projeto, salvo se, contratualmente, ficar fixado que a remuneração será destinada à entidade administradora. No plano de contas, modelo sugerido nesta obra, para entidades sociais, as contas do ativo que registram recursos disponíveis de terceiros são; 1.1.1.03 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições 1.1.1.05 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos de Terceiros 1.1.1.07 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos com Restrições RECEBIMENTO DE RECURSOS DE CONVÊNIOS Contabiliza-se a recepção de recursos para aplicação em convênios a débito da conta ativa e a crédito de uma conta passiva indicativa do projeto conveniado. Exemplo: 1) Recebimento de R$ 50.000,00 de convênio com o governo Brasileiro: D – 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento - Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C – 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) R$ 50.000,00 CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 32 www.portaldecontabilidade.com.br 2) Por ocasião da aplicação de R$ 29.000,00 dos recursos do convênio: D - 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) C - 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento - Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 29.000,00 Pela apropriação da remuneração do convênio, fixada em 2% sobre o valor aplicado (R$ 29.000,00 x 2% = R$ 580,00): a) registro da remuneração como receita na entidade: D - 1.1.2.06 Remuneração de Convênios a Receber (Ativo Circulante) C - 4.1.1.04 Taxas de Administração (Resultado) R$ 580,00 b) pela transferência do numerário relativo à remuneração: D - 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres (Ativo Circulante) C - 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 580,00 c) registro da taxa de administração como aplicação de recurso do convênio: D - 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora – Recursos de Projetos – Passivo Circulante) C - 1.1.2.06 Remuneração de Convênios a Receber (Ativo Circulante) R$ 580,00 3) Pela prestação de contas do convênio – registro dos recursos aplicados (supondo-se que foram aplicados somente R$ 29.000,00 no convênio e mais R$ 580,00 da taxa de administração): D - 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) R$ 29.580,00 4) Pela devolução do numerário não aplicado do convênio: D - 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 20.420,00 Nota: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 33 www.portaldecontabilidade.com.br Quando a prestação de contas não é imediata e o convênio contratualmente já houver expirado, transfere-se o compromisso de devolução do saldo dos recursos não aplicados da seguinte forma: D - 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - 2.1.7.01 Recursos de Entidade Pública Nacional (Convênios Encerrados - Passivo Circulante) Observe que os recursos que deverão ser aplicados, oriundos de um convênio, não se constituem em RECEITA da entidade. O que poderá (eventualmente) constituir receita é a respectiva taxa de administração. A entidade é simples depositária dos recursos, e não pode apropriar como receita recursos que não são seus. Se, no contrato de convênio, houver alguma remuneração pela gestão dos recursos, tal remuneração é que constituirá a receita da entidade. Se o convênio não fixar remuneração, nenhuma parcela do convênio será registrada como receita. Tão somente se trabalhará com contas ativas e passivas, encerrando-se o passivo, como o exemplo citado, por transferência entre contas passivas (conta original do recurso recebido do convênio e conta retificadora que registre sua aplicação). No exemplo citado, o saldo bancário de R$ 580,00, após realizados todos os lançamentos, constituirá recurso de livre aplicação, que poderá ser utilizado para pagamento de despesas próprias da entidade, ou aplicado em ativos (como aplicação financeira ou imobilizado). CONVÊNIOS DE CUSTEIO Se o convênio destina-se a suprir custeio comum das atividades (folha de pagamento, gastos administrativos, etc.), pode-se utilizar contas redutoras de despesas para transferir parcelas de custeio conveniadas. Exemplo: Determinado convênio permite a absorção da folha de pagamento da entidade em até R$ 5.000,00 mensais. Primeiramente, contabiliza-se a folha normalmente (a débito de resultado e a crédito desalários e outras verbas a pagar). Posteriormente, faz-se a alocação de parte da folha, como aplicação de custeio - conforme convênio, utilizando uma conta redutora de resultado: D - 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 34 www.portaldecontabilidade.com.br C - 3.2.4.99 (-) Transferências de Custeio - Convênios (Conta de Resultado) R$ 5.000,00 O QUE FAZER QUANDO A PRESTAÇÃO DE CONTAS É PELO REGIME DE CAIXA Muitos convênios, por força contratual, exigem que a entidade preste contas pelo regime de caixa, ou seja, somente quando a despesa é paga é que ela irá compor a prestação. Existem convênios, por exemplo, cujo contrato exige que todos os lançamentos estejam comprovados com o correspondente extrato bancário, sem o que não são considerados como aplicados. Mas uma coisa é a prestação de contas, e outra é a contabilização. A prestação de contas, tendo base contábil (pois obviamente todas as despesas pagas já foram escrituradas anteriormente ou no momento da sua execução), será uma obrigação contratual. Mas a contabilidade, pelos princípios e normas de contabilidade brasileira, não poderá deixar de registrar os custos e despesas, mesmos aqueles que não foram pagos (como provisão de férias), alocando as despesas corretamente a cada projeto. Conclusão: nem sempre o montante da prestação de contas irá "bater" com a contabilidade. O erro não está na contabilidade, mas em função da sistemática contratual, pode ocorrer uma distorção, pela utilização do regime de caixa para prestação