Aula 3 Sistemas de classificação

Prévia do material em texto

Profª.: Êmila S. de Oliveira 
Disciplina :Botânica 
emila.oliveira@iffarroupilha.edu.br 
A Classificação biológica diz muito sobre um organismo... 
Categoria Táxon Descrição 
Reino Plantae Organismos principalmente terrestres, com clorofilas 
contidas em cloroplastos, esporos protegidos, embriões 
multicelulares nutricionalmente dependentes. 
Filo (Divisão) Anthophyda Plantas vasculares com sementes e flores, polinização 
indireta; angiospermas. 
Classe Monocotyledonae 
(Liliopsida) 
Embrião com um cotilédone; partes florais geralmente 
em trios, muitos feixes vasculares dispersos no caule. 
Ordem Commelinales Monocotiledôneas com folhas fibrosas; redução e fusão 
das peças florais. 
Família Poacea Monocotiledôneas com caules ocos e flores esverdeadas 
reduzidas 
Gênero Zea Gramíneas robustas com cachos e flores sepadados; 
cariopse carnosa 
Espécie Zea mays Milho 
Sistemática 
• Sistemática é o ramo da ciência que estuda a 
diversidade das plantas através da sua 
organização em grupos, com base em suas 
relações evolutivas. 
 
• Taxonomia: identificação, denominação e 
classificação das espécies. 
 
• Identificação: é a determinação de um táxon 
idêntico ou semelhante a outro já conhecido. 
 
Como saber se é idêntico ou semelhante?? 
Auxílio da literatura ou comparação 
 
 
Taxonomia Vegetal 
• Classificação: é a ordenação das plantas num táxon. 
Cada espécie é classificada como membro de um 
gênero, cada gênero pertence a uma família; as 
famílias estão subordinadas a uma ordem, cada 
ordem a uma classe, cada classe a uma divisão. 
 
• Táxon: é o termo estabelecido para determinar uma 
unidade taxonômica de qualquer hierarquia (família, 
gênero, espécie, etc.) 
Taxonomia Vegetal 
SISTEMAS DE 
CLASSIFICAÇÃO 
Pré-Lineano Lineano Moderno Contemporâneo 
Sistemas naturais Sistemas artificiais 
Tipos de classificação 
• Classificação artificial – agrupa elementos 
com base em um caráter ou em poucos 
caracteres. 
 
• Classificação natural – agrupa os elementos 
com base no somatório de caracteres 
exibidos. 
 
1) Pré-Lineano 
• Aristóteles (Filósofo grego) 
Sistemas de classificação: Histórico 
Século IV a.C 
Sistema 
artificial 
Sistemas de classificação: Histórico 
1) Pré-Lineano 
Sistema de classificação tendo por base 
no hábito das plantas: árvores, arbustos, 
Subarbustos, ervas, cultivadas e selvagens. 
 
 Outros cientistas da época: 
 Dioscórides, Albertus Magnus e ... 
 
Teofrasto (370-285 a.C.) 
“Pai da Botânica” 
Andrea Caesalpino (1519-1603) 
considerado o primeiro 
taxonomista vegetal. 
Sistema 
artificial 
Mais biodiversidade = necessidade de organização 
• Polinômios (nomes frases) 
 
Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis (Nepeta 
com flores em espiga pedunculada ininterrupta) 
 
 
Nepeta cataria 
(associada a gatos) 
 
 
2) Lineano 
Introduziu a NOMENCLATURA BINÁRIA (binomial) para 
designar as espécies... 
 
Sistemas de classificação: Histórico 
Carolus Linnaeus (1707-1778) 
Pai da taxonomia 
7.300spp. 
2) Lineano 
• Ainda era um sistema artificial pois se baseava em 
características numéricas apenas 
• Sistema “sexual” onde 
as plantas eram agrupadas 
em 24 classes baseadas 
no número e na disposição 
dos estames em cada flor 
Sistemas de classificação: Histórico 
Classificação proposta no livro 
“Species plantarum” 
3) Período moderno 
Baseados nas formas e relações entre as plantas. As 
classificações passaram a tentar refletir relações 
naturais de semelhanças entre as plantas (caracteres 
em comum). 
 
 Reconheceu 15 classes 
 e 100 ordens. 
 
Seus grandes grupos: Acotiledônea, 
Monocotiledônea e Dicotiledônea. 
 