de contas. Então se não houver como conciliar as duas exigências, o excesso de despesas será um encargo da entidade, que deverá ser transferido a contas específicas. Exemplo: Em determinado projeto, a entidade apurou os seguintes valores contábeis, no primeiro mês de apuração de projeto específico: 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional – saldo credor de R$ 100.000,00 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional – saldo devedor de R$ 110.000,00 Portanto, o saldo do projeto acusou um “déficit”, ou seja, houve mais aplicação de recursos do que origens, no montante de R$ 10.000,00. Admitindo-se ainda que estes R$ 10.000,00 correspondam a despesas contabilizadas pelo regime de competência (como depreciações e provisões), então temos 2 situações distintas: 1. Estes recursos serão repostos pela entidade patrocinadora, pois há garantia contratual dos mesmos; CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 35 www.portaldecontabilidade.com.br 2. Estes recursos não serão repostos pela entidade patrocinadora, pois a sistemática contratual do fechamento de contas é mensal e obriga que o excesso de despesas seja arcado pela entidade executora. Teremos a seguinte contabilização: 1. Hipótese 1 (os recursos serão repostos pela entidade patrocinadora): a) Transferência do excesso de recursos aplicados, para conta do ativo: D. 1.1.8.05 Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias C. 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 10.000,00 b) Quando por ocasião do recebimento (reembolso) das respectivas despesas: D. 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres C. 1.1.8.05 Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias R$ 10.000,00 2. Hipótese 2 (os recursos extras contabilizados não serão reembolsados pela entidade patrocinadora) – admitindo-se que o projeto refira-se a educação ambiental, temos que transferir este excesso de despesas para uma conta de resultado específica: D. 3.10.1.01 Projeto Educação Ambiental C. 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 10.000,00 Por fim, quando da prestação de contas, registra-se a correspondente transferência relativa aos recursos aplicados, em ambas as hipóteses: D - 2.1.6.01 Recursos de Entidade Pública Nacional C - 2.1.6.02 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 100.000,00 CONTRAPARTIDA DE CONVÊNIOS E CONTRATOS Denomina-se contrapartida o compromisso de a entidade conveniada ou contratada aportar recursos adicionais aos destinados pela conveniente ou contratante para atingir os objetivos do projeto. Tais recursos devem fazer parte do plano de trabalho e podem constituir-se em materiais, serviços, apoio ou dinheiro. Constando esses recursos do termo celebrado entre as partes devem ser registrados em rubrica específica e destacados na prestação de contas. Exemplo: CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 36 www.portaldecontabilidade.com.br O Convênio entre a entidade Exemplo e a Conveniente Patrocinadora determina que o Projeto de Resgate Cultural receberá recursos de R$ 100.000,00 da Patrocinadora, sendo que a entidade participará com apoio de pessoal e materiais equivalentes a 20% do patrocínio. A contrapartida da entidade será registrada como segue: 1) Pelo registro da despesa de pessoal, devidas pela entidade no Projeto: D - 3.9.2.01 Pessoal, Encargos e Benefícios (Convênios – Resultado) R$ 16.000,00 C - 2.1.5.01 Salários a Pagar R$ 10.000,00 C - 2.1.4.01 Previdência Social Patronal R$ 3.000,00 C - 2.1.4.02 FGTS R$ 850,00 C - 2.1.5.02 Provisão para 13º Salário R$ 900,00 C - 2.1.5.03 Provisão de Férias R$ 1.250,00 2) Pelo registro de despesas relativas ao projeto, de responsabilidade da entidade: D - 3.9.2.02 Material de Uso e Consumo (Convênios – Resultado) C - 1.1.3.01 Almoxarifado (Estoques – Ativo Circulante) R$ 4.000,00 CONTRAPARTIDA FINANCEIRA OBRIGATÓRIA No caso de contrapartida financeira obrigatória, em que os recursos devem ser previamente depositados pela entidade receptora, pode-se efetuar a seguinte contabilização: D - 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições C - 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres R$ 10.000,00 GRATUIDADES Uma das finalidades de boa parte dos esforços das entidades do terceiro setor, especialmente as que dão assistência social, é oferecer serviços de forma gratuita. Chama-se “gratuidades” a tais esforços, devendo os valores desembolsados serem registrados contabilmente, por exigência das Normas Brasileiras de Contabilidade e dos órgãos de controle (MPAS e RFB). Como exemplo, as entidades educacionais que cedem bolsas de estudos a alunos carentes, devem demonstrar, para fins de isenção parcial do INSS, a proporção entre o total das gratuidades e o total da receita bruta (art. 207 do Regulamento da Previdência Social). Para maiores detalhamentos, acesse o tópico INSS e Contribuições Sociais nesta obra. Vamos aos exemplos de contabilização de gratuidades. CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR 37 www.portaldecontabilidade.com.br 1) Doação de bolsas de estudos próprias: Uma entidade educacional doa 10 bolsas de estudos para crianças carentes. O custo de cada bolsa é de R$ 500,00 cada. Desta forma, teremos a seguinte contabilização mensal: D - 5.2.1.02 Educação (Benefícios Concedidos – Gratuidade – conta de Resultado) C - 4.1.2.01 Atendimento à Criança (Receita de Atividade Educacional – conta de Resultado) R$ 5.000,00 2) Doação de mercadorias: Entidade de assistência a idosos distribui agasalhos e alimentos, no valor de R$ 10.000,00: D - 5.2.1.03 Assistência Social (Benefícios Concedidos – Gratuidade – conta de Resultado) C - 1.1.3.04 Mercadorias e Produtos para Distribuição (Estoques – Ativo Circulante) R$ 10.000,00 3) Serviços de terceiros com reembolso parcial
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