 
 Estrutura da semente...caracteres vegetativos, 
 reprodutivos e quanto às pétalas e a soldadura destas 
Sistemas de classificação: Histórico 
Antoine de Jussieu 
(1686-1758) 
Sistema 
natural 
4) Contemporâneo 
Sistemas filogenéticos (1880-atual) 
• Procuram usar todas as informações disponíveis no 
momento a respeito dos taxa envolvidos, procuram 
relacioná-los segundo sua afinidade baseada em 
ancestralidade e descendência. 
Sistemas de classificação: Histórico 
Relações evolutivas 
 
Adolph Engler (1846-1930) Arthur Cronquist (1919–1992) 
Utilizou-se Anatomia, 
Fisiologia, Genética, 
Morfologia e Paleobotânica 
para estabelecer relações 
filogenéticas entre as 
plantas–todo reino vegetal. 
Restringe-se às Angiospermas 
(MAGNOLIOPHYTA): 
morfologia; 
anatomia; 
Mecanismos de polinização; 
Composição química da plantas 
Sistemática moderna 
Nova Sistemática 
 
 
Estrutura anatômica 
Caracteres genéticos 
Ecologia 
Distribuição geográfica 
Antepassados 
 
Estabelece as afinidades e graus de parentesco entre diversos grupos 
Cladística 
• Método mais amplamente utilizado para classificar os 
organismos. É uma forma de análise filogenética que 
busca identificar grupos monofiléticos (origem 
evolutiva comum). 
 
• Cladogramas  resultado da análise 
 cladística. Fornece a representação 
 gráfica da hipótese das relações 
filogenéticas de um grupo de organismos. 
Filogenia molecular 
 Sistemática molecular 
• É o estudo das relações evolutivas 
 entre organismos, através do estudo 
 do DNA e RNA. 
Árvore filogenética – diagrama que indica os ancestrais e os descentes e 
grupa os organismos de acordo com o grau de parentesco entre eles 
 
Conceitos em sistemática filogenética 
• Grupo monofilético: grupo taxonômico composto por 
uma espécie ancestral e todos os seus descendentes. 
 
• Grupo basal: grupo que teve origem mais primitiva em 
uma árvore filogenética. 
 
• Grupo irmão: grupo mais próximo filogeneticamente 
ao grupo em questão. 
 
• Caráter plesiomórfico: estado primitivo de um caráter 
em uma série de transformações. 
 
• Caráter apomórfico: estado derivado de um caráter em 
uma série de transformações. 
 
 
 
 
Grupo basal? 
Grupos irmão? 
Caráter plesiomórfico? 
Caráter apomórfico? 
Taxonomia Vegetal 
• Nomenclatura botânica: Relaciona-se com a 
utilização correta dos nomes das plantas. 
 
Possui um conjunto de princípios, regras e recomendações 
aprovados nos Congressos Internacionais de Botânica e 
publicados nos Códigos de Nomenclatura Botânica 
Por que não utilizar o nome comum? 
A utilização de nomes científicos é fundamental 
para uma comunicação eficiente e acurada em 
contexto global. Nomes comuns (nomes populares) 
com frequência são limitados a uma única 
linguagem ou a uma região geográfica em 
particular. 
 
Nome comum 
aplicado a taxa 
diferentes 
Espécies raras 
carecem de 
nome popular 
Nome popular pode 
ser enganoso 
quanto à s relações 
filogenéticas 
Importante!! 
 
Nome científico deve ser escrito em latim 
 
 
A citação específica estará incompleta se não 
tiver o nome do autor ou autores 
 
Os nomes científicos são grafados em itálico ou 
sublinhados 
 
Como escrever o nome de uma espécie? 
O nome de uma espécie consiste de duas partes 
(Sistema Binominal) 
A primeira é o nome do gênero (ou nome genérico) e a 
segunda é o epíteto específico. 
 
 
Eugenia uniflora L. 
 
 
 
Gênero 
(letra maiúscula) 
Epíteto específico 
(letra minúscula) 
Autor que descreveu 
a espécie 
Outros exemplos... 
 
 Pessegueiro Nectarina 
 Prunus persica var. persica Prunus persica var. nectarina 
 
 
 
 
variedadeAs categorias abaixo de espécie 
são trinominais. 
• Os nomes dos híbridos vem precedidos de x. 
 
• Ex.: Platanus x acerifolia 
 
Outros exemplos... 
híbrido 
 Platanus orientalis e Platanus occidentalis 
Espécies que receberam o nome sem ter sido 
descrita; aparece primeiramente o autor 
seguido pelo responsável pela descrição. 
 
• Ex: Maytenus ilicifolia Martius ex Reissek 
Outros exemplos... 
Nome popular: Espinheira-santa 
Ex.: Tabebuia alba Cham. 
 
Handroanthus albus (Cham.) Mattos 
Outros exemplos... 
Quando uma espécie muda de gênero, 
o nome do autor do basiônimo 
(primeiro nome dado a uma espécie) 
deve ser citado entre parênteses, 
seguido pelo nome do autor que fez a 
nova combinação. 
• O epíteto específico frequentemente é um 
adjetivo, devendo concordar em gênero, 
número e caso com o epíteto genérico. 
• Ex.: 
 
Outros exemplos... 
 
Referências 
• RAVEN,P.H.; EVERT,R.F.; EICHHORN,S.E. Biologia 
vegetal, 6.ed. Guanabara Koogan, 2011. 906p. 
 
• JUDD, W.S.; CAMPBELL, C.S.; KELLOGG,E.A.; 
STEVENS,P.F.; DONOGHUE. Sistemática vegetal: 
Um enfoque filogenético. 3ed. Artmed, Porto 
Alegre, 2009.